Pra Sempre

Festa de Fim de Férias


Algum tempo passa: Falta somente uma semana para a volta das aulas.

Alex me disse que Karen o convidou para uma festa de fim de férias na casa dela. Na verdade, convidou todos da nossa turma, menos eu. Mas Alex disse que não iria sem mim.

—Eu não faço questão de ir. – Falo.

—Você está sendo orgulhosa.... E está assim só porque a festa vai ser na casa dela. Jú, a turma toda vai, não só ela.

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—Não estou sendo orgulhosa... – Disfarço. – É que... imagina como vai ser essa festa! Do jeito que a Karen é vagabunda, vai ter muitas bebidas e... muita putaria. Não gosto dessas coisas.

—Calma... somos menores de idade, acho que Karen não é tão sem noção assim!

—Acho que ela pode pensar assim: “Só faltam dois anos para nós sermos adultos, não é nada!”.

—Karen gosta de K-pop, assim como a maioria das garotas da nossa turma.

—E daí?

—Vai ter música.

—Quando é essa festa? – Olho para o chão e, em seguida olho para Alex, que sorri e me abraça, me levantando.

—A festa é essa quinta. – Ele responde, me tirando de seus braços.

—Só vou pra te tirar da burrada que você vai fazer!

Poucos dias depois: Dia da festa.

Hoje, eu e Alex acordamos cedo para irmos ao shopping comprar as roupas em que vamos para a festa.

—Você não tá comprando esse vestido pra ir na minha festa, não, né?! – Karen ri. Ela apareceu do nada.

—Olha, Karen, você...

—Ela vai. – Alex me interrompe. – E se você não deixar ela ir, também não vou.

—Façam o que quiserem. – Karen vai embora. Com certeza ela está planejando fazer algo contra mim.

[...]

Alex e eu pegamos um táxi para ir à festa. Chegando lá, Alex toca a campainha.

—Se alguma coisa acontecer, saiba que te avisei. – Falo.

—Relaxa, a única coisa que vai acontecer é que vamos nos divertir!

Karen abre a porta e me olha dos pés à cabeça com olhar de desgosto.

—Seja bem-vindo, Alex! E... você, também. – Fico com raiva, mas me controlo.

—Valeu! – Alex fala, e nós entramos.

—Ah, Júlia, esqueci de falar! – Karen me faz parar enquanto entramos. – Gostei do seu vestido! – Acho estranho o que ela fala, mas decido agradecer.

—Obrigada.

—Elogiei seu vestido e não você. – Não aguento mais.

Puxo-a pelo cabelo e a empurro para fora de casa. Ela cambaleia e depois me empurra. Eu me esbarro com Theo, que está com chocolate quente, e acaba derramando em meu peito.

—Jú! Desculpa! – Theo fala, desesperado.

—T-tudo bem, a culpa não foi sua. – Olho para Karen e Alex (que ficou ajudando Karen) com um olhar de assassina e vou com Theo me limpar.

Chegamos no banheiro, Theo fecha a porta e pega alguns papéis higiênicos para me limpar. Ele começa a limpar mais perto de meus seios.

—T-theo, eu posso limpar agora. – Acho que estou vermelha.

—T-tudo bem. Eu... te espero aqui na porta.

—Espera! – Ele vai saindo do banheiro, mas o interrompo. – Obrigada. – Não era isso que eu queria dizer. Ele sai do banheiro e me limpo.

Não sei o que aconteceu, mas senti algo diferente ao olhar em seus olhos. E algo me diz que ele sentiu o mesmo.

Saio do banheiro. Theo está na porta.

—Me desculpa por isso... – Ele ri.

—Tudo bem, não foi nada. – Falo enquanto bagunço seu cabelo. – Mas, agora meu vestido está sujo.

—Se quiser te acompanho até sua casa, pra você se trocar lá.

—Na verdade, eu nem queria ter vindo. – Sussurro. – Só vim por causa do Alex.

—Eu também não queria. Mas achei que você viria, então... – Ele fala olhando para o chão.

—Obrigada. – Sorrio.

—Vamos? – Eu concordo.

Quando chegamos perto da porta, Alex (que está com Karen) nos para.

—Pra onde vão? – Ele pergunta.

—Vamos pra casa. Vou trocar meu vestido. – Respondo.

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—Então vou com você! – Ele dá alguns passos em direção a mim, mas o paro.

