No outro dia Lucius tinha acordado mal. Sentia o corpo pesado como se uma gripe fosse o invadir, olhou a mulher que dormia calmamente ao seu lado. Olhou sua mulher.

Narcisa era perfeita a sua maneira, ate mesmo dormindo ela mantinha esse padrão.

Ele lembrou que na noite anterior estava alterado, mas só em lembrar-se daquele Thomas e do visível interesse dele em sua esposa o fazia pirar.

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Lucius era um homem possessivo, sentia prazer em exibir suas conquistas e Narcisa era uma delas.

Lembrava que todos os homens tinham desejo de tê-la como esposa, ate mesmo famílias que não se importavam com a decadência dos Black. Os Scamander eram uma dessas famílias.

Ele não tinha duvida que o tal Thomas não hesitaria um minuto em se casar com sua esposa.

Grande droga, ele tinha conseguido, como sempre.

Mas então ontem ao vê-los juntos e conversando depois de tantos anos foi como se a imagem de Hogwarts voltasse em sua mente, o fato deles já terem namorado só piorava essa situação. Isso somado ao clima delicado que a relação deles estava.

Ele queria demarcar ainda mais seu território. Queria leva-la para cama, deixar seu cheiro nela, provar que Narcisa nunca foi e nem seria de mais ninguém.

E foi justamente o que fez.

Como um animal escroto. Justamente o que fez.

Ele sabia que ela não estava curtindo o momento, sabia que ela exagerava a ponderava na atuação, sentia a falta de lubrificação e resposta de seu corpo, ele não era idiota. Mas também não lhe negou sexo.

Agora ele admirava a mulher que dormia do seu lado.

Suas ideias para que o relacionamento voltasse a ser como antes estavam esgotando. Na verdade, eram a muito nulas.

Ouviu o barulho de Draco no corredor e se levantou, encontrou Poli com um bebe sorridente nos braços.

— Já tomou mamadeira e banho. — avisou ao seu senhor.

— Deixe que eu fique com ele.

Lucius disse pegando o menino e voltando para seu quarto.

— Vamos acordar a mamãe? — perguntou, beijando a cabeça do filho.

O menino tirou a chupeta da boca e a pressionou contra a boca do pai, como se tivesse oferecendo algo especial.

— Não, obrigado, mas não quero sua chupeta. — Lucius murmurou sorrindo.

Sentou na cama, colocando o menino no meio.

Rapidamente ele se remexeu, já que ainda não engatinhava, ate a mãe. Fazendo Narcisa erguer o rosto sonolenta.

— Ah, mas que menino mais lindo da mamãe. — o bebe sorriu ao ouvir sua mãe.

— É sim, num é? Fale mamãe, hum? MA-MÃE. Vamos Draco.

— Ele já fala algo? — Lucius perguntou.

— Não. Sempre tento, mas nada sai.

— Então papai, diga papai Draco. Pa-pai, pa-pai. Vamos?

O menino intercalava olhar entre os dois ao seu lado. Tentando decidir para quem dar mais atenção.

— Vai meu amor, papai, pa pa pa, em Draquinho. — ela murmurou derrotada.

Talvez não fosse hoje que seu filho falaria.

— Nam. — a vozinha murmurou.

— Disse algo amor? — Narcisa perguntou tocando o cabelo dele.

— Nam.

— Acho que ele esta tentando falar. — Lucius disse.

— Nam.

— Não? — ela perguntou animada.

— Nam.

— Merlin Lucius, ele esta falando “não”.

— Nam.

Ela sentou-se rapidamente na cama, com toda empolgação.

— É a coisa mais linda que a mamãe já viu! — disse orgulhosa.

— Nam. — o bebe repetia, visivelmente animado com o agrado dos pais.

— A primeira palavra de Draco foi não. Isso é quase cômico. — Lucius disse.

— Nam.

— Não é?

— Nam.

Ambos gargalharam. Agora o menino não queria saber de fazer algo se não dizer seu precioso “não”.

O fim de semana terminou sem grandes acontecimentos externos, já que dentro de casa, era nítida a alegria da primeira palavra do herdeiro de todo aquele império.

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Isso serviu também para que Narcisa ficasse mais maleável com Lucius, já que ambos tinham mais assunto em comum, mesmo ele sendo sobre Draco.

Aproximadamente um mês se passou. Um mês quase doloroso ou literalmente doloroso. Pelo menos para Lucius. Já que o mesmo sempre fora acostumado com uma vida sexualmente ativa.

E se antes em trinta dias estava com sua esposa por cerca de trinta dias. Esse mês foram no máximo quatro encontros íntimos. E desses quatro ele teve que procura-la, e ela parecia uma boneca na cama.

Sentia falta de tudo como era antes. Maldita hora que criou essa grande merda.

Então ele pensou em algo. Claro que isso feria seu orgulho grandemente, mas era isso ou nada...

Narcisa estranhou Poli se prontificar a dar banho, mamadeira e colocar Draco para dormir. A mulher já velava todos os dias o sono do menino. Mas segundo ela, foram ordens superiores. “Ordens superiores” era o termo para se referir a Lucius. E o termo servia para deixar claro que não tinha discursão. Era isso e pronto.

Quando entrou em seu quarto, Narcisa sabia que Lucius estava no banho, e na banheira, outro fato estranho. Há algum tempinho ela não era utilizada.

Reparou também algo na cama deles.

