Real world

Capítulo 23


Assim que entrei em casa, me arrependi de ter feito isso. Adivinha quem havia chegado lá e estava sentado no sofá da sala e me encarando?

Se você disse Pietro, acertou.

—Onde você estava? –perguntou.

—Fui passear com os gêmeos. Foi um dia muito tedioso e solitário para nós. –retruquei.

—Ao que parece nem tanto solitário. –ele resmungou e eu notei que sim, ele havia visto eu e Luke se beijando.

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—Luke nos acompanhou. Ele disse que era errado deixar uma garota sozinha e com duas crianças para tomar de conta.

—Errado, na minha percepção, é você ter se agarrado com ele, agora a pouco. Não acha?

—Eu acho que não devo satisfação a você. –respondi.

—Você mesma havia dito que não ia com a cara dele, devido aquela briguinha daquele tempo. E agora eu te vejo trocando saliva com ele?!

—Eu realmente não falava com ele, mas depois de certos acontecimentos, eu e ele começamos a nos... entender.

—Que acontecimento? O do show? –ele perguntou, irônico.

—Você nem tem ideia do que aconteceu, Pietro. E nem vai saber. –deixei a frase no ar e subi para o quarto dos gêmeos.

Entrei no quarto, como sempre sem bater, para me certificar de que eles já estavam se aprontando para dormir.

Assim que entrei, Lydia olhou para mim e sorriu.

—Que beijão, hein? –falou e Juan assentiu.

—Gostei dele. É um cara bem legal. –ele observou.

—Não foi nada demais. Foi só um beijo. E nós só somos amigos. –expliquei.

—Ah, a amizade colorida... –Juan riu e entrou no banheiro.

Corei e Lydia percebeu.

—Amizade colorida? Hmmmmmmm... –ela falou e riu.

—Nós não temos nada. Foi só o calor do momento que fez isso acontecer. Não ocorrerá novamente.

—Mas ele é um gatinho, isso não se pode negar.

Revirei os olhos e abri a porta do quarto. Antes de sair, porém, me virei e pedi:

—Não conte a ninguém sobre o que você viu aqui hoje, principalmente para a mamãe. Fale isso pro senhor fofoqueiro também.

Lydia assentiu e eu completei:

—E vão dormir. Amanhã vocês tem escola.

—Tá bom, mamãe. –ela retrucou e eu saí.

Fui na cozinha e tomei um copo de água. Subi para o meu quarto e fui recebida por um Pietro irritado.

—Sério que você tá namorando com o Luke? –ele perguntou enquanto sentava em minha cama. –Eu esperava bem mais de você.

—Nós não estamos namorando. –falei e revirei os olhos. –E você não é o único que esperava mais de alguém.

—Foi mal Soph. –ele disse e suspirou. –Eu não deveria ter te deixado sozinha.

—É, não deveria mesmo! Caramba, eu passei o dia inteiro sozinha e você dando rolés por aí! Eu fui egoísta? Fui, e muito. Mas você viu o que fez hoje?

—Eu sei, Soph...

—Se soubesse, não teria feito essa merda que fez! –falei, repetindo a frase que ele havia me dito mais cedo.

—Usando minha própria frase contra mim.

—É minha única defesa. –admiti.

Ele ficou em silêncio por um tempo. Por fim disse:

—Desculpe Sophia, de verdade. Eu não agi como homem. Mas a partir de agora irei agir, prometo.

Me sentei ao seu lado.

—Não faça isso de novo, por favor. –pedi.

Ele assentiu.

—Amigos novamente? –perguntou.

—Nunca deixamos de ser. –respondi e dei um abraço nele.

Quando nos soltamos, ele me olhou sério e perguntou:

—Agora, voltando ao tópico “Você e Luke”... O que diabos foi aquilo lá fora?

—Foi um beijo. –expliquei o óbvio.

—Eu vi que não foi só um beijo. Se tivesse sido, não pareceria que vocês dois tem tanta intimidade.

