Elisabeth ainda não conseguia acreditar no que via. Ali, parada no meio da sala, estava Isobel. Mas o que fazia ali? Certamente o motivo não era o aniversário de Elena. E porque trouxera Matt com ela? Liz lembrava-se de Elena ter-lhe dito que ele havia sido seu primeiro namorado, mas após um ano conturbado, com Damon transformando-lhe a irmã em vampira e Stefan acabando por matá-la, quando esta se tornara uma ameaça para ela e Jeremy, ele havia deixado a cidade. Partira logo depois de encontrarem o corpo de Vicky enterrado nas proximidades de uma cachoeira.

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Mas porque voltara justo agora? Eram tantas perguntas que a cabeça de Lizzie já começava a doer. Metaforicamente, pelo menos. No entanto, pode perceber que não era a única. Todos os presentes estavam com a mesma expressão de incredulidade no rosto.

“O que você está fazendo aqui?” Foi Elena a primeira a quebrar o silêncio.

“Será que, agora que nos conhecemos, eu não tenho o direito de desejar feliz aniversário pra minha única filha?” ela respondeu, com um meio sorriso nos lábios.

“Peraí, filha?” a voz de Jenna sobressaiu-se. “Essa a Isobel? A sua Isobel?” ela questionou Alaric. “Ela não estava morta?”

“Jenna, Jenna. Parece que você ainda é a única que mora embaixo de uma pedra.” Isobel falou antes dele. “Você realmente não faz ideia de coisa alguma, não é? Acho que vamos ter muito o que conversar.”

“Você não se atreva!” Alaric, desta vez, não se conteve e cortou-a, seco.

“Rick, o que aconteceu que o homem doce e meigo com quem o me casei?” ela aproximou-se lentamente dele, fazendo Jenna de encolher e Alaric fazer uma careta.

“Aquele homem ficou viúvo!” foi a resposta amarga dele.

“Touché!” a vampira sorriu, irônica.

Matt permanecia parado no meio do caminho e Isobel quase trombou nele, o que a deixou irritada. “Matt, querido, porque você não se senta ali no sofá e só sai de lá quando eu mandar?” ela olhava-o nos olhos, compelindo-o.

“Pára já com isso, Isobel.” Stefan se intrometeu. “O que você quer aqui?”

“Tantas coisas.” Ela respondeu, vaga. “Por ora, quero passar um tempo com a minha filha e os amigos dela.” Ela pronunciou as últimas palavras carregadas de veneno.

“Mas você não é bem vinda!” Damon vociferou, fazendo com que Elisabeth lhe segurasse o braço.

“Quem diria, não é Damon? Você também já foi muito mais carinhoso comigo.” ela lhe lançou mais um de seus sorrisos ensaiados. “Não era assim que você me tratava, antes de saber que eu era descendente da Katherine. Aliás, por onde aquela vadia anda?”

“No inferno!” Damon tremia, de raiva. Liz passava delicadamente a mão pelo braço dele, tentando acalmá-lo.

“E você, Elisabeth, não vai falar nada?” Isobel agora falava diretamente com ela. “Você, entre todas as pessoas, deveria me defender.”

“Eu não posso fazer nada. Você não foi convidada, e a casa é deles. Se eles não te querem aqui, você devia ir embora.”

“Achei que você já estivesse dividindo o quarto e a cama do Damon por tempo suficiente pra já se considerar moradora e não hóspede.” Isobel se sentou ao lado de Matt e continuou falando. “Mas se você não faz por bondade, deveria fazer por gratidão. Ou você já se esqueceu o quanto me deve?”

“A dívida que eu tinha com você já foi paga!” Liz respondeu num fio de voz.

“Isso quem decide sou eu.” Isobel a cortou. “E eu digo que você ainda me deve e muito, por tudo que eu fiz. Ou que eu não fiz.”

“Ela não deve absolutamente nada pra você!” Lizzie não conseguiu mais segurar Damon, que voou no pescoço de Isobel, jogando-a no chão. “E se você ainda tem o mínimo de juízo, vai pegar o seu amiguinho e vai sair da minha casa. Agora! E isso não é mais um pedido!”

Ele a soltou com força, e ela levou um tempo pra se recuperar do choque. Mas quando se pôs de pé, já aparentava ter recobrado a máscara de sarcasmo na qual se escondia.

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“Tudo bem, eu sei quando não sou bem vinda. Mas saibam que essa não será minha última visita. A nenhum de vocês!” o olhar dela passeou pela sala, encontrando o rosto de casa um, demorando um pouco mais no de Liz. “Vamos, Matt. Estou cansada e faminta. Será que você não tem nenhum amigo na cidade alto, moreno, atlético e que não cheire a cachorro molhado?”

