Quadragésimo Primeiro Capítulo ❣️

– Henrique, será que você pode me dá um único motivo pra eu ter aceitado vir a essa droga de festa com você? - Felipe questionou o amigo, expressão carrancuda. Eles estavam naquele momento em frente à casa de Humberto, mas ainda não haviam tocado a campainha. E estavam muito bem apresentados. Felipe estava vestido com calça jeans clara, camisa social branca e por cima, um Bläser na cor creme. Henrique escolhera para ele calça e camisa pretas.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Cara, larga mão de ser azedo! Mas se você quer um motivo. Eu te dou logo dois. - Respondeu Henrique, sem paciência. - A primeira é que nós dois fomos convidados para um festa na casa do cara que simplesmente vai ser o responsável pela melhor negócio já feito pela Peripécia. E a segunda é que eu jamais ia deixar você sozinho no hotel nesse baixo astral... Arriscado você tentar se matar bebendo xampu!

Felipe revirou os olhos.

– Num fala besteira, Henrique. E toca logo essa campainha pra acabar logo com isso. Porque quanto mais cedo a gente entrar aí, mais cedo a gente sai.

– Num tô falando que tá azedo... - Repetiu Henrique quase se arrependendo de ter trazido o amigo, pois no fundo ele entendia as razões para ele está assim. Afinal, perder a mulher da sua vida para outro não devia ser fácil em nenhum sentido, ainda mais para o ex noivo. Entretanto, Henrique sentia que aquela festa podia trazer um pouco de ânimo para o seu amigo e estava disposto a pelo menos tentar e seja o que Deus quiser. - Vamos lá então. - Disse quase que para si mesmo e esticando o dedo, apertou a campainha.

Quinze minutos depois, a porta foi aberta por Manuela, que estava linda vestida com um vestido vermelho não tão curto, mas um tanto quanto agarrado as suas curvas, que fez com que os dois rapazes reparassem que a esposa do empresário era bem mais bonita do que eles supunham. Sorriram formalmente para anfitriã, evitando olhar demais para o seu corpo, vai que o marido ciumento estivesse por perto, melhor mesmo era se precaver, antes de arrumar confusão.

– Boa noite, Manuela, espero que não tenhamos chegado muito atrasados. - Henrique falou, desculpando-se.

Manuela sorriu para os dois, e depois de beija-los no rosto de maneira formal, disse:

– Que nada. A festa não começa sem os convidados de honra, não é mesmo?

Henrique deu uma olhada de soslaio para Felipe, como que dizendo imagina se a gente não tivesse vindo... Nós somos simplesmente os convidados de honra. Felipe concordou extremante sem graça, disfarçando apenas para o amigo.

– Mas vamos, entrem! O porquinho está lá na piscina com os outros convidados e com certeza vai querer cumprimenta-los. - Manuela os chamou, educadamente.

Felipe e Henrique deram um sorriso formal e acompanhando Manuela que fora à frente, eles seguiram até a piscina onde afinal estava acontecendo a festa com inúmeros convidados, dos mais variados. Até prefeito e pessoas da elite do vinho estavam ali, isso Henrique e Felipe puderam perceber ao se aproximar de Humberto que no momento estava conversando animadamente com um deles.

– Porquinho, Henrique e Felipe chegaram. - Manu avisou ao marido em seu ouvido, interrompendo a conversa dele com quem parecia ser o prefeito ou coisa parecida.

Imediatamente, Humberto se virou em direção aos dois e apertando as mãos de ambos os cumprimentou com um sorriso formal e até um pouco simpático.

– Como vão os dois? Que bom que vieram! - Disse ele depois de beber um gole de seu uísque, segurando sua esposa pela cintura em sinal de posse. - Espero que gostem da festa que preparamos para o fechamento dos nossos negócios!

– Ah, nós com certeza estamos apreciando muito a sua festa. E agradecemos muito o convite que nos fez. Muito obrigado Doutor Humberto!!- Henrique falou por ele e por Felipe, que nesse momento permanecia calado com as mãos enfiadas nos bolsos, olhando para o nada.

