Puppet

Capitulo 1 - Between two Choices


Puppet – Capítulo 1 – Between two Choices

Jude encarava a mini “janela” de sua tenda (que estava mais para buraco), enquanto ouvi a seu colega de quarto roncar.

Encarou o ruivo deitado ao seu lado, naquela situação, ele parecia tão indefeso, nem parecia o homem que milhares de pessoas, por todo o mundo, tremiam, só de ouvir seu nome.

“Gildarts, o pesadelo ruivo.”

Claro, que não somente dormindo, mas na maior parte do dia, ele era a pessoa mais engraçada do local, mas quando ia para batalha, mudava drasticamente. Não é a toa que Jude nunca seria como ele, o vice-capitão do esquadrão de defesa da muralha “Love&Lucky”, mesmo sendo o mais fraco, podia ser até o mais poderoso.

Mesmo tendo criado vínculos ali, não podia esquecer sua família, toda vez que olhava o nome do grupo no início do acampamento, lembrava de Lucy, já que por descuido de Alzack (o mais novo, porém melhor em pontaria do grupo, tinha cerca de 16 anos), acabou perdendo o “K” do “Lucky” , o que fez formar a palavra “Lucy”. E lhe dava ânsia passar por lá. Mas também o fazia repensar, por quê raios, botaram o nome ‘Amor e Sorte’ em meio à uma guerra.

E assim, com esses pensamentos, ele teria uma longa noite, após sussurrar para as estrelas um “Boa Noite” sem saber, que mesmo distante, foi respondido por alguém que ele realmente ansiava ver.

No outro dia, não pode reclamar muito, a cozinheira do acampamento, Grandine, havia feito sua comida favorita, macarrão com carne, e ao caminhar para mesa, após agradecer a moça pelo prato, viu o ruivo sacudindo uma foto pra lá e pra cá, enquanto ria, mesmo gargalhando, parecia levemente abatido.

Quando sentou, pode ver os presentes, prestando atenção no Gildarts, até mesmo Metalicana, que com qualquer coisinha, retirava toda sua atenção.

–Essa é minha filha, Cana. – E Jude finalmente parou para reparar na imagem.

Uma menina com cerca de 5 anos, morena, com os cabelos presos que chegavam nos ombros, em formato de rabo-de-cavalo, com a franja solta e um vestido laranja florido.

–Hoje é o aniversário dela de cinco anos, e é o terceiro que eu passo sem vê-la. Nem deve se lembrar de mim, e se lembrar, deve me odiar. – sorriu com uma melancolia interna, e estranhou a movimentação do rosado á sua frente, que mexia no bolso até saltar a mão de lá de dentro com uma foto.

Um menino de cabelos róseos, um sorriso travesso, usando um cachecol branco amarelado – provavelmente sujo – que parecia ter efeito de escamas.

–Esse é Natsu, meu filho. Ele faz cinco daqui a três meses. Esse cachecol é meu, mas ele sempre usa. – riu, lembrando de todas as vezes que o pequeno o pegou de sua gaveta, e também, do dia em que o mesmo foi dado de presente quando fez quatro anos.

–Esse é Gajeel. – Disse Metalicana, mostrando uma foto de um menino pequeno, de cabelos rebeldes, cara desafiadora e... Aquilo é um piercing? – Rebelde que só ele, mas isso foi puxado da mãe, que faleceu à um tempo, provavelmente agora ele deve me odiar por estar em um abrigo, ou coisa do tipo. – E pôs a foto de volta na carteira e fechou os olhos, abrindo logo em seguida para Grandine que havia surgido do chão com uma foto de uma menina bebê de cabelos azuis.

–Essa é Wendy. Vai fazer um ano ainda, quem sabe eu volte à tempo...

–Enquanto isso você a deixou com a família irresponsável daquele priminho mesquinho dela. –pronunciou-se Metalicana no assunto.

–Mystogan é um garoto ótimo, ok?

–Claro, o Gajeel gosta de assar biscoitos, já falei?

–Ora! Cale-se seu preguiçoso metido à rockeiro! – E bateu com uma espátula na cabeça dele.

Agora, o olhar dos quatro, estava direcionado a Jude, como se esperassem algo dele, quando ele interpretou, tirou do bolso da camisa,uma foto, levemente desgastada nas pontas, d uma menina, perto de seus cinco anos, loira, com uma presilha em um dos lados do cabelo, e um vestido rosa.

–O nome dela é Lucy, vai fazer cinco daqui a uma semana. Queria estar lá.

Nesse momento, todos começaram a pensar em suas famílias, em seus tempos de felicidade, doía, doía muito, mas agora, eles tinham uns aos outros, afinal.

Todos queriam voltar, mas se apoiariam até o fim, mesmo que um precisasse terminar mais cedo...

Quase um ano depois, o grupo, já havia enfrentado alguns inimigos tentando ultrapassar, mas sempre venciam.

Mas Jude estava cansado, de tudo, do acampamento, das armas, do cheiro de pólvora que emanava a manhã naquele lugar, do medo que reinava a noite por não saber quando seria o próximo ataque.

Em seu quarto, recém construído, encarava a porta que Gildarts acabara de sair.

Olhava para suas mãos, havia feito uma promessa, voltaria pra elas, mesmo que isso custasse algo caro.

E naquele quarto, cheirando à sangue, um homem quase morto, se encontrava com uma faca, pendente á desejos, encaixada em seu olho direito.

Talvez valera a pena, tudo o que ocorrera.