Recomeçar
Capítulo 17
O dia de Natal havia chegado. Nevava muito, estava muito frio. Melanie deixou Hazel na casa de Samantha e foi para o laboratório. Tudo estava decorado com artigos natalinos e havia uma grande árvore de Natal na recepção.
– Oi gente. – ela disse se juntando aos amigos, que estavam na sala de convivência.
– Oi. Feliz Natal. – eles disseram praticamente ao mesmo tempo.
– Feliz Natal. Vocês não sabem o frio que está lá fora!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Eu acabei de chegar também. Eu não sinto os meus dedos. – disse Jo. – tome um chocolate quente e se junte a nós. – ela disse lhe entregando o copo de chocolate quente.
– Não tivemos nenhum chamado ainda? –ela perguntou surpresa.
– Ainda não. – disse Lindsay.
– Estou começando a acreditar nesse negócio de espírito Natalino.
– Melhor pegarem seus casacos. Temos um caso. – disse Mac entrando na sala. – O Don acabou de me ligar.
– Acho que eu estava errada. Nem no Natal as pessoas dão um tempo. – Melanie suspirou e eles foram para o lugar. Era uma casa grande. A faixa amarela isolava a cena. Havia muita neve em volta do imóvel. Melanie atravessou a faixa e viu Adam tirando algumas fotos do local.
– Não sabemos quem é a vítima. Mas, ela é mulher, entre dezesseis e vinte anos. – disse Don, com sua caderneta na mão. – o proprietário da casa disse que ele foi retirar a neve da frente da casa com aquela mini carregadeira ali. – ele disse apontando. – depois ele percebeu que o cachorro estava latindo e desceu pra ver o que era. A vítima estava enterrada ali.
– Pelo jeito a um bom tempo. – ela disse olhando para o corpo decomposto.
– Não sei se você se lembra, mas uns dois anos atrás, uma garota mais ou menos dessa idade desapareceu. Foi o turno da noite que investigou este caso. Ela morava nesta casa. – ele comentou.
– Rebecca Fields. Nunca encontraram corpo, nem assassino. Você acha que pode ser ela?
– Não sei. Será que o possível assassino enterraria o corpo da sua possível vítima no próprio quintal dela?
– É óbvio demais pra polícia procurar. Ai se torna a desova perfeita. – ela se juntou a Adam e começou a coletar o pouco de evidências que eles tinham. Depois voltou ao laboratório e pegou o arquivo com todas as evidências do caso de Rebecca Fields, para analisá-las com mais calma. Lindsay a ajudou.
– O depoimento de quatro amigas de Rebecca Fields. – disse Lindsay. – eu lembro que quando esta garota desapareceu, essas quatro meninas estavam junto. Só que parece que elas haviam ido numa festa e haviam usado drogas e bebido, então dormiram. Quando acordaram, ela não estava mais lá. Elas saíram para procurá-la, mas foi em vão.
– E a família dela?
– Se mudou para Miami depois que fecharam o caso.
– Garotas? – disse Sheldon. - o Dr. Sid Hammerback as aguarda na sala de autópsia.
– O resultado do DNA já saiu? – Melanie perguntou.
– Sim e vocês não vão acreditar. – os três seguiram para a autópsia.
– Oi doutor. Diga que conseguiu alguma coisa. – Melanie disse.
– Olá. Eu consegui sim. Essa moça é Rebecca Fields. Ela morreu por causa de uma forte pancada na cabeça feito por algum objeto cortante. Vejam este ferimento no crânio. – disse aproximando o rosto da cabeça do cadáver e apontando para o corte. – ao que tudo indica, ela foi enterrada ainda viva e sangrou até morrer.
– Conseguiu retirar alguma coisa debaixo das unhas? – perguntou Lindsay.
– Eu retirei isso aqui, não sei se lhes vai ser útil. – ele disse lhe entregando o recipiente. E tem mais uma coisa: ela estava grávida.
– Grávida? De quanto tempo?
– Dois meses e pouco.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Obrigada, doutor. – elas voltaram para o laboratório. Melanie foi até a mesa de Flack para lhe avisar sobre a identificação do corpo. Ele estava conversando e dando risada com uma mulher bonita, de traços latinos.
– Oi amor. – ele disse quando percebeu que ela estava lá.
– Oi. Então, a moça que encontraram enterrada na casa é Rebecca Fields.
– Depois eu converso com você. – ele disse a mulher.