Uma caixa pequena, negra e fechada. Suspirou e abriu, já que seu nome estava cravado ali.

Ergueu o anel pesado e perfeito, seu rosto sorriu antes que pudesse se reprimir. Ela tinha desejado esse anel algumas semanas atrás quando estavam passeando com Draco.

Mas não imaginou que Lucius estava prestando atenção assim nela.

Junto com anel tinha um papel dobrado.

“Sinto-me inútil quando não faço nada por ti. Esse anel é apenas um detalhe, já que você é a joia mais valiosa.

Obs: Não pense que estou querendo te comprar, é apenas um presente inútil.

Obs: Precisamos conversar.”

Ela sabia que o presente vinha com um preço, porque sempre fora assim. E somente agora, segurando esse novo anel é que percebeu como fez falta ganhar algo de Lucius.

Fora que ele a estava cantando, essa coisa que “você é a joia mais valiosa” podia amolecer qualquer pessoa. Ainda mais quando a frase vinha de alguém como o Malfoy.

Então decidiu.

Tirou a própria roupa e segurou a fechadura do banheiro. Podia pegar Lucius em alguma situação constrangedora, provavelmente bater antes seria mais inteligente, só que não. Ela abriu e entrou.

Quando a viu entrando, Lucius se aprumou. Estava com olhos fechados e criando coragem para conversar com ela depois do banho.

Mas ela estava ali. E nua. Seu corpo profano respondeu imediatamente aquela oferta.

— Posso tomar banho com você? — ela pediu. Suas mãos tocaram os próprios seios, fazendo Lucius se esquecer de como se fala.

— Por favor... — disse com rouquidão.

Ela entrou na banheira com ele, não se preocupando em ocupar o lugar da outra extremidade, fora direto para seu colo.

As mãos de Lucius já eram abusivas ali, finalmente teria algo vivo, e ele estava impaciente para aquilo.

Narcisa murmurava coisas desconexas enquanto ele a invadia. Sim, era esse de fato o paraíso que historiadores insistem em admitir existir.

Quando retornaram para cama, não se preocuparam em se vestir, apenas afundaram debaixo de tantas cobertas grossas, afinal era mês de Novembro e o inverno estava vindo com tudo.

Debaixo de tanto calor, Lucius sentia as mãos atrevidas de Narcisa o tocar, provavelmente sua esposa estava insaciável, mas também pudera, estavam a tanto tempo sem se envolverem dessa forma que nada mais justo sentir falta.

Só que antes que deixasse de pensar coerentemente, ele segurou suas mãos.

— Temos que conversar.

— Sim. — ela murmurou tirando a mão dele, mas ainda permaneceram abraçados.

— Ciça eu queria te pedir desculpas. Não imagina como esta sendo difícil fazer isso, como esta sendo duro deixar essas palavras saírem.

— Mas por que esta me pedindo desculpas? — perguntou temerosa.

— Por não atender seus sentimentos. Narcisa queria corresponder a você da mesma forma que sempre fez a mim. Só que não sou como você. Não quero nosso relacionamento afundado. Simplesmente não sei como agir, só me resta pedir perdão.

Ela se sentou.

— Esta pedindo perdão por não me amar? — perguntou, não acreditando no que seus ouvidos estavam escutando.

— Não que eu não...

— Lucius sabe como isso soa? Porra...

Lucius arregalou os olhos.

Uma das coisas mais difíceis era Narcisa usar um palavrão, ela sempre se achou aristocrática demais para fazê-lo. Não que isso evitasse dele dizer, ah isso tinha certa frequência. Mas ela? Apenas quando estava muito nervosa.

Só que ali ela não parecia irritada. Simplesmente disse.

Narcisa parecia ter sido desperta.

Desperta do seu mundo de egoísmo e exigência. Caramba. Lucius estava pedindo perdão, isso era algo que ele praticamente NUNCA fazia.

E o pior era que estava pedindo perdão por não corresponder aos sentimentos dela.

Era como se ele tivesse obrigação de ama-la, e esteja se sentindo mal porque não conseguiu.

Ela era o monstro, não ele.

Ela estava impondo.

E Narcisa sabia muito bem que sentimento é conquistado e cultivado. Se Lucius não conseguia amar, ele não deixava de ser homem, especial ou qualquer outra coisa por isso.

Ela tinha feito um papel ridículo e quase acabado seu casamento porque queria — com seu jeito infantil —, como uma criança birrenta, que ele a amasse.

Ridícula. Era uma completa ridícula.

— Lucius, estou envergonhada por toda aquela cena. Por tudo aquilo que causei. Estou me sentindo mal.

— Que isso Ciça? Pare agora, eu estava te pedindo desculpas.

— Sim, mas sabe como fui horrível em exigir que você sentisse algo por mim? Isso é terrível, eu não tinha direito.

— Você só queria sentir-se importante, mas para mim você é. Você e Draco é o motivo pelo qual faço tudo o que faço.

— Eu amo você. Amo você mais do que tudo, não deixei de amar um segundo. Perdoe-me por ser tão intensa. Por favor... — ela sussurrou.

Ele a abraçou novamente, dessa vez vem apertado.

— Vamos esquecer esse assunto, sim? Vamos apenas tentar viver.

— Vamos ser feliz. — ela completou.

E naquela noite Lucius mostrou que as coisas poderiam sim voltar a ser como antes.