Acordei e a primeira coisa que vi quando enfim abri os olhos foram às esmeraldas nos olhos do Pietro, ele sorri para mim. Sorri para ele e esfreguei os olhos tentando tirar a sensação de cansaço.

– Que horas são? – pergunto sonolenta.

–Quase nove – ele diz.

–Eu to com fome e implorando por um banho. Vai lá embaixo e consegue outro cartão pra eu poder entrar no meu quarto?

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–Você poderia ir com a minha camisa – ele diz.

–Ah, com certeza, vou só com a sua camiseta tomar café com um monte de gente.

–Fica um vestido em você. Eles não vão nem perceber – Pietro sorri.

–Eu sei – sorrio. – Acho que eu vou ficar com ela para mim.

–E quem disse que eu deixo? Eu gosto dela – ele arqueia uma sobrancelha.

–Eu também gosto muito dela e você é uma pessoa muito boa, então vai me deixar ficar com ela. – falo.

–Agora eu sou uma pessoa boa? – ele ri.

–Sim e para ficar melhor ainda, você vai lá embaixo buscar um cartão para abrir a minha porta né? – faço biquinho.

–Só porque eu sou um cara legal – ele levanta da cama, coloca uma camisa e saí.

Fico ali deitada de olhos fechados esparramada na cama sentindo o perfume que o Pietro deixou no travesseiro dele. Acho que também foi roubar o perfume dele, porque é tão bom que eu poderia sentir o dia inteiro. Minutos depois a porta se abre e o Pietro entra. Ele se joga na cama em cima de mim e eu grito rindo surpresa. Aquele desgraçado só ri.

–Qual a minha recompensa? – ele pergunta e coloca o cartão em algum lugar que eu não posso ver.

–Minha gratidão eterna – ri.

–Quero outra coisa – ele sorri.

Ai meu Deus, AQUELE sorriso. Eu prendo minha respiração.

–Tipo... ? – pergunto.

–Bom... – ele pensa. – Não sei.

–Enquanto você pensa, eu vou tomar banho e comer – pisco e empurro-o de cima de mim. Levanto da cama em um pulo e pego o cartão em cima do criado-mudo. Solto um beijo para ele antes de ir rindo para o meu quarto.

...

Depois do café da manhã, Olivia me convidou para se juntar a ela e outras mulheres para A Manhã de SPA da Noiva, eu obviamente aceitei e agora estávamos embaixo de uma tenda na piscina que fora proibida para qualquer outra pessoa, estávamos eu, Olivia, Doroteia, Marina, Katia a dama de honra de dez anos.

–Então Mel, como está? Minha mãe me disse que você e o Nick terminaram o namoro – Olivia diz.

–Eu estou bem, sabe? Eu não gostava mais tanto assim do Nick, fiquei até um pouco aliviada, mas me senti horrível por ter feito o que eu fiz com ele. Nick é um grande amigo, o conheço há muito tempo e ele me salvou de algo terrível que nunca deixarei de ser grata, eu não queria que acabasse assim. Eu espero que quando eu voltar, nós possamos conversar e que a nossa amizade continue. Ele é importante demais para mim e eu não vou deixar que acabasse assim. Eu não consigo.

–E o que foi que você fez com ele? – Doroteia pergunta. – Essa eu não sei.

–Eu meio que beijei o Pietro – sussurro com vergonha.

–Você o que? – Marina levanta a cabeça para me olhar. Marina é a filha mais nova da Doroteia, ela tem apenas vinte e cinco anos. – Imagine a cabeça da pobre Penny quando descobrir que seus irmãos se pegavam.

–Marina – eu ri.

–Só estou falando a verdade – ela ri também.

–Eu sabia que você acabaria se rendendo aos encantos daquele belo rapaz – Doroteia sorri cumplice para mim. – Não tem como negar que o garoto é charme e carisma puro.

–E você é puro fogo mamãe – Olivia diz. – Você tem quase o triplo da idade do garoto.

