Quem tem medo destino?

Visita inesperada


Para ouvir antes, durante ou depois da leitura do capítulo:

Love Song

(Pink)

http://bit.ly/2aB0prZ

“Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
Já não se adoçará junto a ti a minha dor.
Mas para onde vá levarei o teu olhar
E para onde caminhes levarás a minha dor.”

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(Pablo Neruda)

Enquanto caminhava para a sala da diretora da escola, sem saber que surpresa a aguardava, Hermione voltou a se questionar se deveria ter renunciado ao seu amor por Ron. "Não posso pensar nisso agora", decidiu, respirando fundo, antes de tocar a sineta para anunciar a sua chegada. "Pode entrar, professora Granger", a voz que saía da porta e que sabia se tratar da jovem secretária Lucy respondeu.

Hermione havia ficado intrigada na primeira vez que foi àquela sala ao ser "reconhecida" sem ser vista. Depois soube que a sineta era enfeitiçada e, de acordo com o seu toque, era possível identificar quem estava à porta.

A antessala do escritório da diretora era decorada com extremo bom gosto e até certa sofisticação. Quadros e outros objetos de arte adornavam o amplo espaço. Sempre muito solícita, Lucy já tinha se levantado da sua mesa, que ficava no fim da sala, e se dirigia a Hermione.

"Aguarde um minuto. Eu vou anunciar a sua chegada à srª Baumgard", falou a secretária se encaminhando para a porta central. De origem alemã, a diretora Silvana Baumgard era uma bruxa moderna que seguia as últimas tendências da moda e tinha um especial fascínio pela tecnologia trouxa.

Naqueles instantes de espera, Hermione pensou que aquela seria uma ótima oportunidade de pedir autorização a Silvana para se ausentar por alguns dias da escola. Já haviam terminado o período de provas e ela estava decidida a voltar à Austrália. Repreendia a si mesma por não haver retornado antes àquele longínquo país para procurar o anel que tinha um significado tão especial.

Lembrava que, quando ainda namorava Ron, ele perguntava pelo anel com certa frequência e sempre em tom de lamento. Achava que o rapaz exagerava já que não tinha sido culpa dela a perda da delicada joia. A consulta com Constance Murdock a havia convencido que a busca ao anel era indispensável, seja para retomar ou encerrar de vez o relacionamento com o ruivo. Algo os mantinha ligados e distantes ao mesmo tempo, impedindo que fossem livres para seguir os próprios destinos.

Perdida em tantos pensamentos, Hermione só ouviu Lucy chamar o nome dela na segunda vez. Com a autorização da secretária, entrou na sala sem suspeitar que, mais uma vez, as circunstâncias conspiravam a seu favor.

— Bom dia, Silvana - ela saudou a diretora e só então reparou na mulher de cabelos vermelhos presos em um desajeitado coque que estava virada de costas para a porta.

— Bom dia, Hermione. Estamos recebendo uma ilustre visita - a diretora começou e nesse momento a visitante se virou para encarar a jovem, que ficou perplexa ao reconhecê-la. - A srª Weasley, bruxa inglesa formada em Hogwarts, integrante da lendária Ordem de Fênix, nos deu o prazer de sua presença em nossa escola.

O coração de Hermione disparou. "O que a mãe de Ron está fazendo aqui?!", se perguntava. Abriu um sorriso um tanto sem graça, procurando ser o mais natural possível.

— Não precisa de tanta cerimônia, Silvana. Eu e Hermione nos conhecemos desde que ela era uma garotinha - disse Molly de forma afetuosa.

— Como você está, Molly? E todos n'A Toca? - Hermione tentou parecer simpática e disfarçar seu embaraço.

— Estamos todos bem - falou, para em seguida dirigir-se à diretora. - Cara Silvana, foi um prazer conhecer a escola. Agora, se me permitir, gostaria de ter um momento a sós com a srtª Granger. Com já disse, somos conhecidas de longa data e imagino que ela ficará contente de saber notícias da minha família.

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— Claro, fiquem à vontade. Eu acabei me esquecendo de levá-la à biblioteca. Como esse é um dos lugares preferidos da professora Granger, imagino que ficará contente de ir com você até lá – sugeriu a diretora que se vestia de forma muito elegante e era magra, alta, com os cabelos e olhos negros.

Com grande constrangimento, Hermione encontrava-se agora no corredor da escola, caminhando ao lado de Molly, sem saber o que dizer. A matriarca dos Weasley tratou de quebrar o silêncio.

— Hermione, por favor, não quero conhecer a biblioteca. Leve-me a alguma sala vazia para conversamos um pouco. Não se preocupe que serei breve - garantiu Molly.

