– Estou. – Pepper respondeu, abrindo espaço para ele ficar mais confortável na pequena cama, era estranho ter ele tão perto, mas só tinham acontecido coisas estranhas desde que ela acordou, então decidiu não se importar, Tony sentou ao lado dela puxando um dos travesseiros para colocar nas suas costas.

– Você lembra que eu tinha uma viagem marcada para o Oriente Médio no final de 2007? – Ele perguntou e Pepper tentou buscar na memória os compromissos dele.

– Lembro.

– Então, durante minha viagem eu fui seqüestrado por rebeldes.

Ela olhou espantada para ele, ia interromper, mas Tony não a deixou falar.

– Fiquei três meses em cativeiro, eles queriam que eu construísse armas, mas eu tinha certeza que assim que eu concluísse o trabalho eles me matariam.

Pepper estava chocada com as informações, imaginando todas as coisas que Tony tinha passado em cativeiro, pensar nele machucado era algo que a deixava totalmente aflita.

– Isso é horrível Tony.

– Mas não é o pior, acredite. – Ela viu o olhar vazio dele enquanto narrava os fatos para ela. - Antes de eles me capturarem eu fui atingido por umas das minhas bombas.

– Bombas da Stark? Nas mãos de rebeldes? – Ela questionou

– Exatamente, foi assim que eu descobri que nossas armas estavam sendo vendidas para o mercado negro. - Ele olhou sério para ela. - Eu fiquei com estilhaços da bomba no meu peito, e estavam indo direito para o meu coração.

Pepper escutava o relato compenetrada, sem tirar os olhos dele, era difícil ouvir e imaginar aquelas coisas, só de pensar em tudo que Tony tinha passado o coração dela ficava destruído.

Ele continuou contanto como tinha sobrevivido graças ao reator arc, e que tinha fabricado uma armadura para conseguir sair da caverna e fugir dos terroristas.

Apesar de toda a história chocante o que tinha realmente surpreendido Pepper foi saber que Obadiah estava por trás dos ataques a Tony, nunca imaginou que Stane seria capaz de uma coisa dessas.

– Você tem certeza Tony? – Ela perguntou pela terceira vez. – Stane sempre foi tão dedicado a você

– Dedicado a Stark. – Ele corrigiu. – Se alguém me contasse eu também não acreditaria, mas ele tentou matar nós dois.

– Ele tentou me matar também? Por quê?

– Foi você quem descobriu sobre os planos dele, além disso, suspeito que ele teve acesso ao meu testamente, deve ter visto que eu pretendia deixar boa parte das minhas ações para você

– Você ia deixar ações para mim Tony? – Ele não parava de surpreendê-la.

– Evidente que sim, você sabe, mesmo gostando de Stane eu queria minha empresa nas mãos de alguém que tivesse a mesma visão que a minha.

– Ok, Stane morreu, você estava em busca das armas da Stark em mãos de inimigos, falta um pedaço da história.

– Stra. Potts sempre ávida por informação. - Ele sorriu descontraído, quebrando o clima tenso do ambiente. - Calma Pep, depois da morte de Stane não dava mais para esconder o homem de ferro.

– Homem de ferro?

– É – Ele fez um gesto com as mãos de pouco caso. – Foi o nome que a impressa deu para meu traje, em fim, não dava mais para esconder ele, foi nesse momento que a SHIELD apareceu, eles estavam acostumados a lidar com incidentes envolvendo o que eles chamam de super humanos.

– Super humanos? – Ela interrompeu. – Tipo uma nova geração evolutiva? Foi você quem inventou o nome?

– Muito engraçado Pep. – Ele respondeu sem sorrir. – Eles queriam que eu contasse uma história sobre um guarda costa usando um traje, que obviamente não ia colar, ninguém ia acreditar em uma coisa dessas, então eu contei ao mundo que era o homem de ferro.

– Essa história toda é muito maluca! – Ela interrompeu de novo. – E era previsível que você não ia conseguir manter em segredo, típico, eu devo ter surtado.

– Você foi indispensável para que as coisas acontecessem da maneira que aconteceram – Ele fixou o olhar no nela, tinha um misto de carinho com alguma outra coisa que Pepper não conseguia identificar, ele falava com ela de uma forma tão intima que às vezes a deixava desconfortável, os dois sempre foram próximos, mas existia certa distancia formal entre eles, normal no relacionamento funcionária/chefe, mas desde que ela acordou, ele parecia diferente mais carinhoso, mais preocupado e definitivamente mais intimo.

