A simples arte de ser livre .

Depois de me vestir eu descera para ir tomar café mas deparei com a mesa vazia . Provavelmente meu pai fora trabalhar com amanda e o preguiçoso deve estar lá em cima imerso por cobertas . Não que eu me importe de comer sozinha mas ... desde que chegara assim na maior parte do tempo tem sido assim . Eu comera torradas com geleia de uva e suco de laranja . Estava satisfeita e o boboca ainda não havia descido ... talvez fosse melhor .

Já fora da cozinha eu reparara o quanto a casa era grande ... na verdade enorme . Mas não adiantava seu tamanho ... ela era simplesmente vazia e sem emoção . Nos porta retratos apenas fotos de Nathan e Amanda ... nem uma foto sequer de meu pai ... e isso mudava muito em relação a casa de minha mãe onde cada estante tinha uma foto para que eu nunca me esquecesse do quão bom pai ele fora .

Bem ... ele não estava conseguindo demonstrar isso ultimamente . Naquela casa o que mais me agradava era o jardim dos fundos onde ainda havia uma pequena floresta ... e a frente era completamente tomada pela bela paisagem marítima ... Sim ... nós moramos em frente ao mar . Será que já comentei isso ?

Não me perguntem se já começara a gostar desta vida ... ainda não tive tempo de desfruta-la ... e presa em casa é que eu não iria conseguir . Caminhando em direção ao jardim pude ver Erik ... eu queria ir até ele e conversar ... me sentir livre ... mas algo me prendeu ao batente da porta . As mãos de Nathan pousavam de maneira protetora sobre minha cintura .

– Bom dia maninha - Urgh !! Odeio quando ele me chama assim .

– Bom dia Nathan .

– Já indo encontrar seu namoradinho ?

– Erik não é meu namorado .

– Bem ... ainda não .

– É ... ainda não - eu disse e então esbocei um sorriso ao pensar na possibilidade .

– Pretende mesmo levar isso adiante ?

– Sabe ... andei pensando nisso ... por que não ?

– Você quem sabe .

– Tem razão ... sou eu quem sei - eu disse me soltando dele e caminhando em direção a Erik . Provavelmente ele tentara disfarçar mas eu vira como ele ficara nervoso ao ver minha aproximação .

– Bom dia Erik - eu disse docemente ...

– Bom dia Sophie - disse ele se encostando desleixadamente no carro , se parecendo com o garoto com quem eu saíra na noite passada .

– Também sem nada para fazer ?

– Seu pai fora dirigindo para o escritório e como você ou seu irmão não precisaram de nada , até agora não fiz nada .

– Eu bem que gostaria de fazer algo ... mas estou presa aqui ... é cruel não conhecer nada .

– Quando começar a estudar , verá que logo logo conhecerá toda a cidade .

– Seria bom mas ... Já terminei meus estudos . E minha faculdade não quero faze-la aqui .

– E aonde pretende fazer ?

– Harvard ? - eu disse em tom de brincadeira .

– Possivelmente - disse ele ironicamente . - Mas sabe que para ser escritora não existe bem um curso correto né ...

– Eu sei ... pretendo cursar literatura na verdade ... ou letras .

– Nossa ... super divertido ...

– Aqui em casa é que é super divertido - eu disse sarcasticamente .

– Você está tão entendiada assim ?

– Mais do que possa imaginar ...

– Acho que posso resolver seu problema ...

– Pode ?

– Bem ... sou seu motorista senhora - disse ele se curvando como em uma brincadeira o que me fez rir .- Posso leva-la aonde quiser ...

– Mesmo ? - eu disse com a mão no queixo - Vou me trocar - eu disse me virando com a intensão de sair correndo mas ele segurou meu braço . E a única coisa que eu vira antes de ser virada por Erik e ficar de frente para ele foi Nathan no batente da porta nos observando ... eu apenas sorri .

– Esta perfeita ... - Diante do elogio eu apenas ... congelei . Ele entrou no carro sorrindo e eu apenas precisava fazer mais uma coisa . Olhei fixamente para Nathan e simplesmente sorri e então entrei no carro .

Quando já estávamos afastados da casa , eu liguei ao som me surpreendendo com a música que tocava ... eu simplesmente nunca havia a escutado mas a amei ... Ela era solta e fez com que eu conseguisse me soltar diante da tensão que se formara quando Erik me chamara de perfeita .

Erik havia tirado seu paletó , tirado a camisa de dentro da calça e só então pude perceber que ele estava de jeans e allstars ... o que me fez sorrir . E ele percebeu meu sorriso ao fita-lo , pois ele também sorriu . Eu não sabia aonde estava indo mas ... eu queria muito chegar lá ...