– Tudo bem. – ela sorriu e foi para sua mesa.
– Que bom que a identificaram. – ele disse.
– Você avisa aos pais?
– Pode deixar.
– Obrigada. – ela deu meia volta, mas ele puxou seu braço.
– O que você tem?
– Nada. – mentiu.
– Eu te conheço. O que foi?
– Quem era ela?
– Ah, você está com ciúmes dela...
– Eu não disse que eu estava com ciúmes, eu...
– É a Jamie. Jamie Lovato, nova detetive.
– E vocês ficam muito tempo juntos?
– Ah, qual é Mel? Relaxa. Você, a Hazel, a Samantha e a vovó são as únicas mulheres da minha vida.
– Tá. – ela disse. – tenho que voltar ao trabalho.
– Tudo bem. – ela virou as costas e quando estava chegando na porta, Flack a chamou.
– Mel! – ela se virou e olhou para ele. – eu te amo. – ele sorriu.
– Eu também te amo. – ela se virou e foi para a sala de análise. Pegou as fotos de todos os interrogados e suspeitos e colocou-as em cima de uma mesa. Analisou pessoa por pessoa, por um longo período de tempo. Até que Danny entrou na sala.
– Oi Danny.
– Oi Mel. Parece que você não está com sorte hoje, não é mesmo?
– Não.
– Pode se animar. Sabe, eu analisei o conteúdo que o Sid retirou de baixo das unhas da Rebecca à procura de algum DNA.
– Diga que você encontrou algo, por favor.
– Eu encontrei DNA de um homem. A nossa sorte é que os professores são todos registrados no sistema.
– Ele não era professor? – disse apontando para a foto de um dos interrogados.
– Landon Salander? Ele não morava na cidade na época do desaparecimento. Chegou um ano depois, mas parece que ele era amigo do irmão da vítima.
– Então quem é?
– Allan Avis. – ele disse lhe entregando a ficha.
– Ele é pai de... – disse procurando a foto.
– Victoria Avis. Uma das amigas da vítima. – disse apontando para a foto de uma menina de olhos pretos e com cabelos da mesma cor, com algumas mechas azuis.
– Vamos trazê-lo aqui.
Pouco tempo depois, Allan Avis já estava sendo interrogado por Mac e Danny. Melanie e Jo estavam do lado de fora.
– Então senhor Avis, nos conte sobre a noite do desaparecimento de Rebecca Fields. – disse Mac.
– Eu estava em casa com a minha esposa.
– Ela pode confirmar isto?
– Ela morreu há cinco meses.
– Qual era o seu relacionamento com as amigas da sua filha?
– Elas estavam toda hora em casa, sempre rindo. São boas garotas.
– E Rebecca? Nós sabemos como ela era. Rica, bonita, geniosa, manipuladora.
– Eu, eu não sei do que vocês estão falando.
– Não sabe? Como o seu DNA foi parar debaixo das unhas dela?
– Eu... Eu quero um advogado.
– Como quiser. – Danny disse e os dois saíram da sala.
– O que vocês acham? – Mac perguntou as duas.
– Ele está nos escondendo algo. – disse Jo.
– Ele ficou visivelmente nervoso quando vocês tocaram no nome da vítima. – disse Melanie.
– Sim. Agora vamos esperar o advogado dele chegar. – disse Danny.
Eles saíram de lá e foram para a cantina do departamento pegar um café. Quando Melanie estava indo falar com Flack, Adam a chamou.
– Hei, Mel!
– Oi Adam?
– Aquela sua amiga médica está ai. Ela quer falar com você.
– Obrigada. – ela sorriu e foi até a recepção.
– Feliz Natal, Melanie. – ela disse com um sorriso nos lábios.
– Feliz Natal, Savanah. O que te traz aqui?
– Eu queria ver a minha amiga. E te contar uma coisa.
– Conte, você sabe que eu odeio ficar curiosa.
– Sim, eu sei. Mel, eu a Abigail vamos ter um bebê.
– Sério? Eu não acredito! Vocês conseguiram fazer a inseminação. Eu estou tão feliz por vocês! – ela disse dando-lhe um abraço.
– E você vai ser a madrinha, okay?
– Claro que eu vou. Mais qual de você vai...
– Eu.
– Vocês vão ter um bebê lindo. Eu tenho certeza.
– E o seu bebê? Como vai?