—Já nos beijamos outras vezes... –deixei escapar. Ele me olhou rapidamente, assustado.

—Vocês estão ficando?

—Já ouviu falar em amizade colorida? –respondi a pergunta dele com outra pergunta.

—Então vocês estão tendo uma amizade colorida. –ele repetiu.

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—É, tipo isso. –dei de ombros.

—Você sabe né, como isso sempre acaba.

—E como sempre acaba?

—Corações partidos. –ele me encarou.

—Eu não gosto de Luke dessa forma para que eu fique de coração partido.

—Só estou dizendo para ter cuidado. E também por que não gosto de Luke, principalmente depois de hoje. O que houve com o Brian?

—Não quero falar sobre esse imbecil.

—Entendi. –ele assentiu, desviando o assunto em seguida. –Os gêmeos já foram dormir?

—Acho que sim.

—Então vamos também. Amanhã você vai para a escola.

—Os gêmeos vão morrer de fome... –brinquei.

—Eu levo eles para almoçarem em algum lugar. Mas você não pode faltar aula de novo.

—Okay. –me redi. –Mas cuida deles direito, viu?

Ele deu um tapinha em meu ombro.

—E alguma vez eu não cuidei deles direito? –falou e eu arqueei uma sobrancelha. –Tá, não precisa responder.

Ri e Pietro saiu do quarto, para eu poder trocar de roupa. Vesti meu pijama e ele entrou logo em seguida, somente retirando a blusa e pulando em sua parte da beliche.

Desliguei a luz e me deitei em minha cama.

Não pude parar de pensar no que Pietro havia dito.

Corações partidos

Há! Eu, Sophia Grace, com uma coração partido?

Duvido muito.

Se fosse por Brian, até que seria possível. Mas Luke? O bad boy mais idiota que eu conheci na minha vida? Impossível.

No dia que chover vacas eu estarei apaixonada por Luke.

Mas o pior de tudo, é que não parava de vir a minha mente aquela mesma frase.

Corações partidos.

Fechei os olhos e relaxei.

Corações partidos.

...

—Acorda! Acorda! –Pietro berrou e eu me levantei rapidamente.

—A casa tá pegando fogo? –perguntei atordoada.

—Estamos atrasados, Sophia! MUITO ATRASADOS! –ele disse e correu para fora do quarto.

Nem olhei a hora, só entrei no banheiro, tomei uma ducha rápida.

Vesti meu uniforme ás pressas e corri para a cozinha.

Meus irmãos mais novos já tinham ido embora, então só encontrei Pietro na cozinha.

Peguei uma barra de cereais e perguntei:

—Você pode me deixar na escola? O meu ônibus já deve ter passado há tempos.

—Desculpe, Soph. Mas o carro quebrou. Não sei como, mas quebrou.

—Ah, então ficarei em casa. –falei e soltei minha bolsa em cima da mesa.

—De jeito nenhum. Pode ir a pé. A escola não é tão longe.

—A pé? Sozinha?

—Sim. Você sempre foi, Sophia. Deixe de ser preguiçosa.

Meu coração começou a bater acelerado. Eu não queria ir para a escola a pé. E não era por preguiça.

Era medo.

Tudo bem. Estava de manhã. Ninguém iria tentar nada.

Olhei para a janela da cozinha.

—O tempo está nublado. E se chover? –perguntei.

—Não vai chover. –ele revirou os olhos. –Deixe de arrumar desculpas esfarrapadas só por que não quer ir para a escola!

Engoli em seco. Teria de ir sozinha.

—Okay então. –resmunguei. Peguei minha bolsa e saí.

Eram 20 minutos para a escola a pé. Nada iria me acontecer. Nadinha.

E se acontecesse? Luke estaria na escola, não havia como me salvar. Além do mais, não tem condições de um raio cair no mesmo lugar. Ou tem?

Parei no meio do caminho. Já tinha andado uns 15 metros. Eu estava com muito, muito medo. E se alguém me sequestrasse, para fazer sei lá o quê?

Comecei a tremer. Droga. Calma. Calma. Nada ia acontecer.

