— Aquela coisa já foi feita?

— Já sim.

— E o caminhão pipa?

— Também já foi adiantado, senhor Sebastião. Estamos só aguardando as suas ordens.

— Ótimo! Daqui alguns dias ligarei de novo. Fique esperto. — Advertiu Sebastião desligando do telefone.

Ele foi para a varanda do sobrado e olhou para o céu com um sorriso estampado no rosto. Daqui alguns dias serei o maior agricultor desse centro oeste! Observou a rua e viu Laura chegando em casa. Apertou as mãos com força. Não vai de morar para você ruiva, toda sua turma e aqueles indígenas estúpidos saírem do meu caminho.

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Eleonor ouvia assustada os pensamentos em voz alta de Sebastião. Sabia que seu marido não era santo. Achava que ele estava se importando demais com aquelas terras. Além de ser contra o jeito que ele falava sobre os indígenas. Só espero que você não faça nenhuma besteira! Pense na sua família antes da sua ambição!

As horas foram passando e passando. O sol dava lugar às estrelas e à lua para brilharem também. Nenhuma nuvem, o céu estava um tapete de estrelas.

Renata acordou e ao ver Eduardo deitado ao seu lado, riu. Nunca tinha tido uma tarde tão boa como aquela. Fazer sexo já era bom, mas, com quem se ama era melhor ainda. Tinha ponderado muito antes de aceitar o convite de Eduardo. Contudo, o amava demais para deixar aquela oportunidade escapar assim. Além de querer tentar. Se eu não arriscar... Nunca saberei se daria certo. E não quero levar esse arrependimento para o meu túmulo.

Eduardo acordou logo em seguida. O empresário abraçou a professora de geografia com força e beijou delicadamente os lábios da moça. Ela disse:

— Estou vivendo em um conto de fadas!

— Parece uma menina de 15 anos falando. — Disse Eduardo rindo.

— Quando o assunto é amor... Todos nós somos eternos adolescentes!

— Tem razão.

Os dois sorriram e voltaram a deitar abraçados.

Laura assistia ao telejornal deitada no sofá com Molly dormindo sobre sua barriga. Miguel chegou e Molly logo correu para recepciona-lo. A ruiva sentou-se e perguntou:

— Você ficou sabendo de algum caso de poluição da nascente do rio Samil?

— Já deu na TV? Povo rápido esse! Fique sim. Inclusive acabei de chegar de lá.

— Tem alguma informação?

— Parece que alguma indústria começou a jogar resíduos no rio. Mas, temos que investigar mais a fundo. A água já foi analisada.

— E por acaso veneno de rato foi achado na composição?

— Não que eu saiba. Por que a pergunta?

— Só curiosidade. — Disse Laura se levantando e pegando sua blusa de frio.

— Vai aonde?

— Preciso fazer uma coisa. Em uma hora estou de volta. — Respondeu a historiadora beijando rapidamente Miguel e logo em seguida saindo de casa.

O delegado ficou sem entender muita coisa. Pegou Molly no colo e a acariciou. Hoje vai ser só nós dois. Vou fazer uma comida pra gente!

Laura bateu em uma porta branca com ansiedade. A porta se abriu e ela assustou ao ver um cara moreno em sua frente sem camisa. Conheceria aquela peitoral em qualquer lugar. Ela perguntou:

— O que faz aqui Eduardo?

Logo em seguida Renata apareceu vestida com a camisa do empresário. Renata corou completamente. Laura riu e ela mesmo respondeu a pergunta:

— Acho que já sei a resposta. Desculpe atrapalhar vocês casal.

— Não atrapalhou não! — Exclamou Renata convidando Laura para entrar. — Aconteceu algo?

— O rio Samil foi contaminado!

— Como isso aconteceu? — Perguntou Eduardo intrigado

— Segundo o Miguel alguma empresa jogou dejetos lá. Só que acha que Sebastião está metido nisso.

— Por que acha isso? — Perguntou Renata curiosa.

— Eu vi Sebastião comprando veneno para rato! Só que ele comprou só uma dose! E ele falou para o vendedor que sua fazenda estava com uma infestação de ratos.

— Isso é estranha mesmo. — Afirmou Eduardo. — Uma caixa é muito pouco! Quando tive um problema desse em uma das filiais... Usei no mínimo umas dez caixas de remédio.

— Acha que o rio pode ter sido contaminado por essa única dose? — Perguntou Renata novamente.

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— Não. Aliás, na análise da amostra não foi encontrado a substância. Mas, estou com medo que isso seja apenas uma distração para o Sebastião realmente agir.

— Não temos nenhuma prova, mas, é bom a gente ficar esperto.

— Tem razão Edu! — Exclamou Laura despedindo-se. — Desculpa incomodar vocês. Fico muito contente em saber que estão juntos!

— Valeu! — Disseram os dois.

Laura não demorou muito para chegar em casa. De fora sentiu o cheiro do Strogonoff delicioso de Miguel. Ela entrou e comentou:

— Fazia tempo que você não cozinhava!

— Verdade. Me deu vontade! E para a nossa sorte tinha todos os ingredientes aqui! Está quase pronto.

— Que cheiro gostoso! Me abriu o apetite!

— Vamos almoçar juntos! — Exclamou Miguel. — Aliás, tenho uma notícia boa para você!

— Notícias boas sempre são bem vindas!

— A contaminação do rio prejudicaria os indígenas, não é?

— Sim.

— Um empresário ofereceu um caminhão pipa para ajudar a aldeia! Não é incrível?

— Quem é esse empresário?

— O nome dele é Gilberto.

— Nunca ouvi falar.

— Ele é de uma cidade vizinha. Se comoveu com a causa e ofereceu o caminhão. Ações dessas me fazem ter fé ainda na humanidade. Incrível não?

— Incrível até demais. — Afirmou Laura desconfiada.