Victória, mãe do Nathan se junta para a massagem meia hora mais tarde. Nós rimos e discutimos sobre a questão Pietro o resto da manhã e tudo que eu conseguia fazer era rir. Na hora do almoço só comemos um lanche, Olivia estava nervosa que o vestido não entrasse e viveu a base de frutas. Eu fui para o quarto depois das duas, o casamento começaria as oito e então eu tinhas algumas horas para dormir. Meu pai costuma me chamar de Garfield, porque sempre que vou o visitar em New York, a metade do dia passo comendo ou dormindo.

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Quando cheguei à porta do meu quarto, o Pietro saiu do dele e sorrio quando me viu.

–Você está com um cheiro de alguma fruta – ele diz.

–Creme de morango – falo. – Estava fazendo massagem.

–Aprendeu como faz? Eu dormi de mau jeito, preciso que você faça uma massagem – ele suspira e entra no meu quarto.

–Como é que é? – entro atrás dele e fecho a porta. – Eu não vou te fazer massagem. Vou dormir.

–Você tem que fazer massagem, foi por sua causa que eu fiquei assim – Pietro reclama e deita na cama.

–Não foi nada – digo.

–Foi sim. Quando eu acordei de madrugada você estava quase caindo da cama, então eu te puxei para cima e você decidiu dormir com a cabeça no peito e com a mão embaixo do rosto, meu ombro ficou doendo – ele fala.

–E porque não me empurrou? – reviro os olhos.

–Porque eu não queria te acordar e você é linda dormindo – Pietro me da um meio sorriso.

–E você mente – eu sorri.

–Por favor, só cinco minutinhos de massagem e eu me deixo dormir com você.

–Nossa agora me animei, vem logo porque eu estou louca para dormir com você de novo – eu ri e finjo uma falsa empolgação.

–Hm, eu gosto das suas palavras – ele diz com um sorriso malicioso.

–Ai, seu tarado – eu falo. – Você sabe o que eu quis dizer.

–Eu sei sim – ele pisca para mim brincalhão e ainda com aquele sorriso.

–Eu falei no sentido literal da palavra e não... nesse – faço careta.

–Você é chata Devito – ele faz bico.

–E você me ama Martins – pisco para ele.

–Amo demais – ele diz e me puxa pela cintura. – Se fizer uma massagem em mim eu amo muito mais.

–Vem logo e me deixa em paz – eu falo e me sento na cama.

Pietro se anima e vira de barriga para o colchão. Eu sento nas suas costas e coloco cada perna em um lado do corpo dele e começo a apertar seus ombros, bem forte para doer e ele me deixar em paz.

–Ai, ai, ai! – ele reclama. – Se você quer arrancar meus ombros é só falar.

–Eu só estou fazendo massagem querido – eu ri.

–Tá, pode sair de cima de mim agora – ele diz.

–Não! Eu vou terminar a massagem, ela dura meia hora – eu disse. – Mas eu posso te dar mais alguns minutos de crédito.

–Se você não parar, eu te jogo no lago – Pietro ri.

–Eu não vou parar – falo. – Ainda tem quatro minutos.

–Então eu faço você parar – ele diz.

–Como? – pergunto.

–Assim – Pietro coloca as mãos na minha cintura, empurra de cima dele, vem para cima de mim e segura meus braços com uma das mãos em cima da minha cabeça.

–Eu te odeio e você sabe – resmungo.

–Não odeia não! – ele sorri.

–Quem disse? – faço cara de brava.

–Seus olhos – Pietro pisca.

–Agora já pode sair de cima de mim – eu falo.

–Eu não sei se eu quero.

–Eu quero.

–E eu quero te beijar agora, mas nem sempre podemos ter o que queremos – ele sorri.

–Hã? Como é que é? – arregalo os olhos.

Ok, ele quer me beijar? Não, não, não, não. Ele não pode fazer isso! Estamos apenas nós dois em um quarto, em um corredor que provavelmente não tem mais ninguém.