– Quero que os dois se sintam à vontade e se sirvam de tudo. - Continuou Humberto com educação - Temos um barzinho aqui ao lado. Se quiserem se servir de uma bebida, temos uns vinhos típicos do Chile que com certeza irão apreciar. Por que não aproveitam a ocasião para experimentar?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Acho uma excelente ideia, não é Felipe? - Questionou Henrique se dirigindo ao amigo, que ainda permanecia aéreo.

– Hã? O que você disse? Não entendi. Me desculpe, mas eu não ouvi. - Felipe falou, atropelando as palavras.

– O que está havendo com o seu amigo? Ele me parece bem estranho essa noite. - Manu perguntou para Henrique, curiosa.

– Não foi nada demais. É que o meu amigo aqui. - Segurou o ombro de Felipe. - Acaba de sofrer uma desilusão amorosa. Aí sabe como são essas coisas, né? Dor de corno é fogo! - Felipe o fuzilou com o olhar - Que foi?

Manu se compadeceu de Felipe.

– Ah, pobrezinho... - Humberto a olhou, ciumento. - Calma, porquinho. Só tô querendo ajudar. - Encarou Felipe - Sabe que os seus problemas podem acabar nessa noite mesmo...? Porque eu tenho uma amiga que daria certinho com você. Tenho certeza. E ela tá vindo aí. Assim que ela chegar, vou apresentar vocês dois. E vou logo avisando que não aceito não como resposta. É que quando boto uma coisa na cabeça, costumo ser bem insistente! O porquinho sabe disso, né? - Humberto a encarou com um olhar apaixonado, pois ele bem sabia que ela quando quis conquista-lo foi até às últimas consequências. Os dois deram um selinho na frente de Henrique e Felipe, que ficaram sem graça.

– Manu, aqueles não são a Joyce e o Ricardo? - Humberto apontou para um casal que acabara de chegar.

– São sim, porquinho. - Manu concordou, feliz. Para em seguida se dirigir a Henrique e Felipe - Desculpe, mas nós temos que ir receber uns amigos queridos que acabaram de chegar. Com licença!

– Podem ficar a vontade. Acho que agora o Felipe e eu vamos ao barzinho tomar um bebida. - Henrique disse e quando o casal se afastou, Felipe segurou o braço do amigo, que se virou sem entender a atitude do amigo - Qual foi, amigão?

– Mas nem morto que eu vou conhecer essa amiga da Manu! Pode esquecer!

– Por que não, cara? Vai que a menina é gata! Vamos combinar que, com todo respeito, a Manu é. Além disso, você só vai ser apresentado, num vai levar ela pra cama não, cara! Se gostar, gostou, se não, você pode botar a menina na lista da tua friendzone e tá tudo resolvido.

Felipe Franziu a testa, incrédulo.

– Friendzone???

– É, cara. Gíria nova que a galera tá usando por aí. A Cris que me ensinou.

– Ow, tiozão, eu não preciso lembrar que a minha irmã é bem mais nova que você não, né?

Henrique soltou uma risada gostosa.

– Que tal um vinho pra acalmar e te preparar pra gata que você vai conhecer daqui a pouco? - sugeriu Henrique, mudando de assunto.

– Até que não é ma ideia. Beber é sempre uma boa opção pra quem gostaria de está em outro lugar... De preferência bem longe daqui.

– Então eu vou aproveitar pra pedir pra botarem um pouco de açúcar no seu vinho. - Felipe Franziu a testa, já esperando o resto da piadinha sem graça - Tirar o azedo, né, amigão?

Felipe revirou os olhos e fechando a cara, saiu na frente, com Henrique em seu encalço, segurando o riso.

***************************************

– Ai, amigaaaaaaa! Finalmente você chegou! - Manu exclamou toda entusiasmada, abraçando Shirlei que acabara de chegar a festa. Bem apertado. Quase tirando o fôlego de Shirlei de tão feliz que ela estava. - Tá tão linda! Tão e elegante! - E estava mesmo, pois Shirlei escolhera um shorts jeans bori, um blusinha floral que disfarçava sua barriguinha que ainda não aparecia muito e um Bläser cor de gelo. E para completar o look, calçou sapatos nude e seus cabelos estava amarrados no alto por um coque com fios soltos e bagunçados, dando um charme a mais.

