Como Gregory também não se dava muito bem com Jack (eu acho que eu e esse menino seriamos bons amigos) decidimos que eu faria o trabalho com os dois separadamente. Eu e Greg trabalharíamos juntos em uma semana e eu e Jack em outra. Como eu tinha o jantar na casa da Assombração naquele dia, decidimos que aquela primeira semana era a vez de Jack.

As outras aulas foram interessantes e cada um foi para seus respectivos lugares novamente.

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Aquele dia era uma segunda feira, o que significava que teríamos educação física. O único problema é que, segundo meu roteiro escolar, a nossa professora seria a mesma dos anos anteriores: Megan Clark Roosevelt, a professora ruiva.

Sim, ela era casada com o Sr. Roosevelt.

Megan tinha marcação comigo. E eu até diria que é sem motivo, mas não faz muito tempo que descobri que tem sim um motivo para que ela tente tornar minhas aulas de educação física as piores possíveis.

Quando eram adolescentes, meus pais tiveram certo problema com ela. Aquele arroto de Fanta Laranja era apaixonada pelo meu pai, e acho que até hoje não aceitou que ele seja casado com a minha mãe. E isso lhe dava duas opções: 1) ela poderia me deixar em paz e esquecer isso ou 2) usar o poder conferido a ela para tentar me levar à exaustão toda segunda feira.

É claro que ela escolheu a segunda opção.

– Uckerman, não pode ficar sentada! – Ela gritou, com aquele rosto angelical. – Vai ter que pagar vinte flexões!

– Mas eu só estou amarrando meu sapa...

– Vinte. Flexões. Agora. – Vociferou e me joguei no chão para fazer as malditas flexões antes que ela me reprovasse no primeiro dia.

– Nossa, ela está inspirada. – Louis sentou no chão à minha frente enquanto eu quase tinha um filho tentando fazer aqueles exercícios.

– Sentimos muito por você Ally. – Carl sentou ao lado do irmão, mas pela risada que ele queria reprimir estava na cara que não sentia.

Depois de fazer as flexões, correr ao redor da quadra, ter que participar de duas rodadas de queimada e fazer cinquenta abdominais, eu estava acabada. Tomei quase um litro de água no bebedouro e, quando a aula acabou, meu relógio apitou dizendo que estava na hora de falar com Mills sobre Boone.

Por falar nele, o peguei em minha mochila e sorri ternamente ao ver o rosto amadoramente desenhado na sua casquinha.

Sério que eu estava achando um ovo fofo? Resolvi logo ir procurar Jack antes que eu começasse a ninar Boone e chamá-lo de filinho.

Jack, pra variar, estava jogando basquete com Shirley e todo o time de basquete no ginásio.

– Hey Ally! – Ouvi uma voz me chamando e me virei.

Lissa estava sentada nas arquibancadas e acenou para mim com um sorriso.

Pode-se dizer que Lissa era a garota mais popular da minha série, e ela realmente era um amor. Não era metida nem burra, além de ser engraçada, culta e muito bonita.

Nem sei por que ela namorava Jack Mills.

– Hey Lissa. – Sentei ao lado dela com um sorriso. – Como vão as coisas?

– Ótimas. – Ela disse e a olhei descrente. Dava pra perceber que algo a incomodava. – Bem, nem tanto assim.

– O que houve?

– Ah, nada demais. – Ela meneou com a mão. – Você logo vai saber, agora que está fazendo dupla com Jack.

– Nem me fale. – Rolei os olhos e ela riu.

– Porque o odeia tanto? – Perguntou ela.

– Eu não o odeio. Só não gosto dele. – O jogo acabou. – E é uma longa história. Preciso ir lá pra resolver umas coisas do trabalho, Lissa. Beijos!

Desci as arquibancadas e fui até Jack, que quando me viu rolou os olhos.

– O que você quer?

– Boone vai pra casa com você hoje. – Eu disse, ignorando sua má vontade.

– Fala sério, porque a gente não quebra logo esse ovo e frita?

– Não! – Exclamei um pouco alto demais. Instinto maternal idiota. – Quer dizer, ele é a nossa nota.

– Tanto faz. Passa logo pra cá. – Tirei da mochila a caixa de Boone e passei com todo cuidado para ele.

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– NÃO. QUEBRA. O. BOONE. – Rosnei. – A gente se fala mais tarde.

Ele acenou com a cabeça e eu fui pra casa.

POV Jack.

E agora eu pagaria de papai para um ovo. Encarei a caixinha decorada de Boone e ri. Alice estava mesmo uma manteiga derretida.

Peguei a caixa e coloquei na minha mochila. Não deixaria o fato de que eu teria que fazer trabalho com a Uckerman atrapalhar minha concentração para o jogo do final de semana, afinal eu havia treinado durante todo o intervalo de Natal e ano-novo para aquele dia.

Treinamos mais um pouco e eu estava exausto quando acabamos.

– Oi amor. – Fui falar com Larissa, que estava nas arquibancadas e sorriu para mim.

Lissa era um amor e eu era totalmente apaixonado por ela. Ela usava os cabelos cacheados e louros presos no topo da cabeça em uma bola – coque, eu acho- e um agasalho das líderes de torcida, o que a deixava mais bonita ainda.

– Hey Jack. – Ela cumprimentou. Como assim “Jack”? Ela nunca me chamava de Jack.

– O que foi? – Perguntei confuso.

– Acho que a gente precisa conversar. – Ela disse, me encarando séria. Ah meu Deus. Isso não era nada bom. – Mas primeiro toma um banho. Cara, você está fedendo.

Eu ri nervoso e assenti, indo para o banheiro.

– Galera, o que significa a frase “acho que a gente precisa conversar”?- Perguntei no vestiário enquanto eu secava meu cabelo.

– Porque essa pergunta do nada? – Perguntou Will, um dos maiores jogadores do time.

– Ah, nada... A Lissa me disse isso ainda agora, só. – Tentei agir como se não fosse importante, mas só piorei as coisas. Dave riu e esfregou minha cabeça com o punho.

– Só acho que alguém está ferrado. – Ele disse.

– Cara, você vai levar um pé na bunda. – Phil, outro amigo, disse.

– Oi? – Eu ri. – Fala sério, Phil. Eu sou Jackson Mills. Nunca vou levar um pé na bunda.

Eu levei um pé na bunda. E doeu.

Fui pra casa mal acreditando no que havia acontecido. Larissa me dissera que estava gostando de um cara do francês e simplesmente me dispensou dizendo que “não seria justo comigo”. E quer saber?

NÃO ERA MESMO!

Cara, eu sou lindo, sou inteligente, legal, modesto e humilde. Ela simplesmente TINHA que me amar.

Cheguei em casa e tirei os sapatos, ainda sem acreditar.

– Oi El. – Cumprimentei a secretária, que fazia um bolo na cozinha.

– Oi meu amor. Seus pais não estão.

– Novidade. – Murmurei e subi para o meu quarto. Meu humor não estava nada bom, definitivamente.

Coloquei a mochila em cima da cama e me joguei lá. Tirei Boone da caixinha e encarei aquela ridícula cara desenhada.

–Então somos só eu e você, amigo.

Ele me encarou.

– Sabe, garotas são complexas. – Comentei. – Eu jurava que Lissa me amava.

E Boone me encarando.

– Cara, eu sou tão legal. O que será que eu fiz? – Olhei para o ovo. – É, você está certo. Eu não posso me render assim. Tenho que reconquistá-la.

Fui até o banheiro do quarto e liguei a pia, dando banho em Boone.

– Você é um gênio, sabia? – Comentei. – Nem sei por que reclamei de você.