Limpei minhas mãos suadas no vestido florido que usava. Olhei no relógio do aeroporto ainda eram dez e quinze da manhã, eu poderia estar dormindo ou limpando a casa mas não conseguiria fazer isso sabendo que ele voltaria hoje.
Se três anos atrás alguém me dissesse que hoje eu estaria de manhã num aeroporto esperando por Richard Capal eu riria tanto que passaria mal, sério se você me contasse que era um viajante do tempo eu acreditaria mais.

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Nunca gostei dele de verdade, eu achava ele bonito e ele era legal comigo,tudo bem por mim. Acho que sai da rota do universo quando deixei que ele me beijasse. Na verdade eu me senti como se saísse do chão e a gravidade tentasse me puxar de volta para o mundo real mas os lábios dele eram tão macios e seu perfume me dava motivos para continuar.

Mesmo quando minha única condição para sairmos para jantar era a de não ter flores, e ele as trouxe mesmo assim. Flores falsas com cores brilhantes.
E eu o amei ainda mais por isso.
A voz feminina ecoou no aeroporto dizendo algo que eu me esforcei para entender mas não consegui.

Olhei para o portão de desembarque imaginando o que aconteceria.
Imaginei ele aparecendo empurrando o carrinho de bagagem de óculos de sol,ele sorriria pra mim andaria até onde eu estava e me abraçaria forte me girando no ar.

Quase senti o cheiro de seu perfume.

O imaginei sem o óculos de grau com apenas a bagagem de mão que ele soltaria assim que me visse e sairia correndo na minha direção. Senti lagrimas na minha bochecha e seu rosto quente perto do meu.
Mas também imaginei ele parecendo olhando para todo lugar menos pra mim , passando direto por mim e indo para a saída. Meu coração se apertou ainda mais.

Uma coisa engraçada essa coisa de destino pois nunca se sabe o que vai acontecer mesmo que faça todos os cálculos possíveis e previsões ele ainda pode te surpreender.Como o carrinho de bagagem cheio de flores que um homem apareceu trazendo . Gostaria de dizer que era o meu amado mas não era.

Ele apareceu atrás dele vestindo um terno e gravata borboleta.
Me senti com vontade de sair saltitando até ele e gritar o quanto senti sua falta. Ao mesmo tempo que queria apenas me levantar e abrir um sorriso esperando ele vir até mim.

Fiz meio que os dois, mas isso não importava.

Nada mais importava, ele estava ali comigo e eu com ele.

– Gostou das suas flores eternas? - perguntou quando nos separamos.

– Amei. - ele sorriu. - Não tanto quanto eu amo você, mas amei.

Flores de verdade logo murcham e morrem por não estarem em seu ambiente natural, flores falsas não são tão bonitas ou românticas mas pelo menos duram o quanto você quiser.
Como o amor.