Logo as duas se encontravam na sala de professores, que não estava sendo usada no momento. A garota puxou uma cadeira para a srª Weasley e sentou em outra de frente para ela. "Estou à disposição. Pode falar", Hermione deixava transparecer certo nervosismo.

— Preciso fazer algumas perguntas, mas, antes disso, gostaria de selar com você um acordo da verdade. Não vamos necessitar de Veritasserum e nem de um pacto. Somos duas bruxas e por isso nossa palavra é de confiança - Molly começou. - Você aceita esse nosso acordo?

— Sim, com certeza. Também não gosto de mentiras - a jovem concordou. - Posso ser eu a primeira a perguntar?

— Claro. Fique à vontade - Molly respondeu com tranquilidade.

— A senhora veio aqui a pedido de Ron? - a garota questionou com a voz mais estridente que o normal.

— Não, claro que não. Foi uma decisão minha - a matriarca dos Weasley assegurou com segurança.

— Ele sabe que está aqui? - Hermione voltou a perguntar.

— Não sabe e nem pode saber – Molly enfatizou. - Mas agora, Hermione, é a minha vez de perguntar. Em algum momento você amou o meu filho?

Hermione falou um "sim" tímido e em voz baixa. Com um jeito sério, a sraª Weasley disparou outra pergunta: "E já amou alguma outra pessoa"? Dessa vez a resposta foi negativa e em tom mais alto. "Não, nunca amei de verdade mais ninguém", Mione afirmou com firmeza.

— Então você amou o meu filho e nunca amou, de verdade, outro rapaz. Por acaso você ainda ama o Ronald? - Molly a interrogou.

Embora fosse segura em tantos aspectos da vida, como na atuação em sala de aula, e independente financeiramente, Hermione sentiu-se muito constrangida. Teve vontade de chorar. "Como assim a mãe de Ron faz uma viagem tão longa e vem à escola em que leciono para me arguir desse jeito, como se eu fosse uma menininha? Ela não pode invadir tanto assim a minha intimidade", decidiu-se antes de dar a sua resposta atravessada.

— Eu tenho o maior respeito e consideração pela senhora. Mas isso não lhe dá o direito de arrancar confidências de mim. Essa é uma questão muito íntima. Desculpe-me, mas não vou responder a essa pergunta - argumentou tentando conter as lágrimas.

Molly Weasley, mesmo se era uma mulher convicta das próprias opiniões e firme, tinha também a doçura materna. Percebeu que havia sido direta e invasiva demais. Pediu perdão por sua impertinência e indiscrição. "Mione, minha querida, me desculpe. Mesmo se a razão que me leva a precisar dessa resposta é plenamente justa e urgente, eu não devia ter sido tão incisiva", a voz agora era suave.

— Tudo bem. Eu sei que não fez por mal... Mas eu não posso responder a sua última pergunta - a jovem enfatizou.

— Fiz uma descoberta que considero importante. Acredito que será a resposta para tantos sofrimentos e desentendimentos que você e Ronald tiveram no passado. Mas só vou falar sobre isso caso no seu coração ainda exista algum sentimento por Ron. Do contrário, melhor não remexer no que ficou para trás. Mas se você ainda amar meu filho... Então necessita ser informada com urgência sobre esse fato. Agora você já sabe a razão da minha insistência - explicou Molly.

— Só que é muito doído e complicado responder isso. Nem sei ao certo o que sinto. Muitas vezes passo por determinadas situações, visito algum lugar novo, e me pego pensando que Ron poderia estar ali comigo. É algo inconsciente, por que, de fato, não quero que ele esteja. E todos os dias, todos os dias sem exceção, nem que seja por uma fração de segundo, lembro-me dele, do rosto, dos olhos, das sardas, do sorriso, da voz, da gargalhada... Sem falar que às vezes, mesmo se raramente, penso nele o dia todo. Se isso for amor, acho que ainda amo Ron - desabafou sem conseguir deter uma lágrima.

— Hermione, minha querida. Essa sua resposta... Você ama Ron, agora tenho certeza - disse Molly com os olhos marejados antes de dar um abraço forte na jovem bruxa.

Ao se afastar de Hermione, a srª Weasley prosseguiu: "Eu conheço você desde pequena. Sempre foi muito bem-vinda em nossa casa até o momento em que não quis mais frequentá-la e, acredite, todos nós sentimos muita falta de você".

— Eu também sinto saudades de todos vocês. Peço desculpas por ter sumido assim, mas eu precisava me afastar de Ron e seguir minha vida. Nós dois não estávamos felizes juntos - Hermione tentou justificar.