– Bem. Ela está com a Sam.
– Ai meu Deus!
– O que foi?
– Aqueles não são os Fields? – ela disse olhando para um casal que saia do elevador.
– São. Você os conhecia?
– Claro. Eles eram vizinhos da Pamela. Aquela minha namorada texana, lembra?
– Oh, sim! Aquela que usava drogas?
– Ela não usava drogas.
– Ah, usava sim.
– Tá legal. O que eles estão fazendo aqui?
– Encontraram a filha deles.
– Morta?
– Sim, morta.
– Eu sinto muito em dizer isto, mas aquela garota era uma vadia. Ela era a “abelha rainha” do grupo. A Pamela me contava que ela as tratava muito mal. As garotas faziam tudo o que ela queria. Era uma manipuladora.
– Mais ela não merecia morrer do jeito que morreu. Ela foi encontrada enterrada no jardim da casa que morava.
– Ai meu Deus. Sério? E quem vocês acham que foi?
– Eu sei que você é minha amiga, mas eu não posso dar detalhes do caso.
– Ah, claro. Eu preciso ir. Vou jantar na casa da vovó. – ela deu um beijo no rosto da amiga. – se cuida. E manda um abraço pro Don.
– Pode deixar. Se cuida também. – Savanah foi embora e ela se virou para voltar ao interrogatório. Estava distraída e trombou em Flack, que derrubou café me sua blusa.
– É a segunda vez que você faz isso, Flack. – ela disse com cara de brava.
– Você não olha pra onde anda. – ele riu.
– Engraçadinho. Vou me trocar. – ela foi até o vestiário e ele foi atrás.
– Você tá esquisita demais hoje, Melanie. Eu já disse que não precisa você ter ciúmes da Jamie. Eu te amo.
– Tá, tudo bem, mas ela é uma mulher atraente, Don. E eu vi o jeito que vocês dois estavam conversando e...
– Você só pensa besteira, pelo amor de Deus!
– Eu só estou um pouco insegura, Don.
– Eu não trocaria este belo par de olhos verdes por nenhum outro, Mel. – ele disse segurando delicadamente seu rosto.
– Vou acreditar em você. – ela sorriu e depois trocou a blusa. Voltou logo em seguida para o interrogatório.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Então, senhor Avis, por favor, nos conte tudo o que aconteceu. E dessa vez, sem pular a parte que você mata a Rebecca, tudo bem? – disse Danny.
– Na polícia se ensina a julgar os outros, detetive Messer? – perguntou o advogado.
– Não, mas nós aprendemos a desconfiar dos outros, doutor.
– Eu vou falar. Eu me calei por dois anos. Não aguento mais.
– Cuidado. – disse o advogado.
– Tá tudo bem. No dia que a Rebecca desapareceu, eu fui falar com ela. Ela estava me chantageando. Nós tínhamos um caso.
– Ai você descobriu que ela estava grávida e...
– Ela iria arruinar meu casamento. Arruinar minha relação com meus filhos. Ai quando ela me disse isso, eu peguei uma enxada e bati na cabeça dela. Eu fiquei desesperado e a enterrei ali no quintal mesmo. Depois, minha mulher e eu decidimos ir morar na Espanha. Voltamos há seis meses.
– Pode levá-lo. – disse Mac ao policial.
– Que loucura. – disse Melanie se virando para Jo.
– É. Eu não sei onde vamos parar. Os seres humanos me assombram.
– A cada dia que passa, eles ficam piores.
Já passava das onze quando eles saíram do laboratório. Melanie e Don passaram na casa de Sam para pegarem Hazel, que estava dormindo.
– A Savanah passou lá no laboratório hoje. – Melanie disse, quando já estavam indo dormir.
– Sério? O que ela queria?
– Ela está grávida.
– Que legal. Elas conseguiram encontrar o “doador de sêmen perfeito”?
– Sim, conseguiram. – ela sorriu.
– Fico feliz por elas.
– Eu também. – ela pegou um pote de creme, colocou uma quantidade nas mãos e começou a passá-lo pelas pernas. Flack observava cada movimento que ela fazia. – o que foi? – ela perguntou.
– Nada. Só estou olhando como você fica bonita nesta camisola.
– Don, hoje não.
– Que pena. – ele se cobriu e ela terminou de passar o creme. Apagou a luz e se cobriu também.
– Boa noite. – ela disse.
– Boa noite. – ele respondeu.
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