Malina

O restante treino passou sem grandes problemas. Aliás, estava tudo excelente. Desde que o Kidou entrou para a equipa que os passes voltaram a ser certeiros, as técnicas não falharam e todos entendíamos finalmente o que se estava a passar com a equipa. O Ichinose também parecia divertido a treinar connosco. Devia ser um pouco desconfortável treinar com uma roupa normal e não com o equipamento, mas ele não se parecia importar muito com esse facto.

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—Rapazes, gostaria de vos ensinar uma coisa para que se recordem e mim. O que vos parece?

—Parece-me excelente!- assenti. Estava curiosa para saber o que seria.

—Podes dar-me uma mão, Domon?

—Estás a pensar fazer isso?- o que seria?

—Sim, o Tri-Pegasus.- Não era aquela técnica que o Domon e a Aki já nos tinham falado?

—Está bem.- Ambos olharam para Aki. A mesma sorriu e assentiu.

—A famosa técnica Tri-Pegasus!- estava ansiosa por ver essa técnica.

—Sim! Agora sim estou ansioso!

Acabamos por decidir que a técnica seria realizada pelo Ichinose e o Domon, juntamente com o Mamoru. Todos nós nos afastamos e fomos para fora do campo, para observar os três a realizar a técnica. Mal podia esperar para a ver completa!

Inicialmente pensei que até seria fácil, que não seria nada mais, afinal, o Ichinose e o Domon já a tinham realizado antes, porém nada estava a ser assim tão facilitado. Eles não estavam a conseguir fazê-lo. Sempre que tentavam encontrar-se no mesmo ponto, acabavam por estar descoordenados. Eles já estavam completamente exaustos e sujos de poeira. Queria tanto ajuda-los... Mas como?

—Voltamos a falhar.

—Isso é porque não coordenamos a nossa respiração, de certeza.

—Ao que te referes, Ichinose?

—Está muito claro que falhamos na hora de nos coordenarmos. Quando as nossas três linhas se unem tem de ser num só ponto com as três juntas.- Infelizmente isso estava longe de acontecer.

—Está bem. Outra vez.- Claro que o meu primo jamais iria desistir.- O Ichinose e o Domon também se levantaram.

—Sim.

—Bem, que remédio, não.- Sorri. Sim, acho que não havia outra alternativa.

Puseram uma vez mais a bola preparada para começarem a realizar a técnica. Cada um foi para a sua posição preparando-se para a iniciar uma vez a técnica, ou pelo menos tentar. Mais uma vez, o Ichinose é que tinha a bola, dando o sinal para que começassem a correr.

O Tri-Pegasus era uma técnica que permite rematar a bola com uma força assombrosa, mas são necessários três jogadores a correr com a sua máxima velocidade, cruzando-se num ponto ao mesmo tempo, que era aquilo que lhes faltava. Porém, desta vez parecia estar a resultar! Chamas azuis surgiram das três linhas feitas no chão, formando um remoinho do qual surgiu um belo Pégaso. Parecia que ia resultar! O Mamoru tentou realizar a técnica, mas o Ichinose e o Domon aperceberam-se tarde e a técnica acabou por desfazer-se, dando lugar a um vento fortíssimo que os atirou ao chão, de novo.

—Rapazes!- eles podiam magoar-se!

—Falharam outra vez!

—Estivemos muito perto.- O Ichinose tinha razão. Eles quase conseguiram encontrar-se no mesmo ponto.

—É evidente que a culpa de estarmos a falhar é minha. Só temos de olhar para a minha trajetória.- Realmente a linha do Mamoru era a mais separada das três- Sou o único que não consegue, e a minha linha une-se às outras num ponto errado.

—Têm de tentar ainda que seja um milhão de vezes.- Aproximei-me, encarando-os- Vocês estão perto de mais para agora se renderem!

—Sim. Tens razão! Vamos tentar outra vez e desta agora sim vamos conseguir.

—Claro que sim!- acreditava neles! Claro que iam conseguir.

—Está bem. Eu também não gosto nada de me dar por vencido.- O Domon fui o único a suspirar, coçando a nuca.

—De acordo. Podem contar comigo para me juntar a vocês.- Sorri.

