As semanas que se seguiram foram as melhores da vida do senhor de Ponta Tempestade, até mesmo os conselhos pareciam mais tranquilos e interessantes depois daquilo. Arya passava os seus dias caminhando pelo castelo, tentando evitar ser vista por qualquer pessoa importante. Foi só quando Davos resolveu que Gendry deveria se casar logo e estava pronto para arrumar alguma forma de Gendry achar uma esposa.

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Foi nesse dia que a própria Arya resolveu se mostrar ao velho cavalheiro que ficou muito emocionado ao ver a barriga cheia. A assassina sorriu com aquela reação, não ficava feliz em empacar a vida do lorde da tempestade, mas as coisas estavam indo tão bem entre eles que ela não poderia pensar em outra mulher na vida dele. Mesmo que isso fosse egoismo puro.

Naquela noite, os dois sabiam logo haveria mudanças no castelo, um quarto para o bebê e um monte de contratações de garotas novas para cuidar da criança, foi com esse sentimento de concretude que Gendry se deitou ao lado de Arya naquela noite, com um braço ao redor do corpo esguiou, mesmo que com o ventre inchado.

A gravidez estava entrando em seu sétimo mês e todos sabiam que a criança poderia chegar a qualquer momento. A rainha havia dado a luz com 7 meses e morrido no processo e o maior medo do senhor da tempestade era que a mãe de seu filho também não sobrevivesse.

Ele desenhou as linhas que começavam a aparecer na barriga esticada. Cicatrizes de uma luta bem diferente, sinais eternas de que ela havia gerado uma vida e ainda assim continuaria linda.

— Eu não deveria ter falado com Davos — ela disse, acariciando os cabelos negros, sentindo os dedos roçarem as estrias em sua barriga enviando arrepios prazerosos pelo seu corpo — Você merece uma mulher para governar Ponta Tempestade.

Ele nunca tinha pensado que Arya pudesse ficar após o nscimento do bebê, mas também tinha parado de pensar nisso desde que passaram a dormir juntos há quase um mês no passado. Gendry não queria falar sobre aquilo naquele momento e nem em nenhum outro, então beijou as linhas finas como forma de distraí-la, então sentiu os dedos dela em seus cabelos negros e curtos.

E então subiu os beijos pelo peito e pelo pescoço, até alcançar os lábios macios e pequenos que retribuiram seu carinho com volupia, agarrando o seu pescoço e então o puxando para mais perto, forçando-o a ficar sobre ela da forma que a barriga não corresse qualquer risco. Arya espero que os dedos dele buscasem a parte interna de seu corpo como antes, mas isso não aconteceu dessa vez.

Gendry apenas voltou a se deitar em seu próprio travesseiro, acariciando-a devagar e docilmente. Aqueles momentos sempre a faziam questionar como seria a vida se a mulher vermelha nunca o tivesse levado. Talvez os dois nunca tivessem se separado e ela nunca teria se tornado uma assassina que matou o Rei da Noite, mas a essa altura teriam uma casinha em algum lugar, estariam juntos e ela nunca teria que partir.

— Você já pensou em um nome? — a pergunta a pegou desprevinida, ela estava perdida demais em seus sonhos para o passado — Para o bebê?

— Não — ela respondeu com simplicidade e sem qualquer animo.

Arya claramente não havia pensado em nada daquilo. Ela não tinha a menor intenção de ficar, nem em ponta tempestade nem com o bebê. Gendry se levantou da cama, esfregando o rosto e então pôs as duas pernas para fora da cama.

— Gendry, não vá embora, por favor! — ela pediu, os olhos cheios de lágrimas enquanto ela observava o homem que ela amava a abana-la numa cama fria e úmida.

— Se eu pedir para você ficar? — Ele perguntou, ele não queria partir também, mas já havia aprendido da outra vez que não era nenhum pouco bom se apegar a quem iria partir. — E se eu pedisse que você ficasse comigo e com o nosso filho?

— Eu não sou uma lady, Gendry — ela respondeu novamente, repetindo a mesma coisa que dissera em uma noite há meses, talvez séculos atrás em Winterfell. Tanto havia acontecido desde então.

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— Eu não quero que você seja uma lady! — ele respondeu, se virando para ela — Eu queria que você fosse minha lady, mas eu não me importo se você não quiser ser “lady”, isso é uma convenção — ele se virou, olhando-a nos olhos e então segurou as duas mãos da mulher — Eu quero que seja minha mulher, minha companheira, a mãe do meu filho ou filhos — ele fez uma pausa — E se você não quiser aparecer para o povo e nem participar de reuniões.

Ela abriu a boca, deixando o queixo cair perto com a proposta e quando se recuperou, ela o puxou para perto e beijou os lábios como havia feito em sua primeira proposta. Ele sabia que estava vindo um não no momento em que ela afastou a boca da dele, mas esse não nunca chegou. Ela apenas o empurrou de volta para a cama e então o beijou mais uma vez e outra, pressionando o corpo contra o dele.

— Eu vou pensar, Gendry — ela respondeu, ainda beijando o rosto do homem a sua frente — Eu prometo que vou pensar.

— Obrigada — ele respondeu, colocando os fios rebeldes para trás das orelhas dela e então retomando as caricias. Deitando-a em sua cama e finalmente a recompensando da forma como a jovem mulher esperava desde o ínicio, com a boca em seu pescoço fino e as mãos por dentro das roupas.

Claro que aquilo não era uma promessa e na verdade estava bem longe disso, mas a simples esperança de que Arya poderia ficar, ficar de verdade e para sempre ao seu lado já era mais do que podia pedir por hora. Quando Sansa chegasse e o bebê estivesse nos braços de sua amada, ela provavelmente mudaria de ideia.

Mesmo que ela não quissesse aparecer e se envolver na politica de Ponta Tempestade, só de estar ao seu lado já seria um gigantesco acrescimo em sua confiança.