Remember When - Leah e Embry

Capítulo 15 - Invasão


Leah (POV)

Ouvi estalos vindos da porta de vidro da minha varanda, e abri um sorriso, já sabia quem era ‘Embry’. Desde quando Sam tinha me deixado ele invadia o meu quarto todas as noites, mesmo depois de eu ter parado de falar com ele por ter me envolvido demais com o Sam.

Eu não achava justo o fato de ele ter me perdoado tão facilmente, mas Emb não de dava outra escolha, se eu não abrisse aquela porta, ele contaria para o meu pai o que eu andava fazendo com os meus pulsos, então resolvi aceitar o perdão dele.

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Me levantei e caminhei até a porta, assim que cheguei lá vi uma sombra parada na minha frente, a única coisa que fiz foi sorrir e dar um “olá” com a minha mão, apenas para provocá-lo. Embry cruzou os braços e virou a cabeça um pouco de lado, fingindo ter se irritado com o meu gesto. Gargalhei e abri a porta.

- Finalmente, pensei que ia me fazer congelar naquele frio... – ele disse enquanto entrava e me dava um abraço.

- Ah, eu até pensei nisso, mas não quero começar minha ficha criminal com 18 anos... – respondi, fazendo Embry me por na sua frente para me ver melhor, e aproveitei para abrir um sorriso sarcástico.

- Tá bom então... – Embry abaixou a cabeça, assim como o tom de voz e fez um biquinho adorável.

- Ahn! – respondi dando um abraço apertado nele, descendo as minhas mãos até as suas, puxando ele para minha cama.

- Creio que eu só vá dormir ao seu lado... – ele indagou, arqueando uma sobrancelha e mordendo o lábio inferior quando eu olhei para ele.

- Embry! – praticamente gritei, largando a mão dele no ar – Não acredito que você está pensando numa coisa dessas a essa hora... – o repreendi, cruzando os meus braços e fazendo um biquinho.

- Ah, mil perdões Srta. Santa – ele disse, abrindo um sorriso sarcástico – Não me lembro de você ter mencionado isso da última vez que eu vim aqui... – completou, olhando para cima na mais completa inocência, enquanto minha boca se abria num perfeito O.

- Embry, isso foi golpe baixo! – falei num tom risonho enquanto empurrava ele para “longe” de mim.

- Ah Lee, eu só to brincando com você... – disse num tom manhoso enquanto me puxava para um abraço.

- Nhe, eu sei... – respondi enquanto retribuía o abraço – Agora vamos dormir! – falei, puxando ele para minha cama.

- Boa noite Lee... – Embry disse, afagando meus cabelos, enquanto eu me aconchegava sobre seu peito.

- Boa noite Emb... – respondi fechando os olhos.

Passaram uns 10 minutos e eu ainda não havia adormecido, e estava começando a ficar entediada, deslizei a minha mão até a barriga de Embry.

- Emb, tá acordado? – sussurrei.

- Sim... – para a minha felicidade ele respondeu.

- Embry... – continuei sussurrando.

- O que? – ele perguntou.

- Você não me deu um beijo de boa-noite... – respondi, levantando o meu rosto para olhar ele, que abria um sorriso para mim.

Embry passou os seus braços ao meu redor e me levantou até eu ficar na altura dele, suas mãos percorreram desde a minha cintura até o meu pescoço, me puxando para beijo demorado, mas não podia ser eterno, já que precisávamos de ar. Paramos, mas Embry continuou com a sua testa colada a minha, ofegante.

- Boa noite Lee. – ele sussurrou, me abraçando forte contra ele.

- Boa noite Emb... – sussurrei de volta, dando um selinho nele e caindo no sono logo em seguida.

* * *

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- Leah, Leah acorda! – senti alguém me chamar e balançar meu corpo.

Acordei com as lágrimas escorrendo o meu rosto e meu corpo estremecendo cada vez mais. Meu coração batia rápido e minha respiração estava ofegante... Sim, eu havia tido um pesadelo.

- Leah, fala alguma coisa... – Embry pediu suplicante enquanto afagava meus cabelos.

Olhei para cima e vi os olhos dele inundados de preocupação.