– Brigada, Manu. - Agradeceu, Shirlei, sorrindo com ternura. - Mas você também está muito linda.

– Ah, oi Adônis, como vai? - Manu só agora se deu conta da figura alta e desengonçada ao lado de Shirlei e fez questão de cumprimentá-lo por educação, mas não muito animada.

– Tô muito bem, valeu! - Adônis agradeceu no mesmo tom.

– Sabe que se não fosse pela Shirlei, você não teria nem sido convidado, né? - Manu deixou bem claro.

– Manuuuu! - Shirlei exclamou, estupefata.

– Que foi, amiga? Não é segredo pra ninguém que eu nunca fui com a cara desse aí, então... - Deu de ombros.

Adônis fez uma careta.

– Problema teu, garota! Mas a Shirlei veio comigo e se você quer que ela continue aqui, vai ter que me aturar!

– Certo. Você tem razão. Então vai buscar uma bebida pra gente, vai. Que a Shirlei tá com sede e eu também. - Adônis ficou parado, testa franzida indignado. - Ainda não foi? Ou foi tão rápido que já voltou?

Por alguns segundos, Adônis permaneceu parado, encarando a anfitriã como se fosse a qualquer momento esgana-la, mas em vez disso, deu meia volta e bufando, saiu batendo o pé em direção ao barzinho para buscar as bebidas.

– Manu, custava ter sido um pouco mais gentil com o Adônis? Eu sei que você nunca foi com a cara dele, mas... Você tem de entender que as circunstâncias mudaram. Ele tá muito doente. Precisando de um pouco de paciência, compreensão...

– Desculpa, amiga, mas essa cara do Adônis não me engana! E também tem o Humberto que já me proibiu permanentemente que eu tenha qualquer contato com ele.

Shirlei franziu a testa.

– E por que isso? O que o Humberto tem contra o Adônis? Ele nem conhece ele!

– Aí é que você se engana, amiga. O Humberto conhece sim o Adônis. Até mais do que você imagina.

Shirlei semicerrou o olhar, pensativa.

– Você sabe de alguma coisa que eu não sei, Manu? - Shirlei perguntou, segurando o pulso da amiga, olhar apreensivo. - Pode falar!

– Não, amiga. O Humberto me conta tudo, mas ele disse que sobre esse grande segredo, prefere me poupar pois sabe que a minha amizade com você é muito importante pra mim.

Shirlei sentiu-se um pouco tonta com aquilo. Não sabia que se por consequência da gravidez ou porque algo em seu íntimo dizia que descobrir aquele segredo lhe traria a maior decepção da sua vida.

– Manu, você tem que me levar até o Humberto agora mesmo! - Pediu Shirlei quase ordenando para a amiga.

– Ai, amiga, não me bota nessa situação, por favor?! O porquinho não vai gostar nada disso!

– Manu, se coloca no meu lugar. Você gostaria de...

– Tá bom! Tá bom! - Concordou, Manu, sem deixar nem que Shirlei completasse seu raciocínio. - Vem comigo. - Puxou a amiga pelo braço e a levou até onde estava o seu marido, que naquele momento encontrava se em um papa animado com seu amigo, Ricardo.

– Porquinho, você pode vir aqui um momentinho? - Manu o chamou e após Humberto fazer um sinal para que Ricardo compreendesse que ele tinha de se retirar por um instante para dar atenção a sua esposa, ele foi até onde estava Manu e Shirlei.

– Diga, amor, algum problema? - Humberto questionou, olhando de Manu para Shirlei e de Shirlei para Manu.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Shirlei quer fazer uma pergunta pra você. - Manu disse e olhando para a amiga, encorajou-a a questionar. - Vai, amiga, é com você agora!

– Humberto, o que você sabe sobre o Adônis? - Shirlei perguntou na lata sem titubear.

Humberto sorriu de lado.

– Eu sinto muito, mas... Eu prometi para uma pessoa que não diria nada a ninguém. E... Eu não costumo quebrar as minhas promessas. Portanto, não conseguirá arrancar nada de mim, Shirlei. Nem a minha esposa conseguiu, por aí você tira.