Bastou os dois saírem para que todos começassem a falar ao mesmo tempo.

“Alguém quer me explicar o que uma mulher que devia estar morta estava fazendo aqui?” Jenna verbalizou tudo o que a incomodava. “E o que ela quis dizer com ‘você não sabe de nada’? O que mais eu tenho a saber?”

“Muita coisa, minha querida.” Alaric acariciou-lhe o rosto, ele mesmo com uma expressão amargurada. “Acho que finalmente chegou o dia que eu mais temia. O dia de te contar toda a verdade.” Ela o olhava cheia de dúvidas, mas ele tentou a tranqüilizar. “Vamos pra casa, eu te conto tudo lá.”

“Eu vou com vocês.” Elena falou no singular, mas puxou Jeremy pelo braço, fazendo o irmão quase bater contra o corpo da tia.

Jenna balançou a cabeça negativamente. “De jeito nenhum. Ainda é seu aniversário, e eu não posso deixar que nada estrague o seu dia. Pelo jeito, eu estava no escuro a bastante tempo. Mais uma noite não vai fazer diferença.”

No entanto, a despeito dos apelos de Jenna, eles decidiram encerrar a noite. Isobel tinha conseguido estragar o clima de comemoração. Tyler se encarregou de levar Bonnie e Caroline, apesar de nenhuma delas querer ir embora. Jeremy e Alaric também tentavam convencer Jenna.

“Não é justo essa mulher voltar do túmulo pra arruinar o aniversário da minha sobrinha!” ela reclamou. “Quem ela pensa que é?”

“Não tem problema, Jenna” Elena sorriu e deu um abraço na tia. “Ela pode até tentar, mas ela nunca vai conseguir estragar o que eu tenho de mais precioso. O amor de vocês.”

Os olhos de Jenna se encheram de lágrimas. “Você falou igualzinho a sua mãe.” Depois franziu a testa. “A minha irmã, eu quero dizer.”

“Ela é e sempre foi a única mãe que eu tive.” A jovem afirmou. “Agora vai, tia. Eu vou ficar mais um pouco e depois o Stefan me leva pra casa.”

“Você pode dormir aqui, se quiser.” Ela deu uma piscadinha pra Elena, que a olhava de boca aberta. “Ah, qual é? Eu não sou surda! Pensa que eu nunca ouvi vocês dois no meio da noite. Apesar de nunca ter descoberto como vocês fazem pro Stefan entrar sem eu notar...”

A gargalhada de Damon ecoou pela casa. “Jenna, pelo jeito a sua conversa com o Alaric vai ser bem longa!” Mas ela não lhe deu ouvidos e falou novamente para Elena.

“Enfim, você pode ficar. Mas use o seu presente, ok?” disse, antes de sair, seguida pelo sobrinho e pelo namorado.

“O que ela quis dizer? Que presente foi esse?” Stefan perguntou, curioso, assim que o carro dele passou pelo portão.

“Ela me deu uma caixa de camisinhas!” Elena respondeu, ficando vermelha. “Disse que eu agora era uma mulher e precisava me prevenir.”

Stefan sorriu sem graça, o que só serviu para que Damon caçoasse ainda mais. “Ela vai se arrepender de ter gasto dinheiro.” Ele tentava controlar a risada. “Mas você pode devolver pra ela. Ou melhor, passa adiante!”

“Pra quem eu teria coragem de dar uma caixa de camisinhas, Damon?”

“Pra Bonnie, por exemplo. Afinal você não quer ser titia tão jovem, quer?”

“O que você está insinuando, Damon?” Elena ergueu uma sobrancelha e de um passo a frente. “O que você está sabendo que eu não sei? Você viu a Bonnie com alguém?”

“E com quem eu a veria?” o vampiro se fez de desentendido. “Ultimamente eu só a vejo com a Caroline. E com o projeto de Alaric que é o seu irmão!”

Stefan resolveu se meter. “O que ele quer dizer é que, como a Bonnie é sua melhor amiga, você a considera como uma irmã, o que faz dos filhos dela seus sobrinhos. Entendeu?” depois deu um olhar zangado pro irmão, que deu de ombros.

“Se você diz. Entenda como quiser...”

“Vem, amor. Deixa ele pra lá.” Stefan puxou a namorada com delicadeza pela mão. “Eu ainda tenho mais uma coisa pra te dar. E acho que vai ser mais útil que o presente da Jenna.”

