P.O.V. Vincent

Fui dormir um pouco depois das seis. Um sono bem ruim, para ser honesto. Não consegui deixar de pensar nos assassinatos e roubos. Eu até tive um pesadelo relacionado à isso.

Quando acordei vi que o lugar já estava cheio. Havia um grupo de crianças com fantasias.

Havia uma garota de cabelos castanhos curtos e olhos de mesma cor com roupa de Chica.

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Ao seu lado, um garoto de cabelos castanhos e olhos esverdeados usava uma roupa de Foxy (tinha orelhinha, rabinho...fantasia completa) e implicava com ela.

Vi um garotinho de cabelos ruivos e olhos azuis vestido de Bonnie. As orelhinhas ficaram bem legais nele.

Tinham outros dois garotos ao lado dele. Um parecia um ano mais velho e o outro era mais novo.

O mais velho estava fantasiado de Fredbear (o cara que hoje em dia todo mundo chama de Golden Freddy) e tinha cabelos e olhos pretos. O trio estava em um canto mais escuro. Quando vieram para a claridade, percebi que os olhos do garoto tinham um tom acinzentado meio escuro. Quer dizer, a maioria não estaria nem aí, nem perceberia a diferença (o que é jusfiticável em lugares mais escuros, mas na claridade seria difícil não perceber que não é preto) ou diria: preto e cinza, é tudo a mesma merda.

É...só que não.

O outro menininho tinha cabelos castanhos e olhos pretos. Era o único sem fantasia. Usava uma blusa preta com listras cinzas, bermudas jeans e tênis marrons. O pobrezinho estava chorando. Senti uma pena dele...

—O que está olhando?-perguntou Scott.

—As crianças-respondi.

—O garotinho de blusa listrada vem quase todo o dia. O irmão dele é um insuportável. Se pudesse, eu o esmurraria.

—Qual é o irmão?

—Nenhum desse grupinho. Nem vi ele hoje.

—Vou falar com o menininho.

—Vai o quê?

Fui na direção do grupo e pude ouvir os passos de Scott atrás de mim. Quando as crianças olharam na minha direção, eu sorri.

—Oi, garotada. Hey, por que está chorando, amigunho?-ajoelhei-me em frente ao menininho e coloquei uma mão em seu ombro.

—O irmão dele-respondeu o garoto de Fredbear-Trancou-o no quarto mais cedo.

—Que maldade. Hey, amiguinho, você é amigo do Fredbear?-perguntei, apontando para o garoto fantasiado.

—S...sim-respondeu o menininho.

Eu sorri.

—Já volto.

—O que está planejando?-Scott perguntou quando nos afastamos das crianças.

—Chame o Goldie no porão.

—O quê?

—Você me ouviu.

—Hã...não sei onde quer chegar, mas tudo bem...

Peguei uma pelúcia no estoque e quando fui até o grupo de crianças, vi Scott e Fredbear do outro lado. Ao me aproximar do menininho, mostrei a pelúcia a ele.

—Hey, ele é a pelúcia do Fredbear. É seu amigo. Assim como eu-sorri.

O garotinho enxugou as lágrimas, abraçou o ursinho e sorriu.

—Obrigado, moço.

—Meu nome é Vincent. E o seu?

—Kenny.

—Hey, pessoal. Olha quem veio dar um oi-Scott falou.

As crianças se viraram e olharam Goldie, surpresas.

—É o Fredbear humano!-exclamou o garoto fantasiado de Foxy.

—Hey, pessoal!-Goldie sorriu.

Kenny me olhou, meio assustado e hesitante. Sorri para o menininho e ele se aproximou de Fredbear.

—O...oi.

—Hey, como se chama?-Golden Freddy perguntou.

—K...Kenny.

—Eu sou o Fredbear.

—E...eu sei. Você é meu preferido!-ele abriu um pequeno sorriso.

—Aw, obrigado, Kenny.

Quando Kenny já estava mais à vontade com Goldie, as crianças começaram a brincar com o robô.

O garotinho fantasiado de Fredbear me puxou para um pouco longe do grupo.

—Impressionante-ele falou.

—Hã...o quê?-perguntei, confuso.

—Kenny morre de medo desse lugar, principalmente dos robôs. Graças a você, ele está à vontade perto de um. Isso é...impressionante.

—Obrigado, eu acho. Qual é seu nome?

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—Ford.

—Você é bem novo, mas não parece pensar como alguém da sua idade.

Ele deu de ombros.

—É. A vida faz isso com as pessoas.

Eu fiquei meio em choque. Aquele garotinho falava como gente grande.

—Hey Ford!-o ruivo se aproximou-Jeanine e Jamie estão nos chamando para brincar!

