Pretérito Imperfeito

Capítulo VI - Remember Who You Really Are


Giuliana dormia profundamente envolvida em sonhos onde sua realidade não havia sido alterada. De súbito, acordou e abriu seus olhos percebendo que ainda estava inserida naquele “mundo estranho”.

Olhou ao seu redor e quando a tristeza retornou, seus olhos embaçaram-se com o surgimento das lágrimas. Apressou-se em secá-las antes mesmo que elas escapassem de suas pálpebras.

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Ergueu-se e colocou seus pés para fora da cama, fitou uma poltrona que estava em frente a ela, continha um pequeno montinho de roupas e um bilhete em cima. A garota pegou o papel e começou a ler:

Bom dia,

Sei que não deve estar sendo uma manhã fácil, eu deveria estar aí para ampará-la, mas fui forçado a não comparecer por motivos que lhe contarei em breve, deixo aqui algumas roupas que não são exatamente o que você considera decente, entretanto a deixarão mais confortável

Eternamente seu,

Stefan

– Oh! Stef... Sempre tão amável... Agora vejo o erro que cometi ao não querer casar-me contigo. – Comentou Giuliana por alto ao ler a pequena carta.

[...]

Giuliana terminou de se aprontar, havia abandonado a roupa de cama e agora trajava as vestimentas que Stefan a tinha designado. Era uma blusa enorme e folgada que não marcava o seu corpo e não deixava nenhuma parte à mostra, acompanhada de uma calça-moleton igualmente folgada.

Começou a sentir um cheiro delicioso que começava a instigar o seu estômago. Guiada pelo aroma e pela fome Giuliana foi parar na cozinha da casa, onde uma mesa farta estava sendo posta por um Damon cozinheiro.

– Bom dia! – Disse Damon receptivamente, ele parecia estar arrependido dos atos que cometera noite passada, parecia querer se desculpar de alguma maneira.

A garota desconfiada respondeu-o.

– Bom dia. – Disse ela intrigada.

– Que bom que as roupas serviram, fiquei com medo de errar o seu tamanho na hora que comprei... – Comentou ele despejando um pouco de melado sobre os waffles.

– Foi você? Não foi o Stefan? – Perguntou ela espantada.

– Eu pedi para ele lhe entregar, fiquei com medo de fazer pessoalmente e você rasgá-las de raiva – Damon explicou-se

– Me conheces muito bem. – Giuliana soltou um breve sorriso e em seguida o escondeu retornando a sua expressão desconfiada.

Damon também sorriu brevemente e depois retornou para sua culinária.

– Não está com fome? Sirva-se! – Disse ele.

– Não, nem tanta. – Disse a garota dando de ombros, embora seu estômago fosse capaz de devorar seu próprio tubo digestivo.

– Modéstia à parte, eu mando muito bem nesse departamento. – Damon gabou-se.

– Confesso que o cheiro está bastante atraente... – Disse a garota rendendo-se e sentando-se à mesa.

– Assim como seu cozinheiro. – Disse ele servindo um copo de suco de laranja.

– Acredito que sua modéstia esta sempre “à parte”. – Brincou Giuliana por um pequeno momento.

– Para falar a verdade, acho que a aposentei há muito tempo. – Damon entrou na brincadeira enquanto servia um waffle para a prima.

A garota comia e interagia com o vampiro através de uma conversação prazerosa e divertida, mas quando terminou sua refeição e tomou o último gole de suco resolveu colocar as cartas na mesa para descobrir a intenção de tanta gentileza.

– Acha-me tola? – Perguntou a garota ficando séria.

– Como? – Perguntou ele sem entender aquela reação.

– Posso ser uma senhorita ingênua em certas temáticas, mas tola, certamente, nunca fui e nunca serei... Porque está tratando-me repentinamente tão bem? – Indagou Giuliana.

Damon agora entendeu aonde ela queria chegar.

– Olha, em todos esses anos que você esteve longe, eu adquiri o péssimo hábito de reagir mal a certas situações e acabar magoando as pessoas ao meu redor... – Damon explicava-se.

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– Isso não é desculpa! – Inferiu a garota. – Eu não merecia ter passado por isso...

– Eu sei! Mas estou tentando me redimir da melhor maneira que posso... – Damon sentiu seu coração responder de uma forma estranha àquela situação.

Não dava mais para distinguir de qual acontecimento eles estavam falando.

– Às vezes um simples pedido de perdão pode ser suficiente para entendermos que a outra pessoa se importa... Sabe, Damon, eu pensava que tinha pelo menos alguma pequena importância para você. – Disse Giuliana se levantando, pronta para deixá-lo sozinho.

– Mas você tem importância para mim, grande importância! – Apressou-se ele antes que a garota saísse.

– Então porque permitiu que eu embarcasse naquela carruagem? – Giuliana fez a temível pergunta. A pergunta que o próprio Damon tentou responder a si mesmo durante todo aquele tempo e nunca teve sucesso.

– Acho que eu deixei porque naquela época eu sabia que não tinha condição de agir corretamente com você se a fizesse ficar... – Respondeu ele com um olhar distante de devaneio.

– O que queres dizer com isso? – Indagou a garota.

– Que eu não seria um bom homem e nem um bom marido para você! – Exclamou Damon.

– Esse é o seu problema, Damon Salvatore! Segundo você Stefan não era bom para mim! Você não era bom para mim! Sinto muito, mas você não era meu pai, não podia tomar as decisões por mim! – Revidou ela agressivamente.

