Prisoner

De volta dos mortos.


O esconderijo da Akatsuki nunca esteve tão silencioso. Sem Sasori, Deidar, Itachi e, consequentemente, sem a kunoichi o local nunca esteve tão quieto.

Hidan circulava pelos corredores após serem liberados de uma reunião com os membros restantes onde eles ficaram sabendo a verdadeira identidade do Tobi, ou melhor, Obito Uchiha.

Era irônico, Deidara ter passado sua vida destilando seu ódio aos Uchihas e no final ter feito par com um. Deveria estar se revirando dentro do tumulo agora.

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Não havia mais nada o que fazer ali e Hidan já estava decidido a ir embora quando percebeu a movimentação estranha de Kisame pelo corredor onde ficavam os quatros do Itachi e da Sakura. Sorrateiramente, ele se aproximou de Kisame entrando junto no antigo quarto de Itachi.

— Por que eu tenho a impressão que você está planejando fazer merda?

Kisame não se surpreendeu com a presença dele, muito menos pareceu se importar, continuou vasculhando os poucos pertences que Itachi tinha deixado.

Não gostando de ser ignorado, Hidan se aproximou tentando adivinhar o que Kisame procurava tanto porém parecia que nem ele sabia ao certo o que estava procurando.

— Depois de tanto tempo você resolveu bancar o louco atrás das coisas do seu falecido namoradinho Uchiha?

Kisame bufou impaciente, puxando brutamente a gaveta do armário jogando seu conteúdo no chão fazendo Hidan recuar um passo para não ser atingido.

— Eu realmente não preciso das suas provocações agora, Hidan. – rosnou as palavras pegando a próxima gaveta.

Quando Kisame jogou a segunda gaveta no chão, vasculhando as coisas, Hidan deixou um pouco o tom de brincadeira. Aquele não era um comportamento padrão de Kisame.

— Não pode pelo menos me dizer o que está procurando?

Kisame o olhou de relance por cima do ombro.

— Não sei nem se posso confiar em você. – declarou retirando a terceira gaveta.

— Oe! – exclamou, falsamente indignado. – Somos companheiros! Como pode não confiar em mim?

— Do mesmo jeito que não confio em Pain, nem Zetsu e principalmente em Obito. — rosnou o nome do ultimo com ódio pingando de suas palavras.

Hidan estreitou os olhos, agora a conversa tinha se tornado interessante para ele. Não que não fosse comum o fato dos membros da Akatsuki não morrerem de amor um pelo outro, o relacionamento deles era basicamente de indiferença entre si e eram raras as vezes que uma dupla realmente se dava bem, mas o ódio com que Kisame se expressava era novidade.

— Quem te ouve falando desse jeito pode achar que está com idéias erradas. – provocou, passando o dedo pelo queixo. – Kisame, Kisame espero que saiba no que está se metendo.

— E você sabe? – rebateu. – Realmente acredita que eles não estão escondendo nada da gente? Porque eu não e o Itachi também não acreditava.

Kisame voltou a procurar nas gavetas restantes.

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que eles arranjaram outra pessoa para conseguir a Kyuubi de Konoha. – respondeu impaciente passando para a ultima gaveta, sem sucesso em encontrar pistas. – Estão usando o irmão do Itachi pra isso.

Hidan cruzou os braços apoiando as costas na parede.

— E por que eu me importaria com isso? Que se foda o pirralho. – deu de ombros.

Por que ele iria ligar? Pouco se importava com Itachi, aquele irmão dele só trazia problemas – fora que por causa dele Deidara tinha morrido – e Hidan também não gostava de Konoha.

— Eu também não ligaria, mas Itachi passou a vida se preocupando com o garoto.

— E agora você tomou essa responsabilidade para si? Kisame... – disse o nome dele como um suspiro entediado. – Deixa o pirralho se matar.

O ninja de pele azulada respirou fundo, desviando o olhar para a pequena janela que iluminava o quarto.

— Não é só por isso... A Sakura, ela... – franziu o cenho. – Ela desapareceu logo depois da luta entre o Itachi e o irmão.