— Desculpe-me, mas não posso concordar com isso. Na verdade, ao que tudo indica, vocês estão sendo infelizes separados. Há quanto tempo você não vê o Ron? Um pouco mais de um ano? - Molly aguardou Hermione balançar afirmativamente a cabeça e continuou: - Nesse período, Ron emagreceu muito, está abatido, dedica-se inteiramente ao trabalho, não tem momento algum de lazer. Meu filho não é feliz. E você também não parece feliz. Está pálida, não tem mais o mesmo sorriso luminoso, o brilho do entusiasmo no olhar...

— Eu me afastei justamente porque queria a felicidade dele. Imaginei que Ron logo encontraria uma bruxa divertida e bonita, do jeito que gosta, alguém que pudesse fazê-lo verdadeiramente feliz. Acreditei também que o melhor para mim era estar distante de Ron... Sempre brigávamos, pensávamos tão diferente um do outro... - Hermione confidenciou.

— Ron até tentou inutilmente encontrar um novo amor, namorou quase um ano com uma auror romena, moça bonita e inteligente, por sinal. Mas foi uma perda de tempo... - Molly balançou a cabeça.

— Mas ele ainda vai encontrar outra pessoa – a garota tentou cortar aquele assunto.

— Hermione, às vezes eu me esqueço que você veio de uma família trouxa... Talvez não saiba, ou não saiba profundamente, que, quando o coração de um bruxo escolhe uma pessoa, é para a vida toda. É muito raro haver separações entre os bruxos, caso seja uma escolha recíproca. A não ser que o sentimento venha da parte de um só. Ainda assim, se esse for verdadeiro, aquele bruxo vai se manter sempre fiel, mesmo quando não houver mais esperança de reconquistar a pessoa amada. Ron escolheu você. A escolha está feita. Isso não vai mudar nunca - falou com solenidade.

O coração de Hermione batia desesperadamente, parecia que a qualquer momento sairia do peito. Será que era verdade? Ron ainda a amava? O rapaz a tinha escolhido para a vida toda e, apesar de todas as suas negativas, ainda esperava por ela? Precisava dizer alguma coisa. Mas o quê? "Er... eu... eu, sinceramente, eu nunca quis magoar o Ron. Achei apenas que o melhor para nós dois era ficarmos afastados", foram as únicas palavras que saíram dos lábios da jovem.

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— Eu sei disso. Desculpe-me tocar nesse assunto. Sei que é um problema seu e do Ronald e, acredite, por mais que sofresse vendo vocês dois separados, não pensava em interferir. Mas há três dias tive acesso ao principal informativo da comunidade bruxa australiana. É uma edição antiga, do mês passado. Foi curioso. Quase não frequento salões bruxos de beleza. Costumo arrumar meu cabelo em casa. Mas tem um salão no Beco Diagonal do qual gosto muito e de vez em quando vou até lá para fazer alguma coisa. Então, como ia dizendo, fui nesse salão há três dias. O salão fica num lugar muito movimentado do Beco e recebe bruxas de vários países. Acredito que alguma delas, vinda da Austrália, deixou por lá esse informativo. Tem uma matéria aqui, na página 5, que talvez possa lhe interessar - disse tirando um jornal amassado da bolsa preta.

— Mas de que assunto fala a matéria? - Hermione estava cada vez mais assustada.

— Prefiro que leia e chegue às próprias conclusões. Estou voltando hoje mesmo para a Inglaterra. Vou deixar o informativo com você para que dê uma olhada com calma - afirmou Molly.

A garota insistiu para que a matriarca dos Weasley ficasse mais um pouco, ao menos tomasse um chá com ela. Mas Molly recusou explicando que precisava retornar com urgência à Inglaterra. Conversaram ainda de algumas trivialidades, sempre de maneira gentil, e se despediram depois da menina prometer que iria À Toca da próxima vez que fosse visitar os pais em Londres. Não sabia se teria coragem. Reencontrar o ex-namorado era algo que vinha adiando há mais de um ano.

* * * * * * * * * *

Não seria fácil encará-lo depois de tudo que tinha acontecido. Mas o maior medo de Hermione era não resistir ao charme do rapaz. Tentava fingir para si mesma que não estava ansiosa pela quase certa presença dele. Ainda assim se arrumou com maior dedicação e cuidado que no dia do Baile de Inverno.

O vestido de Hermione era verde água, com pequenos bordados, a cintura bem marcada e um decote discreto nas costas. Ela usava um delicado cordão de cristais e uma maquiagem mais intensa que a do primeiro baile.

Não demorou muito para localizar Ron no grupo de bruxos de cabelos vermelhos que ocupavam a mesa do outro lado do salão. Por Merlin! Tentou não reparar no ex-namorado, mas era impossível. Ele estava lindo naquele terno preto com gravata vinho. Certamente dançaria com Gina. Os dois brigavam muito, mas eram também muito próximos.