– Mas então por que proibiu que a Manu tivesse qualquer contato com ele?

– Tenho meus motivos. Fortes motivos. E se eu fosse você, faria o mesmo. - Sugeriu Humberto, expressão de mistério no rosto.

– Não posso. Ele está doente. Preciso cuidar dele como ele cuidou de mim quando eu mais precisei.

Humberto soltou um riso pelo nariz e depois de dar um gole em seu uísque, acrescentou:

– Só agora ouvindo o que você disse foi que consegui entender porque foi tão fácil naquela época.

Shirlei Franziu a testa sem compreender uma única palavra do que ele havia dito ali.

– O que foi fácil? Não entendi.

– Já disse. Não costumo quebrar promessas. Sinto muito. Agora se me der licença, preciso cumprimentar o senador que está me chamando ali. - Disse e dando as costas, saiu, deixando as duas a ver navios.

– E agora o que você pretende fazer com essa informação? - Manu perguntou, curiosa.

– Que informação? Seu marido só conseguiu me deixar confusa isso sim.

– Desculpa, amiga. Mas eu imaginei que ele não diria. Ele não disse nem a mim. Mas quer saber, esquece isso porque eu tenho uma coisa bem mais interessante pra te dizer... Sabe o gato...? Ele tá aqui, amiga! E tá mais gato Ainda! - Manu constatou se abanando. - E eu não vejo a hora de te apresentar pra ele.

– Pode esquecer, Manu. Porque eu tenho que te contar um coisa muito importante... E muito linda também. - Shirlei disse com um sorriso luminoso no rosto, ao mesmo tempo em que já segurava o ventre. - Eu tô esperando um...

– Manu! - Humberto gritou, chamando a esposa e interrompendo o momento em que Shirlei iria revelar a amiga sobre sua gravidez.

Manuela segurou as mãos da amiga, aflita.

– Ai, amiga, me desculpa, parece que você ia me dizer uma coisa muito importante, mas é que o porquinho tá me chamando e quando ele me chama e eu não vou, ele fica maluco. Fica combinado assim... Eu vou bem rapidinho lá e já volto pra gente terminar essa conversa tá, mas oh, pensa no gato que eu te falei. Ele é realmente gato. Você não vai se arrepender. Garanto. - Concluiu e saiu correndo, antes que Humberto pudesse dar outro grito.

Sozinha, Shirlei tratou de procurar por Adônis que desde o início da festa que não via. Caminhou ao redor da piscina, tomado cuidado para não esbarrar nas pessoas pá a não cair dentro d'Água. Então de repente, avistou-o sentado no barzinho. Pedindo licença pra quem via pelo caminho, foi em direção a ele e viu quando disfarçadamente, ele pegou uma garrafinha de vodca de dentro do bolso e despejou dentro de sua bebida.

– Adônis, que pensa que tá fazendo? - Shirlei repreendeu-o, mãos na cintura, expressão raivosa. - Quer ajudar o seu câncer de fígado a se espalhar?

Adônis que havia tomado um belo de um susto com a chegada de Shirlei, tentou se recompor e inventar uma bela desculpa para sua atitude.

– É a sua amiga. Ela me irritou, Shi. Me deu até vontade de ir embora. Tem gente muito otaria que não respeita nem gente doente. Sabe como eu odeio me sentir assim, não sabe? Tá todo muito me olhando como se tivesse com pena de mim. - Explicou ele, enrolando completamente Shirlei.

– Adônis, ninguém tá te olhando assim. Para de achar que... - Shirlei pausou de repente quando seus olhos se depararam com alguém ao longe. Um homem. Alto e lindo. Tão parecido com o seu príncipe que... Não. Não podia ser. Não tinha como ser ele... ou tinha? O sangue do corpo de Shirlei se esvaiu e ela ficou estática por alguns segundos, apenas observando o homem ao longe, pernas bambas, coração batendo na boca.

