Recomeço

Ciúmes e Tolices


No Olimpo, a deusa mais bela do lugar observava curiosa, o desenrolar daquela conversa entre os dois semideuses. Ela, como deusa do amor e do sentimento romântico estava atenta a qualquer interesse romântico entre eles. Por que desse interesse? Bem, enquanto ela retocava a maquiagem, já perfeita, um alarme interno tocou. Isso significava que um romance estava para acontecer. Imediatamente ela correu para o espelho mágico para saber de quem se tratava. Ficou surpresa.

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Ela sabia que era cedo demais para acontecer. Entretanto, no fundo de seu ser ela tinha esperança de que um romance poderia nascer daquela amizade. Afrodite queria muito ajudar Percy a encontrar um novo amor, pois o último foi uma grande decepção para a deusa. Ela não esperava que Annabeth fosse recusar uma vida normal ao lado dele. Ela pôde sentir a mágoa e a tristeza do semideus. Por dentro Afrodite queria estrangular a semideusa. Como ela pôde fazer isso com a única pessoa que a amava e que fez tudo por ela? Ela teria uma vida feliz ao lado dele. Mas nããão, ela botou o rabo entre as pernas e preferiu uma vida mais cômoda sem precisar se preocupar com o futuro.

Para Afrodite, essa atitude covarde foi uma afronta. Não, ela não ia deixar passar. Amaldiçoou Annabeth, ela nunca seria amada, ninguém se sacrificaria por ela. Por causa disso, Percy fechou seu coração, ele não queria amar tão cedo, mas a aparição daquela semideusa podia mudar tudo. Por isso a deusa vigiava o casal com interesse.

Enquanto fazia isso, Hera e Héstia aproximaram-se e se postaram ao lado da deusa do amor.

— Esse é o Percy? E quem é a garota? – perguntou Héstia.

— É uma filha de Apolo que chegou recentemente ao acampamento – respondeu Afrodite.

— Hummm. E o que você está aprontando? – perguntou Hera desconfiada. – Por favor, Afrodite não vá causar problemas ao Percy, você viu o que aconteceu da última vez.

— Oh, aquilo não foi culpa minha. A garota foi uma ingrata. Pôxa, eles se amavam, por isso eu dei uma ajudinha. Mas quanto a esses dois, por enquanto não vou intervir, vou deixar que as coisas aconteçam naturalmente. Não quero ter outra decepção.

— O Percy merece ser feliz ao lado de alguém de bom coração – diz Hestia.

— Concordo – falou Hera.

As três deusas ficaram observando o casal enquanto passeavam pelo acampamento.

Percy e Elisa ficaram amigos inseparáveis. Eles eram vistos constantemente juntos. Os cochichos quando os dois passavam eram constantes. Mas eles não ligavam, mas havia alguém que não estava gostando nem um pouco daquela amizade. July, a pequena filha de Afrodite, passou a ficar chorosa depois que Percy passou a andar com Elisa. Ficava trancada no chalé, escondia-se debaixo das cobertas e não queria falar com ninguém, nem mesmo com seu irmão.

Drew Tanaka, que depois de Piper ter virado uma deusa, voltou a ser a conselheira do chalé de Afrodite, tentou tirar a menina do chalé na marra. Ela não queria que seu dia fosse estragado por uma pirralha mal criada e chata.

— Anda garota, levanta daí. Não seja mimada.

— Eu não quero. Me deixa em paz.

— O que está acontecendo com você, por que está assim?

— Ela tá assim por causa dele – responde Joseph, irmão de July.

— Dele? Quem? – perguntou Drew.

— Do Percy – responde Joseph.

Drew arregala os olhos asiáticos e dá uma risada.

— Hahaha. Então é isso, está apaixonada?

— Não tô não – negou a pequena.

— Está siiimm – cantarolou a outra.

— NÃO TÔÔ!!! – gritou a pequena e voltou a chorar.

— Bom, então fique aí se acabando de chorar enquanto ele fica no bem bom com a outra. Fui.

Drew sai do chalé e deixa os dois irmãos a sós.

— July, por favor, pare de chorar. Você vai acabar ficando doente.

A menina soluçava, mas havia parado de chorar.

— Irmão, pode me deixar sozinha?

— Você promete não chorar de novo?

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— Prometo.

— Tudo bem. Vou dá uma volta.

— Obrigada.

O garoto sai e deixa a menina sozinha. Ela sai de debaixo do cobertor e senta na cama. Vai ao banheiro e lava seu rosto, volta pro quarto e pega a sua mochila que já estava arrumada. Ela deixa um bilhete para o irmão e sai do chalé. Ela olha com cuidado, não havia ninguém por perto, ela corre direto para os estábulos. Havia somente um pégaso, uma fêmea de nome Blaze, o animal já a conhecia, por isso não estranhou quando ela a montou.

— Olá Blaze, vamos dá uma volta?

Por que você está sozinha? — perguntou o pégaso, mas a menina não podia ouvi-la. Ela foi puxada para fora da cerca e a menina montou.

— Vamos Blaze.

A égua seguiu em frente correu pelo campo e alçou voo.

— Vamos para aquela direção – indicou a menina.