—Ok, vamos.

Os dois garotos saíram correndo. Scott olhou para minha expressão de espanto e pareceu ficar confuso.

—O que foi?-questionou.

—Conhece Ford?

—Sim, por quê?

—Eu estava conversando com ele e...o garoto nem parece uma criança. Fala como adulto.

—A vida fez isso com ele. Perdeu toda a família em um acidente quando tinha uns cinco anos e acabou conhecendo o Kenny. Provavelmente deve ter sentido a necessidade de ajudar o garotinho, já que não teve chance de salvar sua família. Isso o fez crescer muito rápido.

—Você realmente sabe o que passa pela cabeça das pessoas, huh?

Ele sorriu.

—É um dom.

Revirei os olhos.

—Idiota...-murmurei.

Quando olhei na direção do palco, vi os robôs conversando. Pareciam nervosos. O grupo de crianças correu até o palco ao perceber isso. Golden Freddy foi junto e parecia confuso. Ford se afastou dos outros e veio até mim.

—A gravatinha de Bonnie, o microfone e o cupcake sumiram.

Troquei olhares com Scott. De novo não...

Corremos até o palco e fui falar com Foxy, que chegara há uns segundos e tentava acalmar os robôs.

—O que está acontecendo?-perguntei.

—Os robôs se desligaram por alguns segundos e quando voltaram a funcionar, viram que algumas coisas sumiram-Foxy explicou.

—Espere...-a garota com roupa de Chica, que supus ser a tal de Jeanine (já que era a única garota do grupo), parecia ter pensado em algo-A caixinha de música...ela não estava sendo arrumada, foi roubada. Assim como os balões e o resto das coisas.

As crianças estão mais espertas hoje em dia ou eu que era burro na infância?

—Um mistério! Que irado!-Ford exclamou-Estou dentro!

—O quê?-a voz de Scott soou mais aguda.

—Eu também!-as outras crianças falaram e correram até os pais para pedirem que os deixassem ficar aqui.

—O que acabou de acontecer?-Scott murmurou, parecendo perdido.

Cara, qual é o problema dos pais? Eles deixaram! Agora teríamos que vigiar Jeanine, Ford, o garoto fantasiado de Foxy e o garoto com roupa de Bonnie à noite.

—É só falar com os pais que é má ideia-sugeri.

—Mas as crianças vão ficar tristes-Scott as olhou, com pena.

—Você é muito mole.

—Ah, certo. EU sou muito mole.

—Cala a boca.

—FALA SÉRIO!-Mike foi até nós-DE QUEM FOI A IDEIA?!

—Mikey, relaxa-Jeremy tentava acalmá-lo.

—Eu não gosto de crianças!-reclamou, em um tom mais baixo.

—É, mas...foda-se-falei-As crianças vão ajudar.

—Quer que elas morram, Vincent?

—Vai ficar tudo bem.

—Ah, claro. É uma ótima ideia deixar um bando de pirralhos hiperativos soltos em meio a robôs lunáticos assassinos.

—Você é pessimista de mais, Mike.

—Não. Sou realista.

—Vai dar tudo certo-Jeremy tentou novamente.

Mike respirou fundo.

—Que seja. Mas nem adianta me pedir. Não vou cuidar deles.

—Ah, não adianta pedir?-sorri cruelmente.

Mike franziu a testa.

—No que está pensando?-perguntou, desconfiado.

—Jere, por que não convence o Mike a nos ajudar com as crianças?-pisquei para Jeremy, que soltou uma risadinha curta.

O loiro fez a sua melhor cara de cachorrinho pidão. Mike desviou o olhar.

—Isso não é justo...-murmurou.

—Por favoooooor-disse Jeremy com uma voz fofa.

Mike olhou para ele e bufou.

—Eu te odeio.

Jeremy sorriu.

Scott riu.

—Vince, você é foda-falou.

—Eu sei.

Ele revirou os olhos.

—Palhaço.

Sorri cinicamente.

—Também te amo.

—Podem deixar a pegação para depois? Ainda temos que acalmar a situação dos robôs que acabaram de ser assaltados-Mike lembrou.

—Pegação?-perguntei.

Scott estava vermelho.

—Só estávamos zoando, cara-falou.

—Aham, sei-Mike ironizou.

—Ora seu...-comecei.

—Paz, por favor-Jeremy pediu-Fritz e as crianças já estão tentando acalmar a situação, só falta a gente ir ajudar.

—Certo-suspirei-Vamos nessa.

Olhei o relógio e respirei fundo. Estava me sentindo ansioso.

Calma, pensei. Vai dar tudo certo.

É...eu estava errado.