Perfect Violet

Capítulo 10 - Teimosia


Music: Gi Gomes ft. Dudaa – Tenho Algo para Ti [2º Versão]

Point of View – (*) Diego (*)

Mas o pequeno momento de paz de Diana logo terminou. Assim que terminamos de jantar, ela se encontrava novamente com uma expressão “Lamento, mas não estou aqui, se for algo importante pode deixar mensagem”.

Não foi fácil convencê-la a voltar para o meu quarto, porque nos raros momentos que ela parecia estar de volta ao nosso planeta, ela insistia que podia perfeitamente dormir no sofá.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

O problema é que eu era mais teimoso, e não permiti que isso acontecesse. No segundo seguinte ela estava a ser evada a reboque, literalmente, por mim de volta para o quarto. Deitei-a na minha cama, e tentei pensar na melhor coisa para fazer. Eu podia simplesmente, não a incomodar e dormir no sofá, mas sinceramente não me parecia o mais acertado. Diana passara por uma situação traumática e provavelmente a ultima coisa que deseja é estar sozinha. Não que eu tenha perguntado.

Com cuidado e de forma silenciosa, me deitei na cama junto dela. Eu podia sentir que ela estava gelada e tremia bastante. Novamente com cuidado, tentei puxar o seu corpo para mais perto do meu, tentando assim aquecê-la e acalma-la, mas no momento que ela sentiu as minhas mãos na sua cintura, parecia que alguém lhe acabara de dar um choque elétrico. Quase instantaneamente se afastou o mais que pode de mim.

Na hora percebi o que se passava, o meu toque lhe recordava o toque daquele bastardo. De todas as atrocidades que ele lhe fizera. Tive vontade de bater em algo com toda a minha força.

Mas em vez disso me deixei estar quieto, vendo ela lentamente se acalmar e tentar adormecer.

* * * * * *

O sábado e domingo seguintes se passaram de forma quase monótona. Continuamos a fazer as mesmas coisas de sempre, levantar da cama, comer, dormir, levantar novamente e comer… A única diferença era que tínhamos a companhia “meio ausente” de Diana.

A minha irmã, dizia que essa deveria ser a forma dela lidar com toda a situação, e que eu deveria deixar a pobre garota em paz. O problema era que eu não estou acostumado a fazer o que essa maníaca diz. Mas tinha que admitir que ela talvez, mas apenas talvez, ela tivesse razão desta vez.

Mas antes de eu poder dar por isso tínhamos chegado à manhã de segunda-feira. O que era provavelmente o bicho papão de todas as pessoas naquela casa, incluindo eu.

Daniela tinha insistido, multiplicas vez, que Diana não precisava de ir hoje à escola, embora claro que eu não tinha sequer hipótese de não ir. Mas a ruiva, não sei se foi por solidariedade ou não, dizia que precisava de ir à escola e não podia fugir para sempre. Bem eu acabei concordando com ela, e acrescentando que eu iria estar com ela todos os momentos. Não sendo preciso ela se preocupar.

Então, assim que tomamos o café da manhã saímos de casa e fomos a pé para a escola. Porque não haveria chance nenhuma de Diana ir no mesmo ônibus em que irmão dela. O único problema seria que teríamos que andar rápido.

O que não aconteceu, Diana não estava pronta fisicamente, nem psicologicamente, para começar a correr como um atleta pelos quarteirões. Acabamos por chegar vinte minutos atrasados à aula de Língua Portuguesa. Que era a única aula, juntamente com Filosofia, que possuía um professor normal. Ou quase isso.

O resto do dia passou naturalmente, retirando que era possível por vezes Diana e eu recebermos um olhar não amistoso de Ruben, mas eu tinha o cuidado de lhe tapar sempre a vista de Diana, sempre que isso acontecia. Eu iria protege-la acima de tudo e de todos.

Mas foi no último intervalo da tarde que as coisas começaram a dar para o torto. Diana tinha acabado de sair do banheiro das garotas, onde eu tecnicamente não podia entrar, com uma cara de que algo ruim acabara de acontecer. Por muito que ela o nega-se.

Point of View – (L) Diana (L)

O banheiro das garotas, era um lugar muito bizarro. Por muitos motivos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

As paredes se encontravam todas pintadas de cor-de-rosa intenso e decoradas com corações vermelhos pintados à mão, o chão era forrado com uma espécie de tecido branco e felpudo, as toalhas para limpar as mãos eram feitas de renda cor-de-rosa claro, mas pessoalmente o que me parecia mais bizarro era o papel higiênico. Que era cor-de-rosa e repleto de flores de toda as cores. Onde esta gente arranjava papel higiênico assim?

