Quem é ela?

Capítulo oito - Esclarecimentos.


Capítulo oito — Esclarecimentos.

Diferente de como estava antes, agora Sesshoumaru se sentia preocupado. A ideia de o meio irmão gostar de Kagome incomodava seus pensamentos de forma irritante, precisava tirar aquilo a limpo, mas como faria? Não que estivesse realmente interessado em Kagome, havia prometido a si mesmo que pensaria com calma sobre o assunto, tendo em vista que a garota parecia o deixar intrigado, mas não sabia se aquilo era suficiente para que realmente investisse nela.

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Mas não era somente Inuyasha que deixou Sesshoumaru preocupado, Rin o estava ignorando a alguns dias, para ser mais exato, uma semana desde o ocorrido. Sempre se deram bem, eram bons amigos e agora, ela mal o respondia.

Também teria que se resolver com ela. Bufou, enquanto mexia o garfo no prato e batia os pés um no outro por debaixo da mesa.

— Anda, desembucha, o que está te amolando? — A voz de Miroku roubou a cena dos pensamentos de Sesshoumaru, o que o fez erguer os olhos ao amigo e responder sua pergunta.

— Tanta coisa e eu achando que só iria me preocupar com as provas finais...

— Coloca pra fora então, melhor do que ficar remoendo — Encorajou o rapaz, sentando em sua frente na mesa do refeitório.

Sesshoumaru olhou em volta e não viu Inuyasha, talvez fosse sua chance de tirar a história a limpo sem que o meio irmão soubesse. Ajeitou-se na cadeira e se colocou a perguntar.

— O Inuyasha gosta da Kagome?

— Pra que quer saber disso? — Rebateu a pergunta, um tanto curioso.

Respirou fundo, para formular uma resposta boa para o amigo. Depois de um tempo voltou a falar, não adiantaria enrolar, ele já sabia de praticamente tudo mesmo.

— Lembra que eu disse que tinha uma maneira de saber se realmente Kagome era ou não a garota do baile?

— Sim.

— Certo, comprei uma máscara e uma peruca, ela colocou e realmente não era ela — Miroku continuou encarando Sesshoumaru enquanto ele falava, como se soubesse que a resposta seria aquela, mas então ele continuou — Depois, pedi que ela me dissesse quem realmente era a garota da carta, já que não era ela. Quando cheguei em casa, recebi uma mensagem de Rin, pedindo que me encontrasse com ela no ginásio da escola, antes das aulas.

— Eu falei que era Rin, eu tinha certeza! — O sorriso de Miroku era imenso — Mas onde Inuyasha se encaixa nisso?

— Enfim, falei para Rin que não teríamos chances de sermos mais que amigos e ela me soltou que estou interessado na Kagome, o que eu não acho que seja o caso, ou talvez seja... e que Inuyasha gosta dela também.

— Espera — Miroku voltou a se ajeitar na cadeira — Rin disse isso? Jogou essa informação do nada?

— Sim e depois foi embora, desde então não falou mais comigo.

— Gostar tem um leque grande, sabe? — Miroku levou o garfo em direção a refeição, o encheu e antes de levar a boca respondeu — Ele era louco por ela durante o fundamental, coisa que você saberia se andasse mais com seu irmão.

Era ou seja, não é mais?

— Inuyasha chegou a tentar ficar com a Kagome, mas ela foi gentil e disse que não tinha chances, um tempo depois, ele se recuperou e agora ele fica com a irmã dela, a Kikyou.

— Que?

— Sim, ele desistiu de uma irmã ‘pra ficar com a outra, bizarro eu sei. Entretanto, voltamos a você — Apontou para Sesshoumaru — No fim, está ou não está afim da Kagome?

— Não sei — Foi sincero.

O rapaz de cabelos curtos analisou o semblante preocupado de Sesshoumaru, terminou a comida que havia na boca e tentou montar algumas teorias em sua cabeça, conhecia bem Sesshoumaru, porém vê-lo ficar intrigado com uma garota era a primeira vez.

— Talvez, só talvez, você não esteja realmente interessado nela.

— O que é então? — Os olhos ambares dele pareciam curiosos agora.

— E se estiver somente, curioso? — Viu Sesshoumaru juntar as sobrancelhas confuso — Me diz uma garota que já tenha ‘te dado um fora — Ao ver o outro abrir a boca para responder, o cortou — Sem ser a Kagome.

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— Não consigo recordar de nenhuma. — Respondeu sem nem pestanejar.

— Exatamente, já pensou que esse sentimento de “rejeição” é que te fiz ficar fissurado por ela? Ninguém nunca te rejeita, ou seja, você quer saber o que teria que fazer ‘pra que ela não o rejeite mais e quando descobrir, vai desencanar e perder o interesse nela — Falou por fim.

Parou para pensar e talvez a ideia não fosse tão absurda. Realmente Kagome havia sido a primeira a não se mostrar facilmente corrompida por seus caprichos, ela era mais difícil de lidar que as outras garotas.

— E se eu não descobrir? — Perguntou por fim.

— Só tem um jeito de saber se vai ou não descobrir — Miroku estava pronto para voltar a sua refeição, quando completou a resposta — E é tentando.

