Prisoner

Um novo adeus.


A cabeça de Sakura doía e as extremidades do corpo formigavam.

Tinha sido dopada, ela ainda podia sentir os efeitos da droga pelo corpo e isso dizia muito sobre quem a atacou. Todos os shinobis eram treinados para matarem o mais rápido possível e poucos adversários usavam drogas para somente “apagar” a vitima, geralmente aquilo só era usado em casos de seqüestro ou quando seu adversário tinha uma habilidade superior e precisava ser capturado antes de executado.

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A kunoichi pendeu a cabeça para um lado e depois para o outro, esticando os músculos do pescoço ou tentou já que ela sentiu uma espécie de colheira que a prendia com firmeza. Confusa, ela tentou mover os outros membros, mas também estavam presos.

Imediatamente ela abriu os olhos e sentiu suas pupilas queimarem com a luz forte e branca que estava direcionada a ela. Sabia que estava presa a alguma especia de mesa.

— O que... – ela exclamou e tentou libertar seus braços.

Já pronta para direcionar chakra para seus punhos quando outra pessoa falou.

— Se eu fosse você não tentaria fazer isso. – Sakura estreitou os olhos tentando reconhecer a voz porém...

O chiado da voz, ela reconheceu na hora, era Orochimaru, mas... A voz dele não estava sozinho, era como se duas vozes se misturassem.

Ainda com os olhos estreitos pelo incomodo da luz ela tentou olhar ao redor, buscando o dono daquela voz. Seu pescoço girou com força ao sentir seu braço sendo perfurado e os olhos estreitos se arregalaram ao ver seu braço perfurado por agulhas. Não agulhas normais, elas tinham um leve brilho azulado, um brilho de chakra.

Cada articulação sua estava perfurada por várias agulhas.

— O que?

— Sabe. – ela conseguia ouvir os passos da pessoa, a rodeando. — Acho que devo parabenizá-la.

— E por isso ganhei as agulhas? Que grande presente. – Sakura ironizou.

Conforme o tempo passava, o efeito anestésico também e agora ela começava a sentir pouco a pouco as dezenas de agulhas que estavam em seu corpo.

— Tentei te mantar tantas vezes, mas mesmo assim você sempre escapa, sempre com um... – ele hesitou por um momento. – Fraco que não consegue terminar o serviço. – depois completou, cuspindo as palavras com nojo. – E quanto mais eles tentam te salvar, mais eu tenho vontade de esmagar você, sabe por que?

Ela até tinha uma resposta pronta para aquele desgraçado, mas a dor das agulhas estava começando a ficar insuportável.

— Porque vou adorar ver o rosto deles quando eu arrastar seu corpo pelas ruas. – finalmente a pessoa saiu das sombras e parou ao lado do rosto dela.

No momento que Sakura o reconheceu e ficou horrorizada.

Era Kabuto, mas sua pele estava pálida como o de uma cobra branca com umas ranhuras como se desgascar a qualquer momento, seus olhos amarelos e as pupilas rasgada com linhas roxas.

Era como uma mistura horrenda dele com Orochimaru.

— O que você fez? – a pergunta saiu como um sussurro horrorizado.

O que Kabuto tinha feito consigo mesmo?

Ao ver a expressão horrorizada da kunoichi, a língua longa e afiada lambeu o lábio superior.

— Eu me aprimorei. – Kabuto disse sem se deixar abalar pela forma horrorizada como Sakura o olhava. – Como você também vai ser aprimorada.

Sakura queria não ter ficado apavorada, mas estar completamente paralisada perto de um Kabuto que teria chegado tão longe naquela loucura a ponto de fazer experiências consigo mesmo a deixava apavorada.

Kabuto tinha sido capaz de clona-la para atacar Konoha e só não a matou porque os membros da Akatsuki a libertaram.

— Prefiro a morte a virar mais um dos seus experimentos. – ela cuspiu as palavras quase em um rosnado.

As palavras ameaçadoras de Sakura provocaram uma risada suave em Kabuto.

— Ah! Magnifico! Esse orgulho shinobi de Konoha! – Kaburo exclamou, caçoando. – Isso sempre me deu ânsia de vomito. – a olhou com despreso. – Mas eu tenho algo melhor que a morte para você, aprendiz da Godaime... Você será meu presentinho.

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Sakura estreitou os olhos, confusa de onde ele queria chegar com aquilo, mas ela com certeza não iria ficar sem fazer nada esperando para ver.

