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Você foi incrível hoje.


Fui pego de surpresa. Não pensei que Felicity fosse me abraçar. Minha reação tardou, mas quando senti seu perfume e seus braços envoltos do meu abdômen, eu a apertei em meus braços.

Ela não devia ter invadido minha vida pessoal desse jeito, mais seu abraço foi tão consolador, esqueci que queria brigar e dizer que, o que ela fez, foi errado, entretanto, apenas abaixei meu rosto em seu pescoço e assim fiquei, inalando seu doce cheiro.

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Escutei uma tossidela atrás de mim, tanto eu como ela nos afastamos. Girei e Dig estava com o tablet nas mãos.

– Hoje vocês têm o dia de folga, porém amanha temos trabalho. Na Austrália. Então se preparem. – Diz.

– Qual a missão de amanhã? E porque na Austrália? – Felicity pergunta.

– Steven Borrow. Há dois anos ele roubou uma jóia muito famosa e valiosa. O diadema de pérolas da Baviera é uma tiara. Ela estava em exposição num museu da Grécia. Borrow tem essa peça como decoração em algum lugar na casa dele. Amanhã ele vai abrir a mansão que ele possui em Sydney, para um leilão de peças de arte. Vocês entram e pegam a jóia. Por fim, o prendem. – Explica. – Entenderam? – Assentimos. – Agora se me dão licença vou ver minha família. – Um sorriso se alarga nos lábios de Dig toda vez que ele fala da família. E eu penso na minha mãe e minha irmã, isso me faz sentir ainda mais falta delas.

John sai, Felicity e eu ficamos sozinhos novamente. Ficamos em silencio, por um longo tempo, até ela começar a falar.

– Sabe que você pode pegar o jatinho e ir para NY? Não é? – Ela sempre teve essa mania de teimar. Fico calado e começo a montar minha arma. – Posso ir com você! Se quiser é claro. – Paro o que estou fazendo e olho descrente para ela.

– O que eu vou falar para minha mãe Felicity? – Sim, já ensaie um discurso, toda vez que pensava em parar na porta da casa da minha mãe, todavia nunca tive coragem de tocar a campainha.

– Que você está vivo! É um bom começo. – Eu não posso aparecer na vida da minha mãe dessa maneira. – Faz o que você quiser Oliver. – Falou, exausta. – Estou indo para minha casa, me afundar em um pote de sorvete e assistir alguma coisa, é isso que faço nos meus dias de folga. – Ela coloca a bolsa no ombro e sai do esconderijo.

Será mesmo uma boa idéia falar que estou vivo para minha mãe? Isso não é simples. Não é como, se eu dissesse. “Oi! Mãe eu estou vivo” E ela sorrisse e reagisse bem. Não, ia ser como se mundo dela desmoronasse, mas será que já não está todo desmoronado? Será que minha mãe não vai sorrir quando me ver? Abraçar-me e agradecer aos céus, por eu estar vivo?

[...]

FELICITY.

Se Oliver não queria ver a mãe dele e dizer que está vivo. Tudo bem, eu que não vou insistir, só sei, que se fosse eu, não pensaria duas vezes. Porém não sou eu, não tenho a sorte de Oliver, sei que nunca mais verei minha mãe e meu pai. A única coisa que me restou, são as lembranças que guardo comigo.

– Creme, Morango ou chocolate? – Olho para os três sabores de sorvete, que tem dentro da minha geladeira. Tiro os três potes do congelador, afinal, posso comer os três, são deliciosos.

Antes de terminar de me servir, escuto batidas na minha porta. Talvez seja a vizinha novamente. Procurando Tom, o gato dela.

– Oliver? – Não é a vizinha. Estaria bem se não estivesse vestindo um pijama cheio de bolinhas coloridas. Está tudo bem Felicity. – O que esta fazendo aqui? – Ele vagueia os olhos por todo o meu corpo, sinto minhas bochechas formigarem.

– Você disse que ia junto comigo, se eu quisesse. – Ele puxa o ar do fundo do pulmão e solta. – Eu quero. – Diz.