–Um beijo? É aquele negocio que alguém encosta a boca na sua e depois a língua de vocês começa a... – ele fala, mas eu o interrompo.

–Eu sei como se beija – reviro os olhos. – Agora me solta.

–Tudo bem – Pietro suspira e solta meus braços.

–Agora sai de cima de mim.

–Eu estou com preguiça – ele boceja. – Acho que vou dormir também.

Eu o empurro de cima de mim com todas as minhas forças e ele cai ao meu lado e acomoda a cabeça no travesseiro.

–Eu vou dormir agora – falo.

–Hm, durma bem então. Eu também vou.

–Chato – choramingo, me viro para o outro lado e afundo a cabeça no travesseiro.

...

Cheguei com o Nathan no lugar onde seria o casamento e sentados na segunda fila estavam Pietro e Isabela, para onde Nathan me levou. Ele me deixou sentar primeiro e Pietro olhou para mim quando sentei ao seu lado e Nathan ao meu lado.

–Você está linda – Nathan sussurra no meu ouvido. – Ainda estava meio atordoado para encontrar voz para lhe dizer isso.

Eu estou usando um vestido longo de seda cor nude cintura marcada e solta na saia, às alças eram de um tecido bordado com pedrinhas, um decote grande e estreito na frente e um decote nas costas, não vulgar e bem elegante. Salto alto em um tom muito claro de rosa, um coque bonito, mas meio folgado, uma maquiagem leve com olhos somente de iluminador e boca em um batom cor de boca. Pietro estava com um terno bem arrumado e com seus cabelos que sempre estavam bagunçados, hoje estava arrumado em um topete, engraçado, porém bonito.

–Obrigada – eu sorrio corando para o Nathan.

–Você está corada – ele ri.

–Cala a boca – eu resmungo ainda sorrindo.

–Você está parecendo gente Devito – Pietro sorri para mim.

–Obrigada pelo elogio – eu falo irônica.

–Isso não foi um elogio – ele diz. – Foi uma observação.

Sorrio e reviro os olhos.

A cerimonia de casamento iria ocorrer em uma capela grande que havia a poucos metros do hotel. E lá estava decorado com rosas vermelhas e candelabros de cristais, estava lindo.

–Eu adorei o seu vestido – a Isabela diz me olhando com um sorriso enorme.

–Obrigada – falo. – O seu também está ótimo.

Isabela estava com um vestido vermelho curto com um decote coração e saia mais ou menos armada, um coque bem apertado e uma maquiagem também legal.

–Eu sei – ela me da uma piscada.

Quando todos já estão aqui, toda aquela coisa começa. Esse é o segundo casamento que eu vou em apenas duas semanas, mas esse é diferente. Depois dos padrinhos, Alex entrou com a sua mãe e ficou no altar com um olhar ansioso e um sorriso enorme enquanto a marcha nupcial tocava e a Olivia entrava com a sua mãe bem atrás da daminha que jogava flores no chão. E então teve aquele negocio todo, teve os votos, o aceito e não aceito... Teve o meu choro, teve o Pietro rindo de mim, mas colocando um braço em volta do meu ombro e me abraçando até acabar e irmos para o jardim dos fundos onde ficava a piscina e onde seria a festa. Lá estava também muito bonito com holofotes, rosas vermelhas, tapete vermelho, mesas espalhadas, bolas de vidro iluminadas na piscina. Na entrada da tenda havia um fotografo esperando para tirar fotos dos convidados que seria entregue na saída. Nathan e Isabela como eram da família ficaram para fotos com os noivos, enquanto Pietro e eu fomos à frente, quando o fotografo pediu para juntarmos para tirar a foto, Pietro pousou sua mão apertada na minha cintura e me puxou para mais perto dele, eu conseguia sentir o seu perfume ótimo.

–Você está completamente maravilhosa – ele diz no meu ouvido.

