Pov. Percy Jackson

Depois que terminei de jantar, sentei em volta da fogueira com Annabeth. Ontem, quando retornamos da missão, o choque se instaurou pelo acampamento ao saber que o único filho de Hades havia morrido. Hoje, as homenagens a Nico começariam. Todo mundo tinha pelo menos uma frase para falar sobre ele. Annabeth falou um pequeno texto que resumiu muito o que todos sentiam, enquanto lágrimas corriam por seu rosto. Quando chegou a minha vez, tentei não me esticar muito ,acho que eu não sou muito bom em expressar sentimentos em palavras, mas deu para todos perceberem como eu me sentia.

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Thalia olhou tudo encostada numa árvore, no escuro. Não entendi porque ela não quis se aproximar, mas talvez ela estivesse bem daquele jeito.

...

Pov. Thalia

Estava em meu chalé, sozinha. Andava fazendo muita coisa sozinha.

Fazia mais ou menos um mês desde que Nico havia morrido e no meio disso tudo, eu acabei tendo que me acostumar com a ideia de sair da caçada e planejar o que faria dali em diante. Annabeth não forçava nada, ela sabia que ainda ia levar um tempo para eu me acostumar com isso. Percy também, apesar de parecer ainda mais desligado do que o normal.

Era noite, e eu não estava afim de ficar no meu chalé. Andei um pouco pelo acampamento vazio aquela hora. Sem um rumo certo, eu baixei minha cabeça e simplesmente deixei minha mente vagar. Quando dei por mim, estava na frente de um chalé. O chalé de Hades. Entrei, mesmo sabendo que estaria vazio.

Só havia entrado lá uma vez, e minha memória não o fazia justiça. Era tão escuro e a atmosfera de alguma forma era mais fria que o normal. Me abracei e esfreguei meus braços. Abri uma janela para ver a lua. Sentei no chão e suspirei. Parecia que ali a presença de Nico se fazia mais presente do que na minha memória.

Tudo que eu queria naquele momento era apenas que tudo voltasse ao normal. E que Nico não tivesse morrido.

Senti uma presença perto de mim. Como se alguém estivesse ali perto de mim. Sinceramente, não me assustei. Eu estava no chalé de Hades, o que poderia esperar?

Comecei a sentir muito sono. Muito mesmo, a ponto ficar tonta a no momento que tentei levantar-me, senti as pernas bambearam e me fazerem sentar novamente, fechando os olhos.

— ...

—Thalia...

—...

—Thalia...

Senti alguém acariciar meu rosto, mas por algum motivo, demorei a abrir os olhos.

—Thalia, abra os olhos, eu estou aqui. – reconheci a voz.

—Nico!- sussurrei quando o vi. Seus olhos encontraram os meus quando ele se aproximou de mim. Era tão bom vê-lo novamente.

—Eu tenho pouco tempo para falar, então me ouça por favor,. - ele disse rapidamente. – Só preciso que me responda a uma pergunta.

—Qual?- perguntei imediatamente. Senti que poderia confiar nele.

—Você não e mais uma caçadora?

— Não.- respondi categoricamente. Porque ele iria querer saber disso.

Ele sorriu de uma forma que me fez sorrir de volta. Seus olhos se iluminaram. O barulho de enormes asas se aproximando interrompeu nossa conversa. Comecei a olhar em volta.

Não havia nada. Só uma escuridão vasta. E acima de nós, um poste de luz, como os de rua.

—Que lugar é esse?

—Seu sonho... – ele suspirou pesadamente, olhando para onde vinha o barulho. – Preciso ir.

Ele apertou minhas mãos junto ao seu peito.

—Por favor Thalia, não me esqueça.

Tudo escureceu.

Acordei num sobressalto. Quanto tempo eu havia ficado ali? Levantei e sai do chalé balançando a cabeça. Sonhos a essa altura do campeonato? Isso não e para mim. Algo passou correndo por mim, mas quando virei, tinha desaparecido na noite. Ergui a cabeça, a para minha surpresa, tinha um cão infernal na minha frente, salivando bastante.

