Eu me despedi do Pietro logo cedo, porque iria pra a casa de praia dos pais da Sophie assim que saísse do médico com a minha mãe. Nós duas fomos ao médico e Sarah, Livie e Sophie estavam nos esperando na sala de espera. Fiquei feliz por elas estarem lá comigo, mas elas não puderam entrar, então foi apenas eu e a minha mãe. O médico fez alguns exames e uma ultrassom, mas tudo que eu vi foi um pontinho pequeno, mas minha mãe começou a chorar emocionada e isso me assustou um pouco, mas eram os hormônios da gravidez, afinal ela também estava grávida e o bebê estava previsto para daqui a um mês. Era menino e o nome ia ser Peter.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Depois que eu saí do médico, as meninas me levaram para comer e depois eu peguei o carro da Livie emprestado e dirigi até a casa de praia dos pais da Sophie. Eram cinco horas de viagem e quando eu cheguei lá, estava morta de cansaço, mas ainda era cedo o suficiente para ver o sol brilhando a água batendo nos degraus de trás da casa. Fui preparar alguma coisa para comer, porque uma das recomendações do médico foi comer bem e bastante. Meu celular tocou e a foto do Pietro fazendo careta apareceu na tela do meu iPhone. Deslizo e atendo.

–Hey. – Falo.

–Oi, anjo. Já chegaram? – ele pergunta.

–Sim, chegamos a quase duas horas.

–Ah, é? – Ele retruca. – Eu posso falar com a Livie ou a Sophie? Quero perguntar uma coisa.

–Hm, elas estão na praia. Eu estou no quarto. – Minto.

–Sério? Porque eu acabei de ver as meninas saindo do apartamento da Sarah. – Ele diz sínico.

Droga! Elas sabem que ele mora lá no prédio e ainda vão pra lá.

–Pietro... – Começo, mas ele me interrompe.

–Eu chego ai em três horas. – Ele rosna, antes de desligar o telefone.

Ele tá vindo? Eu vou matar aquelas três! Ele vai querer saber porque eu menti e eu vou ter que contar, mas eu não sei como fazer isso. Bom, tenho três horas para pensar sobre isso. Deixo meu corpo cair no sofá, puxo a minha bolsa e tiro de lá a foto impressa que o médico havia me dado, do pequeno Pontinho na minha barriga. Fecho os olhos e acabo dormindo.

...

A campainha toca desesperadamente e eu acordo assustada, caindo do sofá. Coloco a foto da ultrassom na mesa de centro e vou relutante até a porta. Sei quem é e meu coração quase pula pela boca quando eu abro a porta para encontrar os olhos verde esmeralda do Pietro.

–Oi. – Digo.

–O que está acontecendo? – Ele pergunta e entra. Eu suspiro e fecho a porta atrás de mim.

–Por que algo estaria acontecendo? – Retruco.

–Ah, não sei, talvez pelo fato de você ter mentido, fugido e das meninas terem tentado me segurar lá, quase como se uma vida dependesse disso. – Ele rosna.

–Eu... Só precisava de um tempo. – Sento no sofá.

–Tempo para que? – Pietro senta ao meu lado e sua voz se suaviza. – Eu estou te sufocando? Porque se for isso, você pode apenas me dizer. Eu nunca estive nisso de relacionamento sério, não sei como funciona, então quando eu estiver fazendo algo de errado, você precisa me falar. Não quero te afastar de mim! Não consigo viver com a ideia de te afastar de mim, Mel.

–Não, não é isso! – Fecho os olhos. – É só que, é uma coisa séria e você vai surtar. Eu não quero que você fique bravo comigo ou me odeie. Não foi de proposito, eu não queria isso agora e a culpa não é minha!

–Apenas, diga, Mel, por favor. – Ele suspira e se inclina, apoiando seus cotovelos no joelho.

Eu levanto do sofá e rodo pela sala nervosa, mexo no meu cabelo, mordo o lábio, respiro fundo e continuo andando. Vejo a porta de vidro que dava para a praia escorada, vou até ela e a abro, deixando a brisa entrar. Me viro para o sofá que é de frente para a porta e encaro o Pietro. Seus olhos estão confusos, o seu cabelo precisando de um corte e a barba por fazer sexy que sempre me fazia cocegas quando ele beijava meu pescoço, estava lá. Ele vai me odiar quando eu disser isso.