—Theo vai comigo. Fique aí, já que está se divertindo com... ela. – Olho para Karen, que está bem contente. – Vamos, Theo. – Pego em sua mão e vamos para casa. Já era tarde, os táxis não funcionavam mais, então fomos andando.

Vamos conversando, normalmente, quando começa a chover.

—Eu não acredito! – Fico com raiva e com vontade de chorar.

—Calma, o que foi? – Ele fica de frente para mim, segura meus braços e me olha.

—Acontece que essa noite foi uma merda, Theo! – Largo, bruscamente, meus braços. - Eu nem queria vir, depois isso acontece!

—Você tá assim pelo vestido? – Ele parece preocupado.

—Não, Theo. A culpa disso tudo não é sua, e sim da Karen. Não sei, mas ela sempre faz de tudo pra me deixar mal! – Soluço.

—N-não fica assim. – Ele me abraça e eu desabo em seus braços. – Vamos sair dessa chuva antes que fiquemos resfriados. Conversamos em casa.

Então, nós vamos correndo para casa. Ao chegar, a casa está “vazia”, pois todos já estão dormindo.

Chegamos no meu quarto.

—Belo quarto. – Theo fala.

—Obrigada. – Sorrio.

—Elogiei seu quarto, não você. – Ele imita Karen e nós rimos. – E seu rímel tá todo borrado, queridinha!

—Incrível como você consegue me animar.

Ficamos em silêncio por um minuto.

—Jú. – Theo me chama. Olho para ele. – Você já se apaixonou por alguém que você nunca imaginaria que ia se apaixonar?

—É... já. – Eu olho para o chão e rio.

—Alguém que você ama como irmão.

—Eu sei muito bem. – Olho em seus olhos, sorrindo. – Mas, por que me pergunta isso?

—É que esse alguém é... você... – Meu estômago revira.

Olhamo-nos nos olhos por um tempo, em silêncio. Não bem sei o que sinto, mas já senti antes.

Num estante, Theo segura minha cintura, me puxa para perto e me beija.

­—Narrado por Alex-

Não posso continuar aqui. Júlia está sozinha com Theo, e isso me deixa mal.

—Alex, trouxe bebidas pra nós! – Karen me oferece cerveja.

—Karen, eu não bebo, obrigado. – Recuo.

—Alex, não seja bobo! – Ela parece um pouco alterada.

—E-eu vou embora. – Júlia tinha razão.

Saio da casa de Karen. Está chovendo muito, mas mesmo assim, vou correndo, para chegar logo em casa.

—Narrado por Júlia-

—Desculpa. – Theo solta minha cintura. – Acho que eu tenho que ir. Já está tarde. – Ele abre a porta do quarto, para ir embora.

—Espera, Theo. – Puxo seu braço. Ele olha para mim.

—Parece que estou incomodando. – Alex aparece na porta.

—Alex? O que faz aqui? Achei que estava na festa! – Fico assustada.

—Não estou mais. – Grosso. – E, o que faz segurando a mão dele? – Ele está bravo.

—O-o quê? – Solto a mão de Theo. – Eu não tava...

—Não mente pra mim, Jú. – Ele me interrompe.

—Não me chama de Jú, estou com raiva. – Tento mudar de assunto.

—Não entendo por que se mete. – Theo me defende.

—Ela é minha irmã.

—E minha amiga. Qual o problema se ela pegar na minha mão?

—Alex, vai embora. – Peço.

—A casa é minha. Quem tem que ir é ele. – GROSSO.

—E esse é meu quarto! – Aumento o tom de voz.

—Não acaba por aqui. – Alex vai embora.

Ponho a mão na testa e olho para o chão, tentando relaxar. Theo fecha a porta.

—Posso te perguntar uma coisa? – Theo pergunta. Faço que sim com a cabeça, ainda olhando para o chão. – Por que ele sente tanto ciúmes de você?

—É complicado... Quando tivermos mais liberdade, eu te falo. – Theo concorda.

—Bom, eu tenho que ir, se não meus pais me matam. – Theo me beija na bochecha e vai embora.

Não entendo. Ele me beija e depois fingimos que nada aconteceu? O que isso significou? Sinto que agora tudo muda. Theo, meu melhor amigo, está apaixonado por mim. Sinceramente, acho que sinto algo por ele, também. Mas fico me perguntando: “E Alex? Sinto algo por ele, também?”. Isso é complicado. Estou dividida entre dois garotos. Mas eu sei quem devo escolher. Eu sei quem é melhor para mim. Se eu fizer essa escolha, será melhor para todos nós.