Talvez nesses últimos seis anos o relacionamento deles tenha evoluído um pouco, talvez o fato de ter deixado de ser funcionária dele tenha tornado os dois definitivamente amigos, muito embora ela tivesse que confessar que a excitação que sentia ao dividir a mesma cama que ele não tinha nada de inocente.

– Então você desobedeceu a uma ordem da SHIELD e mesmo assim eles te nomearam diretor? – Ela perguntou tentando controlar as emoções.

– Não foi tão simples. – Ele sorriu com a lembrança, e contou para Pepper sobre o Projeto Vingadores, e como eles tinham salvado o mundo da primeira vez em Nova York.

– Você está me dizendo que deuses nórdicos existem? Que pessoas normais têm super poderes? Que existe vida fora do nosso planeta? Você tem noção que está alterando toda minha concepção de mundo, certo?

– Eu avisei que era muita informação, por isso perguntei se estava preparada.

– Acho que eu nunca estaria preparada para isso.

– É mais fácil quando a gente descobre aos poucos.

– Eu sabia, quando eu aceitei trabalhar com você, que nunca mais teria um dia entediante na vida.

– Obrigado. – Ele sorriu sedutor, como se considerasse aquilo um elogio. – Há uns três anos atrás, Nick Furry sumiu no mundo, a SHIELD ficou temporariamente sem direção, e o governo me ofereceu o cargo.

– Porque a você? Quer dizer eu perdi seis anos de memória, mas o cargo não parece fazer seu tipo.

– Eu mudei nesses últimos anos Pepe. – Ele estava sério agora, como se lembranças sombrias estivessem passando pela mente dele. - Mas não foi só isso, apoiei o governo em um momento difícil e digamos que eles me deviam favores, além do que eu financiei vários projetos da SHIELD, você sabe não importa se os deuses nórdicos existam nem os aliens, o dinheiro ainda é o que move o mundo.

– Você está namorando. – Ela mudou de assunto, mas logo percebeu o desconforto dele quando ela tocou naquele ponto. – Faz tempo que vocês estão juntos?

– Quase um ano. – Ele respondeu.

– Quase um recorde para você. – Ela brincou.

– Já tive namoros mais longos.

– Maya Hansen, você ficou um ano com ela não foi? – Pepper perguntou tentando se lembrar. – Acho que aquele foi seu namoro mais longo.

– Porque nós estamos falando sobre isso mesmo?

– Porque do meu namoro é que não vamos falar, tendo em vista que acordei com meu chefe no meu quarto, devo presumir que estou solteira.

– No momento acredito que sim. – Ele respondeu ainda mais desconfortável, você não costuma discutir sua vida amorosa comigo.

– Provavelmente porque ela é inexistente, percebeu que não tem nenhum buque de flores no meu quarto, não é?

– As pessoas não sabem que você está aqui Pep, todo mundo acha que você tirou férias, mas chega de conversa. – Ele falou se levantando. – Já passou e muito da meia noite, você precisa descansar, tem muito informação para processar.

– Eu ainda não sei o que aconteceu comigo, porque as agentes da SHIELD querem me interrogar?

– Chega de perguntas por hoje, eu já vi você bocejando umas duas vezes, não sei como já que está dormindo a semanas, mas é obvio que precisa descansar.

– Você vai embora? – Perguntou tentando não demonstrar desânimo, não queria ficar sozinha e dormiria muito melhor sabendo que Tony estava lá.

– Vou esperar você dormir. – Ele falou se acomodando no sofá.

– Boa noite Tony.

– Boa noite Pepper.



Tony não estava mais no quarto quando ela acordou no dia seguinte, passou boa parte da manhã com a equipe médica fazendo uma bateria de exames, ficou sabendo de vários fatos interessantes que ocorreram no mundo nos últimos anos, Saddam Hussein e Osama Bin Laden estavam mortos, assim como Michael Jackson e Amy Winehouse, o mundo estava em crise econômica, Barack Obama era o novo presidente dos Estados Unidos, e ela tinha sido eleita pela Times a mulher mais importante do mundo.

Uma das médicas da equipe tinha comentando que gostou muito da matéria dela no Times, com certeza aquela tinha sido a noticia mais bombástica de todas para ela, como sua vida podia ter mudado tanto em seis anos?

Assim que os exames terminaram ela voltou para o quarto, a médica fez uma série de recomendações mas concluiu dizendo que fisicamente ela estava perfeita.

