Rainha dos Corações

A Lágrima da Princesa | Arthur e Ingrid


A LÁGRIMA DA PRINCESA

Arthur sempre fora um bom Marinheiro, que cumpria sua função com a maior dedicação, dando o seu melhor em todas as situações. Nenhuma vez, em todos os anos que servira a seu país, ele pedira uma folga fora do tempo, nem quando sua mãe implorava para que ele voltasse para casa em seu aniversário ou até mesmo no Natal. Mas, assim que recebera notícias da Dinamarca dizendo que Isabella sofrera um acidente, ele mal se despediu de seus companheiros. Ele simplesmente saiu, pegando o primeiro trem disponível de Londres a Copenhague.

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Quando chegara naquela manhã, o Palácio estava uma confusão. Nenhum membro da realeza estava presente, apenas os criados, os quais faziam arrumações absurdas, movendo móveis e peças de roupa para toda a parte. Em uma das salas, ele encontrou as Selecionadas, todas aflitas com todos os acontecimentos dos dois últimos dias. Uma delas — cujo nome ele não lembrava por conta do nervosismo — indicou que as pessoas importantes da residência se encontravam em um hospital perto dali, acompanhando Isabella, que estava na UTI em estado gravíssimo.

Sem nem mesmo agradecer a garota pela informação, ele saiu correndo para o local onde se encontrava sua amada. Não pediu um carro oficial ou dos motoristas particulares que pertenciam à Família Real, pois não queria atrapalhar toda a arrumação, apenas pediu um taxi que circulava pelas ruas. E, no caminho, mal pôde prestar atenção na bela arquitetura da cidade, com as construções que desde pequeno amava, pois as lágrimas de nervosismo pelo que logo teria de presenciar já se formavam em seus olhos, embaçando toda sua visão.

O hospital se encontrava a poucos minutos de distância de Amalienborg, em um prédio de estrutura moderna, que contrastava com as demais construções do bairro. Grandes janelas se estendiam pelas altas paredes, que se organizavam em diversos prédios, completando todo um quarteirão. Muitas pessoas entravam e saiam pelas imponentes portas de entrada, que exibiam letras brancas indicando o nome do local, Rigshospitalet.

Só de ler aquela palavra, o coração de Arthur parecia parar. Não sabia o que lhe esperava do lado de dentro. Seus passos prédio adentro eram vacilantes. Ele olhava para todos os lados, observando a tristeza ou a felicidade dos amigos de familiares dos pacientes. E, assim, sua mente só conseguia vagar nas maiores das preocupações. Seu estômago revirava com todas as possibilidades. Com todas as cenas que sua imaginação era capaz de formar. Sua alma se enchia de incertezas, de inseguranças e de uma tristeza agoniante que há muito não sentia.

Como estaria Bella? Ele poderia vê-la? Seria essa a última vez?

As paredes pareciam mais brancas com toda a áurea melancólica que seis figuras que se agrupavam em meio a um pequeno sofá na área de recepção exalavam. As pessoas, que o Príncipe conhecia apenas com as luxuosas roupas que eram utilizadas dentro do Palácio, se abraçavam como se não houvesse amanhã, com a aparência de quem não conseguira fechar os olhos nem por um momento nos últimos dias. Mesmo de longe, ele conseguia ver as lágrimas que, apesar de mais de 48 horas já terem passado, ainda teimavam em escorrer por suas bochechas. Mas, por mais que a cena por inteiro fosse desoladora, as ações de um membro daquela família destruída eram as que mais cortavam o coração de Arthur.

Ingrid, com seus longos cabelos castanhos claros, encolhia os ombros em um canto da sala. A qualquer momento, parecia que ela poderia cair, quebrando seu frágil corpo das pernas bambas com o impacto. Sua face tão perfeita estava em um tom vermelho como o sangue. Sua boca se abria e fechava sem parar, como se tentasse, sem som, soltar todos os sentimentos que seu coração reprimia por medo. Era a visão da destruição. Do caos interior. De uma tempestade que talvez demoraria anos para terminar.

Envolvido pelos mesmos sentimentos que a menina, Arthur foi até ela. Seus braços cobriram os dela em uma sintonia que apenas existia por conta da tristeza que os unia. As lágrimas dela encharcavam a camisa dele, assim como as dele molhavam o vestido dela. Por algum tempo, eles permaneceram assim. As dores de suas almas pareciam ser amenizadas com esse pequeno toque de afeto, com uma compreensão incompreensível de corações em agonia.

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— Por favor, convença-os a me deixarem entrar no quarto — ela sussurrou entre soluços. — Pode ser a última vez. Eu preciso ver minha irmã. Não posso deixá-la morrer sozinha.

— Ela vai ficar bem, Ingrid — ele respondeu, passando as mãos carinhosamente por seus cabelos. — Tudo vai ficar bem.