– Aonde vai me levar ?

– Para o céu ?

– Não vai me matar né ?

– Não sua boba ... vou leva-la até o meu paraíso .

– Vai demorar ... ?

– Não ... fica só no meio do nada - brincou ele e então voltara a sua atenção para a estrada .

O clima divertido que rolava entre nós dois me fez esquecer do tempo e fez com que a viagem apenas voasse e quando me dei por conta havíamos parado . Olhei para a janela e me deparara com a paisagem mais bela que eu já vira ... Haviam montanhas e rochedos e muita vegetação ... o ar era puro e eu me senti bem .

– O que vamos fazer aqui ... ?

– Você verá . - disse ele saindo do carro .

Ele segurou minha mão e então adentramos a densa vegetação . Com extremo cuidado com galhos ou coisas que pudessem nos machucar nos caminhos em direção a um certo local que eu na realidade não sabia aonde era .

E foi quando chegamos a uma superfície vi uma espécie ... de alojamento . Erik me puxou para a pequena cabana e acreditem ou não a minha pequena cabecinha de virgem inocente pensou em várias situações que poderiam ocorrer ali mas ele me surpreendera ao pegar cordas .

– Aqui é aonde fico quando acampo .

– E o que vamos fazer ?

– O que acha de ... Escalar ?

– Arriscado .

– Eu a protegerei sempre princesa - disse ele imitando uma posição formal .

– Vai escalar de jeans e allstar ?

– Vai escalar de vestido ? ...Não que eu me importe ... mas terá que ir na frente .

– Idiota - eu disse sorrindo e então dando um tapa de leve em seu ombro .

– Tem roupas ali ... acho que pode ter algumas peças femininas que te sirvam ...

– Traz muitas garotas aqui ?

– Ahm ... Você é a segunda .

– É mesmo ? - eu estava levemente contrariada mas não o deixara perceber . Será que eu era como a primeira ? ou será que ela seria melhor ?

– É ... - eu apenas o fitei incrédula .- O que ? Minha mãe foi a primeira . - Não entendi a onde de alívio que me atingira .

– Ahm ... fico lisonjeada mas ... acha que as roupas de sua mãe me servirão ?

– O que ? Minha mãe tem um corpo invejável .

– Ok Ok ... não disse nada - eu disse caminhando até o quarto .

Bem a cabana poderia ser pequena mas tinha de tudo . Sala ... cozinha ... banheiro ... quarto . Se eu chegar a me relacionar com Erik farei questão de acampar aqui um dia . Olhei no guarda roupa e depois de muito esforço consegui achar peças femininas .

De fato ... algumas me serviram . Peguei uma regata de alcinha ..short um tanto curto mas ok e ... tênis . Eu fizera um rabo de cavalo e então saíra já me deparando com Erik vestido . Sorriu ao me ver e eu sabia por que . Ele havia me dito que as roupas serviram e elas de fato serviram .

– Eu disse ...

– Ficaram perfeitas ..

– A modelo ajuda - eu apenas sorri diante da cantada .

– Vamos ?

– Vamos ... só alguns quilômetros até a base e depois é apenas nós dois e a natureza ...

Caminhamos até a tal base . Erik sempre a minha frente segurando a minha mão e me conduzindo delicadamente . E quando chegamos ao ponto , fomos equipados e então na hora de escalar eu estava nervosa mas aquilo que Erik havia me dito mais cedo apenas me dera forças para subir aquela montanha ...

" Eu a protegerei ..."

Poderia ter sido apenas por brincadeira mas desde que chegamos aqui , Erik tem cuidado de mim . Quando entramos na floresta ele tomara ao máximo cuidado para que nem um galho sequer tocasse a minha pele ... a caminho da base ele tivera o máximo cuidado para me conduzir pelo caminho cheio de pedras ... ele era simplesmente perfeito dimais .

Durante a escalada , a todo momento Erik virara para ver se eu estava indo bem ... e disfarçava a sua preocupação com um sorriso . A vista de lá de cima era simplesmente incrível . E quando chegamos ao topo , quase perdi o folego ao ser puxada por Erik ... e isso fez com que nossa aproximação apenas aumentasse .

Eu nunca ficara tão nervosa como estava agora ... ele ... eu e o mundo ao nossos pés . Olhei profundamente em seus olhos e o desejo de beija-lo apenas aumentava a cada instante .

– Não costumo beijar garotas num segundo encontro .

– Bem ... não costumo ter encontros ...

– Acho que devemos abrir mão de coisas que não costumamos fazer e experimentar coisas novas ...

– Concordo plenamente .

– Fico feliz - Ele disse e então se curvou para me beijar .