Fico plantada na porta, imóvel. Não pensei que ele fosse aceitar, não pensei nem que ele fosse ir ver a mãe e agora o que eu faço? Não posso negar e também não quero.

– Entra Oliver. – Abro passagem e ele entra. Para no meio da minha sala e seus olhos percorrem por todo o meu apartamento.

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– Belo apartamento. – Diz.

– Obrigada. – Sorrio. – Você quer sorvete? – Os olhos dele cruzam-se com os meus.

– Então, é serio mesmo? Você se afunda em um pote de sorvete nos seus dias de folga? – Segura uma gargalhada.

– Se repetir essa pergunta, lhe dou um tiro. – Ameaço. Oliver ergue as mãos para cima em deboche. Como fazia quando éramos adolescentes.

– Aceito seu sorvete Felicity. – Se aproxima de mim. Não gosto quando ele invade meu espaço pessoal. Meu corpo reage de uma forma que eu não gosto, nenhum pouco.

– Eu vou pegar. – Desvio meu corpo do dele e me dirijo até a cozinha, ele me segue. – Creme, morango e chocolate. Vou me trocar. – Alcanço a minha tigela de sorvete para ele.

E o deixo sozinho. Entro no meu quarto, e coloco um short e uma regata da cor azul, uma sapatilha no pé. Amarro meus cabelos, e passo um gloss nos lábios. Arrumo algumas coisas em uma bolsa. E saio.

Quando chego na cozinha ele esta lavando a tigela, que eu havia servido sorvete.

– Você já ligou para o aeroporto? – Vira-se para mim.

– Sim, o jatinho está nos esperando. – Responde.

– Então, vamos? – Ele demora um pouco a reagir. Deve estar assimilando que logo vai ver a mãe. – Relaxe. Sua mãe não vai apontar uma arma para você. – Dou alguns passos na direção dele. – O que acha de falar primeiro com ela. Assim ela prepara a Thea? – Seus olhos encontram os meus.

– É uma boa idéia. – Diz. – Você quer mesmo ir comigo? Por que se não quiser eu vou sozi...

– Eu quero. – Oliver sorri e seus olhos brilham.

– Obrigado! Se não fosse você eu não conseguiria. – Fico um tempo preza no azul dos olhos de Oliver, isso sempre acontece comigo. Eu até gosto.

– Não agradeça. Mexa-se e vamos. – Falo.

[...]

Pegamos um taxi, depois que desembarcamos no aeroporto de NY. Oliver estava muito nervoso, impaciente e inquieto, esfregava as palmas da mão e olhava para o lado de fora do carro.

O taxi estaciona na frente da empresa da mãe de Oliver e pela primeira vez vejo que ele está tenso e com medo. Pego em sua mão e isso o faz olhar para mim.

– Vai acabar tudo bem Oliver. – O tranqüilizo.

– Eu sei. – Murmura, com a voz tremula.

Pago o taxi e nós desembarcamos. Entramos na porta da empresa e dessa vez é ele que pega na minha mão, não quero desencaixá-las, mantenho nossas mãos juntas, encaixadas e perto da lateral do meu corpo.

– O que vocês desejam? – Uma mulher morena, muito bonita pergunta.

– Por favor. Queríamos falar com Moira Queen. – Digo.

– E sobre o que é? – Ela sorri, sendo amigável.

– Diga que é um assunto muito importante. – É Oliver que diz. A mulher olha para ele e estende um largo sorriso no rosto. Claro! Todas as mulheres reagem dessa forma com Oliver.

– E quem eu devo anunciar? – Ela está começando a me irritar. E por que olha para Oliver dessa forma? Conto até dez e me acalmo.

– Senhor e senhora Davis. – Olho para Oliver surpresa com o que ele fala. Somos casados agora? Não me lembro de ter subido em um altar com ele, dito sim e trocado alianças.

O sorriso nos lábios da mulher se desfaz e vira uma carranca. Ela pega o telefone e encosta na orelha.

– Sra. Moira? Tem um casal aqui, desejam falar com a senhora. – Ela fica um tempo calada, apenas escutando. – Está bem. – Desliga o telefone e volta à atenção para nós.

