Abstinência

Um sorriso convencido afrouxou o cigarro nos lábios de Levi assim que a porta do bar se abriu. O loiro demorou para notá-lo, preocupado com seu próprio vício em maço.

— Quer ajuda? — Sorriu, recebendo um olhar surpreso. Era quase uma assombração para Erwin, afinal. Revirou os olhos, tragou. — Como elas estão?

— Funcionando...

—Foram meu melhor trabalho.

Levi olhava nostálgico para estrelas nubladas de nicotina.

— Por que veio aqui? — perguntou Erwin, irritado com o tom casual. Depois de anos, o que ele queria?

— Puro acaso, acredite. — Encarou-o, seu olhar continuando a frase que a boca se recusava a completar.

— Serendipidade.

— Nunca.