Popularity For Dummies

Uma Transformação (Nada) Agradável


“A situação seria até engraçada se não estivesse acontecendo comigo. Acho que foi a partir daquele momento que James Potter começou a me notar. A ruiva nerd e sem estilo so fundo da sala, de quem ele acabara com a reputação pela manhã. Fala sério, uma pessoa como eu seria digna de atenção?”

O refeitório estava estranhamente silencioso. Ninguém se mexia. James Potter estava completamente parado, me encarando. Do nada ele começou a rir.

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-Vou falar com Dumbledore – falou – Acho que ele deveria criar um seguro de vida para a comida. Com direito á paraquedas e tudo.

“É, eu gostaria que isso tivesse acontecido. Mas a reação de James Potter quando meu purê de batatas com feijão voou para seu cabelo foi bem diferente. Ele começou a gritar comigo e a me xingar, tão alto que McGonagall até deu as caras. Eu não ganhei detenção porque fora acidente, mas Potter também saíra impune por ter me chamado de 'coisuda'. Eu não faço a mínima ideia do que isso significa.”

-Lily? É você? - chamou minha mãe da cozinha, enquanto eu entrava em casa.

-Lily Evans está deprimida no momento. Deixe seu recado após o sinal. BEEP! - respondi, colocando as chaves em um canto e subindo as escadas.

-Caixa de mensagens, por favor avise a Lily que Aaron ligou e que a reunião do jornal foi remarcada. Para hoje.

Soltei um palavrão audível. Minha mãe só não me deu um sermão porque sabia que eu estava muito atrasada.

“Eu moro á mais ou menos um quilômetro e meio da escola, e tenho que ir e voltar caminhando. É tremendamente cansativo. Estudo em uma escola de ricos, mas só estou lá por pura sorte e por causa de uma bolsa de estudos. Minha casa também não é lá grandes coisas, mas pelo o menos eu não tenho que dividir o quarto com ninguém.”

-Me desculpem pela demora – falei, entrando correndo na sala e sentando ao lado de Dorcas – Certas pessoas não me avisaram que a reunião foi remarcada – olhei irritada para a loira.

Aaron acenou para mim do outro lado da sala, mas eu fingi que não vi.

“Aaron Eoin é afim de mim desde a segunda série. Ele é legal ás vezes, mas na maioria das vezes fala coisas sem sentido e tem mal hálito. Ele está na equipe porque ele realmente sabe sobre computação, e edita de um jeito que faz o jornal parecer quase aceitável.”

-Temos um problema – disse a Profa. McGonagall. Ela é quem organiza as coisas por aqui. Ela também impede que fotos de garotas de biquíni sejam colocadas no jornal – Devia fazer um discurso sobre como vocês tem futuro, mas vou direto ao ponto: Ninguém mais se interessa pelo jornal.

Que novidade, pensei. No começo era legal ter um jornal só para a escola, mas as coisas complicaram lá pela segunda edição. As folhas que preparamos com tanto carinho rapidamente se tornaram motivo de riso, sem falar das bolinhas de papel e dos aviãozinhos.

-Tem alguma coisa que podemos fazer? - perguntou Krista, sentando-se ereta. Ela realmente se acha, só porque a parte do jornal que ela organiza é a mais lida. Fala sério, são tirinhas do Garfield! Se bem que isso é o único material de leitura que atrai grande parte dos estudantes. Fazer o quê, eles têm abacates no lugar de cérebro.

-Na verdade, tem. Vamos a partir de agora tornar isso sério. Alguém tem alguma ideia de como se atrai leitores? - perguntou McGonagall, mas ao ver que ninguém respondeu, continuou – Vamos escrever o que eles querem ler.

-Percy Jackson? - alguém falou.

-Piadinhas? - disse Dorcas.

-Fofocas? - opinei, dando de ombros. McGonagall apontou para mim e falou:

-Quase isso. Para escrever para os alunos, vamos escrever sobre os alunos.

“Naquela hora, admito, eu não fazia ideia do que ela queria dizer. Por mim, colocar Percy Jackson no jornal da escola seria legal, mas não era exatamente isso que teríamos que fazer. O que a professora quis dizer foi que teríamos que escrever sobre algo que eles se interessariam. Coisas fúteis. Mas eu só fui descobrir isso mais tarde, quando Dorcas foi na minha casa após a reunião.”

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-Quero dizer, eu estou realmente satisfeita com o que eu escrevo, mas se a Poderosa Chefona diz que teremos que mudar, tudo bem – dizia Dorcas – Mas ainda quero manter meu ponto de vista.

-Dorcas! - exclamei, levantando-me da cama de um pulo – Isso é brilhante!

-O quê, essa caneta? - perguntou ela, erguendo sua caneta da Polly Pocket.

-Não, o que você acabou de falar. Acabei de ter uma ideia – agora eu andava pelo meu quarto de um lado para o outro – McGonagall disse que temos que escrever sobre eles, não é? E se escrevessemos sobre eles, com o nosso ponto de vista?

-Não entendi.

-Eu sou nerd, não sou? - perguntei, mas não esperei por resposta – E o que aconteceria se eu escrevesse sobre, por exemplo, o time de futebol, o grupo de xadrez ou os populares com o ponto de vista de um nerd anti-social e sem amigos?

-Você seria estraçalhada – falou Dorcas calmamente.

-Eles não precisam saber que sou eu – respondi, dando de ombros.

-Só uma pergunta: Como é que você vai escrever sobre eles se você não faz ideia de como eles agem?

-Ainda não pensei nessa parte... - falei, e dei um salto quando Dorcas deu um grito.

-Já sei! Se você não pode ir contra eles... - ela deu uma pausa dramática – Junte-se á eles.

“Esse foi o momento... Que minha vida começou a complicar. Já não bastava eu ter amigos loucos, ser chamada de lásbica, jogar comida no cara mais popular da escola e ter que escrever para um jornal idiota, agora eu tinha que mudar totalmente para agradar pessoas que eu nunca falei na vida. Mas nada pode dar errado, não é? É apenas mais um plano de Dorcas Meadowes.

É, isso tem 99,99% de chances de ir por água abaixo, e ainda acabar com minha vida.”

-ÉOQUÊ? - gritei – Dorcas, você não pode simplesmente... Pegar uma pessoa e transformá-la em popular da noite para o dia!

-Na verdade, posso sim – falou a garota – Esqueceu que eu fundei um blog sobre moda?

-Então por que você não faz isso?

-Porque você é mais bonita do que eu – ela respondeu, revirando os olhos.

-Não é verdade! - exclamei, mas ela ignorou.

-Você não tem nada decente nesse armário? - perguntou ela, erguendo uma blusa amarela – Não me diga que você usa essa coisa horrível.

-Foi você que me deu.

-Ah.

“Essa foi uma das piores noites na minha vida. Fiquei recebendo dicas de como me comportar de Dorcas, a garota que depois de comer limpa a boca na toalha de mesa. Ela cortou meu cabelo e customizou algumas de minhas roupas, sem falar que ela convenceu minha mãe á emprestar uns saltos dela. Ela dormiu na minha casa. Na verdade quase não dormimos, de tanto que ela falava.

Foi terrível. Mas no final... Bem, eu acho que valeu a pena.

Eu estava completamente irreconhecível.”