– Vocês podem subir, a sala dela fica no oitavo andar.

– Obrigada. – Agradeço, com um sorriso singelo nos lábios.

Entramos no elevador e aperto o botão oito. Sinto a mão de Oliver apertar a minha. A cada andar que o elevador sobe, ele aperta ainda mais. Quando o elevador para e abre as portas, sinto meus dedos sendo esmagados.

A sala é enorme e de vidro. Sinto a respiração de Oliver acelerar, e tenho certeza que seu coração esta saindo pela boca. Vejo a mulher loira elegante, ela esta mexendo em alguns papeis, apenas alguns centímetros e um vidro, divide Oliver da mãe.

– Quer que eu fique aqui? – Tento soltar minha mão da dele, mas ele não deixa.

– Não! Preciso que esteja comigo. – Sussurra.

– Vocês dois, são o casal Davis? – A secretaria pergunta.

– Sim. – Ela sorri e liga para Moira, vejo quando ela atende e olha pelo vidro, nos vê. Ela levanta e arregala os olhos, sei que ela conheceu o filho, ela é mãe. E Oliver também não mudou nada.

– Vocês podem entrar. – A secretaria diz.

Olho para Oliver e ele esta imóvel, os olhos fixos na mãe. O puxo e andamos até a porta. Empurro a porta, e entramos.

Os dois se olham por um longo tempo, os olhos de ambos enchem-se de lágrimas. Tento soltar minha mão de Oliver, mas novamente ele não deixa.

– Mãe? – Moira fraqueja e desaba em lágrimas.

Dá alguns passos pra frente e se aproxima do filho. Coloca a mão na face dele.

– Oliver? É você? Eu sei que é. – Oliver larga minha mão e abraça a mulher.

Ele está chorando, coisa que eu pensei que nunca fosse presenciar na minha vida. Noto que eu também estou.

Ela ergue o rosto do filho e fita os seus olhos, limpa suas lágrimas e depois as dela.

– O que aconteceu? Por que ficou tanto tempo longe? Você esta bem? Sempre soube que você estava vivo. – Oliver maneia a cabeça.

– Estou bem. Prefiro não responder as outras perguntas, não agora. – Oliver acaricia o rosto da mãe.

– Acho melhor eu sair. – Viro as costas. Oliver me segura.

– Não. – Me puxa e me faz ficar ao lado dele, muito próxima. – Mãe essa é uma amiga. Ela me ajudou, se não fosse ela, não estaria aqui. – Ele fala tudo, olhando dentro dos meus olhos. Ele me olha intensamente, e eu sei que estou retribuindo o seu olhar.

– Obrigada... – Viro-me para Moira.

– Meghan. – Respondo. – É um prazer conhecer a senhora. – Estendo a mão para ela que aperta. – Vocês têm muito, o que conversar. – Olho para Oliver. – Não adianta me segurar, vou sair. – Faz carranca, mas não vai adiantar Oliver.

Consigo sair da sala e deixo os dois a sós.

[...]

Desço até o primeiro andar. Peço para a recepcionista dizer a Oliver que eu sai e que ia comer algo, ela assente. Saio à procura de uma lanchonete, preciso comer.

Encontro uma, perto da empresa. Entro, é um lugar pequeno e agradável. Dirijo-me até o balcão, sento em um dos bancos.

– Posso me sentar aqui? – Tiro meus olhos do cardápio e olho para o lado. É um rapaz, parece ter uns 19 anos, tem os cabelos pretos, rosto de menino e olhos verdes. É muito bonito.

– Claro. – Ele se senta.

– Vocês desejam alguma coisa. – A mulher atrás do balcão pergunta.

– Uma porção de batatas fritas e um suco de laranja. – Digo. O rapaz ao meu lado sorri.

– O mesmo que ela. Por favor. – A mulher assente e sai. – Posso saber seu nome, não que eu seja um serial killer que seduz garotas em uma lanchonete. – Coloca a mão na cabeça, envergonhado. – Acho melhor eu ficar quieto. – Ele sorri e seu sorriso reflete nos meus lábios, me fazendo sorrir também.

