Psicose

A caminho da morte.


Estava decidido. Eu aproveitaria o tempo com Bill, cada segundo que fosse, e depois me mataria por ele. Embora eu soubesse que ele nunca concordaria com isso, mas era uma escolha minha. Ele querendo ou não. O único problema agora era Adrian, mas eu daria um jeito. A única coisa que definitivamente não poderia acontecer era viver sem Bill. Então preferi morrer para tê-lo junto de mim pela eternidade.

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– Bill, o que foi? - Senti que os músculos de Bill contraíram-se enquanto nos abraçávamos.

– Lukas. - Sussurrou como resposta.

– O que tem ele? - olhei nos olhos de Bill, alguma coisa muito errada estava acontecendo. - O que aconteceu Bill? - Gritei nervosa.

– Barlabarestá com ele. - Disse frio. Seus olhos fitavam o nada, como se Bill estivesse em transe.

– Quem é esse? - Soltei Bill de vez, afim de encara-lo.

– Um ceifeiro.

Eu poderia não ser a mais esperta mas sabia o que isso significava, e a presença dele resultaria em morte. Eu tinha certeza.

– Bill, Lukasestá em perigo, temos que andar logo. - Disse enquanto puxava billpela mão em direçãoa porta, mas era como concreto, não se movia.

– Dill. - Ele fez uma pausa.

– O que foi?

– Ele não quer Lukas. Ele quer você. - Bill vacilou ao falar, mas isso já foi o bastante para que uma corrente elétricapercorresse o meu corpo, ouriçandotodos os pelos de minha pele.
Ele veio me buscar, mas por que? Meu Deus, por que?

– Bill, eu... - As lágrimas começaram a escorrer por meu rosto. Desta vez eu estava completamente amedrontada. Não tinha como não ficar. Foi definitivamente a vez em que eu mais senti medo.

– Acalme-se. Adriane eu não deixaremos nada acontecer a você. - Respondeu me abraçando.

– Adrian?

– Sim, ele já esta chegando. - Bill parecia ter saído do transe.

– Bill, eu "tô" com medo. Muito medo. - Eu soluçava.

– Não fique, você vai ficar bem. - As lágrimas escorriam pelo rosto dele, com tanta dor, que quando batiam no carpete podiam ser ouvidas.

– Diana! - Adrianadentrou pela porta como um furacão, arrastando tudo por onde passava.

– Adrian. - Eu estava com tanto medo que me desprendi dos braços de Bill e voei para os dele. - Ele veio me buscar.
Pude ver o quão desconfortável Bill ficou. Mas ele sabia que eu estava desesperada, no fim ele sabe que esta não foi algo pensado, e sim a necessidade de me sentir segura.

– Bill, sabe onde eles estão? - Adrianperguntava diretamentepara Bill, como se o ódio tivesse morrido. Eles também estavam com medo, eu podia sentir. O medo era tão forte, que chegava a ter cheiro, eu podia sentir ele no ar, agarrando minhas entranhas e dilacerando minh'alma.

– No antigo galpãoda rua 17. - Respondeu Bill.
Aquele lugar, então seria lá que eu morreria. Eu sabia onde era, quando criança minhas amigas e eu íamos brincar lá e eu sempre tive a sensação de que alguém estava me observando. Nunca me senti segura, ou tranquila naquele lugar, nunca mesmo. Tudo me assustava. Eu implorava para que elas não fossem brincar lá, nunca gostei daquele lugar. Era como se eu estivesse prevendo o que aconteceria.

– Não podemos levá-la, você sabe não é? - Adrianvoltou-se para Bill.

– Se não a levarmos ele saberá e matará Lukas. - Bill respondeu.

– Que se dane esse moleque, antes ele do que ela. - Adriandisse irado.

– Não! - Gritei no mesmo momento. - Ele não tem culpa de nada, não tem por que sacrificar a vida dele.

– Ele tem razão Dill. - Bilestava concordando com isso? Não era possível.

– Calem a boca os dois. - Soltei-me dos braços de Adrian, embora não sentisse firmeza em minhas pernas. - Nós não vamos deixar Lukasmorrer. Não mesmo. Eu vou pra lá com vocês e pronto.

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– Bill, você vai permitir isso? - Adriangritava, com os braços erguidos.

– Adrian, cala a boca. Não tem o que concordar, e isso ou isso. Ou melhor, se não for assim eu vou sozinha, ele me mata e acabou.

– Esta maluca Diana? - Bill repreendeu-me com a voz dura.
Realmente, eu devia estar, mas Lukasnão irá morrer, não mesmo.

– O que vocês estão esperando? Vamos logo! - Ordenei.

– Ligue para seu pai e para a mãe de Lukas, e avisseque vocês estão comendo alguma coisa, eu não sei. Apenas para despistar.

– Adrianpediu.

– Tudo bem. - Concordei.