–Estou grávida! – O olho só por um instante, vejo seus olhos se arregalarem e sua boca se entreabrir. Corro como uma desgraçada pela porta e continuo correndo por um bom tempo pra me afastar da casa, mesmo sabendo que eventualmente eu vou encontrar com ele, não estou pronta pra ver o olhar que ele vai me olhar quando eu o vir novamente. Corro até minha barriga doer em busca de ar e meus joelhos vacilarem na areia por causa das pernas doloridas. Puxo minhas pernas e encosto o queixo no meu joelho. Fecho os olhos tentando recuperar o fôlego e para segurar as lágrimas, mas não funciona porque antes que eu possa perceber, as lágrimas então descendo pelo meu rosto silenciosamente, enquanto meu corpo treme.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Não sei quanto tempo se passou e o fato que o Pietro ainda não veio atrás de mim, me alertou que provavelmente ele me odeia agora, mas a culpa não é minha! Não se pode fazer um bebê sozinha, mas se ele não aceitasse, eu posso muito bem cuidar dele sozinha. Eu posso ir para New York e morar com o meu pai e o Henry, ter o bebê e continuar a faculdade lá. Henry e o meu pai adorariam um bebê por lá, já que eles estavam tentando adotar, mas ainda não conseguiram. Meu pai provavelmente ficaria irritado no começo porque eu seria mãe solteira, mas quando eu o levasse comigo pra fazer o ultrassom e ouvir o coração do bebê, ele iria se desmanchar e eu poderia sempre ver minha mãe, o Andrei e as crianças quando eles fossem me visitar em New York e com o tempo eu iria conseguir lidar com a dor de ter perdido o homem que eu amo e seguiria em frente. Acharia alguém pra amar de novo, me casaria e viveria feliz, né?! Mas tudo isso parece errado, porque tudo que eu queria era que o Pietro aceitasse o nosso filho e cuidasse de nós dois, como ele fez comigo e com a Penny nas férias. Meus pensamentos são interrompidos, quando eu ouço uma respiração irregular vindo de trás de mim.

–Mel? – ELE me chama. Ele veio?

Eu não respondo. Não quero que ele ouça o choro na minha voz e também porque se eu começasse a falar eu começaria a chorar. O médico me falou que os hormônios ficam enlouquecidos na gravidez, isso estava acontecendo agora mesmo. Pietro suspira e se joga ao meu lado, perto demais. Encaro a saia branca e solta do meu vestido de renda branca e começo a mexer na saia.

–Quando eu perguntei o que estava acontecendo, um monte de possibilidades invadiu a minha cabeça e nem nenhuma delas você me dizia que estava grávida. – Pietro diz e meu coração aperta. Sua voz não parece irritada, mas um pouco ofegante. – Mel?

–Sim? – sussurro.

–Por que você fugiu de mim? – ele pergunta.

–Porque eu não queria ver sua reação. – Abraço meus joelhos e olho para o mar que agora parece borrado por conta das lágrimas.

–Medo da minha reação? O que diabos, você pensa que eu ia fazer? – Pietro retruca indignado.

–Não sei! Me odiar? Negar o bebê? – Dou de ombros.

–De onde você tirou que eu iria fazer isso, Melanie? – Ele suspira cansado.

–Eu estou assustada, okay? Eu simplesmente estou apavorada com tudo isso desde que eu descobri. – Minha voz falha e as lágrimas começam a jorrar. Sinto os braços do Pietro me puxarem para o colo dele e seus braços me apertarem forte contra ele. Eu envolvo meus braços em seu pescoço e começo a soluçar e chorar alto.

–Mel! – Ele choraminga e apoia o queixo no topo da minha cabeça. – Vai ficar tudo bem!

–Desculpa... – Soluço.

–Não é sua culpa, Mel! – Pietro beija meu rosto e enxuga minhas lágrimas. – Você não fez sozinha. Não tem porque se desculpar. Se você me tivesse passado herpes ou AIDIS, ai sim, eu ficaria puto da vida, mas não é o caso. É um bebê, uma parte nossa. É assustador, porque é cedo, mas não uma coisa ruim.

–Eu realmente pensei que você estava bravo comigo e odiava a mim e ao bebê. Você não veio atrás de mim antes e eu pensei que você já tinha pego o carro e se mandado. – Admito.

