Capítulo 3

Jane abriu uma porta e eu vi um quarto, eu a olhei e logo fui ler ela. Jane tinha uma história assustadora e sombria, tinha apenas Alec de família e não gostava de mim.

–Disse que podia ler pessoas, não disse?- eu assenti – Não faça isso comigo ou vai saber o que é dor.

– Os Vulturi não me assustam, você sabem do que os Cullen são capazes.

– Você fala muito para alguém que provavelmente nunca se meteu em uma briga.

– Mas sou muito boa em intimidar as pessoas –eu sorri – Vejamos, você acha que não iria sobreviver sem Alec.

Ela me olhou com uma cara furiosa e depois pegou minha blusa e bateu minha cabeça contra a parede.

–Também intimido as pessoas, mas não com palavras e sim com dor.

– Solta ela Jane – falou uma voz masculina e logo vi que era Alec.

– Não gosto dela – Jane falou sem me soltar.

– Não precisa gostar, apenas siga as ordens de Aro.

– Amanhã vamos provar seu vestido e terminamos isso – ela me soltou e foi embora.

– O que faz aqui? – perguntei levando a mão até a cabeça.

– Os rebeldes querem você de refém, concordaram que eu deveria proteger você.

– Agora além de meu “namorado” você vai ser meu guarda-costas?

– Acha que estou gostando? Ainda vou ter que treinar você Releen.

– Lee. Odeio o nome Releen.

Entrei no quarto e eu gostei de verdade do que vi, tinha muitas estantes de livros e era da cor rosa seco que dava uma sensação de tranquilidade.

– Vai ficar mesmo só me olhando?-perguntei.

– Não posso desgrudar de você.

Joguei minha bolsa na cama e abri o guarda-roupa que já estava preenchido com minhas roupas.

– Sente fome? – Alec me perguntou desconfortável com o silêncio.

–Um pouco.

– O quê você come?

– Comida de humano.

Alec puxou do bolso um celular e falou com alguém mandando me trazer comida. Ele se sentou na poltrona e abriu um livro, enquanto eu olhava para ele.

–Qual sua idade Alec?

–18 anos.

– Sua idade de verdade.

– 2000 anos.

– Uau, isso deve ser muito estranho.

– Não devia falar isso, quer dizer, você tem seis anos e corpo de 17 – ele disse ainda sem tirar os olhos do livro.

– Precisamos inventar uma história para nosso namoro.

Ele abaixou o livro, obviamente vendo que não iria conseguir se concentrar comigo falando e eu me senti um idiota.

– O quê tem em mente? – ele perguntou me olhando nos olhos.

– Me deixa escolher uma das minhas lembranças de quando eu ficava sonhando acordada que eu namorava um Vulturi- falei irônica.

– Podíamos dizer que eu fui fazer uma visita para saber se vocês estavam bem.

– E que quando me viu soube que eu era sua dristante.

– Como sabe sobre os dristantes?

– Eu li alguns Vulturis – disse pegando um salgadinho que tinha na minha bolsa e comendo – Me corrija se eu estiver errada, um dristante é a mulher ou o homem pelo qual um Vulturi se apaixona.

Alec assentiu com a cabeça e depois riu.

– Já achou sua dristante Alec?

– Você não está na lista de pessoas ao qual eu contaria isso Cullen.

Me senti uma imbecíl quando ele disse isso por tentar me aproximar de um Vulturi, logo eu que odeio socializar. Me senti humilhada, então jurei que não ia mais fazer isso, vou ficar bem quieta.

Bateram na porta e Alec foi abri-la mostrando que a comida tinha chegado. Estava servida em uma bandeja e ele a colocou em minha frente. Tinha chá e biscoitos doces e salgados. Comi em completo silêncio enquanto Alec lia um livro.

Depois de um tempo peguei um livro também e quando me dei conta tinha ficado tarde e eu estava com muito sono.

Abri a porta do meu guarda-roupa, peguei um pijama e fui para o banheiro. Quando vesti meu pijama lamentei por ele não ser mais comprido, o mais perto que cheguei de dormir perto de um homem foi quando tive que dormir no quarto de Alice e Jasper.

Sai do quarto de Alec me deu uma bela olhada, ele nem disfarçou, me secou mesmo.

– Perdeu alguma coisa aqui? – perguntei apontando para o meu corpo.

Ele agora olhou para meu rosto e riu.

– Somos namorados agora e eu estou apaixonado por você – ele disse irônico – Posso dar minhas olhadas.

Eu não consegui deixar de rir e fui para a minha cama e deitei nela. Eu estava realmente cansada. Dormir quase que instantaneamente.

Acordei com o sol no meu rosto e a primeira coisa que vi foi Alec sentado na poltrona. Ele abaixou o livro.

– Achei que sua hora tinha chegado e que ia dormir para sempre.

– Qual a agenda para hoje?

– Vamos treinar um pouco e depois Jane vai vir aqui e te ajudar a se arrumar.

– Você quer dizer vem pra me matar.

– Ela poderia fazer isso, mas ela não vai – ele apontou a escrivaninha – Coma um pouco e depois coloque uma roupa confortável, porque eu te garanto que você vai suar bastante.

Eu comi e depois fui me arrumar. Coloquei uma roupa que deixou um pouco da minha barriga aparecendo e minhas coxas também. Coloquei um casaco jeans aberto para amenizar a situação.

Sai do banheiro, Alec sorriu e abriu a porta para eu passar na sua frente. Ele me entendeu sua mão e eu não entendi.

– Tem pessoas no castelo que não sabe que é farsa.

Entrelacei meus dedos nos dele e senti um calafrio percorrer a minha espinha. Suas mãos não eram ásperas como de Aro, muito pelo contrário, eram macias e frias.

Andamos pelo castelo desse jeito e eu estava deslocada. Atraímos vários olhares curiosos e um cara se meteu no nosso caminho.

– Vocês estão juntos? – ele perguntou de olhos arregalados.

– Sim, os Cullen vieram aqui para trazer minha amada para mim.

O homem olhou para mim e eu apenas sorri assentindo.

– Quem diria que Alec acharia sua dristante, e quem diria que ela é uma Cullen.

Alec apenas assentiu e continuamos desse jeito até uma sala grande.

– Não acho que vou conseguir continuar com essa farsa – falei sincera.

– Apenas concorde com o que eu digo.

A sala tinha minha família toda. Todos eles estavam treinando e olharam para mim e depois para minha mão e de Alec que estavam entrelaçadas.

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