Promessas

Capítulo 12 - Colégio


Uma semana se passou desde que Kagome e Sango chegaram à Shikon no Tama. Elas aproveitaram os dias para conhecer a cidade e seus pontos mais famosos. Kagome, secretamente, travava um conflito consigo mesma, buscando reconhecer qualquer coisa que pudesse fazê-la recordar o passado.

Como nem tudo era diversão, seus pais garantiram que as filhas fossem matriculadas em um dos colégios femininos de Shikon no Tama, considerado até mesmo um dos melhores do Japão. Kagome estava feliz, pois já tinha pleno conhecimento sobre o colégio onde estudaria, mas o mesmo não aconteceu com Sango.

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- COLÉGIO FEMININO?! – A morena gritou, com os olhos arregalados.

- S-Sim, Sango... – A garota de olhos azuis levantou uma sobrancelha, constatando que a amiga não havia procurado saber sobre o colégio.

- Kagome! Kagomezinha... Isso é muito pior que uma dor, é uma tortura! Sem homens... Oh, céus... – Ela rolou na própria cama, inconsolável.

- Calma, não é em tempo integral... – Kagome fez o possível para melhorar o estado da amiga, embora soubesse que seria quase impossível.

- Meu Deus... Será que eu aguento? – Sango cobriu o rosto com um travesseiro.

- Hoho, terá que aguentar! Soube que as garotas lá são taradas... Elas adoram novatas, sabe? – Kagome disse num tom assustador e verídico.

- SÉRIO? – Os olhos da morena começaram a ficar marejados, enquanto ela se imaginava em situações de extrema censura com colegiais mais velhas.

- Não! É brincadeira, Sango! – Ela confessou, entre risos, ao ver o estado desesperador da amiga.

- ... Não brinca com essas coisas, idiota! – Sango arremessou o travesseiro em Kagome, que desviou com rapidez.