Pouco depois da saída da médica a namorada de Tony entrou no quarto, Pepper quase não a reconheceu sem o uniforme apertado que ela usava na noite anterior, naquela manhã ela tinha optado por uma calça Jens justa, bota de cano alto, e uma camiseta do Kiss que a moça com certeza imaginava ser descolada.

– Potts. – Margareth a cumprimentou com uma expressão fechada, Pepper tinha impressão que a moça preferia estar em qualquer outro lugar menos ali.

– Jones, certo? – Ela perguntou lembrando-se do nome da moça.

– Correto, como a agente Hill comentou com você ontem, nós estamos a observando desde que você acordou.

– Sim, e devo dizer que isso é no mínimo desconfortável.

– É nosso trabalho. – A garota foi seca. – O que você pretende fazer depois de sair do hospital?

– Eu pensei que você ia me interrogar sobre as coisas que aconteceram comigo antes de eu entrar no hospital.

– Você disse que não lembra. – A moça respondeu com impaciência.

– Eu não tenho planos.

– Mas deve ter alguma noção do que vai fazer.

– Eu não me lembro dos últimos seis anos da minha vida agente Jones, como você espera que eu tenha um plano? O que eu posso dizer é que se estivesse em 2007 eu iria para o meu apartamento e tiraria uma semana de férias.

– É isso que você pretende fazer então?

– Eu disse que se estivesse em 2007 eu faria isso, no momento eu nem sei se eu ainda moro no mesmo lugar, mas sei que não tenho mais o mesmo emprego, não sei se eu posso tirar férias do meu cargo de CEO, aliás, nem sei se eu ainda o possuo tendo em vista esse meu problema de memória, então me desculpe se eu não tenho um plano de ação.

– Tony está cuidando da Stark enquanto você está doente, ele tirou uma licença da SHIELD.

– Não sabia que diretores de organizações secretas tiravam licença.

– É o Stark, ele sempre faz as regras conforme suas necessidades. – Era evidente que aquela atitude de Tony tinha desagradado a moça.

– Vai se acostumando. – Pepper alfinetou.

– Não é porque eu sou namorada que tenho que abaixar a cabeça para tudo que ele faz ou diz. – Margareth respondeu com raiva. – Nem todo mundo faz todas as vontades de Tony Stra. Potts.

– Porque eu sinto que seu comentário foi direcionado para mim? – Pepper perguntou irônica.

– Porque foi. – A moça respondeu com sinceridade.

– Olha senhorita Jones, eu não sei o que você tem contra mim, até porque não me lembro nem ao menos quem você é então se tem algo lhe incomodando, por favor, diga, porque eu não vou adivinhar.

– Eu não engulo a sua história Potts, é só isso. – A garota finalmente falou.

– É uma pena que você não possa fazer nada a respeito. – Pepper lançou seu sorriso mais doce para garota, porque Tony sempre tinha que namorar idiotas?

– Algum problema? – Dra. Cuden entrou no quarto e provavelmente sentiu o clima pesado no ambiente.

– Nenhum. – Margareth respondeu antes de sair.

– Ela estava te incomodando? – A médica perguntou.

– Não. – Pepper respondeu tentando não parecer irritada.

– Bom Srta. Potts, no que depender de mim você está liberada. – A médica explicou a ela como seria sua rotina de exames e consultas, antes de deixá-la sozinha.


Pepper tinha acabado de colocar as roupas que encontrou em um armário dentro de uma mala, tinham poucas peças de roupa lá dentro, e ela não tinha idéia de quem tinha trazido aquilo para lá, mas tinha que se lembrar de agradecer.

Ela optou por um conjunto de saia preta, blusa branca e scarpin de salto alto, era uma escolha certa já que não fazia idéia como andava o mundo da moda, as peças eram exclusivas, ela reparou ao conferir as etiquetas, ela realmente estava rica concluiu sorrindo.

– Já está pronta para ir embora? – Tony entrou no quarto, pelo jeito já sabia que a médica a tinha liberado, ele estava particularmente bonito aquela manhã, era incrível como ele parecia não ter envelhecido, aliás, ela poderia dizer que ele parecia ainda mais novo que nas lembranças dela.

Tony Stark era como vinho, quando mais velho mais gostoso, ela sorriu com o rumo dos seus pensamentos, precisava se controlar ou acabaria dando motivos reais para a namorada esquentadinha dele não gostar dela.

– Já, será que Happy pode me dar uma carona?