Não vai não! — ela gritou, desvinculando-se dos braços dele e ficando parada no meio da sala, para o susto de sua família. — Eu sinto. Eu sei. Preciso vê-la!

— Ingrid! Por favor, silêncio — a Rainha, que aparentava estar igualmente destruída, se levantou, ficando em frente à filha. — Você não tem condições de ir lá. Ela vai perceber seu desespero e vai apenas piorar.

— Ela vai sentir minha presença, vai sentir o amor que nós temos uma pela outra — ela secou as lágrimas de seu rosto, tentando aparentar, pelo menos por alguns segundos, ser forte. — Eu prometi que iria protegê-la. Não posso abandoná-la. Pode ser um momento difícil para mim, mas é muito mais para ela. Ela precisa de mim.

Com muita calma, Alexander foi até a irmã mais nova, encostando em seu ombro com ternura. Ao sentir o toque do irmão, ela desabou mais uma vez. Sua face voltou a ficar molhada e toda a força momentânea se foi. Provavelmente, ela lembrava de todas as situações que os três viveram juntos; Isabella, ele e ela. Todas as risadas, os sorrisos, a diversão. Coisas que, na cabeça dela, nunca voltariam a acontecer.

— Venha, Ingrid, vamos tomar um copo d’água para você se acalmar. Depois disso você pode entrar lá, pode ser? — ela assentiu de leve com a cabeça, seguindo o mais velho com os olhos encarando o chão.

Ele, então, abraçou os ombros dela, conduzindo-a até um local mais afastado do corredor. Dessa maneira, Arthur ficou sozinho com o restante da família; a pequena princesa, que estava sonolenta no sofá, Henrik, que tentava afastar suas angústias lendo um livro qualquer, e os pais preocupados, que olhavam para o rapaz de maneira assustadora.

— Majestades, se os senhores permitirem, gostaria de entrar no quarto para ficar com Isabella — ele falou um tanto receoso, cruzando as mãos em frente ao corpo. — Eu sei que causei muita confusão a suas filhas, mas esse é um tempo delicado, no qual não devemos nos prender às desavenças do passado…

A Rainha abriu a boca para responder, porém seu marido a interrompeu.

— Pode ir. Nenhum de nós está em condições de acompanhar nossa menina de maneira correta, só pioraríamos a situação — o Soberano afirmou, respirando fundo. — Cuide dela como nós, ou melhor, como Ingrid cuidaria.

O rapaz agradeceu com um pequeno gesto de cabeça ao casal, que voltou a se sentar no sofá com os dois outros filhos. Assim, — depois de se registrar como acompanhante — ele começou a trilhar seu caminho entre os diversos quartos do hospital, passando por inúmeros pacientes entre a vida e a morte e seus parentes desesperados. Quanto mais os observava, mais desesperado ele ficava. Os passos que dava em direção ao cômodo de número 241 foram os mais longos de sua vida, pois estavam repletos de aflições. Não sabia como seria ver sua amada imóvel em uma cama, não sabia se conseguiria aguentar.

E, quando chegou a seu destino, percebeu que nunca estaria pronto para aquela cena.

Ele se aproximou, apreensivo, do leito e se sentou na cadeira logo ao lado. A mão dela estava gelada e ele tentou, em vão, esquentá-la. Lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas sem parar, era algo incontrolável. Só de vê-la assim, com manchas vermelhas de sangue por toda parte e com tubos vindos de todos os lugares, praticamente vivendo por conta de uma máquina, ele ficava desesperado. Ainda mais quando não podia fazer nada para melhorar a situação.

Ela parecia tão frágil, tão pequena. Os olhos azuis encantadores estavam fechados. Os lábios, que sempre formavam um sorriso hipnotizante, estavam roxos, sem vida. Não era a menina que conhecera naquela primeira noite, olhando-o de canto no baile enquanto ele dançava com sua irmã gêmea. Não era mais a princesa que encantava a todos. Não era mais aquela que o derrotara em uma luta de espadas, com a ousadia de se esconder para não ser descoberta pela mãe rígida. Sua voz melodiosa já não estava mais ali para falar com ironia. Seus braços, aqueles em que um dia se envolvera com a certeza de que um dia voltaria à Dinamarca para começar uma vida com ela, agora apenas deitavam ao lado de seu corpo com inúmeras cicatrizes. Era como se ela fosse uma boneca, que não se mexia ou falava, apenas estava ali para ser observada.

Ele sentia, mesmo que ainda tivesse esperanças que ela superasse aquilo, que ele a perdera para sempre.

E para sempre não era como ir a Grã-Bretanha e voltar depois de um tempo.

Era muito mais que isso.