Mesmo sem tem certeza que seus membros iriam se mexer por ainda estarem dormentes, ela tentou se mexer. Mesmo sem tem certeza que funcionaria, ela tentou expandir seu chakra, tentando fazer um pico para que pudessem localizá-la.

— Se eu fosse você, não faria isso, da mesma forma que as agulhas te anestesiam, se elas se mexerem ou forem retirar a dor vai ser grande. São agulhas de chakra ligadas diretamente a mim.– Kabuto aconselhou e, por mais que não sentisse o toque, ela viu ele tocar sua mão coberta por agulhas nas articulações. – Me diga, aprendiz da Godaime, você sabe como as marionetes são criadas?

Sakura desviou o olhar para frente, não querendo mais olhar para ele, para o monstro que Kabuto tinha se tornado ou melhor, que ele sempre foi e que agora ela conhecia.

— Você será meu presente especial para Sasori, a primeira marionete viva. – Kabuto deslizou os dedos até a tempora dela. – Apenas preciso bloquear o controle do seu chakra pelo cérebro e conectar os pontos de chakra. – os dedos dele desceram, fazendo um percurso por seu rosto até seu ombro onde haviam haviam mais agulhas. – Eu vou garantir que ele faça você matar todos que um dia você já se importou.

O estomago dela revirou com o toque dele e ela teve que engolir o vomito.

O monologo asqueroso de Kabuto foi interrompido por uma explosão vindo do canto do galpão.

Sakura queria ver o que era, queria ver o que tinha feito Kabuto estreitar os olhos e se por em posição de defesa, mas seu pescoço estava preso a mesa porém, apesar disso, não precisou conseguir olhar para saber quem era.

Segundos depois da explosão, ela foi atingida por dois chakra poderosos e que ela conhecia muito bem.

Chakra Uchiha.

Eles estavam mesmo ali? Como? Como a acharam?

Ela ouvia de longe a batalha, conseguia ouvir as paredes se destruindo, conseguia ouvir os jutsos, conseguia ouvir...

— Sakura! – seu coração pulou ao ouvir a voz de Itachi de longe.

Ela tentou virar o rostto na direção dele, para ver como ele estava, se estava bem, mas não conseguiu e seu desespero só piorou ao ouvir mais uma explosão vindo da mesma direção que a voz.

Ela tinha que reagir, tinha que tentar fazer alguma coisa, mas como iria fazer qualquer coisa com aquelas agulhas a paralisando com seu veneno?

Se Kabuto estivesse falando a verdade, se tirasse as agulhas a dor seria terrível, mas ela teria que fazer. Eles estavam ali por ela e Sakura teria que reagir.

Teria que expulsar aquelqa sensação anestésica que a fazia perder os movimentos, então ela fechou os olhos e bloquiou toda a interferência que vinha do exterior. Respirou fundo, se concentrando no ar que entrava, enchia seus pulmões e deixava seu corpo repetidamente, no processo que acontecia em cada parte do corpo, em suas células que se multiplicavam com retardo pela anestesia. Seu chakra não tinha como se movimentar, ela só podia contar com pequenas quantidades para que eles expulsassem a substancia.

De inicio ela não sentiu nada, duvidava que estava funcionando, mas depois de alguns momentos assim que começou a empurrar a substancia que a anestesiava para fora de si a dor veio como agulhadas nos locais onde a substancia antes estava.

Ela sabia que não podia parar, trincou os dentes para evitar que gemidos de dor saíssem e continuou o doloroso processo.

Conforme a luta progredia, ela sentia o poder das agulhas diminuindo, Kabuto estava perdendo e seu chakra estava deixando o corpo da kunoichi.

Sua meditação foi parcialmente interrrompida quando ela sentiu alguém se aproximar.

— Sakura.

A kunoichi abriu parcialmente os olhos os sentindo lacrimejar ao ver Sasuke parado ao lado dela, os olhos negros arregalados estavam focados nas inúmeras agulhas que perfuravam a pele dela.

Ela podia sentir a inquietação no chakra dele e a aura negra que o círculava, Sasuke estava furioso.

Ao fundo Sakura podia ver Kabuto preso pela mão de Susanoo, sua fisionomia tinha mudado e agora parecia mais com uma cobra. Lidar com dois Uchihas ao mesmo tempo tinha forçado Kabuto a perder ainda mais sua forma humana.

— Me diga o que fazer. – o tom sério de Sasuke escondia a preocupação que lhe corroia por dentro ao vê-la naquele estado.