Recomecei a caminhada. Dizem que quando a gente repete a mesma coisa, aquilo entra na nossa cabeça e nos acalma.

—Nada vai acontecer. –sussurrei. –Nada vai acontecer. Nada vai acontecer.

Um trovão retumbou ao longe. Eu disse que iria chover! Eu disse!

Pingos começaram a cair, e eu me odiei por não ter trazido um guarda chuva.

Ouvi uma buzina, o que fez eu me sobressaltar.

Olhei para trás e vi um carro que eu conhecia muito bem, com uma pessoa acenando que eu conhecia muito bem.

Ah não. Pode ir embora.

Dei meia volta e continuei minha caminhada. A chuva começou a cair mais forte, e eu comecei a andar mais rápido.

—Sophia! –ele chamou. Não me virei.

Continuei andando e a chuva começou a ensopar minha roupa. Ao que parece, eu estava tendo muita sorte com esse negócio de chuva. Argh.

Ouvi o carro frear bruscamente e eu me virei. Brian saiu do carro e veio em minha direção.

—Sophia! –ele falou ao se aproximar de mim.

—Saia de perto de mim! –falei e o empurrei. Pena que ele é grande e forte demais, se não teria caído.

—Sophia, você está atrasada e vai pegar uma gripe se não entrar nesse carro!

—Eu não ligo! Quero que você siga seu caminho e me deixe em paz! –falei e continuei minha caminhada.

Comecei a andar a passos largos, na esperança de me afastar de Brian o mais breve possível. Não sei quando comecei a correr.

Por um tremendo azar do destino, uma poça d’água logo se formou e eu escorreguei nela. Por sorte não caí de cara no chão. Mas a minha farda limpinha estava toda suja de lama.

Droga.

E eu não estava conseguindo me levantar. A pancada tinha sido grande.

Duas mãos me puxaram para cima.

—Você precisa de ajuda. –Brian informou. –E nem adianta dizer não. Eu não vou te soltar. Dessa vez não. –falando isso, me pegou no colo e me levou para o seu carro.

Ele me colocou no banco da frente e foi logo para trás do volante.

Eu estava tremendo. Meu corpo estava dolorido e meu nariz começava a arder.

Espirrei duas, três, quatro vezes seguidas. Alô gripe?!

Brian logo ligou o aquecedor, o que melhorou um pouco.

—Vamos esperar você se esquentar um pouco para irmos... –ele disse, mas eu logo cortei.

—Não. Vamos para a escola. –queria passar o menor tempo possível com aquele imbecil. –Quando chegar lá vou na enfermaria.

—Como quiser. –ele disse e ligou o carro.

A chuva não parou. Muito pelo contrário, ficou dez mil vezes mais forte. Temi até mesmo por minha vida. Ah, vai saber. Poderia ser que Brian perdesse o controle do carro e PUFT, adeus Sophia Grace.

Passamos um bom tempo em silêncio. Até que o idiota pensou em quebra-lo.

—Sophia.. –já sei o que viria depois. –Eu não queria ter dito aquelas coisas para você...

—Mas disse. –cortei de forma fria.

—Mas eu me arrependi! –ele exclamou. –Eu estava com raiva.

—E eu também estou! Aquelas suas palavras me machucaram bem fundo!

—E eu estou pedindo desculpas!

—E eu estou recusando elas. –falei e senti um pequeno nó se formar em minha garganta. Seja forte, Sophia. Forte. –Cansei de sempre desculpar as pessoas por tudo o que elas fazem comigo, para depois elas fazerem tudo de novo, me machucando cada vez mais.

—Mas...

—Mas nada! Cadê a droga da escola?

Ele virou para frente e pressionou os lábios.

Dei uma olhada para fora e vi que já entrávamos no estacionamento da escola.

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Ele estacionou em uma vaga perto da entrada e eu logo desci, entrando na escola.

Quando dei por mim, Brian já estava me seguindo, e eu odiei isso. Ele deveria fingir que não se importa, assim seria bem mais fácil.