—Grrrr...

—Oi cãozinho, vamos brincar um pouquinho?- perguntei.

O cão veio para cima de mim. Desviei do primeiro, segundo e terceiro ataque, o que deixou o cão mais irritado. O monstro esticou a pata dianteira contra mim, acertando-me o rosto com um soco violento. Fui arremessada para trás, e minhas costas se chocaram contra uma viga de madeira, quebrando-a em alguns pedaços. Ao escorregar para o chão, tentei me recompor, mas a visão embaçada, não pude evitar que o cão me pisasse o peito. Ele rosnava para mim, com a cabeça muito perto da minha, que a segurava, porém, ele era muito forte, e eu não aguentaria mais muito tempo. Juntei toda a minha força, e dei uma grande descarga elétrica na cabeça dele, o empurrando para o lado, enquanto eu rolava rapidamente. Fiquei de pé num salto.

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Ele parecia estar um pouco desorientado. Aproveitei e peguei uma estaca de madeira da viga em que me bati.

Lancei mais uma descarga elétrica nele, me dando tempo suficiente para avançar e cravar a estaca em seu pescoço. Sua pata arranhou minha perna enquanto o seu sangue esguichava, deixando minha camiseta manchada, e meu rosto com gotas quentes de sangue. ele caiu no chão, mas ainda estava vivo. Cravei a estaca mais fundo ainda, fazendo-o parar de respirar.

Afastei-me um pouco cambaleante. Passei a mão no cabelo e fui para o um chalé ofegando.

Tomei um banho e fiz um curativo nos meus novos machucados. Contava que não ficassem cicatrizes em meu rosto. Minha perna doía, e eu me sentia muito cansada. Deitei na cama e apaguei.

Acordei pela manhã, com a leve batida da janela na parede. O vento levemente frio a tinha aberto. Olhei para fora da janela e vi o céu escuro, com as nuvens formando redemoinhos. Isso só podia significar uma coisa: Meu pai, Zeus, não estava nem um pouco feliz.

Arrumei-me e segui para casa grande. Quiron andava de um lado para o outro, enquanto Percy parecia pensativo sentado no sofá.

—Thalia! – exclamou Quiron ao me ver. – Já ia mandar chama-la.

—Bom dia para você também Quiron.- eu sorri irônica sentando ao lado de Percy. – O que aconteceu?

—Não sei, mas seja lá o que for, está deixando o senhor dos céus bem bravo.- ouviu-se uma trovoada lá fora.

—Muito bravo.- Percy ergueu as sobrancelhas.

Uma luz muito forte apareceu de repente, mas logo se apagou.

—Bom dia pessoal!- Apolo cumprimentou animado.

—Bom dia.- respondemos.

—Ah, ótimo! Era exatamente vocês três que eu precisava ver. – ele se apoiou na mesa, passando a mão no cabelo. Continuava lindo. –Preciso que vão ao Olimpo comigo.

—Porque? Aconteceu algo grave? – Percy perguntou.- Zeus não parece muito feliz.

—Perceberam não?- ele suspirou.- Pois é, acho que ele está naqueles dias.

Uma trovoada tremeu o chão de tão forte.

—Já entendi!- Apolo levantou as mãos em rendição olhando para cima. –Você definitivamente não tem senso de humor.- revirou os olhos.- ele quer falar com vocês, ou melhor, interroga-los.

—Interrogar?- franzi o cenho. - O que ele acha que fizemos?

—Sim querida Thalia, parece que nossa irmãzinha Ártemis andou fazendo algo muito errado, e ele averiguar a situação.

—Mas o que nós temos há ver com isso?- perguntou Quiron, sempre mantendo a calma.

—Pois é o que eu também quero descobrir.- Apolo disse.