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– Meghan. E o seu? – A mulher coloca nosso pedido sobre o balcão.

– Barry...Barry Allen. – Me alcança a mão e eu a aperto.

[...]

OLIVER.

Saio da empresa da minha mãe. Sinto a alegria tomar conta de mim. Foi tão bom reencontrá-la. Expliquei tudo que tinha acontecido e ela acreditou, disse que sabia sobre o emprego do meu pai e que não ia me questionar por escolher ser agente, porem disse que ela não gostava nenhum pouco dessa Idéia. Falou também que vai falar com Thea, e a preparar para um encontro comigo.

Minha vontade é de abraçar Felicity e dizer varias vezes obrigado, mesmo sabendo que essa palavra não seria o suficiente, mas quando sai da sala da minha mãe, não a encontrei.

Perguntei para a recepcionista da empresa e ela disse que Felicity tinha saído e dito que ia comer algo.

Entrei na primeira lanchonete que encontrei, e lá estava ela, sentada no balcão, rindo com um desconhecido. Ele olhava para ela e não escondia sua admiração.

Respiro fundo e ando até os dois. Meu sangue esta fervendo, não sei explicar por que. Ela não vai gostar nenhum pouco, do que vou fazer.

– Amor! – Droga! Os dois me olham assustados. – Temos que ir. – Ela me fuzila com um olhar e posso ver todo seu ódio.

– Vocês? – O rapaz gesticula com as mãos.

– Não.

– Sim.

Dizemos juntos e o rapaz fica ainda mais assustado e confuso.

– Podemos ir? – Digo. Felicity coloca uma nota de dinheiro sobre o balcão e sai sem olhar para mim e nem para o rapaz.

Saio atrás dela e a puxo pelo braço, a fazendo virar de frente para mim.

– Amor? Que história é essa? – Hora de pensar no que responder...Ciúmes? Não, não é ciúme.

Sabe que, com a vida que levamos não podemos nos envolver com civis. – Chacoalha a cabeça em negativa.

– As coisas não funcionam assim comigo Oliver, se é assim com você, comigo não é. Se você não gosta de ter sentimentos pelos outros eu gosto. – Para um taxi e entra.

Coloco as mãos na minha cabeça e praguejo baixinho. – Seu idiota e imbecil.

Paro outro taxi e embarco. Mando ele me deixar no aeroporto. Como eu posso ser tão imbecil? Merda! O que esta acontecendo? Por que fiz isso? Depois de tudo que ela fez por mim. Eu mereço uma surra.

[...]

Não trocamos nenhuma palavra durante a viajem. Ela ficou o tempo todo com os olhos fixos na janela e eu também. Algumas vezes olhei para ela, tinha vontade de pedir desculpas, entretanto, não pedi. Eu sou mesmo um covarde.

Quando o avião pousou em Washington, ela foi para a casa dela e eu para a minha.

Não conseguia parar de sentir seu perfume, sentir seus braços me envolvendo. E também a imagem dela sorrindo com outro na lanchonete. Não consigo tirar isso da minha cabeça. Não consigo tirar ela da cabeça. Eu não devia ter feito aquilo, foi estupidez da minha parte.

Tomo um banho rápido, e deito na minha cama, acabo por adormecer.

Acordei no outro dia e olhei para o relógio. Merda! Estava atrasado e isso não é tolerável para um agente. Visto-me rapidamente e arrumo algumas roupas na mala. Sei que temos missão em solo estrangeiro.

Quando chego no esconderijo os dois já estão ali. Nem esperam eu terminar de descer as escadas e já começam a subir.

– Pensei que ia ter que ir te pegar. – Dig Diz.

– Acabei perdendo a hora. – Explico.

– Tudo bem. Agora temos que ir. – Assinto e saímos.

[...]

Entramos na mansão de Steven Borrow. As paredes estão cheias de quadros famosos, as estantes com objetos de valores, objetos de ouro maciço e vasos de porcelanas, decoram a sala toda.