Decidiu que seguiria o conselho de Miroku, mas antes disso, precisava colocar as coisas a limpo com Rin. Não gostava de ficar sem falar com ela, como já havia dito, eram bons amigos e pensar em perde-la era algo que ele não gostava de imaginar.

— Rin! — A chamou assim que viu sair da sala de aula. A garota parou e segurando os livros contra o peito encarou o rapaz mais alto.

— Que foi? — Respondeu, ainda apertando os cadernos contra o peito e ajeitando o cabelo atrás da orelha.

Sesshoumaru caminhou até ela e pediu que o seguisse, então o fez. Caminharam pelo corredor até chegarem perto dos armários do terceiro ano, Sesshoumaru sabia que não passaria ninguém ali por enquanto, então poderiam conversar tranquilamente.

— E então? — Perguntou ela, mordendo os lábios inferiores com certa força.

— Me desculpe — Pediu, encarando o rosto corado de Rin.

— Pelo que? — Rin parecia desconfiada, sabia que Sesshoumaru sempre tinha algo embaixo da manga e dificilmente pedia desculpas.

— Por ter sido rude com você no outro dia.

Rin arregalou os olhos, era a primeira vez que o via se desculpar por alguma ação que ele tomava.Ajeitou a postura e então se colocou a falar.

— Eu... bem, certo, sem ressentimentos.

— De verdade? — Sesshoumaru pareceu querer realmente saber se ela falava sério — Olha, eu gosto de você, de verdade, mas como amigo. Não consigo te ver além disso, concordo que você beija muito bem e que o seu “mistério” tenha me feito pensar em você por um bom tempo.

— Na verdade estava pensando na Kagome — Ela rebateu encostando as costas no armário de metal.

— Estava pensando na pessoa mascarada, é diferente, certo que cheguei a pensar que era a Kagome na maioria do tempo, mas que caia entre nós, se você tivesse me dito no dia da entrevista que era você...

— Não iria mudar nada e eu só iria passar vergonha na frente do Miroku e do Inuyasha — Suspirou apertando os cadernos contra o peito — Se tivesse me perguntado, sem aquela coisa de entrevista, eu teria te respondido — Levantou os olhos em direção aos dele e o encarou por um tempo, antes de continuar — Gostar de uma pessoa é difícil, ainda mais quando ela não demonstra o mesmo por você, sempre soube que me rejeitaria, só que pensar que outra pessoa presenciaria isso, me fez não contar logo e só postergar... no fim, só fez você se aproximar da Kagome.

— Não fale desse jeito, parece até que eu sou um monstro.

— De certa forma você é — Sorriu timidamente.

— Mas não conseguiria ficar sem ter a sua amizade, Rin nós somos amigos desde que me conheço por gente, isso é muito tempo, não posso simplesmente ficar sem falar com você porque um de nós teve os sentimentos não correspondidos. Eu gosto de você, só não é do mesmo jeito, mas tenho certeza que algum cara deve gostar de você tanto quanto você diz gostar de mim, eu só saberia te tratar como uma amiga e não acho que mereça ser tratada assim, entende? Se vai namorar alguém, que seja alguém que goste de você do mesmo jeito.

Rin concordou enquanto sentia os olhos marejarem, gostava demais de Sesshoumaru para esquecer de uma hora para outra. Ele ao perceber que ela choraria, passou os braços pelo corpo dela e a fechou em um abraço.

Escutou Rin soluçar e acariciou o topo de sua cabeça, deixou que ela chorasse o quanto achou necessário, quando se recompôs, soltou Sesshoumaru e limpou os olhos com uma das mãos.

— Nunca achei que diria isso, mas dessa vez você tem razão — Sorriu tristemente.

— Então quer dizer que quando concordava com as coisas que eu dizia antes era mentira? — Perguntou arqueando uma das sobrancelhas e cruzando os braços em frente ao corpo.

— Talvez — Respondeu ainda sorrindo — Só que, eu preciso de um tempo sabe? Ainda dói — Levou a mão ao peito e fechou o punho.

— Sei — Afirmou.

— Obrigada — Abraçou Sesshoumaru uma ultima vez e deu as costas, caminhando em direção a sua próxima aula.

Sesshoumaru se encostou no armário e observou Rin ir embora, de certa forma se sentia culpado por nunca ter notado os sentimentos dela, mas agora que estavam com os assuntos esclarecidos entre eles se sentia melhor.

As aulas já estavam para se findar, com elas as últimas provas e finalmente as férias para a maioria e claro, o fim de um ciclo para os estudantes do terceiro ano. Isso incluía Sesshoumaru e Kagome.

Ele sabia que não veria Kagome com frequência, isso se voltasse a vê-la. Então colocou seu plano em ação. Durante as últimas semanas, Sesshoumaru mandava mensagens diariamente a Kagome, o que claro, irritava um pouco a garota, já que ela achou que se livraria dele com o fim daquela história de baile e carta.