Mas aquela direção é a cidade.

Novamente o pégaso argumentou, mas em vão.

No ínterim, Joseph volta para o chalé e não encontra a irmã.

— July – ele chama.

Ele vai até a cama e vê o cobertor desarrumado ele corre para o banheiro, mas a menina não estava.

— JULY!! – ele grita desesperado. Só então ele vê o bilhete em cima de sua cama. Ele o pega e lê.

“Querido irmão.

Estou indo embora, voltarei para casa. Não se preocupe comigo.

July.”

Joseph corre pra fora do chalé com o bilhete. Ele vê Percy conversando com Elisa e corre até ele.

— Percy – chama o menino esbaforido. – Ainda bem que te encontrei.

— O que aconteceu?

— A July – diz o garoto tentando recuperar o fôlego. – Ela fugiu. E é tudo culpa sua – acusou o garoto.

— Ei, ei, vai com calma. Como assim a culpa é minha?

— Desde que você passou a andar com essa aí, você não deu mais atenção a ela. Por isso ela foi embora. Se acontecer alguma coisa com a minha irmã nunca vou te perdoar – falou o garoto bravo.

— Calma. Há quanto tempo ela sumiu?

— Não faço ideia. Ela só deixou esse bilhete dizendo que ia para casa. A minha irmã é muito tola, ela não sabe se cuidar sozinha.

— Tudo bem, eu vou procurar por ela. Acho que sei como ela saiu.

Percy corre direto para os estábulos. Todos os pégasos estavam nas baias. Menos um.

E aí chefe — falou Blackjack.

— Blackjack, de quem é aquela baia vazia?

É da Blaze. Ela não deveria ter saído. Ela está com uma asa machucada.

— Blackjack precisamos procurá-la é urgente.

Vamos lá chefe.

Enquanto isso July e Blaze continuavam sua viagem. No entanto, Blaze estava começando a se cansar, ela ainda não estava recuperada do machucado na asa esquerda. Então começou a perder altitude. Ela estava tentando estabilizar o voo, mas não adiantava, sua asa machucada estava doendo muito. July por sua vez, não percebia a agonia do animal. Foi então que sentiu que estavam perdendo altura.

— Blaze, o que foi?

Minha asa. Não consigo mais.

Então o pégaso foi caindo rapidamente em direção ao mar. July se segurava firmemente para não cair.

— BLAZE!! – a menina gritou.

O pégaso estava perigosamente perto da água. Para ele não seria problema, pois os pégasos são descendentes de Pégaso, filho de Poseidon, mas seu peso poderia esmagar July. O animal tentava amenizar a queda batendo furiosamente a asa direita. Mas antes que caísse um chafariz de água vinda do mar amenizou a queda. Um pégaso negro se colocou ao lado de Blaze.

— July.

July estava de olhos fechados para não vê a queda. Mas abriu quando ouviu alguém lhe chamar. Ela olhou para aqueles olhos verdes e chorou.

Percy conseguiu levar Blaze e July a salvo para terra seca. Ele desceu de Blackjack e ajudou July a descer.

— Você está bem?

A menina assentiu. Percy então foi ver Blaze. A égua estava envergonhada.

Desculpe-me senhor, eu não deveria ter vindo tão longe.

Não deveria mesmo. Mas está tudo bem agora. Como está sua asa?

Dói muito.

Percy a examina e então usa a bênção de seu pai. Ele usa água do mar para amenizar a dor.

Pronto. Isso vai amenizar a dor.

Obrigada.

Descanse.

Então se vira para July que estava de cabeça baixa. Não tinha coragem de encará-lo.

— Bem, mocinha. Temos muito que conversar.

A menina não deu uma palavra.

— July. Olhe para mim – disse suavemente. – Não estou zangado com você.

A menina levanta a cabeça e lágrimas escorrem pelo seu rosto. Percy as limpa com as mãos e diz:

— Por que você fugiu? Isso foi muito perigoso. Você poderia ter morrido.

A menina não parava de chorar. Ela soluçava. Então Percy a puxou para si e a abraçou. A menina caiu em prantos molhando a camisa do herói. Ele por sua vez deixou que ela chorasse até se acalmar.

— Pronto, já passou – ele falava calmamente para tranquilizá-la. – está melhor?

Ela assente.

— Muito bem, agora me conte, por que fugiu?

— P...p...porque... v...você não gosta mais de mim – disse a menina envergonhada.

— Quem disse isso? É claro que gosto de você.

A menina o olhou nos olhos. Filhos de Afrodite tinham a capacidade de sentir o que os outros sentiam. July, apesar de ser ainda uma criança, também tinha essa capacidade. E o que ela viu nos olhos de Percy era a verdade.

— Me desculpe, eu sou uma tola.

— Nunca mais faça isso viu? A culpa também foi minha. Por isso te peço desculpas. Amigos?

— Amigos – disse ela sorrindo. E os dois selam esse acordo cruzando os mindinhos um no outro.

— Vamos voltar porque seu irmão está muito preocupado.

Ele coloca a menina em Blackjack e monta atrás dela. Blaze voava sozinha. E os quatro voltam ao acampamento.