Hermione não podia convidar alguém da própria família, com exceção dos pais, para a festa de formatura. Afinal, ninguém mais sabia que era bruxa. Por isso havia chamado Neville para dançar a segunda valsa com ela. A primeira deveria ser com o pai, como mandava a tradição, a seguinte, com algum parente, como irmão ou primo, e a última, em geral, era na companhia do namorado. O problema é que ainda não tinha um par para a última valsa. Lembrar-se disso dava-lhe um frio na barriga.

Chegou a pensar em convidar Harry, mas ele já estava comprometido com Gina. O jeito seria fugir para o banheiro na hora da terceira valsa. Ou quem sabe pudesse se esconder debaixo de alguma mesa. Ideias ridículas, ela sabia. Mas tinha que dar um jeito de sair do salão. Não podia ficar ali na presença daquele ruivo que a tirava do sério.

Ron não se aproximou para falar com ela. Mas olhou-a profundamente. Um olhar pleno de significado, que parecia tocar direto a alma da garota e ficar ali, a queimar e a doer. E não a olhou apenas uma vez.

Ela não queria olhar para Ron. Ao mesmo tempo, porém, não conseguia evitar. Como ela imaginava, o rapaz dançou a segunda valsa com Gina. Enquanto bailava com Neville, que dominava agora perfeitamente bem todas as coreografias, Hermione passou algumas vezes muito próximo do casal de irmãos ruivos.

A terceira valsa iria começar e Hermione se apressou em sua fuga para o jardim. Sabia que encontraria muitos casais enamorados por lá, mas era melhor suportar a visão de beijos apaixonados que correr o risco de ser chamada para dançar por... Que idéia absurda! Ron agora estava magoado com ela, depois que recusara todos os pedidos de reconciliação dele, claro que não a convidaria para dançar. Um braço forte a deteve. A garota já sabia quem era antes de se virar para trás.

O coração bateu rápido. E ela tinha certeza que suas faces estavam muito vermelhas. Ron a olhava com intensidade. Havia tristeza naqueles orbes tão azuis. "Vamos dançar, Mione. Essa valsa é minha", ele falou com a voz rouca. Antes que conseguisse formular uma resposta, o rapaz a pegou pela mão com delicadeza. Sem resistência, Hermione se viu sendo levada ao centro do salão.

Ron dançava muito bem. A inteligente bruxa já tinha esquecido como era bom ser conduzida pelo rapaz. O bruxo não lhe dirigia a palavra. E ela, por sua vez, não sabia o que dizer. E assim se passou o primeiro minuto. Hermione precisava quebrar o silêncio. "Está tudo bem como você?", foi tudo que conseguiu falar.

— A gente não precisa conversar. Não agora. Vamos simplesmente dançar - ele respondeu antes de envolvê-la com mais força.

Ela fechou os olhos e se permitiu desfrutar daquele momento. Ao contrário do que acontecia muitas vezes quando estava com Ron, agora não sentia um peso no coração, uma angústia inexplicável. Estava em paz. E precisava reconhecer: era maravilhoso estar tão próxima daquele ruivo lindo a ponto de sentir as batidas do coração dele. Seria apenas uma impressão ou os corações dos dois tinham o mesmo ritmo, uma perfeita sintonia?

A música chegou ao fim. Ron e Hermione ficaram por alguns instantes parados no salão, ainda de mãos dadas. "Vem comigo", o bruxo convidou para em seguida puxá-la até o jardim. A garota, com o coração aos saltos, ficou constrangida ao ver tantos casais de namorados.

— Ron... Eu acho que já falamos tudo que precisávamos dizer um ao outro... - ela quase suplicou.

— Eu ainda não pedi desculpas. Não podia ter elevado a voz com você daquele jeito. Acho que bebi além da conta - o rapaz reconheceu ao lembrar-se da última vez que tentara uma reaproximação da ex-namorada.

— Tudo bem. Eu não estou mais magoada - Hermione sorriu timidamente.

— Por favor. Não diga nada ainda - o olhar dele era tão profundo, intenso, sofrido. - Eu te amo. Preciso só de uma chance de provar que o meu amor por você é maior que esse meu jeito imaturo, meu temperamento estourado...

Hermione não sabia o que responder. Por isso ficou em silêncio, apenas contemplando a imensidão azul dos olhos de Ron. E aquele azul aos poucos foi crescendo, aproximando-se, envolvendo-a completamente. Até serem uma coisa só com Hermione no momento em que ela fechou as pálpebras ao sentir os lábios do ruivo tocando nos seus. Assim pôde se entregar apaixonadamente àquele beijo.

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