Abri a porta da enfermaria e vi que ela não estava vazia.

Mary, a enfermeira, procurava por algo dentro dos armários e, ao que parece, não achava.

E, adivinha quem estava sentado na cadeira de espera, respirando com dificuldade? Luke.

—Quantas vezes eu já te disse para você trazer a sua bombinha de ar, Lucas? –ela falou e, pelo jeito, estava muito irritada.

Como resposta ele apenas disse umas palavras sem sentido, já que estava totalmente sem ar.

Por fim, ela achou o que procurava. Jogou para Luke, que a pegou como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Ele inspirou duas, três vezes.

Foi então que a enfermeira notou minha presença.

—Olá, senhorita Grace. –ela saudou. –E senhor Roberts.

Luke virou-se bruscamente para trás e me analisou de cima a baixo. Um sorriso de deboche se formou em seu rosto.

A enfermeira nos olhou com um ar de repreensão e perguntou:

—Onde vocês estavam?

—Nos atrasamos e pegamos uma boa chuva no caminho. –Brian explicou.

—Não estavam se atracando lá fora? –ela perguntou, desconfiada.

—Nunca eu faria isso. –respondi, com um tom que não deixava espaço para brincadeiras.

—Okay. Então, o que querem?

—Eu caí em cima de uma poça de lama. –falei e Luke explodiu em gargalhadas. Lancei um olhar mortal para ele, que não percebeu e continuou a rir.

—Deu para perceber. –ele disse, sarcástico.

—Está dolorida? –a enfermeira ignorou os comentários de Luke e se aproximou de mim.

—Um pouco. –respondi e ela pediu para eu sentar em uma maca perto da parede.

Ela analisou todo o meu corpo, e eu disse onde doía e não doía. Então ela se dirigiu á Brian:

—Pode ir, senhor Roberts. A senhorita Grace ficará aqui por um tempo.

Ele assentiu e saiu.

—E você, senhor Lucas, pode ir também. –a enfermeira disse com rispidez. Mas eu sabia que era forçada, já que ela amava Luke.

—E meu comprimido? –Luke fez beicinho. –Você poderia ir pegar?

—De jeito nenhum. –ela respondeu. –Você tem duas perninhas e pode muito bem ir.

—E se eu sentir falta de ar novamente? Você sabe como eu sou né... –Luke chantageou.

Mary semicerrou os olhos e pegou algo no armário. Um comprimido. Ela me entregou junto com um copo de água e disse:

—Tome. É para a dor.

Dito isso, engoli o comprimido.

—Vou pegar o seu comprimido. Volto já. –ela disse a Luke e saiu.

Não passou 10 segundos que a enfermeira saiu e Luke se levantou.

—Como você tá? –perguntou, preocupado.

—Nossa, pensei que você pouco se importava com a minha saúde. –respondi, irônica.

—Ah, e não me importo mesmo. –ele deu de ombros. –Mas quero saber como se sente. Principalmente pelo fato de seu “ex” ter vindo com você para a escola. –ele deu bastante ênfase no ‘ex’, o que eu achei muito estranho.

—Se eu não te conhecesse, diria que está com ciúmes. –soltei e ri.

—Ainda bem que me conhece. –ele disse. –Mas é sério. Ele disse alguma coisa?

—Disse que se arrependeu de ter dito algumas coisas para mim e tal.

—E você?

—Disse que não desculpava, óbvio. Cansei de sempre ficar perdoando as pessoas, para depois elas pisarem novamente em mim.

—Muito bem. –ele disse e sorriu.

Ele estava bem próximo de mim, e aquela aproximação estava me dando nos nervos. A vontade que eu tinha era de agarrar ele ali mesmo.

—Se ele ficar te importunando, pode me chamar. Gosto de bater em idiotas. –Luke ofereceu.

—Ele não é idiota 24 horas por dia.

—Mas quando ele for, eu estarei lá com um taco de beisebol pronto para dar na cara dele.

—Não seja tão violento. –falei. –Coitado do taco!