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A postura de Hidan pareceu ficar um pouco tensa.

— Pensei que ela tinha voltado pra vila... – sua voz foi morrendo.

Konoha. Sakura era de Konoha.

— Ela foi atrás do Sasuke, mas no meio do caminho encontrou com Sasori.

— Está dizendo que ela matou Sasori? – Kisame assentiu e Hidan riu. – Wow, a rosinha realmente tem garras. – comentou impressionado.

Kisame continuou olhando apático para a janela.

— Foi a ultima vez que eu soube algo dela. – olhou para o nukenin de cabelos cinza. – Você a conheceu, acha mesmo que se estivesse tudo bem ela deixaria o homem que ela ama enlouquecer e atacar a aldeia deles?

Hidan desviou o olhar para o chão, mas sem fixa-lo.

— Por que fariam algo com ela? Não tem lógica, ela estava aqui só por causa do Itachi.

— Um dos motivos para Itachi a escolher foi por ela ter sido do time do irmão na infância, por saber que ela se importava tanto quanto ele e duvido muito depois que o irmão não sentisse algo por ela também.

— Acha que poderiam usá-la para chantagem no pirralho?

— Não sei, talvez. – suspirou apreensivo. – O fato é que Itachi não deixaria Sakura desprotegida.

Hidan repuxou o canto do lábio, a curiosidade preencheu sua mente.

— Kisame, o Itachi e ela... – balançou as mãos, tentando mostrar atrás de mímica os dois se beijando. – Você sabe.

Kisame deu um sorriso de lado suspeito e virou a cabeça.

— Que tal ajudar a achar alguma pista em vez de ficar pensando nisso?

Revirando os olhos por não ter tido uma resposta, Hidan assentindo concordando.

— O Itachi não seria idiota em deixar algo no quarto dele, até porque aquele Obito estranho pegou todas as coisas dele pra dar pro irmão.

Os dois trocaram olhares e saíram do cômodo, indo até o antigo quarto de Sakura ficando surpresos ao ver o quarto vazio. Todos os frascos com os remédios que Sakura tinha produzido e que ficavam espalhados pelo quarto, junto com os pergaminhos, tinham desaparecido.

— Que porra... – Kisame invadiu o quarto puxando as gavetas da cômoda, para encontrá-las vazias.

Não havia nada, todos os pertences dela tinham desaparecido. A única coisa que denunciava que ela um dia tinha ocupado o quarto era o desenho de uma cerejeira que Sasori tinha feito.

— Ela voltou aqui?

— Obito deve ter levado as coisas dela quando pegou as coisas do Itachi. – murmurou soltando um suspiro. – Deve ter alguma coisa...

Passou os olhos pelo lugar tentando ver que tinha deixado passar em branco. Hidan se aproximou da parede onde o desenho da cerejeira estava, passando os dedos pelo contorno dos galhos, pousando o dedo sobre uma pequena rachadura no canto da parede.

— Acho que achei algo.

Kisame se virou vendo Hidan cutucar a parede com um kunai até que uma lasca da parede caiu mostrando um pequeno buraco retangular de onde ele tirou um pequeno rolo de pergaminho.

— Ótimo, em branco. – bufou frustrado jogando o pedaço de papel para Kisame.

Kisame inspirou o papel algumas vezes antes de revirar os olhos.

— Você as vezes me surpreende. – levou o pergaminho para a antiga mesa de Sakura onde havia o resto de uma vela. – Pela sua burrice é claro.

Hidan já estava prestes a xingá-lo quando Kisame acendeu a vela e aproximou o pergaminho, relevando assim a mensagem oculta de Itachi.

— Que filha da putinha. – Hidan soltou incrédulo, balançando a cabeça negativamente.

Kisame lia as informações com a testa franzida. Reconhecia as informações e algumas localizações pois estava com Itachi enquanto ele fazia suas pesquisas, apesar de na época não saber que Itachi realiza as investigações.

— O que acha? Cada um vai a um lugar?

