Reciprocidade

Minha navegadora.


Depois do desagradável encontro com Trafalgar Law, onde seus corpos foram trocados pela habilidade do cirurgião, a tripulação dirigiu-se para outro canto de Punk Hazard. Sanji fora o único beneficiado com aquilo, os outros companheiros estavam nervosos demais para pensar nas prioridades de agora. As crianças mantidas dentro do laboratório antes também os acompanhavam e até mesmo divertiam-se com o ciborgue.

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— Onee-san, solta aquele raio de novo! — um deles pediu.

— Eu não sou o Franky! — Nami estava desolada naquele corpo, ninguém era capaz de entendê-la.

A navegadora sentia falta do peso de seus seios, do seu cabelo e principalmente de poder caminhar sem preocupar-se em esbarrar e levar alguém junto. Franky era acostumado a suportar todo aquele peso, ela não.

As crianças não colaboravam muito, chamavam-na de sem graça e insistiam em dizer que queriam de volta o Franky que sabia fazer coisas super divertidas.

Sanji os deixara junto de Zoro e Brook para procurar a outra metade do corpo de Kinemon. Chopper discutia com Franky que habitava seu corpo, brigavam por não concordarem em como agir diante daquela situação. Luffy despreocupadamente brincava com a neve.

Nami estava num canto sozinha e separada de todos. Encontrava-se sentada abraçando as próprias pernas com aqueles braços gigantes e robóticos. Era visível a decepção em seus olhos, queria poder encontrar o quanto antes com aquele Shichibukai maldito para acertar as contas. Fungou alto, limpando as poucas lágrimas que desciam sem sua permissão.

Do outro lado, o capitão que brincava juntamente às crianças ouviu Nami choramingando sozinha e correu para vê-la.

Mesmo estando em uma caverna coberta por completo, a neve no lugar se espalhava pelo chão e o frio era iminente. Todos estavam agasalhados, esse lado da ilha não era como por onde aportaram. A respiração abafada e o vapor que saía da boca quando falavam também era notável. O que os recordava Drum, ilha natal do médico da tripulação.

Luffy caminhou com certa dificuldade, devido a neve funda. Parou em frente sua companheira e a assistiu levantar-se constrangida.

— Você estava chorando? — questionou sério.

— Não é n-nada — ela respondeu limpando o rosto molhado com as mãos de dedos azuis.

— Nami, você estava chorando! — Ele claramente não ficou contente em descobrir isso. — Pode me contar. — Cruzou os braços e bloqueou o caminho da ruiva, impaciente.

— Idiota.

Sentia-se estranha mais alta que Luffy, mais alta que todos. Normalmente, alcançava a altura do capitão somente de salto alto e mesmo assim, os resultados não eram muito satisfatórios. Entretanto, agora que estava no corpo de seu companheiro ciborgue, tudo tornou-se pequeno e frágil para ela, sem contar que era incômodo conversar olhando para baixo o tempo inteiro.

Tinham outros motivos, é claro, e se caso sentisse vontade de usar o banheiro? E foi com esse pensamento que desabou, queria apenas voltar para seu corpo e evitar mais situações constrangedoras, para ela e principalmente seu corpo, que estava nas mãos de um pervertido sem limites, Sanji.

O moreno ouvia atentamente tudo o que ela dizia, sem interrompê-la. Quando ela terminou de contar o que sentia, viu um sorriso leve se formar nos lábios de Luffy.

— Por que você está rindo?! Não é engraçado!

— Nami, pode se sentar de novo? — cortou-a, pedindo algo que a ruiva não imaginava. Com os olhos mais uma vez úmidos, Nami o obedeceu, sentando-se em frente a ele.

— Você vai rir? — perguntou com as bochechas infladas, Luffy imaginou o quanto sua companheira ficava engraçada daquela forma.

— Não, é que eu não iria te alcançar com você de pé! — Aproximou-se e envolveu suas bochechas com as mãos. — Não me importo se você estiver no corpo de Franky, ou de seja lá quem for. Você ainda é minha navegadora, Nami! No corpo de qualquer um você ainda vai saber quando irá chover, portanto, você não deixa de ser quem você é. Não ligo para o seu corpo, não briguei com Arlong pelo seu cabelo. Entende?! — Sorriu ao se afastar, sem quebrar o contato visual. — Também acho engraçado o corpo do Franky com sua voz! Shishishi — Estendeu a mão para ela, Nami aceitou sorrindo também.

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Ela não foi capaz de respondê-lo, depois de ouvir seu capitão ser tão sensato consigo, sentiu o rosto esquentar e encarou o chão até que ele saísse de perto. Dada sua situação, aquelas palavras foram as mais verdadeiras e gentis que poderia ter escutado, Luffy trouxe seu bom humor de volta. Ele era bom fazê-la feliz independente do momento.

Por isso Nami confiava em seu capitão acima de tudo, e esse era o melhor relacionamento que eles podiam ter sem nem mesmo suspeitar disso.