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Dei a mão ao meu primo para o ajudar a levantar antes de me afastar. Eles voltaram ao início e preparam-se para começar uma vez e tentar realizar a técnica de uma vez por todas. O Ichinose deu a partida e começaram a correr todos ao mesmo tempo, à mesma velocidade, mas falharam uma vez mais. E outra vez... E de novo também. Várias vezes, aliás. Só que nenhum deles parecia disposto a desistir. Os três queriam realiza-la, principalmente porque o Ichinose ia embora, e todos nós queríamos vê-la pronta a ser usada, nem que fosse apenas uma vez.

—Se chegamos a esta altura do campeonato sem essa técnica, que sentido tem fazê-la?

—Não é necessário um sentido, Haruna.- Voltei a olhar para o campo. Não queria tirar os olhos de lá durante muito tempo- Trata-se apenas de que o Mamoru, o Ichinose e o Domon querem completar essa técnica os três juntos. Por isso não penses mais nisso.

—Os rapazes têm coisas que nunca irei entender.- Sorri. Eu até entendia. Compreendia o sentimento deles de querer realizar algo por muito que isso custasse, e quando se tratava de futebol, entendia-os ainda melhor.

—Só nos resta anima-los para que consigam!- a Aki tinha razão. Dali era tudo o que podíamos fazer.

—Sim!- as três sorrimos.

—Boa sorte!

*

Descia as escadas a correr. Quase me atrasava para o treino com o meu primo. A minha mãe obrigou-me a arrumar o quarto já que não o fazia há bastante tempo. Tenho andado tão focada nos treinos que acabei por esquecer o resto e ela, claro, deu-me na cabeça.

—Malina? Onde vais?- olhei por cima do ombro vendo a minha mãe aproximar-se da entrada enquanto me começava a calçar.

—Vou sair para treinar.

—Mas o treino já não acabou?

—Sim, mas é o treino especial com o Mamoru, lembras-te?- revirou os olhos.

—Ah sim!- suspirou- Tu e o teu primo exageram um pouco, sabias?

—Não exageramos nada! Apenas treinamos e damos o nosso melhor para conseguirmos vencer todos os jogos.- Sorriu.

—Eu sei querida.- Fechei o casaco e preparei-me para sair, até que me lembrei de algo.

—Mãe, hoje vou jantar na casa do...

—Do teu primo, eu sei.

—Como sabes?- já a tinha avisado?

—A tua tia ligou-me há pouco. Acabei de falar agora mesmo com ela quando estavas a descer as escadas. Pediu-me para ir lá ajuda-la a cozinhar. O Mamoru saiu de cada a dizer que iam lá jantar tu e os vossos amigos.- Ele realmente adietou-se.

—E vais?

—Claro! Assim sempre posso pôr a conversa em dia com a tua tia.- Ri. Fazia ela muito bem.

—Vou andando!- abri a porta para sair.

—E vai lá estar o Goenji, certo?- congelei- Isso quer dizer que vou poder conhece-lo finalmente! Saber como ele é, do que gosta...

—Até logo mãe!

Comecei a correr antes que ela começasse a divagar mais. Só a ouvi rir enquanto corria para bem longe. Encontrei o Mamoru pelo caminho, cumprimentando-me. Eu limitei-me a agarrar na sua mão e a correr até ao parque da torre, sempre de cabeça baixa sem dizer uma só palavra. A minha tinha realmente que dizer aquilo?! Ela com certeza iria falar sobre isso com a minha tia e depois iria espalhar-se pela família. Era bom que não o dissesse ao meu pai. Não duvidava que ele comprasse um bilhete para o primeiro voo com destino ao Japão só para estar nesse mesmo jantar.

O Mamoru perguntou-me o tempo todo o que se passava e o porquê de estar toda corada, assim que o larguei e abrandei o passo. Só lhe disse que não era nada. Ele tentou encarar-me antes de abrir um grande sorriso. Nem queria imaginar no que estaria a pensar, só esperava chegar depressa ao parque. E assim que chegamos topo das escadas, podemos ver lá a Natsumi, sozinha a encarar os nossos grandes pneus de treino. O que estaria ali a fazer?

—Olá.- Cumprimentei-a, e a mesma voltou-se para nós, surpreendida.

—O que estás a fazer por aqui?

—Não... Nada.- Trocamos um olhar. Porque haveria decidido ir ali?

