Reasons to be Missed
Capítulo 15
— 171 DIAS — 20/9/11, terça-feira
— Você está fugindo de mim desde ontem, Fabray. Quero uma explicação e quero agora.
— Pela última vez, não estou fugindo. Não tenho culpa se estava dormindo quando você foi até minha casa. Não tem o que explicar.
Santana me perseguia pela escola tentando arrancar algo de mim. Não vai acontecer. Não me entendam mal, Santana é uma boa amiga - na maior parte do tempo -, mas existem coisas que não me sinto à vontade em conversar com ela.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Como não tem nada para explicar? Você saiu chorando depois que o Macaulay Culkin começou a cantar. Eu sei que aquela apresentação foi uma droga, mas não era para tanto. Sem falar no prostituto que saiu atrás de você e os dois sumiram por horas. Vocês estão juntos de novo? - Será que notei preocupação na expressão indignada dela?
— Não, Santana. Puck e eu não estamos juntos. E que história é essa de Macaulay, está falando de quem? - Santana e eu estávamos a caminho da aula próxima com o professor Schuester.
— Vou fingir que acredito. E é o novo bichinho do Finnepto. - Disse analisando as unhas. Ela finalmente tinha perdido o interesse na conversa.
— Ah claro. - Estávamos a caminho da aula de espanhol. Brittany vinha alguns passos atrás falando no telefone.
As aulas passaram se arrastando e não tenho vergonha de dizer que dormi durante toda a aula do professor Schuester. Estava na fila do almoço sozinha - Santana e Britt deveriam estar trancadas em alguma sala vazia. Ninguém merece.
– Ah, oi. - Alguém chegou timidamente perto de mim.
Era Sam.
— Olá... Posso ajudar? - Ele parecia nervoso.
— Ah, bom. Na verdade eu queria fazer a mesma pergunta.
— O que? Por quê? - Sou eu ou essa história ficou confusa?
— É que, sabe… Ontem… Você pareceu ficar meio… Emocionada demais com a musica que eu cantei… Eu queria saber se… Bom… - Sam começou a avermelhar e suar, olhando para todos os lados exceto para mim. Ele era fofo.
— Sam! Sam, escuta, está tudo bem. Não foi culpa sua. É uma longa história e meio que pessoal. Não quero falar sobre isso. - Isso fez o pobre garoto voltar a respirar normalmente e abrir um enorme sorriso. Enorme mesmo, muito grande.
— Ah, tá. Certo, bem eu só queria saber se você está legal.
— Estou bem. Obrigada.
— Tá bom, eu já vou, sabe, voltar para o meu lugar. - Ele apontou a mesa dos jogadores de futebol. Alguns deles olhavam em nossa direção. Incluindo Finn.
— Tudo bem.
Vendo-o se afastar me perguntei por que Finn estava com os jogadores… Onde Rachel está? Olhando rapidamente não a vi em lugar algum do refeitório.
O auditório.
Quando chegou minha vez na fila peguei um pouco mais do que o costume e algumas bananas. Não procurei um lugar para sentar, envés disso saí para procurar Rachel.
Eu estava certa.
Rachel estava sentada no piano em um canto do palco. Uma toalhinha sobre a tampa servia de suporte para algumas frutas e uma garrafa. Vê-la comer tão sozinha, escondida de todos, partia meu coração e eu preferia não tentar entender o porquê.
Desci as escadas com cuidado para não assustá-la com minha presença. Ela não me notou até o momento que cheguei ao palco e os saltos fizeram barulho no piso.
— O que faz aqui? - Ela parecia muito agitada de repente. Eu não estava muito diferente.
— O que aconteceu com seu senso de educação, Berry? Não é assim que se trata alguém. - Olha quem fala, a Rainha da Polidez, é claro. — Posso me sentar com você? Isto está pesado se quer saber. - Levantei um pouco a bandeja.
— Ah, Eu... Eu tenho certeza de que existem lugares vagos… Em outros lugares…
Suspirei cansada. Isso ia ser mais difícil do que pensei.