Pepper ainda tinha muitas perguntas a serem respondidas, mas teria que procurar outra pessoa para responder, depois do que aconteceu entre ela e Margareth aquela manhã preferia manter distancia de Tony.

– Eu vou te levar, você fica na minha casa, não é seguro ficar sozinha no seu apartamento.

– Eu não vou ficar na sua casa Tony. – Ela protestou.

– Porque não? – Ele perguntou pegando a mala dela que estavam em cima da cama.

– Por que não tem sentindo, além do mais não quero mais problemas com sua namorada.

– Ela vai estar lá também. – Ele respondeu sério, como se aquele assunto fosse delicado para ele, era só tocar no nome da dita cuja que ele ficava estranho. – E ela já sabe que você vai ficar lá.

– Então era por isso que ela estava tão irritadinha pela manhã.

– Ela tem um temperamento difícil.

– Ela usa camiseta de banda Tony. – Pepper não resistiu ao comentário. – E ela não é mais adolescente. – Concluiu sorrindo, uma de suas implicâncias constantes com Tony era sobre a forma adolescente que ele se vestia as vezes.

– É por essas e outras que ela não é amistosa com você. – Ele concluiu sorrindo ironicamente. – Vamos Potts, não tenho o dia inteiro para carregar sua mala.

Pepper o seguiu para fora do quarto e os dois entraram no elevador, ela estranhou o fato dele apertar o botão do ultimo andar.

– Nós não devíamos descer?

– Eu moro aqui. – Ele respondeu.

– Como assim mora aqui? Isso daqui não é uma base do governo? O que aconteceu com sua mansão?

– Digamos que eu financiei essa base do governo, no ultimo andar fica meu apartamento.

– Isso não faz sentido. – Ela respondeu, no mesmo momento que a porta do elevador se abriu.

Margareth estava na sala, ela viu a garota sentada confortavelmente no sofá, com os pés em cima da mesinha de centro e uma expressão de contrariedade no rosto.

Pepper não prestou muita atenção nela, pois estava deslumbrada com o apartamento, a sala era enorme, e a decoração era de muito bom gosto, tinha um bar do lado direito, sofás enormes do lado esquerdo, as paredes eram de vidros, e a tinham uma vista privilegiada de Nova York, espera ai? Nova York, a ruiva pensou confusa, ela não devia estar em Malibu?

–Porque não estamos em Malibu? – Perguntou apontando para o Empire State.

– Faz um tempo que nos mudamos para Nova York. – Ele respondeu dando de ombros. – Você sabe, a sede da empresa era aqui, meu trabalho na SHIELD era aqui, nós tínhamos a Torre.

– Torre?

– Torre Stark, é onde nós estamos no momento.

–Torre Stark. – Ela repetiu sem acreditar. – Seu ego em descontrole fez você criar um prédio com seu nome.

– Você aprovou o projeto. – Ele se dirigiu ate o bar. – Querem beber alguma coisa? – Perguntou para as duas.

– Estou tomando medicamentos. – Pepper respondeu.

– Eu quero uma dose de uísque também. – Margareth finalmente falou algo, indo em direção ao bar e sentando na frente de Tony, não antes de trocar um selinho com ele, era esse tipo de coisa que Pepper queria evitar, não queria ficar vendo a troca de carinho entre os dois, por mais que não quisesse confessar, detestava ver o Tony com qualquer mulher que fosse.

– Esse lugar é realmente incrível, de muito bom gosto, aliás. – Ela comentou enquanto olhava admirada ao redor, foi quando ela localizou um quatro de arte moderna de um dos meus artistas favoritos Gustave Caillebotte, pendurado em uma das paredes da sala. – A Boulevard Haussmann sob a neve – Ela repetiu o nome do quadro enquanto passava a mão por ele impressionada, era estranho ver ele na parede da casa de Tony, sempre quis comprar aquela pintura para colocar na sua casa, aquela Avenida de Paris trazia boas lembranças a Pepper, na primeira viagem internacional que tinha feito com Tony os dois tinham se hospedado em um hotel naquela rua. – Sempre quis colocar esse quadro na minha casa.

– Pode levar então. – Margareth comentou trazendo Pepper de volta a realidade.

– Onde exatamente eu vou ficar? – Ela perguntou ignorando a garota.

– Em um dos quartos de hospedes, vou levar você até lá –Tony respondeu colocando o copo no bar, e trocando um olhar com Maragareth, como se pedisse desculpas a garota, Pepper queria realmente entender porque ele tinha insistido em sua estadia ali, era visível que a namorada dele não gostava nenhum pouco dela.