– Qual nosso disfarce hoje? Um casal? – Felicity pergunta.

Não! – Dig nos alcança roupas de banho. – Garçons. A festa vai ser na piscina e o leilão também, eu vou ser o barman. – Responde.

– Eu vou ter que desfilar de biquíni? Por que não posso ser a barman? – Bufa.

– Temos que nos arrumar no quarto dos fundos. – Dig nos guia, por um corredor e paramos na frente de uma porta.

– Eu vou primeiro. – Felicity entra no quartinho e em poucos minutos está pronta. Sai do quarto e é impossível não olhar para o corpo dela. E principalmente, a tatuagem na sua costela. Da onde saiu àquela tatuagem? I’ll be there for you. E por que essa frase?

– Oliver! – Dig esta estalando os dedos na minha frente. – Sua vez. – Entro no quarto e visto a sunga, sorte que ela é apenas preta e sem estampa.

– Não sabia que você gostava de tatuagem Felicity. – Falei depois de sair do quartinho e Dig entrar.

– Você não sabe nada sobre mim Queen. – Diz. Nossos corpos estão perigosamente pertos, nossas bocas também, respiramos o mesmo ar e nossos olhos estão fixos no do outro.

– Vamos? – Dig sai do quartinho e rapidamente nos afastamos. – Vocês

Vão ter que subir, a tiara deve estar lá em cima. – Murmura. – Vou para o bar, por que os convidados já estão chegando. – Eu e Felicity subimos as escadas. Verificamos tudo na parte de cima. Resta apenas um quarto, que só pode ser o de Steven. Entramos com cautela, cuidando para que ninguém nos veja. O quarto é luxuoso, parece que as peças de artes, mais caras ficaram escondidas aqui.

– Fica com aquele lado, eu vejo nesse. – Digo. Ela começa a mexer nas coisas no outro lado e eu faço o mesmo com o lado que estou, mas não encontro nada.

– Oliver. – Ela está na frente de um cofre. Aproximo-me dela.

– Consegue abrir?

– Claro que consigo. – Começa a mexer nos botões até a porta do cofre se abrir. A tiara esta ali, ela é cravada de diamantes e perolas, é ouro puro. Entendo por que ele a guarda aqui. Para que ninguém cobice.

– Não. – Ela segura minha mão. – Tem censores, se colocar a mão ali dentro, os alarmes vão disparar.

Ela fecha a porta rapidamente quando escuta murmúrios do lado de fora do quarto. Coloca o quadro que estava sobre o cofre e olha para mim.

– O que vamos fazer? – Ela olha ao redor e não dá mais tempo de se esconder. Pega minhas mãos e coloca em sua cintura. Suas bochechas ficam vermelhas.

– Não me olhe assim Oliver. Sabe o que tem que fazer. – Eu sei, mas é perigoso. Seguro sua nuca e junto nossos corpos. Abaixo minha boca até seu pescoço e distribuo beijos ali, sentindo a maciez da sua pele e seu cheiro. – Jonas! – Afasta seu corpo do meu.

– Mas o que é isso? Vocês estão sendo pagos para trabalhar, não para se agarrarem no meu quarto. – Um homem baixinho e careca diz prepotente.

– Desculpe! É que queríamos privacidade e...

– Fora daqui. – Ele interrompe Felicity. – Agora. – Aponta para a porta.

Saímos sem falar nada, não podíamos levantar suspeitas.

– Como vamos entrar no quarto outra vez? – Diz Felicity.

Entramos no banheiro do andar de cima e ficamos ali. Sinto sua pele contra a minha ainda, seu cheiro. Não quero que meu corpo fique tão vulnerável a ela. Tarde de mais, pois ele fica e muito.

FELICITY

Oliver me empurrou até entrarmos no banheiro. Ficar sozinha com ele, ainda não é uma boa idéia. Ainda sinto meu corpo queimar onde seus lábios e mãos encostaram, ainda sinto seu corpo contra o meu. Eu sei, sou vulnerável aos seus toques e a ele.

– Felicity. – Sinto seu toque em meu ombro. 10, 9...