— Ora, Berry, o que foi? Está com medo de mim por acaso? Não é como se eu fosse matar você. - Não esperei uma resposta e forcei um lugar ao seu lado. Rachel estava visivelmente tensa.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Nã-não é isso. É que… Você nunca fez isso antes e depois do nosso ultimo encontro… Bem… Digamos que sua presença aqui é… Inesperada.
— Berry…
— Quinn?
— Não lhe devo satisfações. Cale a boca e continue comendo.
Pelo canto dos olhos a vi abrir a boca para dizer algo, provavelmente um sermão sobre quão rude eu tinha soado, mas ela desistiu e ficou apenas me olhando. Ela parecia esperar que eu fosse desaparecer do nada. Ou que estivesse prestes a aprontar algo já que desde que me viu ela olha - não tão discretamente - ao redor procurando mais alguém. Isso fez minha garganta apertar um pouco e comer ficou ligeiramente mais difícil. Esse comportamento dela era culpa minha afinal.
Depois de alguns minutos ela pareceu decidir que não havia perigo desta vez e voltou a comer. Com um pouco de jeito consegui fazê-la pegar o que tinha trago para ela.
Comemos em um silêncio confortável, apenas alguns comentários sobre a comida. Não existia a necessidade de preencher o espaço com conversas vazias e sem significado. Estar com Rachel era mais fácil do que imaginei. Morria de vontade de perguntar o porquê de ela estar escondida aqui e Finn estar no refeitório, parecia o primeiro ano de novo, quando ninguém conhecia ou se importava com ‘aquela garota esquisita’, mas, por hora, poder me sentar com ela e não sentir o ar pesado com o clima ruim era o bastante. Não queria estragar isso trazendo o assunto Finn à tona, já que ele foi o pivô de muitas coisas ruins entre nós.
Estava contente em apenas ficar assim, em silêncio.
Por hora.
— Estou orgulhoso, Lucy. — A voz de Levy em minha cabeça me assustou um pouco. Tentei olhar ao redor sem Rachel notar e o avistei na entrada da coxia. Ele me olhava com o sorriso lindo no rosto. — Se eu fosse capaz de ter sentimentos certamente estaria muito feliz agora.
Abaixei a cabeça envergonhada. Anjo estúpido.
— Eu ouvi isso.
— Foi mal.
— Do que está rindo, Quinn?
— O que? - Rachel me encarava como se eu estivesse louca. Se ela soubesse…
— Nada… Foi só uma coisa que eu lembrei. - Procurei Levy novamente e ele estava no mesmo lugar, mas sua postura relaxada tinha enrijecido.
— Levy, o que foi?
— Não foi nada, Lucy. Aproveite seu almoço, você tem mais quinze minutos. Vejo-te mais tarde. Falamo-nos.– E se foi. Que estranho. Voltei-me para Rachel e ela também olhava para mim. Involuntariamente me peguei sorrindo e - meio insegura - ela sorriu de volta. Bem, eu não me preocuparia com Levy agora, eu ainda tinha quinze minutos.
xXx LEVY xXx
Como os humanos dizem: estou com a corda no pescoço.
É essencial que Lucy encontre o caminho da redenção e seu tempo é muito curto. A demora dos humanos em encontrar a si mesmos não é um problema usualmente. Esta, porém, não é uma situação usual. Lucy precisa de cada segundo. Ela vinha fazendo progressos, pequenos, mas avanços.
Avistá-la com a senhorita Berry era deveras gratificante. Era o maior passo que ela poderia dar. Ao menos por enquanto.
Estava a admirá-las quando senti. Uma presença malévola espreitando as duas meninas. Fechei meus olhos e tentei expandir minha mente à procura do inferior. Estava ali. No alto das cadeiras da plateia. Bem na porta, uma pessoa encoberta pelas sombras. As orbes com um brilho avermelhado miravam fixamente para as meninas. O inferior sentiu minha energia e o brilho vermelho virou em minha direção antes de sair correndo.
Como os humanos dizem: eu estou com a corda no pescoço…
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