Mesmo respondendo de forma curta e grossa e as vezes o deixando no vácuo, Kagome notou que Sesshoumaru não parecia se tocar que ela não queria papo. Kagome chegou ao ponto de bloquear Sesshoumaru nas redes sociais, mas claro, o bloqueio não funcionava fora da internet.

Sempre que possível ele aparecia no clube de dança para dar um oi, chamar para tomar um sorvete e claro, era rejeitado em todas as vezes, até que, de tanto ele azucrinar, ela cedeu.

Apenas tomar um refrigerante, ela disse. E então eles fizeram.

Marcaram de se encontrar no parque próximo ao centro da cidade, Sesshoumaru prometeu levar o refrigerante e Kagome se dispôs a levar os copos. De certa forma, a insistência dele não era tão ruim, Sesshoumaru havia “melhorado” em alguns aspectos, isso Kagome tinha de admitir, mas não eram suficientes para que realmente confiasse nele.

No horário marcado, Sesshoumaru chegou e se sentou no banco próximo ao lago, já era tardezinha e logo o sol iria se por. Era um bom cenário. Kagome não demorou a aparecer e logo se colocaram a conversar.

Diferente das outras vezes, não tinham tantas patadas, nem alfinetadas, era somente uma conversa descontraída, e dessa vez, Sesshoumaru agradeceu mentalmente por ter seguido os conselhos de Miroku, por mais que tenha sido por pouco tempo, ele percebeu que o jeito que Kagome se comportava não o deixava somente curioso, realmente estava interessado nela e precisava saber se poderia prosseguir, se Kagome dissesse para não fazê-lo ele pararia ali mesmo e esqueceria aquela história de uma vez, mas, como o amigo o disse, só havia um jeito de descobrir.

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— Não tenho chance então? — Perguntou levando o copo aos lábios.

— Não — Respondeu encarando o pôr do sol, balançando as pernas naquele banco da praça.

— Você mente bem — Brincou, tirando o copo da boca, observando o rosto dela.

O brilho amarelado daquela tarde dava um toque bonito ao tom da pele dela, Kagome revirou os olhos e sorriu, enquanto voltava os orbes azuis que possuía para ele, retrucando em seguida.

— Quem disse que estou mentindo? — Arqueou a sobrancelha e se surpreendeu.

Os lábios de Sesshoumaru se colaram aos dela, Kagome arregalou os olhos, mas não o empurrou. Apenas retribuiu o beijo, surpresa pela reação dele. Sesshoumaru colocou o copo sobre o banco e levou a mão em direção a nuca de Kagome, a acariciando.

Sentiu o corpo arrepiar com os toques do rapaz, e se permitiu fechar os olhos. Podia ouvir os suspiros entre o beijo e o calor que emanava do corpo de ambos. Sesshoumaru se afastou devagar, observando os lábios ainda entre abertos de Kagome.

Viu o rosto dela corado, os olhos perdidos...

— Se não estivesse mentindo, teria me empurrado — Não desviou o olhar do dela.

Aquele brilho selvagem, lembravam chamas vibrantes que queimavam a paixão que ele havia nutrido durante aqueles dias. O desejo que teve de toma-la. Mesmo em pouco tempo, soube que finalmente havia achado a garota certa.

— Você é idiota — Se ajeitou no banco e escorregou um pouco, tentando colocar a cabeça no lugar.

— Pode me chamar do que quiser, mas você também se atrai por mim — Brincou, acariciando o cabelo dela, ainda encarando o rosto corado da mesma.

— Não sou tão fácil quanto pensa, acha que me pegar desprevenida vai me fazer ceder a seus "caprichos?"

— Não. Muito pelo contrário — Respondeu, apoiando o cotovelo no apoio de costas do banco e o punho em sua bochecha — Isso só me faz querer lutar mais para descobrir cada vez mais de você e saber como fazer pra faze-la ceder. Posso demorar muito tempo, porque como você disse, não sou muito esperto,mas acredito que posso ser o suficiente para descobrir o que é que você gosta.

— Ser o que eu gosto não muda o que você é — Rebateu mordendo os lábios.

— Eu sei... mas vou tentar, pode ser? — Perguntou, a vendo voltar ao encarar e estreitar os olhos.

— Não sei...

— Se for ficar fazendo cu doce, eu não vou me dar ao trabalho de me esforçar por você — Ditou por fim.

Kagome respirou fundo e revirou os olhos, encarando o pôr do sol novamente. Sentiu Sesshoumaru passar o braço por seus ombros e os acariciar, enquanto pensava sobre o assunto.

— Certo, pode tentar... — Zombou — Mas não garanto nada.

— Não vai se arrepender — Afirmou.

Abaixou o rosto em direção ao dela novamente, mas a viu afasta-lo, estreitou os olhos dourados, enquanto a via se levantar. Rindo e falando em seguida.

— Te vejo depois, Sherlock — Piscou.

— Até — Acenou.

A viu dar as costas e caminhar em direção a saída do parque. Talvez agora ele finalmente tivesse encontrado a garota que havia de o domar e isso não o deixava irritado, pelo contrário, o deixava feliz. E com toda a certeza, o Sesshoumaru rude que foi até aquele ponto havia morrido naquele banco de praça.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.