A Natsumi foi a primeira sentar- no banco junto à árvore antes de nós o fazermos, ficando o meu primo no meio de nós. Ela parecia desanimada.

—O teu pai está pior?- seria isso?

—Não. Está melhor a cada dia que passa.- Então o que seria?

De repente, o meu primo agarro na mão da Natsumi. Fiquei um espantada para dizer a verdade, antes dele se levantar.

—Vem!- depois encarou- Tu também.- Ele limitou-se a dar um enorme sorriso- Há anos que não vais lá, não é?! Não sabia do que estava a falar.

O Mamoru pediu-nos para que subíssemos a Torre Inazuma. Claro que ele teve de ir à frente depois de finalmente perceber que a Natsumi não podia devido à saia. Chegamos lá a cima e quando me virei para a frente fiquei deslumbrada. Senti como se voltasse aos tempos de criança em que eu e o Mamoru subimos aquela torre depois de passarmos horas a jogar futebol. Sentavamo-nos a olhar para o horizonte, rindo e falando sobre tudo, principalmente futebol, claro; no que podíamos melhorar, o quão queríamos entrar na Raimon, tudo o que nos surgisse! Obviamente que a Natsumi também não podia deixar de estar espantada.

—De toda a cidade este é o meu lugar favorito!- olhei de lado para o meu primo. Ele assustou-se e acabou por perceber- Quer dizer, o nosso!- sorri, assentindo- Quando venho aqui, pensou que sou muito pequeno comparado com tudo o que me rodeia e assim tudo o que me preocupa perde a sua importância.

—Ai sim?- ainda assim a Natsumi não parecia melhor. Foi uma excelente ideia leva-la até ali, mas algo continuava a preocupa-la.

—Quero que saibas que não estás sozinha.- A mesma encarou-me, espantada- Que nos tens a teu lado a mim e a todos.

—E a mim também!- assenti. Claro que também falava do meu primo- É para isso que servem os amigos, não?
—Vocês...- o Mamoru pôs o braço por cima dos meus ombros, antes de ambos sorrirmos.

Ficamos a falar um pouco sobre a primeira vez que subimos até ao topo da torre e no facto de eu ter ficado aterrada antes de o conseguir. Era uma criança na altura! Claro que acabamos por nos lembrar de treinar. Não fizemos durante muito tempo já que tínhamos de voltar para casa do Mamoru.

Não tardou muito até os rapazes chegarem todos e o quarto do meu primo começar a ficar cheio. Alguns chegarem em grupos, pares e até mesmo sozinhos, que foi o caso do Goenji. A minha mãe cumprimentou-o de forma bem diferente e alegre, mas antes de passar por mais alguma vergonha, empurrei o Goenji escada a cima, despedindo-me dela e da minha tia, que ao parecer também já sabia de tudo. A minha mãe realmente não sabia ficar quieta. E com certeza quando fossemos jantar que ela não iria desistir de falar com ele.

O quarto do Mamoru acabou por ficar lotado com toda a equipa dentro dele. Era a única rapariga naquele espaço, mas não me sentia nada incomodada! Muito pelo contrário, era a única que se sentava em cima da cama porque os rapazes assim o decidiram enquanto todos ficavam no chão. Junto a mim estavam o Goenji e o Kazemaru, enquanto os outros rapazes faziam circulo à volta do Mamoru e do Ichinose. Estavam todos muito animados e era impossível não rir ou sorrir com a alegria daquele espaço. Claro que o meu primo se entusiasmou ao contar o que se passou no nosso primeiro jogo contra a Teikoku - pena que o Kidou não pode aparecer para falar sobre o mesmo -, e acabou por bater com a cabeça na do Kabeyama ao saltar num espaço tão pequeno. Só queria dar-lhe um sermão, mas não resisti a rir quando o levantar um pouco atordoado.

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Sentia-me muito sortuda! Muito mesmo! Tinha o privilégio de ser amiga de pessoas tão boas e divertidas como eles, com as quais podia estar tão à vontade, divertir-me e conversar sempre com um sorriso na cara, com a qual partilhava tanta coisa em comum, alegrias e até mesmo tristezas. Podia não ter muitas amigas, apenas as ajudantes da equipa, mas era feliz assim mesmo, tendo os meus companheiros como amigos. Não podia ser mais feliz.

