Reinos Distantes

Capítulo 8 - A Festa de Kasane - Parte 2


- Droga, esse Len está demorando muito! Parece até que não sabe brincar de esconde-esconde! - reclamava Rin, escondida debaixo de uma mesa. - Aposto que ele me abandonou aqui e foi fazer alguma coisa mais produtiva neste baile. Estou aqui há horas esperando por ele, já não aguento mais ficar debaixo dessa maldita mesa! - exclamou a loira, saindo de debaixo da mesa, indo procurar seu irmão.

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Mas ela notara que algo estava estranho ali, todos do baile estavam reunidos aglomeradamente em um canto do salão, inclusive Len. Rin foi até a ele e perguntou o que estara acontecendo.

- Gakupo está brigando com o príncipe Kaito! - respondeu o garoto.

- O quê?? - perguntou Rin, pasma.

A garota, boquiaberta e paralisada por alguns segundos, voltara rapidamente ao normal e fora infiltrar-se dentro da grande roda de pessoas. Ao chegar no meio de todos, em um espacinho mais vazio, viu uma cena horrível bem à sua frente. Príncipe Kaito estara apontando uma espada fina e longa em direção ao pescoço de Gakupo, ameaçando-o.

- Escute aqui, guerreiro, - Kaito debochava- que tal acabarmos logo isso de uma vez? Só para poupar meu tempo, por favor. Não quero criar uma guerra justo agora.

- Pare, Kaito! - gritou Kasane, empurrando Gakupo para o lado e ficando bem em frente à ponta da espada do príncipe. - Você não era assim! O que houve com aquele garoto sentimental e querido que eu conheci há anos atrás??

- Kasane, você está do lado deles?? - perguntara Kaito em uma expressão de ódio nitidamente revelada em seu rosto.

- Não estou do lado de ninguém! Só peço para que vocês parem de brigar agora mesmo! Não estão vendo que isso não irá levar à nada a não ser a destruição de si mesmos??

Todos ficam quietos.

- IIIIIÇAA! - gritara Rin, pulando em cima de Kaito, sufocando-o e enchendo-o de socos.

- Sai de cima de mim, pirralha! - gritara o príncipe.

- Vamos sair daqui! - gritou Luka.

- Eu resgato a Rin! Fuja com o Len, seus criados e os meus aliados enquanto isso! - afirmou Gakupo.

Todos do salão começaram a se movimentar por todos os lados, a espada de Kaito estava no chão, ele tentava alcançá-la, mas Rin fazia de tudo para impedí-lo.

- Maldita! - xingou Kaito.

- Passe por cima do meu cadáver, monstro!

Naquele momento, Gakupo rapidamente tirara Rin de cima do príncipe, que logo se levantara e pegara sua espada para atacar. Gakupo carregou Rin em seus braços, correndo para a entrada do salão, por onde ele viu Luka fugindo.

- Quer sair é? Acho que não vai ser nesta vida que você irá sair desse castelo... - disse Meiko, infiltrando-se na frente de Luka e de Len.

Luka engoliu em seco.

Enquanto a confusão ia crescendo cada vez mais, Kasane saía correndo, subindo as escadas enquanto se derretia em lágrimas por ter sua festa arruinada.

- Kasane! - chamava Miku.

- Miku, vai embora, me deixa em paz!

- Não, eu estou aqui pra te ajudar!

- Não... preciso... - era duro para a ruiva dizer aquelas palavras, as palavras mal saíam de sua boca.

- Calma, o pior já está passando. - disse Miku, dando um abraço na amiga.

- Kaito... É... Um idiota... - dizia Kasane, com vontade de matá-lo mas, ao mesmo tempo, não tinha coragem de cumprir esse ato.

- Eu sei... - disse Miku, cabisbaixa e decepcionada com o que havia escutado vindo da boca do príncipe, aquelas palavras que ele dissera doíam em seu peito, mas, no fundo, Miku sabia que ele não era daquele jeito.

Meiko sorria ameaçadoramente para Luka.

- Não quero te machucar. - disse Luka.

- Me machucar?? - Meiko ria. - Eu duvido e muito disso.

- Saia da minha frente...

- Ou o quê? - perguntou Meiko, revelando uma espada que escondia atrás das costas, apontando ela em direção à Len, que tentava se afastar o máximo possível dela. - Posso começar por ele?