Mas esses pensamentos foram travados, quando uma garota se aproximou de mim. Eu sabia que ela era. Carolina Gomes, uma garota loira, com um sorriso irônico, e que apenas consegue pensar na cor das suas unhas e no próximo cara que iria levar para a cama. A sua mais recente vítima, se é que se pode chamar isso, era o meu irmão. O que era a todos os níveis nojentos.

Ela retirou o celular do ouvido e mo passou. Reticente peguei no pequeno aparelho cor-de-rosa e coloquei no meu ouvido.

–Diana, minha querida irmã é você? – Senti todo o meu corpo a arrepiar. – Ouve, você vai fazer o seguinte, não vai desligar, não vai gritar nem fazer nada. Vai ficar quietinha e ouvir aquilo que eu tenho a dizer. Se não as consequências não serão muito agradáveis. – Fiquei quieta tentando respirar. – Muito bem. Estamos a chegar a algum lado. Agora eu vou dizer isto apenas uma vez. Não me interessa como, mas você vai voltar para minha casa e se vai livrar desse seu namorado. Eu estou lhe avisando Diana, se você não tiver aqui em casa quando anoitecer, eu vou falar para a mamãe manhã ir participar um rapto à polícia. Colocando o seu namoradinho em grandes problemas, acredite. Até anoitecer, estou esperando por você. Agora passe à Carolina.

Retirei o celular do ouvido e entregue-o à loira oxigenado à minha frente, que logo o pegou de volta.

Saí o mais rápido que pode do banheiro e foi na direção de Diego, tentando esconder o medo do meu olhar.

Point of View – (*) Diego (*)

Quando voltamos para casa, eu já tinha a certeza que algo de ruim acontecera naquele banheiro. Diana era uma péssima mentirosa e eu conseguia ver todo aquilo que ela sentia.

Medo, desespero, receio, nervosismo, ansiedade e outros sentimentos equivalentes. Estava tudo nos seus olhos violetas. Ela falhava completamente ao tentar escondê-lo. Porque os olhos são o espelho na alma, especialmente se prestamos muita atenção. Eu não conseguia desviar os olhos dela.

Quando nos encontrávamos quase na porta do meu quarto, não aguentei mais. Empurrei-a delicadamente contra a porta e obriguei-a a olhar-me nos olhos.

– O que se passa com você? – Seus olhos violetas tentaram se desviar dos meus, não eu não o permiti. – Diana!

– Eu preciso de voltar para casa. Entenda, eu não posso ficar aqui para sempre…

– Não diga besteira. Ela ameaçou você?

Ela não disse nada. O que significava que sim. Ele deveria ter ficado à espera dentro do banheiro pelo momento certo. Maldito seja.

– Não interessa, eu preciso de voltar.

– Sem chance. – Puxei-a para dentro do meu quarto, e pegue na chave. – Você não vai sair daqui, nem que seja a última coisa que eu faça. – Entrei também no quarto, trancando a porta atrás de mim e guardei a chave no bolso das calças de trás.

O seu olhar mostrava que ela não estava de acordo, mas o que ela fez a seguir me apanhou de surpresa.

Diana colocou os braços à volta do meu pescoço, me puxando para perto dela, e aproximou os seus lábios dos meus. Mas não o suficiente para se tocarem, apenas poucos milímetros do distancia, como se me provoca-se. Quando me preparava para parar com aquela brincadeira, ela finalmente me beijou.

Diana era uma garota sensual, bela e adorável, mas aquilo estava longe disso. A forma como ela me beijou não era sensual, era erótica e selvagem. Como se me tentasse seduzir apenas com um beijo. O pior era que estava realmente conseguindo. A única coisa em que conseguia concertar-me era em puxa-la mais para mim, de tê-la mais perto, muito mais perto. Os dois então caímos em cima da cama, e ela coloca-se em cima de mim, sem nunca me parar de beijar. Suas pequenas mãos me tocam por dentro da t-shirt, por todo o meu abdómen, como se explorassem um lugar desconhecido. Ela naquele momento me controlava e a todo o meu corpo. Não conseguia pensar direito em nada, muito menos no momento que ela fez a ultima coisa que eu esperava.

Com agilidade ela retirou a minha t-shirt, me deixando o abdómen exposto e logo seguindo tirou a sua própria blusa. Diana se encontrava descontrolada e eu também, sabia perfeitamente que aquilo daria para o torto, mas naquele momento nada me interessava. Ela voltou novamente para os meus lábios e me colocou por cima do seu pequeno corpo. Novamente voltou a explorar o meu corpo, mas desta vez sem qualquer vergonha, me arranhava as costas e a barriga com força, passava a mão pela minha bunda, apertava as minhas pernas com as suas pequenas mãos. Me deixando completamente louco, comecei a tocar no seu corpo também, mas nesse momento ela saiu de baixo de mim e sussurrou ao meu ouvido.

– Fecha os olhos. Tenho uma surpresa para você. – Sua voz tão doce e erótica me fez quase ronronar.