Miguel ainda sentia seu rosto quente. Estava completamente desnorteado. O que eu fiz? O que eu fiz? Sou um idiota! Tenho que encontrar a Laura! O delegado ligou e pediu para que Fernando ficasse no seu lugar por algumas horas. Já fora da delegacia, Miguel olhava para o relógio e tentava pensar pra onde Laura poderia ter ido. Ao ver seu colega na calçada, Renata parou o carro, abaixou o vidro e perguntou:

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— O que faz aqui ainda? Pensei que você tivesse indo com a Laura e o Edu.

— Aconteceu um problema e acabei não indo. Sabe o que aconteceu?

— Nós desconfiamos que Sebastião poluiu o rio de propósito para poder entregar um caminhão de água completamente envenenado. A aldeia está seriamente ameaçada.

Miguel bateu na parede com força. Então era para isso que eles queriam minha ajuda. Sou um burro! Burro! Burro! Burro! Ele respirou fundo e perguntou:

— Me dá uma carona até lá?

— Claro! — Afirmou Renata destrancando as portas. — Prometi ao Edu que estaria com ele.

O caminhão pipa estacionou em frente à entrada da reserva indígena. O motorista do caminhão desceu e se aproximou de Guilherme. Guilherme disse:

— Pode ir Gilberto. A partir daqui é responsabilidade minha e do senhor Sebastião.

Gilberto se retirou. Sebastião dentro da caminhonete chamou Guilherme e ordenou:

— Converse de forma passiva com esses ignorantes. Eles já foram avisados de que a prefeitura iria ajuda-los, mas, não custa nada dar uma lembrada. Tem alguns muitos desconfiados ainda.

Guilherme entrou na reserva e pediu para ser levado até o Cacique. Em poucos minutos ele estava cara a cara com o chefe da tribo. O indígena perguntou:

— Vocês são a ajuda que o prefeito e o delegado mandaram, não são?

— Exatamente! Com sua permissão, o caminhão entra na aldeia e vocês terão água tempo suficiente até o rio ser despoluído.

— Agradeça aos seus supervisores por isso.

Guilherme saiu da oca e viu dezenas de crianças brincando. Até essas crianças iram morrer? Eu nunca tinha parado para pensar nisso. Matar pessoas não é certo... Principalmente crianças! Ele se aproximou do chefe de aconselhou:

— Vamos parar esse plano! Existem muitas crianças aqui!

— Para de ser boiola! Me ajudou em tudo e agora quer ter crise de consciência? Coloca o caminhão pipa dentro da aldeia imediatamente!

— Sinto muito, mas meu papel como seu funcionário acaba aqui!

— Frouxo mesmo! Igual a seu pai! Está demitido!

— Não precisa se dar ao trabalho. Eu faço questão de pedir demissão! — Exclamou Guilherme se afastando.

Sebastião estava vermelho de ódio. Não se acha ninguém eficiente hoje em dia! Vou ter que fazer tudo sozinho! Pelo menos o vidro do caminhão é escuro. Aqueles índios não vão me reconhecer e ainda vou poder assistir de camarote a realização do meu plano.

Os primeiros indígenas se aproximavam do caminhão para poder pegar água. Contudo, antes que se iniciasse a distribuição, todos param ao ouvir uma voz feminina:

— Se afastem dessa água!

O Cacique olhou para a mulher e a reconheceu prontamente. Se aproximou e perguntou:

— O que faz aqui Laura?

— Vim impedir a morte de vocês!

— Morte?

— Essa água está envenenada! O caminhão pertence ao Sebastião. Ele quer matar vocês para poder pegar as terras.

— Como pode ter certeza?

— Muito simples. — Respondeu Laura abrindo a porta do caminhão. — Por que não desce aqui e explica a situação, senhor Sebastião?

Sebastião desceu sem falar nada. Olhou ao redor e viu que estava completamente sozinho naquela situação. Começou a suar frio, podia ser detido e linchado a qualquer momento. Tentou respirar e disse:

— Essa mulher está doida! Ela sobre foi obcecada por mim!

— Podemos resolver a verdade de uma vez. — Sugeriu Eduardo pegando um pouco de água e entregando ao latifundiário. — Se estamos tão errados assim... Por que não bebe um pouco?

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Sebastião jogou o copo de água no chão e sacou a arma. Ele mirava em um de cada vez enquanto falava:

— Cansei de vocês! De todos vocês! Se essas terras não vão ser minhas... Não serão de mais Ninguém!

Laura estava assustada com a situação. Ela correu em direção aos indígenas e gritou:

— Corram! Corram! Escondem-se!

— E você Laura? Perguntou o Cacique.

— Ficarei bem. Vá e proteja o seu povo!

Eduardo pulou em cima de Sebastião. Os dois caíram no chão e começaram a rolar na terra recém-molhada. O empresário lutava com todas as forças, mas, seu rival tinha uma força monstruosa. Sebastião conseguiu ficar em cima de Eduardo e o esmurrava com força, fazendo o ficar inconsciente rapidamente. Sebastião se levantou e limpou o sangue que escorria pelo nariz. Empunhou a arma na direção de Laura e sorriu:

— Meu plano pode der dado errado... Mas vou realizar outro!

— Pode atirar em mim! Pode fazer o que quiser comigo! Mas, a luta não vai parar. Se não for eu... Outra pessoa irá lutar contra o sistema! Você e toda sua turma estão perdidos!

Dois tiros foram ouvidos.