Redemoinho

03. Babá


— Ramona, você está no comando. Jackson, não faça nada estúpido, por favor. - DJ pediu enquanto depositava um beijo na testa do filho após fazer o mesmo com Ramona.

Os dois ficaram tomando conta de Tommy enquanto os adultos saíam para jantar, Max estava em uma festa do pijama e a nova bebê da família estava com o tio Jesse na casa dele. Ramona riu da cara que Jackson fez e segurou Tommy em seus braços para que ele não corresse atrás de sua mãe.

— Até parece que eu faço coisas estúpidas o tempo todo. - resmungou após a porta ser fechada.

— Você é quase um veterano e mesmo assim apostou com o Kily que conseguia saltar da janela do segundo andar em cima do trampolim. - relembrou seu feito da semana passada enquanto colocava o garotinho loiro no chão.

— E eu consegui!

— Mas se não tivesse conseguido uma hora dessas podia estar em uma cama de hospital em coma.

— Você tá parecendo a minha mãe agora.

— Talvez deva ser porque ela tenha razão! - afirmou impaciente sentando-se no chão para brincar com Tommy.

Jackson resmungou mais alguma coisa que ela não ouviu, e se jogou no sofá à procura do controle. Ramona continuou a brincar com Tommy, talvez ele se cansasse logo e fosse dormir.

— Nao tem nada pra fazer. Nada pra assistir. - O garoto começou a reclamar alto jogando a cabeça para trás no encosto do sofá. - Tá chato pra caralho aqui.

— Caralho.

— Jackson! - Ramona gritou irritada assim que ouviu Tommy imitar seu irmão. - Não pode falar isso, é errado. - se dirigiu ao bebê.

Caralho. - O pequeno repetiu rindo divertido da cara que Ramona fez.

A garota suspirou impaciente e lançou um olhar irritado para Jackson que abriu um sorriso amarelo.

— Se ele falar isso perto da sua mãe nem tente colocar meu nome no meio. Tá ouvindo?

Ele somente assentiu nervoso do tom altamente calmo que ela usou. Mas antes de pensar em responder algo ele sentiu seu celular vibrar e seu rosto se iluminou ao ler a mensagem recebida.

— A Rocki tá com a casa só pra ela. - contou animado e Ramona se levantou já prevendo até onde iria essa conversa.

— Não, não, não, não, não.

— Fala sério Ramona, ela tá sozinha e tá me chamando. É a minha chance de passar pra próxima base com ela.

— Tô nem aí pra que merda. - sussurrou a palavra. - de base você vai com ela. Eu não vou ficar sozinha com essa criança!

Ele se levantou e ficou de frente pra ela, colocou suas mãos em seus ombros e falou de maneira firme.

— Eu faria a mesma coisa por você.

— Faria nada. - disse ao soltar uma risada e afastar as mãos dele de si. - O máximo que você faria era esperar o momento menos constrangedor pra contar pra todo mundo pra onde eu fui. - acusou apontando o dedo em seu peito.

Ele pegou o dedo dela entre o seus e depois envolveu a mão dela na sua a olhando com carinho.

— Eu nunca faria algo assim, e se você me cobrir essa noite eu fico te devendo uma enorme. - propôs percebendo que ela não estava mais tão irredutível assim. - Olha Mona, eu vou perder minha namorada no próximo ano, ela vai estar a quilômetros de distância de mim e essa é uma das únicas oportunidades que eu vou ter pra ficar com ela. A formatura tá chegando e tudo vai ficar a mais confusão, ela não vai ter tempo pra nada e a gente vai se ver cada vez menos. Você adora uma história de amor, por que empatar uma de acontecer?

— Você é um tremendo idiota. - afirmou após ele terminar seu discurso. Tirando sua mão bruscamente da dele, ela cruzou os braços e começou a andar pela sala perdida em pensamentos, mas por fim tomou sua decisão. - Duas horas. Tô te dizendo Jackson, se você não tiver aqui dentro de duas horas eu mesma vou jogar você de cima da ponte com uma pedra de cem quilos amarrada em seu tornozelo. E não pense que eu não vou fazer isso. - ameaçou séria se aproximando devagar dele que recuou um pouco assustado, mas logo assentiu diversas vezes.

— Prometo que volto logo. - garantiu já se afastando em direção à porta. - Você é a melhor Ramona, e você sabe que eu te amo né? - perguntou já com o corpo do lado de fora.

Ela não teve como não sorrir ao ver a cabeça dele entre o vão, o sorriso bobo em seu rosto sempre a desarmava.

— Cala a boca e vai logo.

— Qualquer coisa me liga. - pediu antes de fechar a porta.

Ramona balançou a cabeça com um sorriso no rosto e logo voltou ao seu lugar no chão ao lado de Tommy.

— Parece que vai ser só nós dois Tommy-boy. - falou para o garotinho que abriu um sorriso fofo e lhe estendeu uma peça de seu brinquedo de montar.

Caralho.

— Eu ainda vou matar o seu irmão, e com a ajuda da sua mãe. - disse com uma voz engraçada enquanto mexia as sobrancelhas o fazendo soltar uma pequena gargalhada.

— Ah! - Ramona se virou para a porta quando ela foi aberta de repente e Jackson apareceu. - Pelo amor de Deus fecha essa porta. Só tá vocês dois aqui sua louca. - ele pediu precupado antes de sair novamente.

Ramona respirou fundo para acalmar as batidas aceleradas de seu coração e se levantou para trancar a porta resmungando irritada:

— Eu definitivamente vou matar esse garoto. <!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_190526_215929_276.sdoc-->

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!