– Que foi, mulher? Parece que viu fantasma! Tá pálida que nem uma folha de papel ofício! - Adônis disse com seu modo grosseiro de sempre, tentando chamar a atenção de Shirlei, que se virou por alguns segundos a fim de escutar o que Adônis tinha dito. Entretanto, quando ela voltou o olhar em direção ao local onde ela pensou ter visto seu príncipe, para sua inteira decepção, o canto estava inteiramente limpo. Não havia sinal nenhum. Era como se ela tivesse visto apenas uma miragem dele. Ou sonhado, o que era bem mais provável.

– Eu devo tá ficando maluca. Tô começando a imaginar meu príncipe em tudo que é lugar... Ah, príncipe, que saudade! - Falou ela para si mesma. Mas Adônis ouviu e ficou furioso, contudo achou melhor disfarçar pra não botar tudo a perder. Afinal, ele sabia muito bem que o perigo rondava o Chile e ele teria de estar atento, muito atento.

***************************************

– E aí, gatinha?! - Henrique cumprimentou uma garota ruiva que ele já estava de olho há um tempo e resolveu se aproximar. - Meu nome é Henrique e como te vi aqui sozinha, resolvi vim aqui só pra te falar que você é mó gostosinha, sabia? - A garota deu um sorrisinho malicioso - Mas não tanto quanto a minha namorada. É, eu preciso te falar, eu tenho namorada. E ela é linda. A mais gata de todas. Até mais do que você, sem querer ofender. Mas ela é sim. Sabe qual é o nome dela? Constança. Mas todo mundo chama ela de Tancinha. Lindo né? Também acho. Ela tá viajando e eu tô doido de saudade. Era pra eu está lá, mas a Irma dela é uma cobra pençonhenta e não me deu o telefone dela e... - Parou de falar ao perceber que a garota revirou os olhos e dando as costas pra ele, saiu virando a cara com raiva - Ow! Pra onde cê vai???? Ow! Gatinha? Mas cê num vai me dizer nem o seu nome? Ow! Caramba! Ninguém quer mais nem conversar hoje em dia... Que droga! - Henrique resmungou e já ia atras de Felipe, quando de repente... - Huuuuuuuuummmmmm - Alguém tapou sua boca e o arrastou para dentro de uma sala que ficava nos fundos do jardim. Chegando lá... - Ow, tá maluca? Por que tapou minha boca, posso saber? Eu sei que eu sou irresistível, mas você é uma mulher casada. Num tem vergonha não?

Manu fez uma careta e revirou os olhos.

– Em primeiro lugar, não foi pra isso que eu te trouxe aqui e em segundo, se fosse pra escolher entre você e o outro bonitão, pode ter certeza que o o outro bonitão seria o primeiríssimo da minha lista. - Henrique baixou a cabeça e fez menção de sair - Tá indo pra onde?

– Buscar o meu ego ferido porque ele acabou de se atirar do alto do Pão de Açúcar.

Manuela começou a rir.

– Você é louco, mas enfim... O fato é que eu não te trouxe aqui pra isso. Eu te trouxe porque eu preciso da sua ajuda pra juntar o seu amigo com a minha amiga. E aí? Tá comigo?

– Claro. O máximo que ele vai fazer é me atirar do décimo quinto andar do nosso Hotel. Mas tudo bem... Vai, fala, qual é o seu plano?

Manu deu um sorriso sugestivo e a parti dali, começou a explicar tudo que Henrique deveria fazer e falar...

***************************************

O plano sendo executado...

– Amigaaaaaaa! - Gritou Manu para Shirlei, desesperada. Shirlei Franziu a testa à espera do que ela ia dizer. - Preciso da sua ajuda, urgentemente.

– Fala, Manu. O que aconteceu? Em que posso te ajudar?

– O meu cílio postiço caiu. - Shirlei segurou o riso é teve vontade de matar a amiga por quase ter matado ela do coração, afinal ela não podia ter emoções muito fortes. - E você sabe como eu sou vaidosa. Não consigo ficar sem ele. Mas como eu sou uma mulher muito precavida, acabei deixando uma caixinha de reserva lá no escritório do Humberto.

– No escritório do Humberto...? - Shirlei estranhou, obviamente.

