Proibida Pra Mim

50º Capítulo – “Eles a encontraram. ”


— Não é possível que vocês sejam tão incompetentes. __ olho para os dois idiotas na minha frente e estou quase cedendo a minha vontade de meter uma bala na cabeça dos dois.

— Chefe... __ eles se olham. — Ela é esperta...

— É claro que é imbecil. __ o interrompo. — Afinal de contas ela tem meu DNA.

— O que estou tentando dizer senhor.... __ me aproximo deles. — É que de alguma forma, ela conseguiu fugir deles. __ eles se encolhem.

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— Ela usou truques antigos. __ o imbecil mais baixo fala e se encolhe ainda mais. — Truques que muitos assassinos experientes não conhecem.

— Como eles encontraram minha filha antes de mim? __ ouço o tom da minha voz aumentar ainda mais quando paro na frente deles.

— Senhor nós estamos fazendo todo...

— Não estou interessado em desculpas. __ aproximo minha 38 do rosto dos dois. — Quero saber exatamente onde ela está e como eles chegaram até ela.

— Vamos encontrá-la. __ eles não tiram os olhos da minha arma.

— Claro que vão. __ destravo minha arma. — Ou eu meto uma bala na cabeça de vocês.

GUSTAVO

Ela chorou. Chorou e não me soltou enquanto soluçava. A apertei ainda mais nos meus braços, tentando acalmá-la e aos poucos os soluços foram sumindo. Quando nós trocamos de posição, os olhos dela tinham um azul claro, como quando dormimos juntos pela primeira vez. Ela agora está deitada no meu peito, tão junto de mim que posso sentir o coração dela batendo calmo e ritmado. Não consigo deixar de pensar se o Felipe contou ou não a ela e a Pirralha o motivo de eu não poder ficar. Deixo minha mão deslizar na pele da cintura dela e voltar a posição inicial várias e várias vezes. Subindo e descendo enquanto mente trabalha e argumenta de forma dura com meus sentimentos.

Quero ficar. Não posso ficar. Preciso ficar. Mas sei que não posso coloca-la em perigo de novo e quando me convenço de que preciso ir embora e não voltar nunca mais, fecho meus olhos e imagino aquele bastardo filho da mãe tocando nela. E pronto, minha razão cede e eu desisto de lutar mais uma vez.

Sinto seu corpo se encolher e ela afunda o rosto no meu peito.

Ela quer dizer alguma coisa.

— Ei? __ a chamo e ela afunda o rosto ainda mais no meu peito.

— Ogro eu... __ ela começa a falar, mas para.

Espero que ela continue e que levante o rosto e me olhe, mas ela não faz. Desisto de esperar e inverto nossas posições. Ela desvia os olhos dos meus e abre a boca para falar, mas fecha em seguida.

— Você vai embora de novo, não vai? __ a voz dela é quase um sussurro.

Ela sabe. Não sabe o porquê não posso ficar. Mas sabe, apenas, que não posso. E apesar de tudo isso, sei que ela está lutando. Lutando para não parecer tão frágil quanto é, mas não consegue. Não comigo. Deixo os nós dos meus dedos desenharem o contorno da sua boca, prendo seu queixo entre os dedos e a faço levantar o resto. Fazendo-a me olhar. Aproximo meu rosto do dela e encosto nossos lábios. Eles se encaixam durante um tempo e eu me afasto um pouco, mesmo contra minha vontade.

— O Felipe te contou? __ preciso saber até onde ela sabe.

— Me contou o que? __ a expressão dela é de total estranheza. — Ogro o que o Felipe....

Ela para e parece tentar lembrar de algo. Os olhos dela ficam distantes e logo em seguida ela me olha surpresa. Mas não fala nada.

— Quando eu acordei.... __ ela para e me olha. — A gente pode.... Sentar?

Me afasto e, mesmo não querendo ficar longe dela, sei que se continuarmos assim não vamos conseguir conversar. Vejo ela sentar e cobrir o corpo nu com o lençol que estava jogado ao nosso lado. Espero ela falar, mas ela me olha firme e fica vermelha em seguida. Não consigo evitar um pequeno sorriso quando noto que ela envergonhada por que estou nu, como ela, mas não me cobri.

Ela fica linda quando está envergonhada.

