Quartevois

Caitlin


Ela foi recebida por um lindo buquê de rosas em sua mesa, mas desta vez não as jogou no lixo. Sorriu para si mesma enquanto as ajeitava dentro de um vaso que havia achado. As lembranças da noite anterior ainda rodava em sua cabeça, o maravilhoso pedido de desculpas, a noite passada com Barry, as promessas trocadas entre sussurros no meio da noite.
—Alguém viu um passarinho verde hoje. - Kara se aproximou dela.
—Pensei que já tivesse ido embora. - falou abraçando rapidamente a amiga.
—Resolvi ficar mais um dia, queria entender o que diabos está acontecendo aqui. - ela explicou.
—E já descobriu?
—Estaria mentindo se dissesse que sim.
Caitlin riu.
—Não se preocupe, pode ir tranquila que as coisas aqui logo se resolveram. - assegurou, Kara a olhou meio incerta. - O que foi?
—Nada, apenas estava pensando numa coisa que Alex me disse uma vez.
—O que ela disse?
—Que quando eu estivesse mais velha e mais sábia, reconheceria uma pessoa apaixonada de longe. E não é que eles tinham razão.
—Do que você está falando?
—Você não me engana Cait, quando vi vocês naquele dia na delegacia, logo saquei o que estava acontecendo. - Kara disse. - Por favor tentem não se magoarem ou magoar mais alguém. Sei como esse tipo de dor é intensa e machuca.
—Eu sei. Eu sei muito bem disso. - afirmou. - Kara posso te pedir um favor?
—Claro.
—Não comenta isso com ninguém por favor. Ainda não está na hora.
Kara sorriu.
—Seu segredo está guardado.
Voltou a abraça-la. Kara e Felicity eram de confiança, talvez fosse realmente bom ter elas ao seu lado naquele momento, logo seria hora de contar para todos que eles estavam juntos e seria bom ter alguém que não os olhasse torto.
—Ei, você sabe cadê o Barry e o Cisco? Queria me despedir deles.
—Eles estão no shopping.
—Por que?
—Barry está de folga e Cisco resolveu tomar as dores dele. - falou rindo no final. - Você volta para sua terra hoje, não é?
Kara assentiu sorrindo.
—Mas já estou morrendo de saudade de vocês.
—Volta em breve, está bem?
—Acredite, voltarei antes que perceba.

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[...]