Ela estava seguindo Tony para fora da sala quando viu a foto de um bebê em cima de um dos armários da sala, era um garotinho lindo com cabelos negros e olhos azuis, tinha pelo menos mais duas fotos dele espalhadas pela sala, e em uma delas Tony estava na praia usando apenas um calção e segurando o bebê que sorria divertido nos braços dele.

– Você teve um filho? – Ela perguntou, esperando que ele negasse e dissesse ser filho de algum amigo, talvez Happy tivesse tido um bebê.

Ele trocou outro olhar significativo com Margareth, o que deixou Pepper ainda mais desconfiada, será que o menino era filho da garota?

– Tive. – Pepper ficou muda diante da confirmação dele, aquele bebê na foto parecia ter mais de um ano, ele disse que estava com Margareth há quase um ano, será que ela era realmente a mãe?

– Não acredito que você teve um filho, quer dizer, eu sempre imaginei que isso aconteceria, tendo em vista a quantidade de. – Ela interrompeu sua fala quando lembrou que a atual namorada dele estava na sala, ia disser que tendo em vista a quantidade de mulheres que ele colecionava. – Ele é lindo Tony.

– Não é? – Tony se aproximou dela, admirando a foto que Pepper tinha nas mãos, alguma coisa em seu intimo dizia que ela devia amar aquela criança, agora ela entendia porque ele parecia ter mudado tanto, Tony era pai, aquilo era mais estranho que descobrir que ele era um super herói.

– É estranho. – Ela disse ainda olhando para a foto. – É como se eu reconhecesse esse bebê.

– Sério? – Tony a olhou fixamente, como que esperando que ela recuperasse a memória de uma hora para outra.

– Sério, mas deve ser porque ele parece com você. – Ela colocou o porta retratos no lugar. – Me diz que você não deu um nome bizarro para ele.

– Dei o nome do meu pai para ele, Howard Antony Stark.

– Gostei, muito embora colocar Antony no nome do seu filho é seu ego em descontrole novamente.

– A mãe dele aprovou. – Ele respondeu sério.

– Quem é a mãe dele? Eu conheço? – Pepper torceu internamente para não ser a desagradável da Margareth.

– Conhece, mas é uma longa história, te conto depois. – Ele pegou a mala dela e rumou para o quarto de hospedes.

Ela não quis insistir no assunto que obviamente não era o preferido do seu ex-chefe.

O quarto de hospedes era tão bonito quanto o restante do apartamento, pelo menos a parte que ela tinha visto do apartamento, era amplo, com janelas vidros que ocupava praticamente toda parede, uma cama gigantesca coberta com lençóis caros, e um banheiro de mármore em tons de creme e marrom, Tony não tinha dito nada, mas ela podia jurar que tinha ajudado na decoração daquele lugar, reconhecia seus gostos em cada canto do ambiente.

Pepper tomou um banho, escolheu um vestido mais leve para usar já que ia ficar em casa mesmo, o guarda roupas estava cheio de roupas dela, Tony comentou que pediu a Happy trazer suas coisas.

Mas tudo que ela queria no momento era um computador, Tony tinha evitado deixar qualquer aparelho eletrônico perto dela, provavelmente temendo que ela fosse fazer pesquisas sobre sua vida, que era exatamente o que faria se arrumasse um computador.

Resolveu se aventurar pela torre, provavelmente se procurasse um pouco acharia alguma coisa, afinal de contas estava na casa do Tony Stark aparelhos eletrônicos é o que não devia faltar.

Margareth e Tony estavam conversando no sofá da sala quando Pepper entrou no cômodo, os dois silenciaram no mesmo momento que notaram a presença dela.

– Podem continuar. – Ela falou sem graça. – Só vou pegar um copo de água na cozinha. - Improvisou uma desculpa qualquer.

– Fica depois daquela porta. – Tony apontou para uma porta depois do bar, e nesse momento um garotinho, vestindo um pijama azul apareceu na sala, ele carregava um travesseiro de estrelas e estavam sem calçado apenas com meias, Pepper reconheceu o garoto das fotografias.

– Desculpe Sr. Stark, eu não vi quando ele acordou. – Uma mulher falou enquanto ia atrás do menino ela estava prestes a pegá-lo no colo, quando o garoto correu ate Pepper e se agarrou nas pernas da ruiva.

– Mãe. – Ele falou olhando para cima, e ela reconheceu aqueles olhos azuis que a olhavam com saudades, eram iguais aos que ela via no espelho todos os dias.