— De tantas coisas que eu gostaria de dizer para você, adeus não era uma delas. Queria dizer o quão feliz você me faz. Afirmar que você é realmente mais bonita que as Selecionadas — ele riu em meio ao choro. — Dizer o quanto te amo. Contar que não consigo tirar meus olhos de você desde a primeira vez que nos vimos. Mas agora você está aí. E eu só posso encarar seu sofrimento, sem reação. A única coisa que eu posso fazer é pedir. Pedir para que você aguente essa. Por favor, Bella. Não seria nada sem você.

Como se fosse reanima-la, ele apertou a mão da garota com força. Nenhuma reação. Ele sabia que não tinha o poder para fazer esse milagre. Se fosse capaz, ela já estaria sentada ao pé da cama, conversando animadamente como sempre fazia. Infelizmente, ela continuava deitada, sem expressão... Então, com muito pesar, ele se levantou. Como se fosse a última vez, pressionou os lábios nos dela, tentando imitar um beijo. Um final. Um beijo que não foi contribuído. Um beijo de despedida.

— Eu sei que é difícil, meu amor, mas tente. — sussurrou ele ao ouvido da garota. — Estaremos todos aqui ao seu lado. Ingrid, Saphira, Alexander, Henrik, sua mãe, seu pai, as Selecionadas. Todos. Só por você.

Ele beijou a testa áspera e queimada dela. Mesmo que ele tentasse se controlar e ser forte, as lágrimas ainda escorriam, a dor ainda predominava. Uma angústia que parecia sem saída. Sentimentos que logo foram compartilhados com Ingrid, que surgiu desesperada pela porta do quarto, chorando como se não houvesse amanhã.

Com o corpo colado com o de Arthur na cadeira e os olhos fixos naquele corpo praticamente sem vida, ela passou a mão pela face da irmã com um amor que transbordava por todas as partes do seu corpo. Os dois observaram, aos poucos, sua respiração desacelerar, as máquinas pararem de contar seus batimentos cardíacos, e ela dando seu último suspiro, que parecia, apesar de todo o desespero da situação, tranquilo por estar rodeada por duas pessoas que ela tanto amara, mesmo que de formas diferentes.

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***

Todas as luzes do Palácio estavam desligadas naquela noite, com exceção de uma, que era vista na última janela do corredor do terceiro andar. Uma cabana de finos cobertores se erguia no centro do colorido quarto, e continha o único ponto luminoso do local, proveniente de uma pequena lanterna. Risos eram ouvidos. Vozes finas ecoavam pelo cômodo. E, o mais importante de tudo, a alegria envolvia as duas pequenas figuras ali presentes.

As irmãs gêmeas, Ingrid e Isabella, de 9 anos, estavam sentadas em meio a muitas almofadas das mais diversas formas e tamanhos. Muitos livros as rodeavam, esperando serem lidos por seus olhos animados e sensibilidade infantil que faziam até as mais tristes histórias parecerem, de alguma maneira, alegres.

Naquela noite, elas aproveitavam a liberdade de ficarem acordadas até depois do toque de recolher — concedida como uma recompensa por sua mãe após uma semana de bons comportamentos — lendo. Viajando pelos mundos imaginários que elas nunca conheceriam. Para elas, era uma felicidade imensa, para elas, ter essa oportunidade. A oportunidade de sonhar e, o mais importante de tudo, sonhar juntas, compartilhando amor e carinho naqueles pequenos momentos que compartilhavam,

— Ela, então, acendeu o último fósforo. Sua avó apareceu mais uma vez em sua frente, segurando as mãos da pequena menina, e as duas, juntas, começaram a voar para o céu — uma das Princesas leu. Já no fim de um dos livros, passando as mãos pela página. — A menina sentiu um súbito alívio, não existia mais frio ou fome. Naquele momento, outra estrela cadente passou, iluminando o céu opaco daquela fria noite de inverno.*¹

— Será que todas essas estrelas que vemos no céu são pessoas que já deixaram nosso mundo? — a outra, Isabella, impressionada e emocionada com o desfecho da história, questionou, apoiando a cabeçinha em uma de suas mãos.

— Acho que sim. Vovô Friederich, tia Agnes e muitos outros que, sem que soubéssemos, nos amavam, estão lá, cuidando de nós — a outra respondeu após pensar por alguns segundos, fechando o livro cuidadosamente e colocando-o junto aos demais.

— E será que um dia estaremos lá com eles cuidando das pessoas aqui na Terra também?

— Ah, Bella, não precisamos fazer essas perguntas agora. Talvez sim, porém ainda falta muito, muito tempo para isso acontecer.

— Mas você sabe que eu sempre estarei aqui para você, assim como a avó esteve para a vendedora de fósforo, não sabe?