– Peça a eles que vão para a Lago SutValie, lá o ceifeiro não pode atacar. - Bill ordenou-me.

– Ok!

Disquei o número e meu pai atendeu.
Ligação On:
– Alô pai?
Oi Dill!
– Estou ligando para avisar que Lukas e eu estamos no lago SutValie, e queríamos que vocês fossem para lá. Estamos preparando um pique-nique e queríamos fazer uma surpresa.
– Claro filha, está tudo bem?
– Sim papai. Tudo ótimo.
– Ok, vou falar com Marlin.
– Peça a ele que vão para lá, antes das três. - Bill sussurrou.
– Pai?
– Oi filha?
– Vocês têm que estar lá antes das três, entendeu?
– Tudo bem, antes das seis "né"?
– Isso.
– Pode deixar.
– Pai?
– Oi.
– Eu te amo.
– Eu também te amo Diana.
– Tchau.
– Tchau
querida.
Ligação Off;


Foi muito difícil manter a calma. Muito mesmo.

– Vamos.
Entramos rapidamente no carro, que Adriandirigia.

– Adrian? - Bill começou a falar.

– Sim.

– Me prometa que você cuidará dela, aconteça o que acontecer comigo. Por favor.

– Pode deixar.

Uma dor imensa se instalou em meu coração. O que Bill queria dizer com aquele pedido? Aquilo não fazia sentido nenhum. Eu não posso perdê-lo, não vou e nem quero.
Paramos o carro alguns metros antes do galpão. Bill achou que seria mais seguro, eAdrianconcordou.
Segurei na mão dos dois, e nem assim me sentia segura.

– Esperem. - Pedi segundo-os.

– O que foi Dill? - Adrianperguntou sereno.

– Preciso lhes dizer algo. - Respirei fundo e senti a dor vindo junto com o ar. - Bill... Eu te amo por ter sido aquele que me fez acreditar de novo na vida. E Adrian, eu te amo por nunca ter me desamparado e por ter sido sempre um amigo tão fiel. Obrigada aos dois, por tudo o'que fizeram nos últimos meses.
Ambos não disseram nada, simplesmente continuaram a caminhada.
Adrianempurrou a porta com toda a força. Tudo que vi foi Lukasamordaçado em uma cadeira.

– Lukas! - Gritei desesperada.

– Diana! - Uma voz maléfica me responde. Vejo seus lábios sorrindo, caminhando em minha direção.

– Afaste-se dela Barlabar. -Bill ordenou.

– Eu vim buscar o que é meu, maldito. - A criatura respondeu. - Venha comigo Diana! - Voltou-se para mim com uma voz infantil.

– Afaste-se! - Adrianordenou, como Bill. Ambos posicionaram-se em minha frente, em posição de ataque.

– A criança perdida na escuridão agora implora por sua alma que estará em chamas. Não se pode fazer mais nada; as trevas a espera, pois ela já esta no circulo. Eu a possuirei e não haverá nada que conseguirá salvá-la daquilo que já esta previsto! - o ceifeiro dizia, enquanto caminhava em minha direção, ignorando totalmente a presença de Bill e deAdrian. - Ela é minha!

– Não se mexa Barlabar. - Adrianordeuem meio a rosnados.

– Eu não tenho medo de você Fireon. Eu sou a morte, e você não pode me matar. - A criatura olhou no fundo dos meus olhos, e eu já sentia minha vida sendo sugada.

– O que você quer? - Me arrisquei a perguntar.

– Oh! - Ele fez um gesto, como se ouvisse algo bom. - Com sua voz é doce, ainda mais com tanto medo predominando.

– Responda-me!

– Simples. Eu quero sua alma. Tenho ela por direito.

– Como assim?

– Seu pai, não sabia das condições antes de fazer o trato, ele me devia uma alma. E essa seria a alma do fruto do amor que ele roubou de sua mãe. Que no caso minha querida, seria você. Você já deveria ser minha a muito tempo, desde quando nasceu, mas eu resolvi esperar, para destruir a sua vida e a de seu pai, então roubei a alma de sua mãe e agora quero a sua. - Em segundos ele voou parando em minha frente. Olhei em seu rosto e me arrependi por tê-lo feito. O rosto dele era com certeza a coisa mais horrível que já vi em toda minha vida. Desfigurado, e sem olhos. Ele abriu a boca, como se quisesse me engolir. Prendeu-me em seus braços e passou sua língua por todo meu rosto.

– Que delicia, já sinto o gosto da sua alma desnorteada.

– Solta ela. - Adrianpulou e o agarrou pelo pescoço. Mas nada adiantou. A criatura com um só golpe lançou Adrianpara longe, que mesmo assim não desistiu.
Bill aproveitou a distraçãoe libertou Lukas, que correu pela portas dos fundos. EnquantoAdrianatacava a criatura, Bill desenhava coisas estranhas no chão.

