Depois da mensagem de Thalia, não via a hora de anoitecer para eu poder ir ao seu encontro. Percy estava certo, Afrodite finalmente me pegara, e por sinal de jeito.

Annabeth tivera a ideia de voltarem de trem para Nova York, pois além de mais confortável, depois de eu não ir mais com eles, a grana que gastariam na minha passagem de ônibus, dava a conta certa para completar um pouco de descanso para eles. Enquanto ela e Percy foram comprar as passagens, fiquei "responsável" por Rachel no terminal:

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-Então... -Tentei puxar conversa.

-Então... -Ela fitou o chão.

-O que foi? -Eu disse enquanto notara lamento em sua voz.

-Nada, só que...

-Só que...? -Insisti.

-Sabe Nico, ás vezes sinto... Sinto-me arrependida por ter aceitado ser o oráculo. Ás vezes penso em como seria minha vida se eu fosse uma pessoa normal. Com vida normal. Daquelas em que se faz amigos e que se envelhece, não daquelas que se tem dezesseis anos pra sempre. -Ela olhou nos meus olhos.

-Eu sei como é isso. Sabe, ser filho de um dos três grandes exige muito de você. Sei como é tentar fugir das responsabilidades. -Tentei a consolar.

-Não Nico, você não entende. Nenhum de vocês entende, a não ser Thalia. Você não sabe o quanto doí em mim, toda vez que vejo Annabeth se queixar de quanto o namorado é idiota. Não sabe o tanto que doí, toda vez que Percy se declara. Toda vez que eles se beijam. Toda vez que eu te vejo. -Ela Colocou a mão em meu rosto.

-Rachel... Eu... -Tentei fugir.

-Shiiii! -Ela colocou o dedo em meus lábios. -Não diga nada, sim? -Assenti.

Em instantes senti nossa respiração tornar-se única, Ela se aproximar de mim, eu colocar as mãos em sua cintura e meus lábios frios tocando os seus quentes.

Mesmo com um trovão ecoando nos céus ela não parou de me beijar. E eu não queria isso. Não queria que ela se separasse de mim. Ela me trazia sossego, calmaria. Sem dúvida nenhuma, nunca me arrependeria daquele beijo. Rachel além de tudo beijava muito bem...

Nos separamos devido a falta de ar e eu corei, bastante mesmo.

-O-olha Rachel, e-eu tenho que ir. Diga aos outros está bem?

-Sim. -Ela sorriu lindamente. -Boa sorte. -Me deu um selinho.

Desapareci nas sombras. A viagem se foi longa, não percebi. Isso tudo acontecendo e eu preocupado com um beijo. Mas o beijo. Meu primeiro beijo.

Cheguei realmente exausto, mais ainda me esforcei um pouco mais para manter um sorriso amistoso e uma cara feliz dentro do possível.

-Thalia? -A chamei quando avistai-lhe.

-Nico? Você não sabe o quanto é bom te ver! -Ela correu e me abraçou com medo.

-O-o que foi? Tudo bem? -Disse preocupado.

-Har-harpias. Não tinha medo delas, não até tentarem me jogar de uma altura de cinco mil pés. -Ela estremeceu ainda no abraço.

-Mas o que elas queriam com você? -Me separei dela.

-E-eu não sei. Me parece que eram um grupo ainda "selvagem" daquelas que não vivem no acampamento.

-Agora tá tudo bem. Eu to aqui. Ok? -Ela assentiu.

Dei meu melhor sorriso confiante e desabei. Thalia me segurou:

-Nico, o que foi?

-Uma viagem de um estado a outro me cansa um pouco. -Abri um sorriso de canto.

-Percebi. Também estou muito cansada, que tal dormir um pouco? -Ela me ajudou a me sentar no pé de uma árvore.

-Ótima ideia.

Me sentei e fiquei observando as estrelas, e ouvindo Thalia bater queixo de tanto frio.

-Com frio? -Perguntei.

-Um pouco.

-Toma. -Lhe dei o meu casaco.

-Não, não precisa.

-Eu não estou com frio, mas você sim, vem aqui.

A abracei e ela se aninhou em meu peito. Aconcheguei-a no casaco e em instantes Thalia estava dormindo em meus braços...