Ele riu, mostrando aquelas covinhas tão perfeitas.

Mordi os lábios, na tentativa de afastar aqueles pensamentos. Luke era somente meu amigo. Somente amigo. Somente amigo.

Ele, não sei por quê, afastou-se de mim devagar.

—Cara, tô perdendo aula de matemática. –ele disse e sentou-se em uma cadeira. –Não posso ficar de recuperação de novo!

Ri. Luke era o cara da recuperação.

—Se você não ficar de recuperação, vai ser mega estranho. Já é tradição.

—Mas esse ano não vou ficar. Você vai ver. –ele piscou pra mim.

A enfermeira chegou e talvez notou algo estranho.

—Pensava que vocês não se falavam. –observou.

—Voltamos a nos falar a pouco tempo. –respondi.

—Entendo. –ela disse.

Mary entregou o remédio a Luke e falou:

—Agora, pode ir para a sua aula.

Ele fez menção de que ia protestar, mas desistiu. Ele saiu a passos largos e eu segui com o olhar.

—Você sabe com quem está se metendo, Sophia? –Mary questionou.

—Sei. Mas não sei onde está querendo chegar, enfermeira Mary.

—Eu vi como você olhou para ele. –ela disse. –Só quero que tenha cuidado. Luke não é garoto de uma só mulher. Pode ter certeza disso.

—Eu não tenho nada com ele. E nem quero ter.

—Continue com esse pensamento e seu coração será poupado. –ela deu uma piscadela. –Agora, pode ir para sua aula também. Não quero atrapalhar.

Assenti e fui para a sala. Aula de sociologia, êêê.

...

Hoje iria ter aula de música, como há tempos não tinha. Eu estava ansiosa, pois simplesmente adorava aquela aula.

Quando chegou a hora, corri rapidamente até a sala de música, que já estava cheia de gente.

As cadeiras estavam postas em círculos, como antes e o professor gatinho estava no meio.

Luke estava lá, conversando com uma garota que eu não conhecia. Deveria ser a novata que ele me falou noite passada.

O professor, vendo que não faltava mais nenhum aluno, começou a falar:

—Boa tarde alunos. Desculpem por não ter tido mais estas aulas de música, mas eu fiquei doente e não estava dando para eu vir. Porém, de agora em diante, nada mais nos atrapalhará! E vamos treinar bastante, já que falta apenas 7 meses para o show de talentos!

Todos os alunos gritaram, de felicidade e êxtase.

—Então, cada um escolha uma dupla e pratique duetos. E esta sua dupla será a dupla do show de talentos, então escolham bem!

Nossa. Faltava tanto tempo para o show e já teríamos que escolher nossa dupla?

Olhei e vi que todos já estavam falando com suas respectivas duplas. Somente eu estava simplesmente “boiando”. Eu e Luke. Huummm. Seríamos uma boa dupla.

Caminhei até ele, na esperança de convidá-lo para ser minha dupla. Mas, antes que eu chegasse lá, a novata o interceptou. Parei exatamente onde eu estava.

Eles trocaram algumas palavras e no final Luke assentiu, como se dissesse “SIM”.

Okay, tinha perdido minha dupla. Comecei a sentir uma coisa borbulhar dentro de mim e percebi que era raiva. Raiva daquela garotinha estúpida. Calma Sophia, calma.

Uma pessoa me cutucou no ombro e eu me virei. Era um garoto alto, de olhos claros e cabelos loiros.

—Olá. –ele disse.

—Oi. –respondi.

—Já tem dupla?

—Não. E você?

—Também não. –ele sorriu e eu sorri de volta. –Quer ser a minha dupla?

Olhei de soslaio para Luke, que estava ocupado demais conversando com a novata. A raiva que eu estava sentindo aumentou 10 vezes mais.

—Claro. –respondi, olhando novamente para o garoto. –Prazer, Sophia.

—Prazer, Kaio.

—Pois é Kaio... Vamos arrebentar nesse show de talentos. Vamos arrasar.

Continua...