- Eu... – parei, tentando formar uma frase coerente, estava assustada demais para pensar facilmente em coisas, por mais óbvias que fossem – Eu tive um pesadelo... – aquilo pareceu mais uma pergunta.

- É, eu sei que sim... Mas já se sente melhor? – perguntou, enquanto eu me ajeitava para ficar sentada ao lado dele, foi quando percebi que ele estava com pequenas olheiras.

- Você dormiu Emb? – perguntei, sem perceber que havia acabado de mudar de assunto.

- Não, eu falei que estava sem sono... – ele me respondeu calmamente – Mas não mude de assunto Lee, conte-me qual foi o seu pesadelo.

- O pesadelo? Ah... Só me lembro de que eu estava na praia, saindo do mar e indo em direção a floresta... – parei, tentando lembrar a seqüência do meu pesadelo, já que só o que apareciam eram flashes – Ai, eu ouvi vozes... Eram de Sam e Emily, eles estavam dentro da floresta... Eu fui em direção á eles e percebi que eles estavam discutindo... E de repente... – parei, me lembrando da cena mais bizarra que eu já havia visto.

- De repente? – Embry me incentivou a continuar.

- De repente o Sam se transformou em um lobo e a pata dele passou pelo rosto da Emily... – minhas lágrimas começaram a se formar – Foi horrível Embry era tanto sangue escorrendo... – apertei meu rosto em sua camisa para que ele não me visse naquele estado.

- Tá tudo bem Lee... – Embry passou seus braços em minha volta – Aliás, foi só um pesadelo.

O telefone tocou, mas eu não tinha condições de falar com ninguém, então Embry atendeu.

- Alô?! – houve uma pausa para que a pessoa do outro lado da linha falasse – Sim, aqui é da residência dos Clearwater... – respondeu revirando os olhos, que logo depois se encheram de preocupação e um pouco de medo. – Certo, já estamos indo... – ele desligou.

- Quem era? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

- Era do hospital... – ele parou e me ergueu para nos levantarmos – É melhor você se arrumar.

- Por que Embry, o que foi? – perguntei enquanto ele me atirava algumas roupas de inverno para eu vestir.

- É a sua prima... – ele pausou e me olhou – Ela foi atacada por um urso enquanto caminhava na floresta.

Meu coração parou por 1 segundo e começou a bater forte. Minha prima, atacada por um urso?!

- Você vai me levar lá?! – perguntei nervosa, fazendo a frase parecer uma ordem.

- Levo sim, Lee. – Emb afirmou enquanto colocava o tênis.

Descemos as escadas e entramos no meu carro, Embry chegou a ligar o rádio, mas eu o desliguei rapidamente.

- Não quer ouvir musica? – ele me perguntou meio confuso.

- Não to com cabeça pra isso Embry, me desculpe... – respondi, enquanto perdia meu olhar na paisagem que passava pela janela.

- Entendo... – ele falou, se calando logo após, depois disso ficamos num silencio mortal, até chegarmos no hospital.

Assim que chegamos lá vimos a movimentação das enfermeiras pela sala de espera, havia muito barulho, fiz uma observação geral da sala e vi Sam encostado na parede do corredor. Mas ele estava diferente, olhava para o nada, embora seu olhar estivesse cheio de dor e culpa.

Sam olhou para nós e sua feição mudou de culpa para confusão, ele ficou nos encarando por um momento, fazendo eu me encolher ao lado de Embry.

- Eu vou ver em que sala minha prima está... Fique ai, por favor. – pedi, usando a melhor desculpa que eu consegui formular.

Fui lá e voltei, mas antes de me aproximar de Embry de novo olhei para confirmar se Sam continuava ali, mas ele havia sumido, provavelmente foi ver como Emily estava. Então continuei meu caminho.

- E ai, quando vai visitar ela? – perguntou.

- Só amanha... Acho que vamos ter que dormir aqui... – respondi, num tom cansado.

- Então ta. – ele falou, dando de ombros enquanto passava a mão pela minha cintura, para me puxar para perto dele.

Sentei na cadeira ao lado dele e apoiei minha cabeça em seu ombro, voltando a dormir.

~*~

Tudo voltou a girar para frente de novo, fazendo aquela cena virar apenas um borrão, indo para a próxima lembrança.