– É. Dentro da terceira gaveta. Vai, amiga, me ajuda. É só você subir as escadas, pegar o corredor e entrar em uma sala a sua direita. Faz isso por mim. Por nossa amizade linda de anos? - Manu pediu com as mãos juntas em oração.

– Meus Deus, para de ser tão dramática, Manu. - Shirlei repreendeu. - Tá, eu vou! - Concordou, recebendo um abraço apertado da amiga.

– Brigada, amiga. Você não vai se arrepender. Quero dizer... Você é tão fofa comigo.

Shirlei revirou os olhos e dando as costas, saiu em direção as escadas que dava acesso ao tal escritório.

Ao mesmo tempo, em um certo local da festa...

– No escritório? Mas você tem certeza que o Humberto tá me esperando lá? - Felipe perguntou para Henrique.

– Absoluta, cara. Se foi a própria esposa dele quem me disse. - Respondeu Henrique, mentindo.

– E por que só eu?

– Ela me disse que ele quer se redimir por ter achado que você possa ter assediado a esposa dele. - Outra mentira.

– Sério isso?

– Muito sério! Então, você vai?

– E eu tenho escolha? - Felipe falou, frustrado e depois de ouvi toda e explicação de Henrique de como chegar ao escritório de Humberto, ele se foi, deixando um Henrique bem satisfeito.

Chegando no escritório, como a porta estava entreaberta, Felipe resolveu entrar sem bater. Entretanto quando estava dentro, avistou alguém inclinada, procurando alguma coisa dentro das gavetas, mas aquele alguém não era Humberto, aliás aquele alguém nem sequer se tratava de um homem e sim de uma mulher. Claro. Como Felipe não pensou nisso antes. Aquela deveria ser a tal amiga que Manuela queria apresentar a ela. Coitada. Deveria estar na mesma situação dele, caindo na mesma armadilha.

– Com licença? - Pediu Felipe. - Acho que a gente acabou caindo na armadilha dos nossos amigos, então se você quiser voltar pra festa, fique a vontade. - Felipe disse, meio rindo, meio sério.

Mas ao ouvir aquela voz tão familiar aos seus ouvidos, o coração de Shirlei disparou, suas pernas ficaram bambas e seu filho deu um salto em seu ventre. E devagar como em câmera lenta, ela levantou o rosto mal podendo acreditar no que seus olhos estavam vendo a sua frente. Era ele. Sim. Era seu príncipe. Sorriu como há muito tempo não sorria e deixou que lágrimas de felicidade se derramassem por seu rosto.

– Príncipe!!! - Exclamou com a voz quase falhando.

Felipe arregalou o olhar, o coração também disparou, e faltou-lhe o ar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Então ela correu para o braços dele e ele a abraçou forte, o mais forte que podia. E chorou. E os dois ficaram assim por longos segundos abraçados como se o mundo tivesse acabado e só tivesse restado eles dois pra contar a história. Shirlei molhava a camisa dele com suas lágrimas, mas ele não se importava porque tudo que ele queria era aperta-lá mais e mais e mais até que... Ele a soltou. Abruptamente. E enxugou as lágrimas.

– Que foi, príncipe? - Ela perguntou, a voz embargada. Sem compreender.

– Que foi? Você ainda pergunta? - Ele questionou, ríspido.

– Não tô entendendo. Achei que tivesse com saudades.

– Saudade? Você não acha que me deve uma explicação não, Shirlei? Você veio pro Chile sem me dá uma única satisfação e agora vem me falar de saudade como se você tivesse passado três dias longe de mim. Foi um mês. Um maldito mês, Shirlei! Sabe o que foi isso pra mim, Shirlei? Sabe o quanto eu sofri?

Shirlei tentou se aproximar de Felipe, que recuou sem permitir que ela o tocasse.

– Eu também sofri, príncipe. Muito. E eu não vim sem dar satisfação... se você me deixar explicar... Eu posso...

Felipe mordeu o lábio inferior, tentando segurar o choro.

