Pheobe já dormiu há duas horas e todos foram embora... Todos os adultos...
Kate, Mia, Ethan, Elliot, Christian e eu estamos na sala vendo alguns filmes para relembrar os velhos tempos.

—Quer ir para cama? —Christian pergunta enquanto mexe no meu cabelo.
—Não! —Mia grita e me puxa. —Você não vai tê-la nem tão cedo Grey.
—Há Mia, qual é?
—Nem inventa Christian. —Kate se aproxima. —Desde que a Ana chegou ela só ficou com você, hoje é nossa vez.
—Perdeu amor. —Digo sorrindo.
—Ana, que tal uma bebida? —Kate sugere.
—Hã... Acho melhor não. —Sussurro. —Eu tenho trabalho amanhã.
—Há Ana! —Mia exclama. —Nós também.
—Boba. —Digo rindo.
—Ei. —Ethan. —Posso perguntar algo?
—Claro. —Digo sorrindo e volto para os braços de Christian.
—A Pheobe sabe o que é sexo?
—Sabe! —Exclamo rindo.
—Como? —Elliot pergunta confuso. —Desde quando?
—Desde quando ela tinha uns três... —Sussurro e encolho os ombros. —O namorado da mãe dela não se importava se a Pheobe ia ver o não o que eles faziam.
—Uau... —Kate sussurra.
—Como isso aconteceu, nós tivemos a conversa mais cedo. —Digo rindo.
—Ainda bem que foi você. —Christian fala. —Eu jamais conseguiria falar com a Pheobe sobre essas coisas, ela é muito esperta.
—Muito. —Dizemos juntos e damos risada.
—Como ela ficou tão esperta? —Mia pergunta vagamente.
—Acho que ela sempre foi. —Sussurro. —Ela consegue o que quer com aqueles olhinhos de gato.
—Consegue mesmo. —Ethan fala. —Principalmente de vocês dois.
—Não. —Digo balançando a cabeça. —Eu tenho pulso firme com ela. Sei quando é hora de dizer não. Quem não sabe é o Christian, e vocês.
—É. —Todos concordam por fim.

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Continuamos à assistir, mas assim que ouvimos um grito de Pheobe corremos todos para o quarto.
Pheobe está se debatendo na cama e chorando, mas acho que ainda dormindo.
Corro até ela e a abraço tentandoa acalmá-la.

—Amor, a mamãe está aqui com você. —Digo e ela abre os olhos.
—Mamãe. —Pheobe diz e me abraça apertado. —Não me deixa sozinha mamãe, por favor. Eu te amo.
—Eu também te amo pinguinho. Eu não vou te deixar. —Sussurro balançando. —Foi só um pesadelo.
—Eu não quero ficar sozinha.
—Você não vai ficar sozinha, olha, todos estão aqui.

Pheobe olha em volta e paro o olhar em Christian, ele se aproxima e senta ao seu lado.
Lentamente Pheobe sai dos meus braços e vai para o colo do pai, Christian a segura e calmamente ela volta a dormir.

—Será que ela vai ficar bem sozinha? —Christian pergunta acariciando os cabelos de Pheobe.
—Sim. —Sussurro. —Foi só um pesadelo, e nós vamos estar aqui do lado.
—É, você tem razão. —Ele diz não tão confiante.

Damos um beijo em Pheobe e a deixamos com Fadinha e Floquinho, todos vamos para o meu quarto e ficamos lá conversando.

—Por que a Pheobe acha que vamos deixá-la? —Elliot pergunta.
—Por causa dos bebês. —Digo soltando um longo suspiro. —Ela acha que quando os bebês nasceram nós vamos gostar mais deles.
—Que loucura. —Diz Ethan. —Aquele menina é incrível, nós seriámos loucos se à deixássemos.
—Seriamos mesmo. —Mia sorri. —Ela mudou todos nós. Inclusive ChristAna.
—Ah. —Dou um gargalhada. —Você ainda lembra disso.
—Sim. —Ela diz rindo. —Nós nos divertiámos muito na escola.
—É verdade. —Encolho os ombros.
—Sem tristeza, por favor. —Diz Kate. —Ninguém morreu, nós ainda vamos aproveitar muito.
—Apoiado. —Digo sorrindo. Meu celular começa a tocar eu me levanto para atendê-lo. —Mamãe? Aconteceu algo?
—Querida, sim. —Ela diz com a voz embargada.
—O que houve mamãe? —Pergunto sentindo as lágrimas virem. —O papai, eu não sei, mas ele não está bem, nós estamos par ao médico.
—Eu estou indo.
—Ok. Eu te encontro lá.

Desligo o celular com o coração disparado.

—O que houve? —Christian pergunta.
—Meu vô, ele está no hospital, você vem comigo?
—Claro. —Ele diz se levantando.
—Vocês podem cuidar da Pheobe? —Pergunto já chorando.
—Claro. —Kate diz. —Nos mande notícias.
—Ok.

Sigo para o hospital com Christian.
O caminho todo nós vamos em silêncio, apenas sentindo o clima ficar ruim, assim qeu chegamos nós corremos para à sala de espera onde encontro meus pais e minha avó.
Aproximo-me e vejo todos chorando.

—Mamãe? Papai?
—Ana. —Papai se aproxima e me abraça. —Sinto muito.
—O que? —Digo chorando. —Não, por favor. Não...
—Sinto muito querida.

Coloco o rosto entre as mãos e começo a chorar.
Isso não pode ser real.
Não pode.

Os dias foram se passando depois da perda de vovô, e infelizmente parece que as coisas só pioraram, vovó ficou doente e acabou vindo a falecer, o que foi um baquê para todos. Principalmente para mim.
Eu os amava muito, e agora que os perdi, não sei como vão ser as coisas.
Acho que eu nunca fui acostumada com as pessoas, mas agora que os perdi percebo que eu estava totalmente enganada. Não que eu não tivesse aproveitado os momentos ao lado deles, mas não tê-los por perto é o que me destrói.
As pessoas sabem lídar com muitas coisas, de uma forma escepicional, mas infelizmente ninguém sabe lidar com a perda. Não é como quando alguém via viajar, ou quando você ficar sem ver alguém que amo por um tempo... É algo eterno, algo que não volta.
Tudo que te resta são as lembraças e a saudade.
A saudade... Bem, ela aumenta com o passar dos dias, e talvez com os anos você nem venha mais sentir, e as lembraças... Bem, são lembranças elas começam a sumir com o tempo, e ai você percebe que aquela pessoa à qual você amava, e iluminava toda uma casa, agora não passa de uma lembraça.
Eu só não entendo por que as coisas são assim, uma hora você tem todos que você ama ali, e ai você começa a perdê-lo, não importa de que forma, você os perde, e o que te destrói mais é o fato de você não poder fazer nada.
Você não tem armas, ou motivos para lutar para que eles fiquem, você não tem nem se quer forças, e ai tudo o que te resta é aceitar as coisas como elas são.

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