–Obrigada – falo.

E estou com um sorriso enorme e verdadeiro quando a foto é tirada.

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...

A festa continuou animada, dancei com o Nathan o tempo todo e só paramos quando meus pés começaram a reclamar. Me joguei ao lado do Pietro e como o Nathan estava elétrico puxou a Isabella para dançar. Ficamos só eu e o Pietro na mesa. Já passava das uma da manhã e alguns (a maioria) dos convidados já haviam ido dormir. Eu sentia o olhar do Pietro em mim algumas vezes, o que por motivo desconhecido me fez corar todas as vezes que ele me olhava.

–Eu vou dar uma volta – falo.

–Eu vou com você – ele diz.

–Não precisa! – eu digo nervosa.

–Eu vou – ele me fita com seus malditos olhos verdes. Levanto tremula e Pietro me segue até mais longe da piscina, no jardim da frente. Nós andamos calados por um tempo e quando vejo um banco sento nele e o Pietro ao meu lado.

–Porque não queria ficar lá? – ele pergunta quebrando o silêncio.

–Precisava de ar – falo.

–Estávamos em um jardim – Pietro faz careta.

–Eu precisava raciocinar – murmuro.

–Não podia fazer isso lá? – ele me olha.

–Não! Porque não consigo raciocinar perto de você – falo sem pensar e gelo.

–Não te entendo – ele suspira.

–Bom, somos dois – retruco.

Ficamos em silêncio. Bem constrangedor esse silêncio.

–Também não consigo raciocinar perto de você – ele diz de repente.

–Você não pensa direito nem longe de mim – sorri.

–Isso é meio verdade – ele da uma risada. – Mas quando você tá perto eu só consigo pensar em uma coisa.

Eu levanto do banco em um pulo sentindo meu coração martelar no peito a ponto de sair pela boca. Sinto o Pietro se aproximar de mim, mas continuo de costas para ele.

–Sabe qual é a única coisa que eu consigo pensar quando estou com você desde aquela noite na boate? – ele coloca a mão na minha cintura e eu estremeço.

–Hm? – sussurro.

–A única coisa que eu penso quando estamos juntos é que eu quero te beijar – Ele diz isso e eu solto a respiração que nem sabia que estava prendendo. Sinto o Pietro me virar até que eu esteja encarando as esmeraldas dos seus olhos. – Eu acho que é isso que vou fazer agora.

E antes que eu possa falar alguma coisa, seus lábios estão colados nos meus. É diferente, é bom. Não estamos bêbados e eu não estou tentando esquecer algo. Tudo que eu quero nesse momento é ele e o mundo desaparece a minha volta. Eu coloco minhas mãos em volta do seu pescoço e ele desliza uma de suas mãos até minha cintura me apertando contra seu corpo enquanto a outra está na minha nuca. O beijo é calmo, nossas línguas parecem estar dançando perfeitamente e tem gosto dos docinhos de chocolate de com cereja que estávamos comendo. O beijo durou o que parecia horas, mas foram só alguns minutos e nos soltamos porque ambos estávamos sem ar. Ele sorri para e eu sorri para ele.

–O que isso significa? – ele pergunta com sua testa encostada na minha.

–Que a Isabella provavelmente vai querer saber sobre o seu sumiço – brinco.

–Não devo explicações para ela porque não temos nada – Pietro me da um selinho rápido e volta a me encarar.

–O que vamos fazer agora? – eu olho para ele.

–Tenho algumas ideias. Te beijar a noite inteira é a melhor delas – Pietro sorri e me beija.

E nós nos beijamos a noite inteira. Conversamos, rimos, nos beijamos e quando meus olhos começaram a pesar, nós decidimos ir dormir. Me despeço do Pietro com um beijo demorado e intenso e vou para o quarto. Depois de um banho, deito na cama e durmo com um sorriso ridículo na cara.

O que diabos está acontecendo comigo?