Teshima sabia desde o começo que sua dissertação precisava se traduzida para o inglês, mas ele procrastinou até o último instante para procurar um tradutor.

Bem, ele poderia dizer que estava ocupado com todas as pesquisas e tal, sem falar nas aulas que ele ministrava, mas seria uma grande mentira. Tirar cinco minutos de suas visitas à universidade para olhar para o quadro gigante de avisos que ficava no corredor não iria atrapalhá-lo em nada.

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No fim das contas, ele só fez isso pouco mais de um mês antes do prazo de entrega do trabalho e, para sua sorte, havia um anúncio de tradutor lá.

Ele enviou um e-mail para o tal tradutor no trem, enquanto voltava para casa, e a resposta chegou mais ou menos uma hora depois.

Depois de trocar mais alguns e-mails, eles combinaram de se encontrar na própria universidade para acertar o preço e outros detalhes pessoalmente.

No dia marcado, Teshima foi para o campus sem nenhuma intenção além de falar sobre as burocracias da tradução do seu trabalho. No entanto, ao ver o tal tradutor pessoalmente, Teshima sentiu seu último resquício de heterossexualidade voar para o espaço.

O cara era muito lindo. Parecia até um modelo ou sei lá.

“Teshima Junta?” O moço perguntou, e Teshima precisou de alguns segundos para responder.

“Isso! Eu mesmo.” Eles estavam na cantina do campus, e o tradutor estava sentado em uma das mesinhas. “Você é… Aoyagi?”

Ele concordou com um aceno de cabeça.

Teshima puxou uma cadeira e se sentou de frente para ele, enquanto falava que não havia se lembrado de que seu trabalho precisava ter uma versão em inglês e se desculpava por fazer aquele pedido tão em cima da hora.

Foi Teshima quem falou na maior parte do tempo. Aoyagi o respondia com uma palavra ou duas, raramente falando frases inteiras. E, por incrível que pareça, aquela fora uma conversa muito confortável, quase como se eles se conhecessem a mais tempo.

No fim, enquanto se despediam, Teshima até pensou em convidá-lo para ir a outro lugar conversar um pouco mais, mas não lhe pareceu uma boa ideia quando ele parou para pensar direito.

Era melhor deixar isso para depois.