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- Por favor... Não me machuque... - o loiro se apavorou.

- Que tal, decapitarmos você? É uma morte mais rápida, garotinho!

- Deixe ele fora disso! - gritara Luka.

- Fique quieta! - gritou Meiko.

- Saia de perto do meu primo! - gritou Luka, pegando as raízes dos cabelos de Meiko e as puxando dolorosamente. As duas começaram a brigar e Len fugiu para longe dali, em direção à entrada.

Kaito corria atrás de Gakupo e Rin, acidentalmente acertando tudo quanto eram vasos, quadros e paredes com sua espada. Certa hora, Kaito atingiu de fininho o braço esquerdo de Gakupo, rasgando a manga de sua roupa.

- Voltem aqui! - o príncipe enlouquecido gritava.

- Pare, Kaito! - gritou Miku, se infiltrando bem à sua frente.

- Miku...

- O-o-olha... - Miku primeiramente gaguejava de tanta timidez, depois, respirou fundo, engoliu em seco e criou coragem para enfrentá-lo. - Por favor, não causemos uma guerra, nem agora, nem nunca mais! Por favor!

Kaito olhou seriamente para ela.

Após um tempo, se tocara de que Gakupo e Rin já estavam escapando.

- Você está me atrapalhando! - disse ele para a garota.

- Estou tentando ajudar você!

- Então não tente mais, querida camponesa.

Os olhos de Miku se encheram de lágrimas.

Kaito tirou uma das lágrimas do rosto da garota e a tocou com sua boca.

Miku levemente corava.

- Não posso... Kaito, preciso ajudar você!

- Por favor, Miku, não tente me ajudar. - ele repetiu, cabisbaixo e andando reto em passou curtos.

O coração da camponesa de cabelos azuis/verdes adoecia internamente, doendo tanto, mas tanto, tudo porque ouvira aquelas palavras do homem no qual era perdidamente apaixonada.

Enquanto isso, Meiko e Luka ainda brigavam uma com a outra, a flor de cabelo da princesa de cabelos rosados caira no chão enquanto ela brigara com a morena, sem ela ter percebido.

Gakupo pôs Rin no chão e ordenou que ela seguisse Len, ela obedeceu e entrou na carruagem onde seu irmão a esperara e o guerreiro fora ajudar sua amada a sair daquela briga com a princesa Meiko.

Fora mais fácil do que se esperara.

Gakupo deu um soco na nuca da morena, a mesma apagara naquele momento, caindo no chão, ao lado de sua espada.

- Vamos princesa Luka!

- Sim!

Os dois deram as mãos e correram para a carruagem, os cavalos aceleraram desde a partida e rapidamente eles fugiram daquele reino com seus criados e os aliados do guerreiro.

- Malditos! Não se esqueçam que eu estou declarando guerra contra vocês! - gritou Kaito, enfurecido.

Uma fina chuva começara a cair e todos que estavam dentro da carruagem estavam cabisbaixos e não diziam sequer palavra nenhuma.

Todos estavam se lamentando pelo acontecimento.

- Foi tudo culpa minha. - afirmou Luka.

- Não foi culpa sua. - disse Rin.

- Foi sim! Não devia ter escolhido justo ele para me casar!

- Foi culpa minha! Eu só queria que você e o Sir Gakupo ficassem juntos! - a loira gritou.

Todos ficaram pasmos e Rin se encolheu no banco, abaixando a cabeça.

Luka corava e olhava para fora, a chuva estava engrossando.

Todos continuaram cabisbaixos, inclusive Gakupo, que estava sério. Mas logo depois, sorriu de boca fechada para Rin.

Ao chegarem em seu reino, eles entraram no castelo e foram direto para seus dormitórios, sem nem ver o rei.

Luka deitava-se em sua cama e começara a chorar, ela se encolheu e logo adormeceu em um profundo sono, que nem mesmo isso a acalmou.

Gakupo sentou-se em sua cama, obviamente em seu dormitório, olhando sem pregar o olho para o chão. Ele pôs as mãos no rosto cobrindo-o, somente pensamendo a mesma coisa durante toda a noite:

" O que foi que eu fiz? "

Len e Rin sentaram-se em suas camas e ambos ficaram com insonia durante a noite.