Damon ficou uns instantes sem palavras.

– Eu me importava demais com você para permitir que eu mesmo ou qualquer um te fizesse infeliz... – Disse ele.

– Sério?! Pois não é o que me parece. - Giuliana continuou revidando.

– Como pode duvidar? Eu sofri muito quando você se foi, algumas feridas ainda me assombram! – Disse ele praticamente irritado com o comentário da prima.

– Stefan contou-me sobre Katherine e vocês dois! Como vocês puderem? Como os dois que tinham sentimentos por mim puderam ser levados pelo canto da víbora que me matou? – Disse ela irritando-se e deixando Damon sem palavras mais uma vez.

– Nós não sabíamos que tinha sido ela! Pensávamos mesmo que tinha sido um incêndio causado pelos escravos dos pais dela... – Damon tentava se explicar.

– E por que quando descobriram que ela era uma vampira não perceberam que essa história de órfã era uma farsa? – Giuliana continuava com perguntas chocantes as quais Damon não tinha respostas coerentes.

[...]

Damon fitava Giuliana com um pouco de desconforto num misto de confusão e inquietude.

– Diga-me! Como puderam não notar que ela era a minha carrasca? – Indagou ela.

– Eu e Stefan estávamos presos numa paixão obsessiva por Katherine, naquela época estávamos confusos demais para notar qualquer ligação... – Foi o que ele conseguiu dizer.

– Vocês realmente se apaixonaram por aquela criatura maligna?! – Disse a garota com um amargor na garganta e o olhar novamente embaçado.

– Mas eu sofri por várias décadas por isso e pelo meu caso mal resolvido... – Disse Damon com um olhar distante.

– Qual caso seria esse? – Perguntou ela.

– Você... – Ele disse voltando um olhar profundo para ela.

– Eu? – Perguntou Giuliana espantada observando Damon se aproximar dela.

– Não se surpreenda, você foi a primeira mulher que eu amei... – Ele disse se aproximando mais ainda.

– Amou?! – Os olhos da garota liberaram um brilho alegre que logo foi apagado pelos próprios pensamentos dela. – Um pouco tarde...

– Eu realmente sinto muito, mas eu era imaturo e não teria feito você feliz. – Ele disse segurando e acariciando as duas mãos dela.

– E por que mal resolvido? – Ela questionou enquanto estremecia com o toque da pele dele na dela.

– Por que desde ontem à noite quando você apareceu, eu não tenho certeza se deixei de amar... – Respondeu Damon.

Giuliana digeria lentamente as palavras ditas por ele, inebriada, quando uma Elena não muito feliz adentrou a cozinha e pegou os dois no flagra de mãos dadas.

– Mas o que...? – Elena pensou em alto.

– Oi Eleninha... – Disse Damon sem nenhum remorso, mas soltando as mãozinhas delicadas de Giuliana.

– Caroline, Fernanda e Laiana estão esperando você lá na sala... – Disse Elena.

– Quem? A minha pessoa? – Perguntou Giuliana.

– Sim... – Disse Elena secamente.

– Tudo bem... Com vossas licenças. – A garota fez uma reverência e saiu da cozinha. Ela iria atender suas surpreendentes visitantes, permitindo que Elena tomasse uma atitude.

– O que foi isso? – Perguntou espumando cólera pelas ventas.

– Isso o que? – Retrucou Damon dando as costas para a garota irritada enquanto desfazia a mesa do café da manhã.

– Não finja! Vocês estavam quase se atracando quando eu cheguei aqui! – Exagerou a doppelganger de Katherine.

– Ora, ora... Sinto um leve tom de ciúmes, na sua fala, Leninha. – Debochou Damon.

– Pode parar com essas “cretinices”, eu sei bem o que estava acontecendo aqui! – Acusou ela.

– Sabe... Sabe mesmo? – Disse ele com um ar insinuante.

– Escute Damon, minha irmã se importa muito com você, de uma forma inexplicável ela ama você e por isso... – Elena foi interrompida.

– Vou aceitar isso como um insulto... – Disse ele.

– Olha Damon, não importa se você se ofende com o que eu digo, mas eu não vou permitir que você a magoe, como eu permiti que vocês se envolvessem. – Disse Elena conseguindo irritar realmente o vampiro.

– Você permitiu? – Ele bufou. – Se enxerga Elena!

A garota quase pulou de susto com as palavras dele.

– Você é presunçosa demais, por que pensa que pode controlar a vida das pessoas ao seu redor? Será que é por que eu hipnotizei seu irmãozinho uma ou duas vezes porque você pediu? – Provocou Damon com desprezo nos olhos.

– Eu fiz isso pelo bem dele e de todos! – Ela se defendeu.

– Oh, que lindo! Sempre pensando no bem de todos, mas que Santa Maria Mada“Elena”! Acho que você deveria parar de se preocupar com a vida dos outros e começar a cuidar do seu relacionamento... – Insinuou Damon.

– Como assim? – Perguntou Elena intrigada.

– Eu amo Juliana como nunca amei alguém, nem mesmo você! E não te dou o direito de questionar meu sentimento, nunca serei capaz em sã consciência de magoá-la, mas a presença de Giuliana mexe comigo de uma forma estranha... – Dizia ele.

– Mas o que isso tem a ver com o meu relacionamento? – Disse Elena sem entender qual o propósito dele.

– A resposta é simples: Você acha mesmo que com o Stefan vai ser diferente?! – Disse Damon plantando não uma pulga, mas uma multidão delas atrás da orelha dela.

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