Os dois saíram rindo e só então Damon se deu conta que Elisabeth continuava sentada, calada e olhando para o nada.

“O que foi, princesa?” Damon passou a mão no rosto dela. “Você não parece muito bem.”

“Não é nada, não.” Ela piscou várias vezes, como se tentasse manter o foco. “Não foi nada.”

“Não mente pra mim, Liz. Você ficou muda de repente.” Ele se sentou ao lado dela e puxou-lhe o corpo de encontro ao seu. Ela pousou a cabeça em seu ombro e ficou brincando com os botões da camisa dele.

“Eu só fiquei surpresa. Não esperava ver Isobel aqui, no meio da sala, de uma hora pra outra.”

“É só isso mesmo?” Damon ergueu-lhe delicadamente o queixo, fazendo-a encará-lo. “Ou tem mais alguma coisa que você não quer me contar?”

Os olhos de Liz encheram-se de lágrimas. Ela tinha de lhe contar.

“Ela nunca vai me deixar em paz.” Ela se afastou da mão de Damon e levantou. Andou até a janela e só então tornou a falar. “Eu sabia disso, mas...”

“O que aconteceu, Lizzie?” Damon a interrompeu, indo até ela. Abraçou-a e ela pode ver o reflexo dos dois juntos no vidro. Aquilo lhe deixou ainda mais angustiada.

“Logo depois que você a transformou em vampira, Katherine foi encontrá-la. Eu sei disso porque estava seguindo aquela... enfim, deixa pra lá.”

“Isso foi uma coisa que eu nunca entendi.” Damon afagou-lhe os cabelos, suavemente. “Por que Katherine mandou Isobel atrás de mim, quando ela mesma poderia tê-la transformado?”

“Aí é que está” Liz se virou para ele. “Katherine não podia. Isobel é uma descendente direta dela. Se Katherine a transformasse, ela morreria.”

“Você sabia disso? Sabia que Isobel ia atrás de mim?”

“Sabia. E também sabia que depois que Isobel fosse uma vampira, Katherine iria procurá-la.” Liz fechou os olhos e suspirou. “Ela queria você morto. E pediu pra Isobel te matar.”

“Mas depois que eu transformei Isobel, eu nunca mais a vi!” Damon pareceu confuso.

“Porque eu me intrometi.” Ela mordeu o lábio e continuou. “Eu não podia deixar que ela te matasse.”

“É claro que não.” Damon abriu um sorrisinho.

“Você não entendeu. Eu queria te matar. Eu!”

Damon segurou-lhe o rosto entre as mãos e olhou-lhe profundamente. “É por isso que ela disse aquilo? Que você estava em dívida com ela? Porque ela não me matou?”

Liz assentiu. Não conseguiu pronunciar uma só palavra, apenas concordou com a cabeça. Damon viu a culpa estampada no rosto dela e beijou-lhe os lábios.

“Você salvou a minha vida, princesa. Eu é que estou em dívida com você. A Isobel é igualzinha a Katherine. Manipuladora. Ela sabe como você é, e vai usar isso contra você!”

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“Como assim? Como eu sou?” Elisabeth perguntou.

“Bondosa. Demais, até! A ponto de se sentir culpada por salvar a vida de alguém.”

“Eu queria te matar!” ela quase gritou. “Eu não sou bondosa. Eu não deixei que ela te matasse porque eu queria fazer isso!”

“Mas não fez! Pelo contrário, você me trouxe de volta a vida. De tantas maneiras que eu nem posso descrever. Se você não consegue perceber isso, eu posso!”

E ele a beijou com tanto ardor que Liz ficou tonta. Ela queria se concentrar no que dizer, mas as palavras foram abafadas pela boca de Damon.

“Relaxa, princesa.” Ele afastou minimamente os lábios dos dela, apenas o suficiente pra conseguir falar. “Eu sei que você me odeia. Isso aqui é só sexo!”

Liz não conseguiu evitar a gargalhada. “Só você mesmo, Damon.”

E eles rapidamente estavam no quarto, Damon deitado sobre ela, beijando-a novamente. Foi quando algo diferente lhes chamou a atenção.

“Que barulho é esse?” Damon levantou a cabeça e acendeu o abajur.

“Não é barulho. É o seu irmão e a Elena.” Liz riu.

“Será que ele tá torturando ela?” Damon zombou.

“Acho que eles estão aproveitando o outro presente que eu comprei pra Elena.”

“Que presente?” ele quis saber.

Elisabeth o puxou para si novamente e com um sorriso falou sedutoramente. “Vem aqui que eu te conto!”