- Mas posso estar errada! – Provocou, correndo para fora do quarto, deixando uma Sango em total desespero e gritando coisas sem nexo.

~~~

Na manhã seguinte, Kagome acordou bem cedo. O céu ainda estava bem escuro. Ela caminhou até a varanda, entretendo-se ao observar a cidade antes do amanhecer. Suas tentativas de lembrar-se de algo estavam sendo em vão, e aquilo deixava a garota um pouco deprimida.

Entretanto, mal sabia ela que, não muito distante de sua casa, um jovem de longos cabelos prateados também observava o céu, com o olhar triste e pensativo. Um jovem que era a principal chave para suas memórias mais preciosas.

- Por que você me deixou, Kagome? – O coração dele implorava por uma resposta, mesmo após tantos anos sem nem ao menos um sinal. Era inevitável, mesmo que tentasse esquecê-la, seus pensamentos voltavam-se sempre para a garotinha sorridente e amável que conhecera.

O céu finalmente havia clareado. Provavelmente, seria um belo dia de sol. As duas garotas já estavam prontas pra ir ao novo colégio. Kagome colocou as alças da mochila sobre os ombros, enquanto ajeitava sua saia rodada e verde.

- Animada, Sango? – Olhou de forma divertida para a amiga, que terminava de delinear os olhos castanhos.

- Nem um pouquinho. Um colégio feminino... era o que me faltava... – Os resmungos da amiga fizeram com que Kagome começasse a rir novamente.

As duas saíram juntas, conversando a respeito de coisas triviais, como o tempo e o caminho que teriam que percorrer até a escola. Porém, talvez por obra o destino, dois amigos estavam tomando sorvete e batendo um papo, enquanto dirigiam-se também para a escola, que se localizava num caminho semelhante ao colégio feminino.

- O que houve, Inuyasha? ‘Tá tão desanimado... – Miroku comentou, terminando seu sorvete.

- Hm? Ah, é que a Kikyou não me deixa em paz... – O hanyou suspirou de forma cansada, entregando seu sorvete ao amigo. Tentaria cortar aquele hábito nem um pouco saudável de tomar sorvete pela manhã.

- Putz, o bom é que ela é gostosa, né. – O rapaz pervertido sempre realçava aquele fator para perdoar qualquer defeito das mulheres.

- Miroku! – O hanyou deu um soco na cabeça do amigo, que quase derramou o sorvete no próprio uniforme. – Mesmo ela sendo “gostosa”, ela ainda é MINHA namorada! – Franziu a testa, um pouco irritado.

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- Inuyasha! Está me defendendo, amorzinho? – A garota, que trajava uma saia escolar xadrez incrivelmente curta, atravessou a rua em direção ao namorado, chamando a atenção dos passantes.

Ao aproximar-se de Inuyasha, ela o agarrou e tascou-lhe um beijo sufocante. O hanyou retribuiu, embora fosse contra a sua vontade. Seu cansaço por conviver diariamente com Kikyou era tão grande que até mesmo seus beijos pareciam repulsivos.

Por um momento, ele olhou de relance para o outro lado da rua, e viu duas jovens colegiais conversando. Uma cena normal, porém, ao olhar mais atentamente para uma das garotas, reconheceu-a imediatamente. Aquele rosto, os cabelos, o sorriso e até mesmo a forma de caminhar... não era possível.

O hanyou arregalou os olhos dourados. As lembranças do passado vieram à sua mente como um relâmpago, e seu coração acelerou-se em questão de segundos. Sua mente não suportou tamanha surpresa e Inuyasha, que já estava paralisado, acabou desmaiando, sendo amparado por Kikyou.

- INUYASHA? – A garota assustou-se, enquanto tentava evitar que o namorado desabasse sobre si.

- O que houve, Inuyasha? Ajuda aqui, Kikyou! – Miroku jogou sua mochila no chão e Kikyou o ajudou a colocar o hanyou sobre as costas do amigo, que começou a correr em direção à escola, que não ficava distante. Tinha a intenção de levá-lo para a enfermaria.

Kagome ouviu o grito de uma garota e notou dois jovens do outro lado da rua, tentando ajudar um rapaz que parecia ter passado mal.

- Olha, Sango! Talvez eles precisem da nossa ajuda! – A garota teve a intenção de atravessar a rua, mas foi impedida pela mão da amiga.

- Kagome, não vamos arrumar encrenca! – Sango exclamou, tentando arrastá-la.

- C-Como? – Os olhos azuis, preocupados, fitavam o rapaz que estava sendo carregado.

- Faltam cinco minutos para fecharem os portões! Você mesma disse que lá os horários são bem rígidos, não vamos arrumar problemas logo no primeiro dia, né? – Argumentou.

- Mas... – Ela tentava se desvencilhar da mão da amiga. Sango suspirou. Ao mesmo tempo que a gentileza de Kagome era uma linda qualidade, às vezes elas acabavam se metendo em situações desagradáveis.

- Vamos logo, Kagome! Não deve ser nada grave, nem houve acidente! – Ela puxou mais forte a mão de Kagome, que finalmente se deu por vencida, e as duas correram para o colégio.

Às vezes, Kagome olhava para trás, mas continuava a correr. Aqueles cabelos prateados pareciam tão familiares. Não era tão raro existir jovens de cabelos prateados, mas era a primeira vez que Kagome sentia-se atraída por aquela cor.

Poucos minutos depois, Inuyasha recobrou sua consciência devagar. Estava sendo carregado por alguém. Enxergou, ainda confuso, Kikyou correndo ao seu lado e o perfume forte de Miroku irritando seu frágil nariz. Institivamente, o hanyou tentou afastar-se do amigo, quase derrubando-o no chão. O garoto parou de correr, surpreso, e abaixou-se um pouco para que o amigo pudesse descer mais facilmente.

- F-Foi um sonho? – Perguntou-se, olhando para o outro lado da rua como se buscasse desesperadamente alguma coisa.

- Amor! O que aconteceu com você? – Kikyou colocou a mão sobre o rosto do namorado, estranhando seu comportamento.

- Não sei... – Ele virou o rosto, perdendo o contato com a garota, e levou uma das mãos até a franja prateada.

- Heh, avisa quando for capotar, idiota. – Disse Miroku, embora estivesse aliviado pelo amigo ter voltado ao normal.

- Miroku, deixa de brincadeirinhas! – Repreendeu Kikyou. – Inuzinho... você vai para o colégio ainda? – O hanyou respirou fundo, pegando a sua mochila, que estava nas mãos da namorada.

- Vou, já me sinto melhor... – Murmurou, tomando a frente. Miroku e Kikyou se entreolharam, mas seguiram o hanyou, ainda um pouco preocupados.

As imagens captadas pelos seus olhos antes de perder a consciência passavam e repassavam na mente de Inuyasha. Ele sabia que já tinha se enganado com Kikyou uma vez, talvez fosse apenas outra garota que se parecia com Kagome. Apenas uma garota extremamente parecida com ela. Afinal, se Kagome voltasse para Shikon no Tama, ela iria procurá-lo... certo?