– Eu corri por dez minutos pelo lado contrário a esse, pensando que você tinha ido pra lá e então começou a ficar deserto e comecei a correr pra cá, então desculpa se eu demorei, mas eu posso ter passado alguns minutos sentado lá, tentando assimilar o que você me disse. – Um sorriso brinca nos seus lábios. – Mas eu não odeio você e nem o nosso filho. Eu vou estar aqui pra você, eu vou cuidar de vocês.

–Você sabe que eu vou ficar enorme, né? E que bebês choram a noite? E que eu vou ficar uma cadela com os hormônios descontrolados e você vai ter que me aturar? E um bebê gasta muito dinheiro e ocupa espaço que nós não temos no apartamento? – Eu poderia continuar, mas ele cola os lábios nos meus.

–Eu estou me formando na metade do ano que vem. Eu tenho um trabalho se você esqueceu e nós sempre podemos nos mudar. – Ele diz e segura minha nuca, encostando sua testa na minha. – E eu sei como uma mulher fica quando está grávida. Se você não se lembra, eu passei muito tempo com a sua mãe quando ela estava grávida da Penny. E eu também me lembro que tem algumas boas vantagens. – Um sorriso safado se amplia nos seus lábios.

–Que seria...? – Sorrio.

–Peitos maiores, não que os seus sejam pequenos, eles são ótimos, mas quando aumentarem... Wow! E você estará me procurando sempre para apagar o seu fogo. – Ele ri e eu bato nele.

–Você é um tarado, Pietro! – Eu faço careta. – Como sabe disso? Você ficou olhando os seios da minha mãe quando ela estava grávida e perguntando da vida sexual dela e do Andrei?

–O que? Não! Se você não lembra, eu li a trilogia dos livros onde você tirou o nome do Rush e isso é uma que o cara enfatiza bastante na namorada dele. – Pietro faz bico.

–Dessas coisas você lembra, né? – Balanço a cabeça.

–Vamos para casa, Anjo. Aqui está frio. – Pietro se levanta comigo em seu colo e começa a andar.

–Sabe, eu consigo andar. – Digo sorrindo.

–Eu sei, mas eu gosto de te segurar. – Ele beija minha testa, eu envolvo os braços no seu pescoço e descanso a cabeça no seu peito.

...

Eu entro no quarto e o Pietro está deitado na cama só de boxer assistindo TV. Eu deixo a luz acesa e vou para o seu lado. Ele olha pra minha mãe e arqueia uma sobrancelha ao ver o papel.

–O que é isso? – pergunta.

–Hm, é uma foto que a médica me deu dá ultrassom. – Falo. – Quer ver?

–Claro. – Ele diz e pega o papel de mim. Seus olhos se arregalam quando ele vê e eu rio.

–Wow! É muito pequeno, parece um girino. – Ele faz careta.

–Você acabou de chamar meu filho de filhote de sapo? – Faço cara de brava e ele ri, enquanto abaixa na altura da minha barriga e coloca uma das mãos nela.

–Eu não chamei o nosso filho de filhote de sapo, só estou dizendo que essa não vai ser a melhor foto dele porque ele parece um girino. Você tem que admitir que parece, Melanie! – Pietro continua rindo e eu também.

–Um pouco, mas isso é feio! – Eu digo.

–Você é feia. – Ele pisca e eu faço careta.

–Eu sou linda.

–Perfeita. – Ele sorri e cola a bochecha na minha barriga. – Ouviu, bebê? A sua mamãe é perfeita, mas se você puxar a mim, você vai ser maravilhoso. Vai arrasar o coração das garotas.

–Você sabe que pode ser menina, certo? – Uma gargalhada se irrompe em mim.

–Oh, Deus! Eu não sei se consigo lidar com uma mini Melanie. – Ele choraminga. – Mas eu sei que vai ser menino.

–Nops, vai ser menina! – Eu retruco e ele balança a cabeça.

–Quer apostar? – ele arqueia uma sobrancelha.

Eu continuo rindo e ele me beija. Uma onda de alivio me invade quando depois de apagar a luz e desligar a TV, o Pietro me puxa para ele e beija minha testa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Vai ficar tudo bem. – Ele sussurra e sua mão desliza para mim barriga. – Eu vou cuidar de vocês.

E eu acredito. Sei que vai ficar tudo bem.