Olho ao redor do quarto e vejo minha box no chão, ao lado da cama. Levanto para pegá-la e sinto os olhos dela em mim enquanto a visto. Quando volto a olhá-la ela está de costas para mim, vestindo uma blusa minha. Sinto o desejo acender dentro de mim e de repente tudo o que quero é tê-la de novo. Ouvi-la gemendo e chamando por mim, enquanto suas unhas arranham minhas costas, braços, pescoço....

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— Ogro?

Ela está parada do outro lado da cama, em pé, me olhando.

— Vem cá.

Estendo a mão enquanto fico de joelhos na cama e ela pega, ficando na mesma posição que eu, na minha frente. A puxo ainda mais para mim e encosto minha cabeça no ombro dela. Aperto meus braços em torna da cintura dela e inalo o máximo que consigo do cheiro inebriante que ela tem. Sinto as mãos dela no meu pescoço e relaxo um pouco. Por que sei que mesmo que ela saiba de alguma coisa, qualquer coisa, ainda me ama.

Nos afastamos e sentamos um de frente ao outro.

— Quando eu acordei... __ ela começa depois de um tempo e me olha. — Depois daquilo tudo eu.... __ ela baixa o rosto. — Eu procurei por você. Depois de me olhar no espelho e ver como eu estava arrebentada, procurei você.

Não digo nada, não consigo.

— Mesmo o meu corpo doendo, doendo muito, eu desci a escada. Fui até a cozinha e perguntei para aos dois onde você tava. __ ela me olha e vejo que está tentando não chorar. — Quando a Paloma me disse que você tinha ido embora, de novo, eu surtei. E mesmo o Felipe falando e repetindo que eu não podia fazer esforço eu subi, vim até o quarto e joguei o forro, os lençóis, travesseiros e tudo o que podia ter seu cheiro no chão. Por que não queria lembrar, sentir ou sei lá, imaginar que você já tinha estado aqui.

Ela respira fundo. Se encolhe um pouco e tenho vontade de abraça-la. E pedir perdão. Por não estar aqui quando ela acordou. Por não estar lá quando eles a pegaram. Por ter ido embora anos atrás. Mas me contenho.

— Depois disso ignorei a dor e sentei no chão. Chorei e deixei minha raiva e minha.... dor tomar conta. __ ela fecha os olhos. — E aí o Felipe me levou para a cama dele. Eu tomei um remédio que a Paloma me deu e deitei. Depois de um tempo ela deitou ao meu lado e disse.... disse....

Ela para, me olha de novo e eu sinto como se tudo fosse desabar agora.

— Disse que os caras que me levaram estavam atrás de você e eu sei que estavam por que, eles perguntavam coisas sobre você. __ ela não consegue mais segurar as lágrimas. — E quando eu dizia que não sabia, eles me batiam.

Uma raiva surreal me invade e ao mesmo tempo em quero sair daqui e caçar esses filhos da puta por terem tocado nela, quero abraça-la e fazer com que ela esqueça tudo isso. Mas não posso.

— Ela disse também.... __ ela respira fundo. — Que você trabalha com coisas perigosas, que ela não sabia o que era, mas que você foi embora por que não era seguro.

— Gatinha eu....

Ela me olha e antes que eu possa continuar meu telefone toca. E eu sei que é da Citros. Meu corpo inteiro entra em alerta e sinto como se precisasse protege-la. De qualquer coisa. Levanto rápido da cama, vou até minha calça e pego o aparelho.

Não conheço o número.

Olho para ela e vejo que está assustada e com medo. Mas não suporto a ideia de que esteja com medo de mim. Me telefone volta a tocar e o mesmo número aparece no visor. Não desvio os olhos dos dela e atendo a chamada.

— Gustavo? __ é o David.

— David. __ digo firme.

— Graças a Deus cara. __ o ouço respirar fundo.

— O que aconteceu? __ Alice levanta e vem até mim.

— Diz a mim que você está em Vila Rica.

— Estou. __ respondo de imediato.

— Você precisa tirar a Alice e os seus amigos da casa deles agora.

— O que? Por que?

— Hackiei a linha deles com aquele telefone que você deixou aqui.

— Continua. __ Alice veste um short e eu visto minha calça.

— Eles a encontraram, cara. Encontraram a casa deles. Estão indo praí. Agora.