– Não, Shirlei. Dessa vez não. Eu já ouvi do seu noivo tudo que eu tinha de ouvir. Não preciso que você repita ou deixe claro! Meu coração já tá muito machucado pra isso. Adeus, Shirlei! - Felipe se despediu e antes que ela pudesse segurar o seu pulso, ele saiu batendo a porta do escritório com força.

– Noivo? Mas... Que história é essa? Quem inventou isso? - Shirlei se perguntava, chorando e correndo atras de seu príncipe. Em vão. Pois ele já estava quase na porta para ir embora quando foi impedido por Henrique que o segurou.

– Ei, amigão! Qual foi? Num gostou da garota?

– Quando você quiser acabar comigo, enfia logo uma faca no meu peito de uma vez, Henrique!

– O quê? Do que você tá falando?

– A garota que a Manu me apresentou era a Shirlei, cara! Era ela! Agora vê se me deixa em paz! Pelo amor de Deus, não se mete na minha vida! Me esquece, cara! - E saiu correndo, pegando o primeiro táxi que viu na sua frente.

Henrique ficou embasbacado. E se sentindo péssimo pelo amigo.

– Cara, eu tenho que ajudar o Felipe. Eu preciso, mas como...? - Perguntou para si mesmo e olhando de um lado para o outro, avistou um certo casal. - Já sei! Caramba! Você vai me dever essa pro resto da vida, Seu Felipe Miranda. - Voltou a falar para si mesmo e caminhou em direção ao casal em questão. - Amigaaaaaaaaaaaa! - Gritou Henrique com uma voz afetada que Shirlei estranhou de cara.

– Henrique? - Shirlei cumprimentou sem compreender.

– Ui ui ui e quem é esse bofe lindo do seu lado? Num me apresenta não? - Henrique questionou, dedinho na boca e encarando Adônis como se fosse devora-lo.

Shirlei segurou o riso. O que será que o doido do Henrique tinha em mente com aquela ideia estapafúrdia de imitar um gay.

– Ah, esse aqui é o Adônis.

– Huuuuuuummm, tem bom gosto hein amiga. - Passou a mão no peito de Adônis, que se afastou automaticamente - Tanquinho. Adoooooooro lavar roupa, sabia?

– Sai fora, meu irmão! Minha fruta é outra! - Adônis esbravejou.

– Huuuuuuuum, que pena... Mas oh, se mudar de ideia, adoro bofe que tem bocão, viu?! Dessa fruta como até o caroço! - Piscou o olho pra Adônis, que virou o rosto. Então Adônis aproveitou a deixa pra segurar a mão de Shirlei - E você, amigaaaa, tem que passar hidratante nessa mão, tá toda ressecada. Cruuuuuuzes! - Exclamou, mas só aí Shirlei percebeu que o intuito de Henrique segurar na mão de Shirlei era colocar na mão dela um papel. Percebendo isso, ela fechou a mão antes que Adônis percebesse e guardou o papel no bolso. Henrique sorriu e piscou o olho. - Bom, amiga, eu tenho que ir agora. Beijo, me liga, tchaaaaaau! - E saiu rebolando, levando Shirlei a cair na gargalhada.

– Shirlei, vambora pra casa agora. Deu por hoje sério mesmo. - Adônis falou e Shirlei depois de ler o papelão concordou de imediato.

***************************************

Mais tarde, Felipe tinha acabado de chegar em seu quarto de Hotel e já estava para desabotoar se não fosse ter escutado as batidas incessantes na porta. Como sabia que Henrique estava sem chave. Foi até lá para abrir, mas quando o fez... para sua surpresa, não era Henrique e sim Shirlei quem estava ali, parada no corredor, olhos expressivos. Afinal Henrique tinha escrito no papel o endereço do Hotel.

Os dois se encararam por longos segundos até que sem dizer nada, Felipe ofereceu passagem e devagar, Shirlei entrou.

– Príncipe, eu não estou noiva do Adônis. - Shirlei falou, quebrando silêncio. - Eu te amo tanto que quando eu vim embora para o Chile, um pedaço de mim ficou lá no Brasil. E agora que você tá aqui eu sinto que estou completa outra vez, então eu te peço, pelo amor de Deus, não me despedaça de novo, porque eu não sei, se eu aguentaria passar por isso de novo. - Shirlei disse, enquanto lágrimas rolavam em seu rosto.

