Matando a Saudade

É chegado o momento, tudo está pronto, meu coração chega a saltar pela boca. Estou tão nervosa. A ansiedade me faz questionar a mim mesma tudo que eu fiz. "Será que vai dar certo? Será que ele ainda me ama? Será que ele ficará muito brabo? E se ele for embora? Se não quiser me ver?" Mas respiro bem fundo e mando embora esses pensamentos indesejados. Quero que tudo dê certo e para isso tenho que estar muito confiante. Eu tenho certeza que vamos ficar juntos, eu sei que ele ainda me ama. Eu sinto na minha pele e por todo meu corpo. É uma energia tão poderosa que não tenho como negar.

Ponho-me em marcha ao lugar que sei que vou reencontrá-lo. Vou indo em devagar, um passo de cada vez, enquanto sinto uma energia poderosa me dominar. Uma energia totalmente confiante.

E lá está ele, sentado na nossa praça, no nosso velho banco. O banco que foi nosso cúmplice tantas vezes. Ao ver essa cena meu coração se enche de uma paz. É isso que preciso para ser feliz. Ele, nossa praça e mais nada.

Chego devagar, silenciosamente e me sento ao seu lado. Ele está tão distraído que nem me nota. Ele tem em suas mãos uma carta, uma carta que eu mandei. Sei que não me nota, pois está concentrado nessa carta. Imagino o que ele está pensando. Sei que está carta o trouxe até aqui está noite, nesse banco. Direto para mim.

Coloco minha mão levemente sobre sua coxa. Ele tira os olhos da carta e olha para minha mão. Seu olhar vai subindo lentamente até meu rosto. Enquanto ele olha meu coração parece que parou. Ao me fitar vejo choque em seu rosto. Sinto que ele fica totalmente paralisado.

—Bella, é você? – sussurra ele logo após conseguir respirar profundamente.

Meu coração está na boca, meu estômago está se revirando, são tantas emoções que meu corpo está apenas reagindo. Ao ouvir perguntar se sou eu, não consigo responder nada. Estou paralisada pelas minhas emoções. Eu apenas me aproximo e deixo um beijo em seus lábios. Junto com o beijo deixo meu coração em suas mãos.

Seu beijo tem um gosto tão bom, que me sinto tocando nas estrelas. Nossos lábios vão se roçando enquanto eu percorro minhas mãos por todo seu corpo. Sinto seu cheiro impregnar em minhas narinas. Aquilo era pura adrenalina.

Ficamos assim, alguns minutos nos beijando até o ar de nossos pulmões acabar e tivemos que nos afastar. Nesse momento senti ele me puxar para junto de seus braços. Foi um braço tão apertado e tão gostoso. Esse abraço me dizia nunca mais vou te deixar escapar, ao mesmo tempo em que me confortava e me deixava segura.

Como eu o amo. Acho que esse é o momento mais feliz de minha vida. Eu me sinto plena e realizada. Só quero permanecer assim em seus braços. Aquele era o melhor lugar do mundo.

Eu não precisei responder sua pergunta, pois nosso beijo foi sua resposta. Apenas me aconcheguei bem em seus braços e ficamos mirando as estrelas. Não eram mais necessárias palavras. Assim permanecemos por um longo tempo.