PPMAX-132: Jason em busca dos amigos...

ALGO GRAVE... COM A LUIZA?!

— Jason, ocorreu algo grave com a Luiza. Se vir essa mensagem, por favor, entre em contato.

O menino não esboçou nenhuma reação, apenas colocou na função para troca de mensagens de vídeo tal como um celular. Posicionando-se em frente à câmera da pokédex, esperou Simon responder a seu contato.

— Oh! Finalmente. Estou eu aqui tentando entrar em contato contigo desde ontem. Ué? Que aparência é essa?

— Depois eu te conto. Que história é essa da Luiza?

— Nem te conto. Quando você desapareceu, ficamos procurando por horas o seu paradeiro. Luiza até lutou contra o sequestrador com aquele Greninja, mas a luta foi interrompida por um homem vestido com um terno vermelho e todo elegante. Esse homem falou algumas palavras no ouvido dela, sendo suficiente para a Luiza desistir de tudo e ir embora com ele.

— Ele era da Equipe Black?

— Eu não sei. Eu acho que não, porque ele não se vestia com o uniforme. Parece que a Luiza conhece bem aquele homem. Tanto que ela chegou até mim e disse para nós esquecermos ela.

— E você tá onde?

— Eles foram num helicóptero para o norte. Aproveitei e peguei um drone de transporte para a mesma direção. Acontece que desde então não pude acompanhar mais o helicóptero, pois fui interceptado por uma guerrilha local. Avisei que era amigo da Luiza, mas esses caras não me ouviram. Sorte que o líder deles é compreensivo e deixou que eu te enviasse aquela mensagem. Agora estou aqui.

— Onde você está?

— O nome da cidade é Omã. Fica fora da floresta.

Jason pensou um pouco e confirmou que iria atrás de Simon. Desligou a comunicação.

— Você acabou de prometer ao seu amigo que se encontraria com ele. E o seu pai? — falou Udonna.

— Papai uma vez me disse que um dia eu precisaria ser homem e fazer escolhas difíceis. Homens fazem escolhas difíceis. Chegou a minha vez. Tenho amigos e quero esses amigos comigo quando eu salvar papai.

Erika parabenizou Jason.

...

Pouco tempo depois, todos se juntaram em frente à loja da família Ginger. Erika, Lea, Udonna, o maquinista com o seu Wobbuffet e os pais de Lea e Udonna. Todos ficaram para a despedida de Jason.

Margot se ofereceu para levar Jason até fora da região de Mokuzai com o seu balão.

Jason pediu a Udonna e Lea que avisassem Poirrot e a sua irmã que aguardassem depois do resgate de Luiza.

Erika relembrou Jason sobre a importância de treinar as habilidades naturais dos pokémons.

E assim todos deram tchau para o menino e o seu Charmander. Ele entrou no cesto e se despediu. Margot fez o balão subir cada vez mais alto e se distanciar de Woodland.

— Será que ele consegue? Soube que aquela região é bem desafiadora — falou Udonna.

— Realmente... há uma guerrilha armada e um governo corrupto. Jason vai entrar nesse vespeiro. Preocupante — disse Lea.

Erika não se preocupou. Afirmou que Jason havia mudado demais. Não era mais o mesmo.

E assim o balão se distanciou da grande árvore Gardenia. Agora o caminho era para o norte.

...

Margot ofereceu um chá com bolo de laranja ao garoto e o seu pokémon.

— Está anoitecendo, menino Jason. Se quiser dormir um pouco, tem um cobertor.

— Obrigado, senhora Margot. Ainda não estou com sono.

Sasha continuou brincando com Pyro e Chandele.

— O que tu mexes nessa pokédex? — indagou Margot, tomando um chá com doces.

— Tenho que ver a localização exata da cidade de Omã. A mensagem de Simon foi reveladora, mas ainda superficial. Ele não deu detalhes.

— Eu conheço a cidade Omã. Bom, nunca fui pessoalmente até lá, mas já ouvi falar. Dizem que existe uma guerrilha por lá.

— Incrível. Então eu acho que foi essa guerrilha que prendeu o Simon.

— Mamãe... o que é guerrilha?

Margot não respondeu Sasha e pediu que ela continuasse brincando com os pokémons.

— Preciso convencer essas pessoas que não sou inimigo. Talvez estejam contra um inimigo comum como a Equipe Black. Eles devem se parecer com os Piratas Neptune.

— Piratas?

— Sim, conheci piratas que me prenderam no começo, mas que mudaram quando enfrentamos a Black. Espero que essa guerrilha seja igual.

Jason estava prestes a iniciar uma nova aventura ainda mais desafiadora. Desde que começou, nunca antes enfrentou um problema político dramático.

E naquela noite bonita e estrelada, Jason e Pyro dormiram tranquilamente. Sasha e Chandele também dormiram. Margot foi a última a descansar. O balão demoraria horas até atravessar a região e chegar na cidade limítrofe de Omã.

...

Em algum lugar da próxima região...

Um guarda abriu a porta de ferro do quarto a fim de fazer Luiza entrar.

Luiza não hesitou e foi ao recinto. O guarda trancou a porta. Ela caminhou pelo local. Era um quarto amplo e com uma grande janela com grades. Andou até essa janela e viu a paisagem do lado de fora.

— Odeio essa paisagem.

Do lado de fora, um oásis no meio do deserto. O paradeiro era desconhecido, ficava fora de Mokuzai.

Luiza se lembrou das palavras daquele homem que a buscou em Woodland. Disse claramente que a família Sandstone havia localizado o paradeiro do seu irmão primogênito. A ameaça velada ficou pior quando disse que Dark Ling usaria o poder da Equipe Black para matá-lo. Foi o estopim para a desistência dela.

"Diga a Jason para se esquecer de mim. Desejo sorte na procura de Robert". Foram as palavras finais dela antes de entrar num helicóptero governamental, deixando Simon boquiaberto.

De fato, a menina não queria mais nenhum derramamento de sangue. Não quis admitir, mas pegou carinho por Jason. Escolheu não envolvê-lo em seus problemas. Jason já tinha problemas demais para lidar.

Dessa feita, precisava enfrentar a infame família do homem que destruira a sua. Sozinha, porém, pensava num plano para acabar com a alegria do clã Sandstone.

Dark Ling era uma presença constante em seus pesadelos. O responsável pela morte dos seus pais, o rei e a rainha.

Sim, Luiza Sylvester na verdade era Luiza Ramsés III, uma princesa marcada pela tristeza.