Felipe sorriu e se aproximando bem devagar, ele esticou os braços e segurando a cintura de Shirlei, ele a puxou de encontro ao seu corpo.

– Sabe que você ainda me deve uma explicação, né, mocinha? - Shirlei concordou, forçando um sorrisinho. - Mas por hora, tudo que eu quero é ter você de novo nos meus braços e sentir que ninguém vai tomar você de mim... Que você é minha. Só minha! - Felipe murmurou, o desejo expresso no olhar.

Shirlei subiu um pouco os pés e roçou os lábios nos dele, provocando-o.

– Sua. Só sua, príncipe. Sempre.

Então Felipe com uma ferocidade de um mês de espera, capturou os lábios de Shirlei e a beijou loucamente, suas línguas se entrelaçando dentro de suas bocas a ponto de dar um nó. Então, Felipe apertou-a contra o seu corpo e Shirlei agarrou o pescoço dele, os dedos das mãos se perdendo entre os fios dos cabelos da nuca de Felipe. Gemidos saindo de suas bocas a cada vez que tentavam tomar um pouco de ar. Até que sem mais aguentar, Shirlei puxou de uma só vez o Bläser de Felipe e ele o dela. Os dois riram em meio ao beijo, pois sabiam o quanto pareciam desesperados... Felipe arrancou a blusinha flora de Shirlei por sobre a cabeça dela numa ânsia que quase arrancava sua cabeça junto. E Shirlei não teve paciência em desabotoar camisa de Felipe, em vez disso, rasgou-a de cima a baixo, pois queria senti-lo com suas mãos, trocá-lo, acaricia-lo, beijar cada parte daquele tórax delicioso que ela tanto conhecia e amava. E Shirlei assim o fez se inclinando e abocanhando o tórax de Felipe, lambendo e levando Felipe ao êxtase.

– Ei, princesa, o que tá... Fazendo? - Felipe perguntou, arfando. - Tá me deixando... louco... sabia?

Shirlei riu e empurrando Felipe para a cama, subiu em cima dele, uma perna de cada lado. Então começou a chupar o pescoço dele, deixando marcas e fazendo Felipe abrir a boca, tremendo e arfar de prazer. Ele não estava reconhecendo aquela mulher. Que fogo era aquele?

Shirlei passou as mãos no peito dele, arranhando-o, depois ela mesma retirou o sutiã, deixando a mostra seus seios que a essa altura já estavam um pouco mais redondos e maiores. Felipe olhou-os querendo devora-los, então virando Shirlei, foi exatamente o que ele fez, tomando um de cada vez, saboreando-os, sugando-os e levando Shirlei a loucura enquanto a mesma se agarra aos lençóis da cama e arqueava as costas em direção a ele.

Foi aí que os lábios dele desceram para o ventre dela, tão redondinho. E Felipe pensou que nunca havia percebido que ele era assim, mas que achava lindo. Então ele se demorou ali. Beijando, acariciando, lambendo. Levando-a Felicidade completa, pois só ela sabia que ele estava também fazendo carinho em seu rebento.

Até que os dois se desfizeram de suas últimas peças de roupas e Felipe segurando nas mãos de Shirlei, dedos entrelaçados, Felipe nem quis saber das preliminares já foi logo se apossando do que era seu, investindo com estocadas fortes e precisas, levando Shirlei a gritar e a gemer, arqueando a coluna. Pois na ânsia, tudo que eles queriam era pertencer um ao outro, lembrar que era um só e que ninguém era capaz de impedir esse amor tão forte e tão avassalador... Até que o ritmo das estocadas pesadas e doloridas foram diminuído, os corpos começaram a tremer e a contorcer e um líquido grosso explodiu dentro dela, causando a sensação de prazer única.

Então eles se agarraram, com medo de que aquilo tudo fosse um sonho, entrelaçaram os dedos e se entrelaçado os dedos, as antes o famoso: Eu te amo, dito pelos dois no pé do ouvido antes de desmaiarem nos braços do outro!