Caitlin acreditava que o tempo podia ser complexo em vários sentidos, um ano podia passar voando, enquanto os dias podia passar a passos de tartaruga. Natali já estava com eles há muitos dias, mas do que necessário podia-se dizer e segundo Cisco, ela não tinha previsão de volta. Nenhum dos planos que os três haviam bolado estava dando certo, ela culpa o azar que o trio compartilhava. Agora tudo estava voltado para a última idéia de Cisco, que era complexa e ela não fazia a menor questão de saber como ele faria aquilo. Para falar a verdade, nesse últimos dias ela está muito afim de lidar com o entusiasmo inabalável de Cisco ou qualquer outra coisa que não envolvesse comida. Barry brincava dizendo que ela acabaria virando uma bola se continuasse a comer daquele jeito, mas Caitlin não se importava, sua fome era maior do que a vontade de bater nele.
Suspirou pesadamente enquanto colocava algumas batatas na boca, o pacote estava quase na metade e ainda nem era três da tarde direito.
—Você definitivamente precisa ir ao médico. - Jesse opinou, Caitlin se remexeu na cadeira e ignorou o comentário.
—Ela está fingindo não te ouvir porque sabe que você está certa, mas não quer dar o braço a torcer. - Barry falou sem desviar os olhos da amostra de sangue que estava sendo exibida na tela.
—Você está descontrolada. - Jesse insistiu. - Come tudo que vê pela frente, estou ficando preocupada.
Olhou para a garota ao seu lado e sorriu ternamente.
—Não se preocupe, Jess, eu estou...- fechou os olhos sentido a repentina tontura, mas se esforçou a terminar a frase. - bem. Eu estou bem.
—Tem certeza? - ouviu ela perguntar. - Você está pálida, Cait.
Tentou respirar calmamente sentindo uma náusea profunda. Se abrisse os olhos provavelmente vomitaria, se esforçou para manter o almoço onde ele estava, então abriu os olhos devagar, Barry estava a sua frente segurando seu rosto entre as mãos, ele tinha o olhar preocupado, sorriu nervosa.
—Eu estou bem.
—Não, não está. Vou levar você ao médico. - ele falou prontamente.
—Eu sou uma médica. - recrutou tentado ser a voz da razão, Barry a encarou com desdém.
—Sério que você realmente vai usar pra cima de mim?
Bufou.
—Ok, eu vou ao médico, mas amanhã.
—Não você vai agora. Nós vamos agora. - Barry se levantou e pegou a bolsa dela.
—Espera como assim nós? - perguntou confusa. - Por que você vai?
—Porque se você for sozinha é capaz de dizer ao médico que está apenas com uma dor de cabeça. - ele explicou.
—Não ia não.
—Ia sim. - Cisco afirmou. - a gente te conhece, sabemos que irá minimizar os fatos.
—Sabemos que você odeia ficar doente, Cait. - Jesse disse lhe entregando o casaco. - É melhor você ir indo antes que Barry te leve amarrada.
—Agora todos estão contra mim? - indagou revoltada, eles riram, Barry a puxou pela mão.
—Vamos logo, quanto antes acabarmos com isso, melhor.
Ela revirou os olhos, mas deixou ele a levar. Chegaram ao consultório em poucos segundos, dr. Jones era o médico particular que atendia os funcionários do laboratório S.T.A.R, quando ainda haviam funcionários lá, agora ele só atendia à ela e Cisco, os únicos que tinham plano de saúde vinculados à ele.
—Srta. Snow que devo a honra de sua visita? - dr. Jones já era um senhor de idade, cabelos brancos, olhos de quem já virá muito na vida, uma voz mansa e roca. - Vejo que trouxe campanhia.
—Este é Barry Allen meu...- ela parou, eles ainda não havia decidido o que diabos eles eram. Mordeu o lábio inferior e olhou para cima, começando a se perder em seus pensamentos.
—Eu sou Barry, o namorado dela. E como você pode ver, ela está meio perdida.
—Completamente perdida. - dr. Jones retificou. - Caitlin?
—Sim?
—Você está bem?
—Sim. - disse ao mesmo tempo que Barry falava.
—Não. Ela estava passando mal a alguns minutos atrás.
—Quais os sintomas? - o médico pergunto.
—Fome, náuseas, tontura, irritação, falta de concentração. - Barry enumerou fazendo ela cruzar os braços irritada. - Ah, e sono extremo.
—Não é sono, é cansaço. - recrutou em sua defesa. - E você está maximizando o problema, é apenas um incômodo passageiro.
—Tem certeza? - o médico indagou, ela assentiu. - Barry, você poderia nos dar licença? Preciso conversar um momento a sós com Caitlin?
Barry a encarou, ela assentiu e apenas com o olhar pediu que ele saísse.
—Estarei lá fora. - ele falou beijando seu cabelo.
—Bem Caitlin, acho que temos muito para conversar. - dr. Jones começou a falar assim que Barry saiu pela porta. - Seus sintomas são comuns, não é nada preocupante.
—Como assim comuns?
—Algumas mulheres sentem isso.
—Desculpa, mas ainda não entendi.
—Caitlin, você é uma médica, sabe muito bem o que esses sintomas podem identificar. - ele disse calmamente. Caitlin mordeu o lábio inferior e se inclinou para frente, obviamente sabendo o que ele queria dizer com aquilo tudo.
—Doutor para falar a verdade eu realmente não quero saber o que isso significa. Não estou pronta para o que quer que seja isso.
—Nenhuma mulher está pronta. Mas essa é a vida, improvável e instável. Nunca saberemos o que está por vir enquanto não tivermos a coragem de seguir em frente. - dr. Jones se reclinou na cadeira com um sorriso no rosto. - Suas escolhas a partir de agora não teram apenas efeito sobre você. Esta pronta para isso?
—Sinceramente, não. Não quero falhar.
—Mas você terá que estar. Porque essa é a maravilha de ser humano, somos falhos, nos erramos, mas aprendemos com os nossos erros, ninguém nasce sabendo tudo sobre a vida. Caitlin, nenhum pai é perfeito.

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