Reprise Sa Chanson...

Cap. 26: Esclarecendo


Pov. Jon:

Ok, aquilo estava me matando. Nunca fui bom em jogos de "gato e rato", mas... era algo mais forte que eu. Alguns homens nasceram com a capacidade de perdoar algo tão facilmente como aquilo que o magoou. Eu não nasci com aquilo. Se eu até hoje não pude perdoar minha família (detalhes desnecessários no momento), imagine ela, uma garota que eu havia conhecido a pouco tempo mas que me fizera... tão bem.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Balancei a cabeça, procurando esquecer aqueles pensamentos. Resolvi entrar novamente a casa, já que tinha saído para tomar um ar. Segui para cozinha, onde encontrei Joana preparando o almoço. Ela cantarolava algo, deixando claro seu acentuado sotaque britânico. Sorri imediatamente.

Segui para sala, onde encontrei Sophie, tendo dificuldades para tirar sua máscara laranja do rosto. Sempre fiz piadas com ela sobre suas manias bizarras e obsessivas para tratamentos de beleza.

– Merda... - Reclamou enquanto puxava as rodelas alaranjadas pelas bordas.

- Já te falei várias vezes que sua pele um dia vai sair correndo da sua cara, com medo de tudo isso. - Brinquei, jogando-me no sofá e apontando para os produtos espalhados no chão.

– Calado. - resmungou, levemente irritada. - Já se acomodaram?

– Sim. Acho que a Melanie está desarrumando suas malas...

– Ela é linda, Jon. Sério! - ela virou-se para mim, obrigando-me a conter uma risada para a coisa que estava pendurada em sua bochecha. - Fica de olho e vê se não perde essa.

– Eu já perdi... - sussurrei, sem a intenção que ela ouvisse.

– O que?

Mas parece não ter dado certo.

– Nada. - apressei-me a dizer, e logo mudei de assunto. - Onde estão os outros? Lúcio, Caio...

– Ai! - ela exclamou, arrancando finalmente as coisas das bochechas. Logo, voltou-se para mim, suspirou e se aproximou. - Papai está na empresa, mas acho que vem para o almoço...

– Que animador.

– Jon, pare. Já está na hora de...

– Tá, tá, tá. - falei, impaciente. - E o Caio?

– Bom, ele sumiu a um tempo.

– De novo?

– É, você sabe que é o jeito dele. Pelo menos umas três vezes ao ano ele tem que sumir. E tinha que ser bem no período para os preparativos do meu casamento... Mas, fazer o que né?

– É... Por falar nisso, quando você vai me apresentar o felizardo?

– Ah, o Teo?

– É, deve ser... Com quem você vai se casar mesmo?

– Ah, seu bobo! Ele é muito legal, ok? E me faz feliz!

– Ok, só isso já basta, pirralha. - ri.

– Eu sou mais velha que você, besta! - ela bagunçou meus cabelos, voltando a se levantar. - Oh, oi minha nova cunhadinha!

Virei-me para onde minha irmã olhava e me deparei com uma Mel parada na porta, envergonhada. Seria uma completa idiotice não admitir que ela ficava linda quando estava vermelha... Mas, devido as circunstâncias, eu não iria admitir isso agora.

– Então... - Sophie começou, levantando-se e se aproximando de Melanie. - eu vou ter que sair mais tarde, para comprar algumas coisas para minha festa de noivado...

– Você ainda não fez uma? - perguntei, levantando-me e enfiando as mãos nos bolsos.

– Não, na verdade não... Então, eu vou sair e comprar algumas coisas. Quer vir comigo, Mel? Alias, posso te chamar assim?

– C-Claro. - Melanie começou, abrindo um simpático sorriso. - E, quanto a saída, seria ótimo ir com você.

– Perfeito! - Sophie bateu palmas. - Então tá então. E, a propósito,... - ela começou, mas logo foi interrompida pelo som de um carro estacionando em frente a casa.

Seria possivel que ele não tivesse trocado o carro desde que eu havia ido embora?

Supus que sim, ainda mais depois de a Sophie voltar-se para mim com os lábios franzidos.

– Colabore... - ela sussurrou.

