Hades/Perséfone

Perséfone estava chorando no quarto. Será que ela tinha exagerado demais? Será que ela tinha perguntado demais? Sempre soube que seu marido nunca tinha sido o cara mais certo do mundo, mas a mulher o amava, e queria saber o que se passava em sua cabeça, ela queria saber de suas inseguranças e medos, ela queria ajudá-lo e lhe fazer mais feliz. A mulher não se importava com o passado do homem, só lhe interessava o tamanho do seu amor, e ele nunca tinha deixado isso muito claro para ela.

Hades estava preocupado, não devia ter gritado com a esposa daquele jeito, sabia que a mais nova só queria ajudar, mas ele tinha medo da reação da pequena, ele sempre a amou mais que tudo e também só desejava protegê-la de todo o mal desse mundo, mas o que poderia fazer se ele não era bom? Ele nunca se achou o suficiente para estar ao lado de uma mulher como ela, sempre achou que era a sujeira e tudo de ruim na vida dela, mas o homem a amava demais para deixá-la ir, então o moreno a prendia, ele a arrastava para perto da sujeira, da maldade que era a sua vida, era egoísta demais.

Ela queria que o mais alto fosse dela, do mesmo jeito que ela era dele, queria que Hades fosse ele mesmo ao seu lado, sem se preocupar em esconder o que há de ruim, sem se preocupar em afastá-la por motivos desconhecidos. Sabia que ele não se valorizava, que não se achava bom o suficiente, mas Hades era tudo de melhor, era seu bem mais precioso. Não queria que ele se desculpasse, como sempre fazia quando achava que a morena já dormia, queria que fosse verdadeiro, queria que falasse o que realmente sentia para ela.

Ele iria contar-lhe tudo, porque a amava tanto que chegava a doer, ela era o mundo dele e ele faria tudo para tê-la sempre ao seu lado, porque a amava incondicionalmente, mais do que qualquer coisa que se possa imaginar, ele não desejava mais nada nesse mundo além do amor da sua mulher. Hades tinha certeza que ela o apoiaria, porque mesmo quando não sabia do que se tratava, Perséfone tentava ajudá-lo de seu jeito doce e adorável, tão oposto ao meso, mas que se combinavam tão bem.

Então o homem respirou fundo e abriu o seu coração, por mais que estivesse se sentindo um mariquinha fazendo aquilo, nunca tinha feito nada parecido antes, mas para a felicidade dela, ele faria tudo.

Já ela estava feliz em saber que o marido confiava nela o suficiente para contar-lhe o que lhe assolava a cabeça, escutou pacientemente tudo o que tinha a ser falado e disse palavras de conforto ao fim, sabia que era somente isso que ele precisava no momento e por isso o homem se sentiu ainda mais apaixonado por ela, era perfeita, por mais não merecesse uma mulher tão maravilhosa assim, mas não importava, porque eles se amavam incondicionalmente.