Sakura sabia que eles não tinham muito tempo, Itachi não conseguiria segurar Kabuto por muito tempo. A dor das agulhas era enorme, mas ela não era a prioridade naquele momento.

— Eu... – as palavras de Sakura foram roubadas por uma corrente elétrica que passou por seu corpo. Era como se todas as agulhas estivessem de volta em sua força total e sem anestesia, ela soltou um grito de dor.

Sasuke se aproximou da maca, sem entender o que tinha acontecido. Ouvia a kunoichi gritar de dor e se sentia impotente, sem saber o que fazer.

Ele olhou para trás onde sabia que Itachi tentava manter Kabuto aprisionado e viu que o criminoso de cabelos brancos e fisionomia distorcia, tinha se soltado e sua mão estava fechada em punho na direção da kunoichi.

Sasuke não sabia o que ele estava fazendo, mas com certeza ele era o responsável pela dor de Sakura.

A dor parecia que iria partir o cérebro de Sakura em dois, como se ele estivesse pegando cada célula em seu corpo e a rasgando lentamente, de novo e de novo.

Ela não conseguia ter noção do que acontecia em sua volta, mas sentiu quando a presença de Sasuke se afastou.

“Não!” ela queria dizer a ele. “Volte!” ela queria implorar a ele, mas seus músculos da garganta estavam travados em uma convulsão eterna.

Estava com dor, estava com tanta dor!

Sasuke!

Lágrimas escorriam de seus olhos e faziam o caminho até os fios rosados.

Não me deixe sozinha!

Ela sentia um calor intenso, mas não sabia se era sua pele queimando em febre ou seu cérebro tinha dado problema. Forçou os músculos de suas pálpebras a abrirem da contração e viu chamas negras.

A dor se intensificou mais uma vezde um jeito que Sakura achava impossível e um berro de dor deixou seus lábios.

Sabia que estava perto do seu limite, sentia seu chakra sendo envenenado pelas agulhas de Kabuto, sentia o veneno perto de seu coração.

Era isso? Iria morrer assim?

Imobilizada, largada como um boneco, uma inútil, morreria sem poder fazer nada.

Morreria sozinha.

E então, da mesma forma repentina com que Kabuto tinha começado aquela tortura, ela sumiu. As agulhas não estavam mais lá, mas Sakura conseguia sentir as feridas abertas que elas tinham deixado.

Ela não queria abrir os olhos, não queria ter esperanças de que finalmente tinha acabado e ser acertada por uma nova rodada de dor.

Mas Sasuke e Itachi ainda estavam lá e poderiam estar precisando da ajuda dela. Abriu os olhou e virou o rosto para onde conseguia sentir os chakras deles enfraquecido.

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Ela se arriscou tentando mexer os dedos duros pela convulsão prologada, não foi fácil, foi dolorido, mas conseguiu. O mundo ao seu redor ainda era confuso e os sons se misturavam em um zumbido, ela rolou da maca e tentou ficar em pé, mas seus joelhos fraquejaram e ela caiu sem forças no chão.

Olhou ao redor e forçou seus olhos a se focarem, a identificar qualquer coisa. Em cima, ela conseguia ver vultos se mexendo muito rápido em batalha e algo estava no chão, um vulto preto.

Sakura fechou os olhos, tentando que sua cabeça parasse de dor e resolveu se guiar pelo chakras. Podia sentir, bem fraco, o chakra de Itachi próximo a ela e a forma como estava parado e a intensidade dele fizeram Sakura se desesperar.

Sem conseguir mexer as pernas direito, ela usou os braços e se arrastou pelo chão. Sentia as feridas das agulhas sangrando, deixando uma trilha de sangue por onde ela passava.

Quando suas mãos tocaram em tecido, ela abriu os olhos e soltou um suspiro longo ao ver que era mesmo o Uchiha.

— Itachi! – ela se aproximou mais, segurando o rosto dele com as duas mãos.

Por Kami, estava tão frio!

Os olhos ônix do nukenin que antes estavam fixos no teto, lentamente foram até o rosto da rosada.

— Sakura? – o nome da kunoichi saiu como um leve sussurro pelos lábios dele, mas, até mesmo aquele breve sussurro, fez com que ele tossisse e um liquidoem um tom de vermelho mais escuro que o sangue saísse por sua boca.

— Shhhh... – ela pediu, seus polegares faziam carinho nas bochechas dele.

