Radiance

Desafiando um Carrow


Chegamos na Ala Hospitalar e Madame Pomfrey passou uma pasta em minha mão aliviando aquela queimação em minha mão direita.

- Pronto querida - ela murmurou carinhosamente - Tome um pouco para passar quando não puder vir aqui - falou me entregando um pote com uma pequena porção daquele estranho remédio.

- Obrigada Madame Pomfrey - falei agradecida. Aquela pasta havia realmente me ajudado bastante. Minha mão já não incomodava como antes.

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Ela me deu um sorriso e murmurou para si mesma:

- Tão parecida com o avô...

Sorri para ela e me virei em direção a porta sendo acompanhada por Gina.

- Temos poucos minutos para tomar o café - ela falou quando chegou perto.

- Estou sem fome - murmurei tentando convencê-la.

- Mas tem que comer, você perdeu muito sangue ontem e suponho que perderá hoje de novo. Tem que se alimentar para se fortalecer novamente - me repreendeu a Sr. Weasley mirim.

Suspirei pesadamente.

- Tudo bem mamãe - falei de modo sarcástico.

Gina me deu a língua de modo infantil e me puxou em direção ao Salão Principal. A maioria dos alunos já haviam acabado de comer e poucos estavam nas mesas de suas casas. Caminhamos apressadamente em direção a mesa da Grifinória, sentamos em um canto um pouco afastado e comemos rapidamente. Assim que terminamos fomos para sala de Transfiguração com a Cornival.

- Bom dia turma - Prof. McGonagall disse para os alunos.

- Bom dia - respondemos em uníssono.

- Hoje vamos... - começou, porém minha atenção se voltou para a garota de cabelos ruivos sentada ao meu lado que me cutucava com a pena.

- Que foi? - sussurrei fingindo olhar para professora.

- Quero saber tudo sobre o Malfoy e você - sussurrou de volta.

- Estamos em aula - falei como desculpa.

- Não importa, você ta me enrolando desde ontem - fez pouco caso da minha desculpa.

- O que você quer saber? - perguntei tentando adiar o máximo daquela conversa.

- O que aconteceu ontem depois do castigo, por que vocês entraram juntos no salão principal, que sonho foi aquele que você parecia está gostando tanto... - terminou com um sorriso maroto nos lábios me fazendo corar.

- Ontem ele me encontrou e depois a gente foi para o salão principal - falei meia verdade torcendo para ela aceitar.

Ela arqueou as sobrancelhas com um olhar do tipo: "Eu tenho cara de idiota por acaso?".

Bufei. Claro que ela não se daria por satisfeita, afinal, era de Gina Weasley que estávamos falando.

- O que foi? - indaguei cinicamente.

- Você acha mesmo que eu vou engolir essa? - sussurrou me fitando pelo canto do olho.

Bufei novamente. Não custava ter tentado, não é?

- Ok, eu vou contar - me rendi.

Gina apenas me olhou incentivando-me a começar.

- Depois do castigo eu não queria ir para o salão principal, então eu fui para a biblioteca... - comecei a contar porém fui interrompida por um pigarro.

- Srta. Weasley... Srta. Dumbledore... - chamou nossa atenção a Prof. McGonagall - Gostariam de dividir o assunto com o resto da classe?

- Desculpe professora - murmuramos em uníssono.

O restante da aula se passou sem conseguirmos nos falar novamente, pois toda vez que tentávamos Prof. McGonagall nos lançava um olhar severo.


Às 20:00:

Entrei na sala do diretor temerosa. Encontrei apenas Aleto sentada na poltrona onde antes ficava meu avô. Sentei na cadeira de frente para a mesa do diretor em silêncio e esperei.

- Já sabe o que fazer, está esperando o que? — disse Aleto, com um sorriso sínico.

Ainda sem falar nada peguei a pena e comecei a escrever.

"Não devo lançar Crucciatus no professor nem sumir com a varinha dele". O corte nas costas da minha mão direita abriu e recomeçou a sangrar.

"Não devo lançar Crucciatus no professor nem sumir com a varinha dele" . O corte ficou mais fundo, aferroando, ardendo.

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"Não devo lançar Crucciatus no professor nem sumir com a varinha dele". O sangue escorreu pelo meu pulso.

"Não devo lançar Crucciatus no professor nem sumir com a varinha dele".

"Não devo lançar Crucciatus no professor nem sumir com a varinha dele". O pergaminho agora brilhava com as gotas de sangue de minha mão, que queimava de dor.

"Não devo lançar Crucciatus no professor nem sumir com a varinha dele". Continuei a escrever por algum tempo.

- Vamos ver se você já absorveu a mensagem? - disse Aleto, algum tempo depois.

Encaminhou-se para mim, esticando os dedos e passando eles pela minha mão. Reprimi um tremor que me percorreu quando as unhas de Aleto passaram pela minha nova cicatriz em carne viva.

- É, dói, não é? - Aleto perguntou sínica.

- Sim - respondi - mas valeu a pena - completei sem conseguir se controlar.

Meu coração batia muito forte e acelerado. A adrenalina pulsava em minhas veias por aquela simples resposta.

- Como? - Aleto perguntou com um brilho perverso no olhar.

- Valeu a pena. Afinal, não é todo dia que se lança uma Maldição Imperdoável em um professor e comensal da morte - provoquei com um sorriso sarcástico nos lábios.

- Garota Insolente! - urrou Aleto - Crucio.

Foi como se um jato de lava pura corresse pelas minhas veias e mesmo assim, tentei reprimir meu grito de agonia e dor. No entanto, quando meus ossos se contorceram, não pude mais reprimi-lo Gritei com todas as minhas forças deixando que as lágrimas rolassem dos meus olhos, deixei vir a tona as lembranças de meu avô e a nostalgia de perdê-lo. Sentia como se meu mundo houvesse acabado.

- E AGORA? Ainda acha que valeu a pena? - gritou Aleto me olhando com ódio.

- Sim - murmurei ofegante entre as lágrimas - valeu a pena.

- Urgh! - urrou novamente - Atrevida, irá pagar por essas palavras. Crucio!

Foi ainda pior que da primeira vez. E eu gritava ainda mais alto. A Carrow ria tão alto que chegava a ser assustador.

- AINDA VALE A PENA? - gritou com ódio.

- Sim - sussurrei com o resto de minhas forças - A cara que seu irmão fez - ofeguei - foi a melhor - ofeguei de novo - Morrendo de medo. De mim - terminei rindo entre minhas respirações entrecortadas.

PAFT! Ela meteu a mão na minha cara, sem nenhuma piedade.

- CALA A BOCA! - gritou e me deu outro tapa - Sectumsempra!

Se antes senti dor, não fora nada. Gritei como nunca havia feito antes. E foi aí que tudo ficou escuro.