— Não, isso chamaria mais atenção ainda. – pensou um pouco. Com as ultimas informações que Itachi tinha posto, o envolvimento de Kabuto nos planos de Obito era confirmado o que deixava Kisame mais cauteloso ainda, afinal o ajudante de Orochimaru era bastante conhecido por suas experiências bizarras e o pensamento que Sakura poderia estar nas mãos dele era perturbador. – Itachi já esteve em todos eles, temos que visitar os outros.

Hidan parou por um instante, olhando intensamente para Kisame.

— Você sabe que se Pain, Zetzu, Tobi e Kabuto estiverem trabalhando juntos é quase certo que irão nos descobrir e não vai ter volta. – continuou olhando firmemente para ele. – Ainda quer continuar com isso? Acha que ela vale a pena?

O nukenin de pele azulada desviou o olhar para o chão, para o pergaminho e então voltou para Hidan.

— Eu não tenho mais nada pra fazer no momento e você? – brincou dando sua resposta.

Um sorriso cresceu nos lábios de Hidan.

— Então, que venha a anarquia.

Sem enrolar mais, eles deixaram a base partindo para o local mais próximo que Itachi tinha marcado como um possível local. Não tiveram sorte, nem no primeiro, nem nos três outros que eles visitaram.

— Kakuzu não disse nada quando você foi embora? – Kisame perguntou quando já estavam perto da quarta localização.

— A gente nasceu grudado por acaso? – debochou. – Kakuzu não tem nada haver com o que eu faço ou deixo de fazer.

Kisame não discutiu continuando sua corrida. Se nenhum dos dois se importava um com o outro, contanto que isso não trouxesse problemas, não iria ser ele que ia se importar.

Sua linha de pensamento foi interrompida quando parou a poucos metros do local quando sua espada capitou chakras diferentes no local. Se aproximando ele já pode ver as diferenças gritantes, nas outras o estado de abandono era total, mas nesse a vegetação ao redor não invadia e nada parecia ter sido deteriorado por assaltantes.

— Eu vou entrar. – Hidan disse depois que não viu nenhuma movimentação da parte dentro. – Hey, tá liv... – a fala de Hidan foi interrompida quando kunais ligadas a cabos perfumaram seu tronco. – Ah porra, isso é serio? – perguntou entediado pouco antes cabos o puxarem pra dentro.

Kisame esperou do lado de fora enquanto ouvia a batalha acontecendo do lado de dentro.

Existia algumas vantagens de ir com um ninja quase imortal e uma delas era poder deixar ir como isca sem peso na consciência. Afinal, que peso na consciência? Hidan talvez fosse mais filha da puta ainda que ele.

— Pronto seu merdinha, pode entrar.

Kisame entrou, tendo que desviar de alguns corpos no caminho até Hidan.

— Você é um merda como parceiro, sabia disso? Não sei como o Itachi não morreu antes. – Hidan criticou, ele ainda estava em seu modo vodu com a pele preta e branca.

— Porque ele usava o cérebro em vez de sair chutando a porta agindo como um suicida. – rebateu sem dar atenção a ele mais ocupado em observar o ambiente. – Vamos nos separar, vai ser mais fácil acharmos alguma coisa.

Hidan assentiu e os dois se separaram.

O esconderijo tinha a mesma estrutura que os outros que eles tinham visitado, porém esta possuía iluminação pelos corredores e – obviamente – os guardas que Hidan tinha matado. Outras provas que o esconderijo estava sendo utilizado por Kabuto eram o laboratório químico, uma biblioteca de pergaminhos diversos e o armazém de experiências “fracassadas”.

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Aquele cara tinha problema.

Depois de andar por algum tempo sua atenção foi desviada para os grandes tubos que seguiam por um corredor largo e davam em uma grande sala e o seu conteúdo chocou Kisame

Vários tanques de água estavam espalhados pela sala e dentro de cada algo que se semelhava a um humano, porém era algo grotesco. Alguns faltavam membros ou um dos membros era o dobro do outro, alguns tinhas os órgãos desenvolvidos para fora do corpo e as bizarrices só continuavam.