Sakura soltou um soluço soffrido ao ver um grande ferimento no abdômen de Itachi.

— Não se esforce. – ela pediu, sabia que tinha que tratar as feridas dele, mas suas mãos não deixavam seu rosto com medo dele desaparecer. – Eu... Eu vou dar um jeito nisso! – garantiu, suas palavras atropeladas e borradas pelo choro que não parava de cair. – Eu vou... Eu vou...

Ela forçou suas mãos a desceram até o abdômen dele.

Sabia que o pouco de chakra que tinha no corpo naquele momento estava tentando curar suas próprias feridas, mas ela iria usar cada gota que tinha para salvá-lo.

— Vai ficar tudo bem. – ela repetia tentando se iludir. – Vai ficar tudo bem!

Ela queria salvá-lo, por Kami, ela queria tanto salvá-lo!

— Não! Não! – ela soltou quando sentia os últimos resquisios de seu chakra, estava falhando! Estava falhando em salvá-lo! – Não, por favor! – agora ela implorava, seus dedos agarrando o tecido da roupa dele.

Em meio ao choro, ela sentiu uma mão cobrindo a sua e isso a fez erguer a cabeça, seu olhar encontrando com o dele.

Itachi sorria, um sorriso de despedida.

— Sakura...

— Não! Não... – a mão que não estava coberta pela dele foi até o rosto do ninja. – Nós acabamos de ter você de volta! Eu não posso... O Sasuke, ele... Por favor, lute mais um pouco!

Ele continuou com aquele maldito sorriso.

— Por favor! – ela implorava.

Presa no momento, Sakura não notou quando o barulho ao redor deles silenciou e a batalha, antes tão sangranta, tinha terminado, não notou também quando outra pessoa se aproximou dos dois no chão até que essa pessoa se ajoelhasse do outro lado do corpo.

Alarmada, Sakura levantou o rosto, se tivesse um pouco mais de força teria colocado seu corpo sobre o de Itachi para protegê-lo, mas relaxou a ver quem era.

Sasuke tinha os olhos fixos no irmão, ele se ajoelhou ao lado do corpo.

— Oe, irmãozinho. – Itachi disse e acabou tossindo mais.

Sakura não conseguia olhar para Sasuke, era culpa dela. Era tudo culpa dela!

— Vou dar um jeito, Sasuke, eu prometo, eu... — Sakura se embolava nas palavras, tentando buscar qualquer resquisio de chakra que ainda lhe restava.

Mas todos seus esforços eram inúteis.

— Me perdoe. – o pedido de Sasuke á Itachi pegou Sakura de surpresa. – Me perdoe, oni-san.

Itachi deu um fraco sorriso.

— Não há nada o que perdoar. – ele disse e hesitou, Sakura viu o peito dele subir e descer várias vezes, sem conseguir respirar direito. — Desculpe não ter contado a verdade antes. – mais uma crise de tosse.

— Não se esforce.

Itachi acenou com a cabeça.

— Cuide dela, ouviu irmãozinho? – Itachi pediu a Sasuke, ignorando o que o mais novo tinha pedido a ele. – Eu confio em você. – disse o olhando nos olhos.

— Eu vou cuidar. – Sasuke prometeu com toda a certeza dentro dele.

Itachi soltou a respiração em um longo suspiro e um sorriso tranqüilo, de repente, sua pele começou a brilhar de forma intensa e pedaços, como pétalas, foram descolando de sua pele.

Ele ergueu a mão que não estava ligada a de Sakura e tocou a testa do irmão com o dedo indicador e o do meio, toque que fez Sasuke fechar os olhos e uma lágrima solitária cair.

E então, o brilho na pele dele se intensificou e o corpo de Itachi começou a se fragmentar até não havia mais nada além de poeira brilhante.

A mão de Sakura que antes estava agarrada a de Itachi foi ao chão e ela escondeu o rosto nela enquanto chorava sem parar.

— Me perdoa, por favor, me perdoa... – ela repetia sem parar no meio do choro. – Sasuke, eu... Me perdoa!

A pegando de surpresa, Sasuke a puxou pelo braço e trouxe o corpo mole da kunoichi para si, a envolvendo em um abraço apertado, tão apertado que o corpo dela doía, mas não reclamou, não disse nada, nem mesmo quando sentiu a manga de sua blusa ficar molhada pelas lágrimas dele.

Ela não teve outra reação além de abraçá-lo de volta.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.