*

O treino para aperfeiçoar o Tri-Pegasus ia começar. A mala que o Ichinose trouxera com ele para o campo só nos lembrava que aquela era última hipótese que eles tinham para a conseguir antes dele se ir embora neste mesmo dia. O Ichinose iria voltar para os Estados Unidos esta tarde. Desta vez trouxera uma roupa mais própria para treinar e todos pareciam prontos a realizar a técnica de uma vez por todas.

O Ichinose, no meio, ordenou que começassem a correr. Os três aceleraram o máximo que conseguiram e quando se encontraram no mesmo ponto, parecia que estava tudo bem, que estavam coordenados! Eles finalmente conseguiram saltar ao mesmo tempo, em direção ao grande Pégaso que continha já a bola no ar, porém, a técnica desfez-se antes de chegarem a ela, atirando-os ao chão.

—Raios!

—Estivemos tão perto.

—Ainda há tempo.- Espero que o Ichinose tivesse razão.

—Mais um vez.- E os três levantaram-se.

Entrelacei os dedos uns nos outros fechando os olhos. Só me restava desejar boa sorte e apoia-los. Queria tanto fazer algo! Custava-me ficar a vê-los sem poder fazer absolutamente nada.

"Um Pégaso..."

O tempo continuava a passar e nada.

"Onde é que eu ouvi sobre aquele cavalo alado?"

Nada parecia mudar.

"Pégaso..."

Já sabia! Ia ajuda-los.

—O que estás a fazer, Malina?- voltei-me para os do primeiro ano, sorrindo.

—Acabei de me lembrar de uma história que me contaram quando era muito pequena.- Ri. Não era propriamente o momento para recordar histórias infantis, mas talvez ajudasse- E nessa história era necessária a oração de uma donzela para que o Pégaso voasse.- Sorri antes de continuar a ir na direção deles os três.

—Malina...

—Rapazes, eu serei vértice. Marcarei o ponto onde terão de convergir as três tragetórias.

—Mas Malina, não o podes fazer. É muito perigoso.- O que o Kabeyama dissera era verdade, mas tinha de tentar.

—Não irá acontecer nada. Confio plenamente nos três.- Todos se levantaram, encarando-me.

—Malina...- o Mamoru foi o único a sorrir-me.

—Contamos contigo.

—Mas capitão, se ela estiver naquele ponto e voltam a falhar técnica, então...- o meu primo ergueu o punho, sorrindo para o Kurimatsu. Agradecia a preocupação dele.

—Pois, por isso mesmo vamos fazê-lo bem porque a Malina confia em que nós três vamos consegui-lo, não é?- o Ichinose e o Domon pareciam um pouco espantados- Porque quando um coração acredita...

—Devemos responder com ações, não?- o Ichinose agora lia mentes?! O Domon limitou-se a suspirar e a coçar a nuca.

—É igualzinho àquele então, não?- a meu lado já estava a Aki, sorrindo. O que queria dizer? Encarei o Ichinose, que me fitava.

—Na primeira vez que realizamos a técnica Tri-Pegasus, a Aki colocou-se no ponto de encontro, tal como a Malina vai fazer agora.- Olhei para a própria e vi-a assentir- Há três anos disse à Aki o mesmo que tu disseste agora, Endou; quando um coração acredita...

—Devemos responde com ações.- Ambos me encararam e assenti. Só faltava o Domon concordar, mas mal olhamos para ele, o mesmo assentiu, concordando.

Estava decidido e eu estava pronta. Fui para o meio de campo enquanto eles se preparavam para começar a correr. Sentia o meu coração a mil. Claro que confiava neles, tinha a certeza que seria agora que eles iriam conseguir realizar a técnica. E fechei os olhos assim que começaram a correr. Ia correr tudo bem.

Correram na minha direção e passaram por mim a toda a velocidade. Consegui ouvir uma vez o relinchar do Pégaso e quando me voltei, vi a técnica o Ichinose chegar à bola, de seguida o Endou e por último o Domon, rematando a bola com um dos pés com toda a força, acabando com a bola na baliza.

—Conseguimos!- quando dei por isso, os rapazes estavam a abraçar-me e não consegui conter a emoção, abraçando-os também.