Kisame se aproximou de um tanque, observando a critura com estatura de uma criança pequena, tufos rosados na cabeça e um braço de adulto, todos os outros membros eram amputados, e tocou no vidro. Como se tivesse levado um choque, a criatura se moveu arregalando os olhos, fazendo Kisame recuar assustado.

Estava vivo!

A criatura olhou para ele em agonia, implorando com o olhar para que Kisame posse fim ao seu sofrimento.

O que raios Kabuto estava fazendo ali?

Kisame se afastou da criatura e continuou andando, evitando olhar para os tanques receoso que outras criaturas acordarem e o olharem. Ele seguiu daquela forma até chegar ao fundo da sala e ao ultima tanque.

— Mas que porra! – ele ouvia as exclamações de choque, provavelente Hidan tinha visto as criaturas nos tanques, mas Kisame não conseguia desviar os olhos.

Hidan levou um tempo até chegar onde Kisame estava, em choque ainda e talvez pela primeira vez na vida, as palavras desapareceram da mente dele.

E na frente dos dois dos membros da Akatsuki estava um grande tanque onde a kunoichi de cabelos rosados boiava, fios estavam conectados em seus braços e um tubo enfiado em sua boca. Por estar completamente nua, eles podiam ver suas costelas e os ossos do quadril aparentes, braços e pernas mais finos, seu rosto formato coração estava mais fino e suas maças do rosto mais aparentes.

— O que...

— Temos que tirá-la daí. – Kisame disse não conseguindo mais olhá-la.

Hidan ainda levou alguns segundos em choque antes de acordar e olhar pra Kisame.

— Certo, nós... – franziu o as sobrancelhas em confusão. – Vamos tirá-la dali.

Não sabiam como o tanque funcionava, mas não precisava ser um gênio para saber que os cabos a estavam mantendo viva. Kisame avaliou o local pensando em como faria isso, mas antes que pudesse fazer algo Hidan passou sua foice pelo vidro, o quebrando e libertanto toda a água.

Kisame agiu depressa e pegou a kunoichi nos braços antes que ela fosse ao chão. Era como uma boneca sem vida, molenga e pálida, um aperto mais forte e parecia que ela iria quebrar.

— Tem certeza que ela está viva?

Kisame assentiu após conferir os fracos batimentos cardíacos e o leve movimento do peito dela. Ele puxou o tubo da garganta dela, ficando um tanto surpreso ao ver o quão longo era, e estando livre do tubo Sakura tossiu com força, como se tentasse colocar os pulmões para fora, tremia fraca.

— Ironico que a única médica, seja a garota desacordada. – Hidan debochou tentando melhorar o clima. — Aqui, para mantê-la aquecida. – desabotou sua capa, a colocou sobre o corpo da kunoichi.

— Vamos embora daqui. – pegou a garota no colo, ajeitando a capa ao redor do corpo dela.

A imagem da criatura deformada suplicando pela morte voltou a mente de Kisame e, em um ultimo ato de misericórdia, destruiu o laboratório.

— Aquelas coisas...

— Estão mortas. – Kisame o cortou, não querendo mais pensar naquilo. – Eles não vão mais fazer experiências com ela.

Hidan assentiu e os dois aceleraram o passo, Kisame liderava seguindo para o esconderijo Uchiha que Itachi tinha colocado no pergaminho como uma base escondida. Enquanto Hidan ia olhar o resto do esconderijo, Kisame seguiu até encontrar um quarto onde pudesse colocar a kunoichi para descansar, encontrando apenas um quarto limpo o bastante. Provavelmente aquele era o quarto que Itachi esteve usando.

Kisame estava mexendo no armário do quarto separando algumas peças para Sakura ficar aquecida quando percebeu uma movimentação vinda da cama. Ele se aproximou vendo os olhos da rosada apenas um filete e foi até ela se ajoelhando ao lado da cama e aproximou o rosto do dela, para conseguir ouvi-la.

Sakura parecia estar fraca demais para respirar, quanto mais falar.

— Sasuke... – o nome do Uchiha deixou os lábios dela mais fraco que um sussurro.