Suspirei profundamente e voltei-me para Melanie, que parecia desorientada. Aproximei-me da mesma e passei meu braço por cima de seus ombros. Uma atitude normal para mim, mas acho que nem tanto para ela, visto que seu corpo ficou tenso por um momento.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Ah, sim, sim, claro. Não podemos perder essa oportunidade... - ouvi sua voz no corredor. Era possível que ela não tivesse mudado nada?

-OQUE VOCÊ QUER PARA SUA VIDA, JON?! OQUE?!

Balancei a cabeça, procurando esquecer aqueles pensamentos. Meus olhos recaíram sobre Melanie, que parecia confusa. Eu, num ato completamente idiota e mal calculado, sorri para ela.

Ok, eu já estava confuso comigo mesmo.

– Certo, certo. E...

– PAPAI! - Sophie gritou, jogando-se nos braços do velho.

– Oh, olá, querida. Desculpe-me, mas estou meio ocupado e...

– Pai, não vai dar oi ao Jon?

Seria bizarro descrever aquilo. A cena que se sucedeu. Em um minuto, meu pai estava com olhos radiantes ao olhar para Sophie. No outro, estava com os olhos marejados e me fitava profundamente.

– Não se arrependa! Você fez o necessário!

– EU MATEI UM HOMEM, LÚCIO!

– NÃO IMPORTA! Se você quer algo, VOCÊ USA TUDO QUE TEM PARA CONQUISTA-LO!

Tirei meu braço dos ombros de Melanie e me aproximei dele. Continuava da mesma forma, exceto pelos cabelos, agora mais grisalhos. Seus olhos verdes nadavam nas lágrimas em seus olhos enquanto eu o abraçava, agora um pouco mais alto que ele, diferentemente de alguns anos atrás...

– Meu filho... - pude ouvi-lo sussurrar.

Fechei meus olhos, absorvendo tudo aquilo. Chorar? Não, eu não seria capaz. Era algo meio impossivel para mim, uma espécie... de trauma...

Desfiz o abraço e olhei nos olhos dele, enquanto as lágrimas escapavam de seus olhos...

– E aê... Lúcio? - falei, meio vacilante.

Acho que ele estava tão acostumado de ser chamado assim por mim que nem se importou. Apenas passou as costas da mão em sua face molhada e voltou a sorrir.

– Oh, Jon. O que faz aqui? Soube que sua irmã ia se casar e veio correndo... bater no felizardo?

Não pude deixar de sorrir. Ainda mais em sua pausa, para escolher as palavras. "Matar" não era mais tão utilizado por nós...

– Na verdade, não. Eu nem...

– Jooon, - Sophie cantarolou, me interrompendo. - não vai apresentar sua namorada?

– Meu filho tem uma namorada? Hora essa, vamos! - Voltou-se para Melanie. - Olá...

– Melanie. - Ela sorriu, tímida.

– Minha namorada. - Falei, firme.

– Oh, é um prazer conhece-la, Sr. Mel. Você é muito bela, saiba disso.

A morena enrubesceu, o que me fez achar graça. Logo, meu pai voltou-se para mim novamente.

– Meu filho... Com uma bela moça... De volta... Ah, isso merece uma festa!

– Ah, meu Deus, Sr. Blacked! - Sophie exclamou. - Vai fazer uma festa quando está tão próximo da minha festa de noivado?

– E o que é que tem, minha filha? Você sabe que a família Blacked é bem famosa por suas festas.

E era de fato. A cada final de semana, meu pai inventava algo para comemorarmos: festas de aniversário, reuniões da empresa "em grande estilo" e até mesmo comemorações idiotas, como quando eu aprendi a andar de bicicleta. Provavelmente ele ainda tinha fotos da torre de pneus...

– Bom, - Comecei, a fim de interromper aquela discussão. - depois discutimos isso. Agora, não sei quanto a vocês, mas eu estou com fome. Melanie, gostaria de almoçar?

Ela voltou-se para mim, meio confusa.

– C-Claro....

– Ótimo. Vamos?

– Certo, certo. - Meu pai disse, ainda sorridente.

– Mas não pense que terminou aqui, ok? Festas agora, não! - Sophie exclamou, enquanto jogava os cabelos e ia pisando firme até a cozinha.

É. Essa era de fato a família Blacked...