Reprise Sa Chanson...

Cap. 19: Soluções


\\\"\\\"

Respiro fundo.

Eu sentia meu coração palpitava rapidamente.

Respira.

Eu estava ofegante. E, de certa forma, com medo.

– Ela está vindo atrás de você.

Isso já era um fato consumado e assinado em cartório para mim.

Em poucos dias, quem sabe horas, ela vai estar aqui.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ela já havia chegado. Mais cedo do que eu esperava.

E fará de tudo para ter sua herança.

Qualquer coisa... Passei a mão direita por meus cabelos. Essa expressão me perturbava. Muito.

- Você está melhor?

Ergui minha cabeça, me deparando com um Jon um tanto preocupado segurando dois milk-shakes. Estávamos no aeroporto, eu estava sentada, tentando me controlar. Quase surtei quando sai do taxi. Eu estava com medo. Não só por mim, mas por todos que estavam próximos a mim e ao meu lado, de certa forma. Eu não queria morrer. Tal como não queria vê-los morrer...

- Mel? - ele repetiu, mais preocupado desta vez.

- Ah, sim - Limpei a garganta, disfarçando - Estou melhor.

- Trouxe para esfriarmos a cabeça. - Me entregou um dos milk-shakes.

- Obrigada.

Ficamos um tempo em silêncio, cada um tomando suas respectivas bebidas. Eu não queria falar e Jon parecia respeitar isso. Mas, cedo ou tarde, teríamos que resolver o que fazer. É, achei que seria melhor se fosse cedo...

- Ainda tem tempo de você sair dessa... - Lembrei-o de repente, fitando o chão sem coragem de olha-lo nos olhos.

- Eu não vou sair dessa.

- Você vai se arrepender...

- Que eu me arrependa então. Eu só não vou ficar parado.

Me virei para ele, surpresa. Sua expressão estava séria, mas assim que seus olhos encontraram com os meus, ele sorriu, o que definitivamente me confortou.

- Bem, então, o que vamos fazer?

- Não podemos voltar ao apartamento, com certeza.

- Nós precisamos voltar lá, Jon. Se formos sair daqui, temos que levar nossas coisas.

- Você está ficando louca? Eles queriam nos matar, Melanie. Seu primo estava certo quando disse que ela faria de tudo para ter sua herança.

- Isso não é nem metade do que ela pode fazer. - Murmurei para mim mesma, mas ele pareceu ouvir.

- O que?

-Nada. Só temos que voltar lá.

Jon suspirou depois de tomar mais um gole de sua bebida já quase terminada.

- Tá bem. E depois?

- Não sei... Ficar aqui não é uma boa opção.

- Você quer sair da cidade?

Fitei-o. Aquilo estava me deixando com enxaqueca. Encostei-me no banco, suspirando.

- Acho que não temos escolha. Eles já sabem onde eu moro. Alias, onde nós moramos, já que estávamos e fugimos pelo seu apartamento.

- Hum... Isso está complicando. Para onde iríamos? Você veio do Rio de Janeiro né? Certamente não podemos ir para regiões próximas...

- É... Ai, ainda tem minha mãe! - bati na testa com força. - Vou ter de transferi-la de novo. E nem sei se Thiago ainda vai ser o médico dela... - "Que droga de vida!" Pensei, franzindo os lábios com ideia de manter o único medico de confiança longe.

Jon bufou ao meu lado. Um silêncio se fez enquanto pensávamos. Um avião decolou as minhas costas, chamando levemente minha atenção. E a de Jon também.

- É isso! - ele exclamou, levantando-se.

- O que?

- Fique ai.

- Mas...

Ele se afastou, dando passadas rápidas. E eu fiquei lá, parada, que nem uma idiota.

Logo, ele voltou, sorridente.

- Já sei pra onde vamos. - Me estendeu a mão.

- Onde? - Perguntei animada, aceitando sua ajuda para me levantar.

- Londres.

Parei de andar bruscamente e o sorriso que estava em meu rosto se desfez.

- O que foi?

- Londres? Londres?! Aonde vamos ficar em Londres?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Na minha casa.

- Como?

- Eu morei em Londres, Mel. E minha família ainda mora lá. Podemos fazer uma visita. Eu como o filho que retornou, e você... como minha namorada. - ele sorriu, malicioso, de modo que me fez corar violentamente.

- Que?! - Exclamei - Nem pensar! Não quero ser mais um fardo em mais uma vida! E... sua namorada?

- Isso parece bem ruim para você.

- Não, seria ótimo...! Não me olhe assim! Você parece estar gostando bastante disso!

Jon gargalhou. Aproximei-me dele e lhe deu uma sequência de tapas, e ainda assim ele não parou. Meu rosto corava cada vez mais.

- Hey, hey! Para! Parei, parei! - Pediu, controlando-se.

- Melhor assim. - falei. Enfiei a mão nos bolsos, pensativa. - Isso é sério Jon?

- Sim.

- Jon, eu não sei se isso é... bom. Já me basta você envolvido nisso!

- Ei. Eles não precisam saber. E além do mais, sua tia estaria muito desesperada em se deslocar daqui para Londres por causa de dinheiro...

- Ah, vai por mim: ela faria isso.

- Mas, pelo menos por um tempo, ficaremos em paz. Para melhor segurança, não precisamos nem pegar o avião aqui. Podemos ir para uma cidade próxima, como Goiânia, e de lá seguir para o país.

Fitei meus próprios pés.

- Sair... daqui?

Jon se aproximou, passando o braço sobre meus ombros.

- É nossa saída, Melanie...

Mordi o lábio, pensativa.

– Do que ela é capaz?

- Nem eu sei na realidade....

Balancei a cabeça, decidida.

- Ok, ok. Mas, temos que passar no hospital e nos apartamentos, para nos aprontarmos.

- Certo. Façamos o seguinte: enquanto você vai ao hospital, eu vou em algum lugar para alugar um carro.

- Porque não vamos na sua moto? E, alias, você sabe dirigir?

- Eu dou um jeito.

- Jon.

- Eu sei, Mel. - ele bagunçou meus cabelos.

- Ok então. Vou pegar um taxi até o hospital. Thiago vai querer me matar...

- Provavelmente, sim.

- Nos encontramos aonde?

- Eu te pego no hospital, pode ser?

- Tá bem. - disse, seguindo para um taxi qualquer. - Estou com meu celular. Qualquer coisa, me ligue.

- Ok, mamãe. - ele sorrio, acenando para um taxi. - Boa sorte!

- Vou precisar.... - respondi, entrando no taxi e passando-lhe o endereço.