Barlabare Adrianlutavam como dos leões lutariam por um pedaço de carne.

Enquanto isso, Bill continuava a desenhar coisas estranhas no chão.

– Dill. - Bill chamou-me. - Venha cá.
Eu o atendi, e Bill simplesmente mandou que me posicionasse em meio a figura. No momento em que me posicionei foi como se as figuras desaparecessem. Como se não tivera nada desenhado.

– Funcionou! - Bill comemorou e logo juntou-se a Adrian.
Eu não sairia de lá, não mesmo.

A luta continuou desenrolando, e por mais que Bill e Adriantentasse nada parecia funcionar, eles já estava exautos, enquanto Barlabarapenas parecia estar ainda mais forte.
– Já chega! Eu cansei de brincar. - Barlabaranunciou com um sorissomaligno no rosto. Em um só intantetorceu o pescoço de Adrian. Meu coração parou. Adrianestava morto, agora erámossó eu e Bill. Mas não por muito tempo. Com um só golpe Barlabarfez o mesmo com Bill.

– NÃO! - gritei desesperada. Bill estava morto, então eu estava morta. Bill e Adrianestavam ali, inconscientes, sem respirar. Eu já havia morrido, naquele instante.

– Parece que somos só eu e você querida.

Eu já não tinha forças para lutar, já não tinha mais por que resistir. Então me entreguei. Deitei-me no chão e esperei que ele viesse possuir minh'alma.

Barlabar caminhava em minha direção, quando parou e olhou para o chão. Ele tinha visto as figuras de alguma forma.

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- Podre Bill. Achas que eu seria tão tolo a ponto de cair na sua armadilha? - Perguntou dando uma alta gargalhada.

- Na verdade. - ouvi a voz de Bill. - Eu acho sim.

Bill não tinha morrido?

- Nós já estamos mortos Diana. - Adrian respondeu.

- O que queres dizer com isso não-humano? - Barlabar perguntou, parecia incomodado.

- Quero dizer que a ponta da corda da prisão estava no corpo de Diana e no momento em que você a tocou, já estava preso por ela. Barlabar passou a mão por seu corpo, como se quisesse encontrar a tal corta, e no momento em que a achou, puxou-a. As imagens que estavam desenhadas no chão, agora podiam ser vistas, mas não pareciam ter sido feitas com carvão e sim com luz neon. Aquilo brilhava de forma intensa.

- Dill corra. - Bill alertou- me.

Tentei correr mas Barlabar me segurou pela mão direita obrigando-me a ficar ali com ele.

Bill correu em minha direção pegando minha mão logo em seguida, e puxando-me para fora do círculo.

- Era isso mesmo que eu queria. - Barlabar sorriu.

- Não! - Bill sussurrou.

- Diante de ti aparecerá a tão temida criatura com aparência ingênua e um olhar profundo que irá te hipnotizar entrando na sua mente e fazendo de você o mais novo servo. - Barlabar começou a pronuniar palavras que não me faziam sentido. - Em seus sonhos ELE entrará e te levará ao labirinto das trevas e lá possuirá sua alma! Num dia frio e escuro, uma criança solitária corria por uma rua sombria e tenebrosa em plena madrugada, do nada aparece um homem vestido de preto e a leva até um beco sem saída e lá a esfaqueia até seus órgãos serem expostos.. Não tenha medo da morte, pois ela é a libertação. Quando se sentir triste e sem solução saiba que chegou o momento de se libertar! Imediatamente, aquele galpão agora parecia uma sala, bonita com grandes candelabros.

- Ele precisará de uma alma.

- Eu sei, mas isso não tem problema.

- Então está feito. Se não entrega-lhe uma alma você sofrerá.

- Tudo bem.

- Ela é minha Bill. Não há nada que você possa fazer.

- O que é isso? Angel, você está me traindo com ele...?

- Isso mesmo Bill, ela é minha agora. Você pode ver? Ela espera um filho meu.

- Bill se matou Georg.

- Isso foi até bom, ao menos assim não teremos com o que nos preocupar e viveremos a nossa vida felizes com nosso bebê.

- Eu quero a alma que me foi prometida, a criança, a criança é meu troféu. Você será consebida com um filho, que será sua conexão com a menina.

- Como quiser senhor! Tratarei de me encarregar de tomar conta dos passos dela quando já tiver alcançado a 125 ª lua.

- Tchau Angel. - Adeus Diana! - Agora! Vá. - Como quiser senhor.

Não, não era possivel! Não! A mãe, a mãe de Lukas, Marlin, Marlin matou minha mãe? Não!

- Você é minha agora Angélia. MINHA e sua filhinha será a próxima. Vi a alma de minha mãe pegar fogo, arder e se debater no instante que Barlabar a tocou.

Estavamos de volta ao galpão.