Rin somente refletia sobre a situação. Não deveria ter convidado Gakupo para morar no castelo, assim, ele não teria ido ao baile e possivelmente Luka teria se casado com Kaito. Mas aí teria o problema da Meiko também, portanto, a culpa não era somente da garotinha loira.

Os guerreiros sobreviventes e os criados nada comentaram e foram fazer suas tarefas.

Ted ficava pensando em o quanto Kasane deveria estar triste àquela altura. Sentiu uma pontada no peito somente de pensar nela.

No reino de Kaito, não havia mais nada naquele salão além de tudo destruído: a decoração, os quadros, as flores, a felicidade das pessoas, e o pior de tudo: o aniversário de Kasane, que aquela altura, estava isolada em seu quarto, sendo consolada por sua amiga Miku.

Meiko abraçara Kaito por trás.

- Meiko, digo... Princesa, me solte, por favor.

- Eu sei que não foi culpa sua... Você só estava irritado, entendo você.

Kaito assustou-se, virou-se para a princesa Meiko e os dois se entreolharam, um olhando no olho do outro.

- Kaito, eu sei que vai achar estranho mas... Case-se comigo!

Kaito ficara pasmo, mas deveria tomar essa decisão, não poderia casar-se com Miku, por ela ser uma camponesa e agora não poderia se casar com Luka por estarem considerados inimigos em guerra. Portanto, deveria encarar os fatos: deveria ir contra sua vontade.

Ele sorriu para Meiko docemente.

- Eu quero casar com você. -mentiu para a morena.

Meiko sorriu e roubou um beijo do príncipe.

Kaito arregalou os olhos.

Miku, que viu a situação toda, derreteu-se em lágrimas, escondida dos dois. Ela tirara os sapatos prateados que Kasane emprestara e fugira chorando para o alto de uma colina.

O criado Pietro, que estava vendo tudo, abriu um grande sorriso e apenas encarou Meiko e Kaito, se aproximando deles.

- Então, temos um casamento a arrumar, certo? O que estamos perdendo? Vamos arrumar tudo o mais brevemente possível! - ele bateu palmas para chamar os criados.

- Pietro, não é nescessário... - Kaito sussurrou.

- Criados! Por favor, temos um casamento a organizar para amanhã! Arrumem tudo por favor porque nosso príncipe Kaito irá se casar!

Kaito não sabia onde enfiar a cara, já a princesa Meiko estava agarrada ao seu braço, só sonhando acordada com o casamento dos dois.

- Kasane! - Kaito exclamou, se lembrando da amiga, a quem deveria se desculpar. - Desculpe Meiko, tenho que falar com ela! - disse, saindo dos braços de Meiko e subindo correndo as escadas, dando alguns tropeços.

Ao chegar em frente ao quarto de Kasane, ele respirara fundo e batera na porta.

- Vá embora! - gritou a garota.

- Sou eu... Kasane, deixe-me falar com você... Por favor, só 5 minutos.

A garota pensara um pouco e concordara.

- Tudo bem.

Kaito entrara e levara um susto com Kasane sentada em sua cama, olhando fixamente para o príncipe. O brilho de seus olhos desaparecera, seu rosto não tinha mais o sorriso que Kasane costumava estampar. Era a primeira vez que Kaito vira a amiga naquele estado.

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- O que você quer? - perguntara Kasane.

Kaito também notara que Kasane estava com marcas levemente avermelhadas em volta de seus olhos, seus cabelos não estavam mais presos em dois rabos-de-porco e sim dois rabos-de-cavalo, lisos como nunca estiveram.

- Vai ficar só me encarando? Já se passaram 2 minutos! - disse Kasane, irritada.

- Me desculpe... por tudo.

- Você é aquele Kaito que eu conheci? O sentimental e doce, meu amigo Kaito ou o Kaito idiota que estragou minha festa?

O príncipe ficou quieto por alguns instantes.

- Acho que sou mesmo um idiota, Kasane... - Kaito se aproximava da garota e a abraçava - Me perdoe.

O abraço de Kaito era melhor do que de qualquer outra pessoa, um abraço confortador, que fazia o brilho dos olhos da doce Teto voltarem.

- Obrigada, acho que me sinto um pouco melhor agora.

- Kasane, me ajude...

- O que houve, amigo? Por que essa cara?

- Eu vou me casar com alguém que eu não gosto... Me ajude.