Perversa
Capítulo 36
O relógio digital na lateral da tela começou a se mover rapidamente, como um vulto branco. Algo se mexeu na cortina e Ronald voltou à velocidade normal.
Cabelos longos e volumosos apareceram na tela. Junto deles, um rosto redondo e um corpo com belas curvas. Dava para ouvir cada pessoa perdendo o ar pelo auditório, surpresos.
Ela pegou uma lata de tinta e esvaziou sobre o próprio trabalho. Depois, pegou outra e escreveu ‘arruinado’ com grandes letras trêmulas no chão. Então, passou as mãos pelas longas mechas e saiu do palco tranquilamente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Gina Molly, a traidora.
Todos olharam para a ruiva, incrédulos. Ela parecia desesperada para correr dali, com aqueles olhos castanhos arregalados e as mãos contraídas em bolas.
– Gina? – Sussurrou Ronald, sem entender.
– GINEVRA MOLLY! – Berrou Hermione, virando-se para ela. – Como você pôde?
Seus olhos estavam intensos, cheios de lágrimas que ela não deixava cair. Nunca havia se sentido tão traída – nem quando Cho e Ronald... –.
– Mione, eu...
– Cale a boca.
Gina se aproximou e tentou sorrir. Seus dedos tocaram o braço de Granger, hesitantes.
– Tire essas... patas de mim. – Cuspiu ela. – E não se preocupe em falar comigo. Nunca mais.
– Mas eu não...
– O que é que eu te fiz, Gina? Você era a pessoa que eu mais confiava no mundo. E você fez isso só pra me incriminar, eu sei. – Ela fungou, ainda contendo as lágrimas. – Não quero mais olhar na sua cara, garota. Considere-se desconvidada da minha festa e da minha vida.
Ao lado de Gins, o vice-diretor apareceu com o olhar desapontado. Tocou seu ombro e disse:
– Apresente-se na diretoria, por favor.
Ela baixou a cabeça e saiu. Arnold W. disse:
– O DVD da filmagem sumiu no fim de semana logo após a Feira. Por isso, não pudemos fazer nada. – Suspirou. – Ronald vai receber uma punição por isso e ela...
Hermione se virou e saiu rápido do auditório, pelo outro lado. Ronald a viu saindo. Desceu do palco bem rápido, antes que o vice-diretor pudesse alcançá-lo, e a seguiu.
– Hermione! – Chamou do lado de fora. – Hermione, espera.
Ela parou e deixou que ele se aproximasse um pouco. Ronald estava confuso mas, principalmente, envergonhado.
– Desculpe. – Sussurrou.
Ela gargalhou de um jeito forçado. Abriu a boca para dizer alguma coisa mas desistiu. Suspirou.
– Ta.
Virou-se outra vez para continuar andando.
– Não, espera aí. – Ele estendeu a mão e tocou seu braço. – Por que disse que era você?
– Era o que você queria que eu falasse, lembra.
Ronald refletiu um pouco e concordou. Granger fungou. Então ele percebeu um par de olhos castanhos um tanto molhados demais a sua frente, mas nenhuma lágrima escorria. Sua mão deslizou do seu braço para seu rosto, ela se afastou e saiu correndo.
No dia seguinte, houve uma grande festa para os formandos. Smokings e vestidos deslumbrantes desfilavam de um lado pra o outro no grande salão. Corpos dançavam e bocas, além de beijar e beber, comentavam sobre o maior acontecimento da noite - ou "não" acontecimento: a ausência de Hermione Granger. Ronald a procurou em cada canto em vão. Então fagulhas de dor invadiram sua cabeça e ele resolveu sair dali. Ia tomar seu remédio e tentar dormir.
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