A gêmea não respondeu, apenas colocou os braços em volta da irmã e deitou-se com ela nas almofadas. Uma sentia o calor e o amor que a outra irradiava e tinha a certeza que aquele abraço — mesmo com as indas e vindas da vida — era para sempre.

Ingrid abriu os olhos para uma visão embaçada de lágrimas. As lembranças ainda rondavam seus pensamentos, fazendo-a ver aquelas cenas que, no momento que aconteceram, pareceram tão banais mas que agora traziam uma tristeza e uma saudade que ela não conseguia controlar. Se pudesse escolher, ficaria para sempre naquele mundo do passado, no qual nada de errado ocorria e apenas palavras alegres e sem preocupações saiam de sua boca. Infelizmente, porém, a visão das pedras da grande Catedral de Roskilde*² a faziam recordar do que realmente se passava naquele momento.

Isabella estava sendo enterrada em uma das valas reservadas aos Schiønning, no local que sempre abrigara parentes — na maioria das vezes, desconhecidos — que haviam morrido muitos anos antes. Fora, por muito tempo, um ponto distante de suas vidas, que nunca seriam planejados pelas mentes ainda tão infantis das irmãs gêmeas. Mas agora, infelizmente, estava mais próximo delas do que nunca, como se a morte estivesse ansiosa para pegar sua alegria e suas boas energias e transportá-las para o outro mundo com ela.

Poucos minutos antes, o majestoso caixão fora fechado, levando consigo a última imagem física que todos teriam daquela bela garota. Ingrid não aguentara o sofrimento. Não conseguira suportar a dor de ver aquele grande pedaço de madeira separando-a de alguém que estivera a seu lado, amando-a de maneira incondicional, durante toda a sua vida. E, por isso, fugiu.

Correu para bem longe, com seu belo e elegante vestido preto voando com o vento. Ali, no meio de toda a natureza que rodeava a área do templo protestante, ela não teria contato com ninguém. Poderia estar sozinha com seus pensamentos. Sozinha absorvendo sua tristeza. Sozinha para sentir a presença — por mais que fosse espiritual — de sua irmã.

Ela chorou por muito tempo. Chorou tudo que não havia chorado em todos os outros momentos de sua vida. Chorou até que seu corpo não aguentasse mais. Chorou. Chorou. Chorou. Mas nada parecia apaziguar as lutas de sua alma. Talvez nem em muitas décadas aquelas feridas que sangravam em seu coração poderiam cicatrizar.

Depois de muitos minutos de solidão, uma pequena figura apareceu ao seu lado, vestida de tons de negro que não lhe eram comuns. Ela passou as leves mãos pelos cabelos da inconsolável irmã mais velha, tentando, em vão, acalmá-la. Após algum tempo repetindo o mesmo movimento, ela se moveu para a frente da outra, massageando toda a extensão de sua face de maneira delicada. Com os dedinhos finos, secou as lágrimas, que, mesmo com tanto carinho recebido, ainda insistiam em rolar por suas bochechas. E, naquela posição, Ingrid pôde perceber que ela não tinha nenhuma feição de tristeza em seu rosto.

— Como você pode estar tão calma, Saphira? — a mais velha questionou, contendo os soluços e encarando os olhos extremamente azuis, que lembravam tanto os de Isabella, da garotinha. — Por que não chora?

— Eu não preciso ficar triste, Grid, porque sei que nossa irmã logo logo voltará para a gente — ela respondeu com uma tranquilidade que se refletia em seu pequeno sorriso.

Novamente, o choro tomou conta do corpo de Ingrid. Mas, desta vez, não era de tristeza e, sim de emoção pela sensibilidade da caçula. Elas então, se abraçaram com muito carinho. A pequena colocou os braços da forma protetora em volta dos ombros da maior com toda a gentileza de uma criança de 8 anos, que, com tantos sofrimentos pelos quais tivera de passar nesse pouco tempo de vida, tinha uma alma tão sábia quanto uma anciã.

"Ah, estou em pedaços

Está acabando comigo, mas eu sei

Um coração que se partiu é um coração que foi amado

...

Espero ver o mundo do jeito que você via, pois sei

Que uma vida com amor é uma vida bem vivida"

Supermarket Flowers - Ed Sheeran



*¹ Trecho da história A Pequena Vendedora de Fósforos (em dinamarquês: Den Lille Pige med Svovlstikkerne), de Hans Christian Andersen, um famoso escritor dinamarquês. Transcrito e adaptado do vídeo (que contém a história completa): https://www.youtube.com/watch?v=m5wb-aE-gD4

*² Catedral que se localiza na cidade dinamarquesa de de Roskilde, local onde foram enterrados muitos membros da verdadeira Família Real da Dinamarca. Para saber mais, acessem (recomendo a página em inglês, que tem mais informações, mas essa do link é em português): https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Roskilde