—Conseguimos! Nós conseguimos!- sentia as lágrimas virem-me aos olhos.

—Sim! Conseguimos, Endou! Muito obrigado, Domon!- o mesmo riu-se.

—De nada.

—Vocês são fantásticos, rapazes.- Sentia as lágrimas escorrerem-me pela face.

—Vocês são fantásticos!- de repente, só se ouviu a voz dos rapazes do primeiro ano por trás de mim. Quando percebi, também estavam a abraçar-nos.

—Vocês...- sorri ao vê-los, vendo-os satisfeitos.

—Estávamos decididos a proteger a nossa querida companheira, não é?

—Rapazes...- sem dúvida que tinha os melhores companheiros do mundo. Com certeza que o Mamoru estava orgulhoso deles.

—É verdade. Mal as chamas azuis apareceram, eles puseram-se logo à minha frente...- olhei para todos eles- Protegendo-me. Muito obrigada, rapazes!- ficaram todos um pouco embaraçados.

—Claro! Tínhamos de tomar medidas para te proteger.

—A sério, rapazes? Fico tão feliz por vos ouvir dizer isso!- agarrou no Kurimatsu pelo pescoço e começou a esfregar-lhe o cabelo- Obrigada por protegerem a minha querida prima.- fiquei um pouco espantada com as palavras dele, mas muito feliz.

—E para o caso de não sermos suficientes, preparamos reforços, capitão.- Foi então que olhei para os rapazes e vi que tinham a caixa de primeiros socorros à mão e uma maca caso acontecesse algo. Aquilo tinha sido tudo por mim? Eles preocuparam-se a esse ponto?

—Rapazes...- o Mamoru puxou-me para junto dele e abraçou-me, chorando- Muito obrigado.- Começou a chorar para cima do meu ombro, fazendo um enorme drama enquanto lhe batia na cabeça, rindo um pouco constrangida.

—Endou! Malina!- o meu primo soltou-me e ambos nos voltamos para o Ichinose- Estou muito feliz de vos ter conhecido. De vos ter conhecido a todos!
Ambos agradecemos, vendo-o dar um enorme sorriso. Era uma pena ele ter de partir.

*

—Será aquele o avião em vai o Ichinose?- não conseguir tirar os olhos do céu alaranjado, vendo o avião passar e deixar um rasto branco para trás. Talvez nunca mais o voltássemos a ver.

—Sim, é possível.

—Ouve, Ichinose! Temos de voltar a jogar futebol!- queria tanto que as palavras do meu primo chegassem àquele avião.

—Está bem. Então joguemos.- Os três voltamo-nos para trás, dando de caras com o próprio Ichinose, encostado à sua mala de viagem.

—Ichinose!

—Mas como...

—Foi a primeira vez que me divertir tanto a jogar futebol, por isso, quando chegou a hora não conseguir ir embora.- Retirou o bilhete de avião do bolso das calças- Vou ficar durante mais algum tempo.

—O-Olha...- antes de puder terminar, o próprio já estava a rasgar o bilhete, deixando os pedaços de papel voar.

—Agora mesmo tenho imensa vontade de uma coisa; quero jogar futebol com vocês e com toda a equipa!

—Então é só unires-te à Raimon!- afinal poderíamos jogar novamente futebol com alguém tão fantástico como

—Sim.- Ambos apertaram as mãos- Muito obrigado!

—Digo o mesmo.- Coloquei a minha mão sobre as deles.

—Bem vindo à equipa, Ichinose!

Todos os rapazes acabaram por se juntar a nós, pondo também as suas mãos em cima, dando as boas vindas ao nosso novo companheiro! Era tão bom ver a equipa a crescer; novos companheiros, novos desafios, técnicas e amizades. Havia alguma mais assim tão valioso que o futebol me queria oferecer?

—Rapazes!- assim que ouvimos a Haruna gritar, vindo a correr até nós, todos nos voltamos para ela. Parou junto a nós, ofegante. O que se estaria a passar?- Já sabemos contra quem jogaremos o próximo jogo.- Afinal era isso!

—E quem são?

—Pois...- algo não batia certo- Os nossos próximos rivais são...- e olhou para o Goenji- A Kidokawa Seishuu.- Todos encaramos o Goenji. O próprio não sabia como reagir.

Goenji...