– Sim. – Viro-me para ele.

– Temos que pegar aquela tiara. – Assinto. Ele pega em minha mão e eu aperto a dele. Saímos do banheiro e entramos no quarto novamente.

Enquanto eu abro o cofre ele fica na porta, para não acontecer como antes e alguém acabar entrando. Dessa vez o cofre esta mais fácil para abrir, eu já sei a senha, a digito e a porta se abre.

– Oliver! – Ele se aproxima e constata o mesmo que eu.

– Temos que achá-lo. – Saímos em disparada do quarto. De relance vejo o homem, esta entrando na garagem.

– Ali. – Aponto.

Oliver me puxa e entramos na garagem. O homem já está no carro e a porta da garagem está aberta, ele atira e nós nos protegemos atrás de outro carro. O carro sai, fazendo eco na garagem.

Oliver levanta e pega uma chave dependurada na parede, aperta o botão e a luz de um dos carros esportivos pisca. Entro no banco do passageiro, e Oliver no do motorista.

– Estamos sem armas e não vamos alcançá-lo. – Disse. Percebendo o obvio. – Vamos para o furgão, consigo acessar as câmeras da cidade e pegamos nossas armas. – Oliver levou um tempo. Até, enfim concordar

[...]

– Bingo. – Disse depois de um longo tempo acessando as câmeras da cidade e também usei o rastreador fácil da policia local. – Ele está em um hotel. – Peguei o endereço.

Já estávamos vestidos com roupas normais. Coloquei minha Glock no coldre e Oliver fez o mesmo. Dig dirigiu.

O hotel não era tão longe, apenas alguns quilômetros da mansão de Borrow. Dig estacionou o carro. Oliver e eu descemos.

– Tenham cuidado. Ele está armado. – Disse.

Dig as vezes parece nosso pai. Ele demonstra sua preocupação em todas as missões, eu me sento feliz, por ter ele na minha vida.

Eu e Oliver entramos no hotel, e enquanto ele enrola a recepcionista com seu charme e suas cantadas idiotas. Eu procuro no computador, o quarto que Steven está hospedado.

Entro no elevador e aperto o comunicador.

– Oliver quarto 205. – Informo. – Estou subindo. – Ele bufou do outro lado.

‘ Mas por que você não me esperou? Por que você é tão teimosa? Ele esta armado.’ – Revirei os olhos e reprimi um suspiro.

– E se eu te esperar no corredor? – Não entendo essa falta de fé dele em mim, eu não sou uma garotinha.

‘ Prometa que não vai fazer nada, sem eu estar com você?’ – Tive vontade de soltar um grito, mas segurei.

– Prometo Oliver. – Ouvi um sorriso dele pelo comunicador.

‘ Vou pelas escadas.’ – Disse.

As portas do elevador se abriram e eu saio. Ando alerta e olho para as portas. 202...203...204...205. Parei na frente da porta e cruzei os braços. Prometi que ia esperar Oliver. Afasto-me um pouco e espero por ele.

– Hey. – Escuto sua voz, me viro. – Deixe que eu abro. – Ele apenas gira a maçaneta e a porta se abre. – Escuto um estouro e Steven passa por nós dois como um furacão.

Olho para o lado e vejo sangue, na roupa de Oliver. Ele ergue a blusa e vejo que o tiro pegou de raspão no lado da sua barriga.

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– Pega ele. – Saio correndo. Steven já está no elevador.

Pego as escadas e corro o Maximo que posso. Quando chego no Hal de entrada vejo ele correndo, já está do lado de fora do prédio. Pego minha arma e a destravo. Saio do prédio e corro atrás dele, ele é rápido e tem grande vantagem sobre eu.

Não queria atirar nele. Não gosto de usar arma de fogo, por mais que na minha profissão ela seja quase indispensável. Entretanto, ele me obriga a fazer isso. Aperto o gatilho e atinjo sua perna, ele cai berrando e dando gemidos.

– Você é maluca? Eu vou procurar meus direitos. – Dou uma coronhada na lateral da sua cabeça, ele desmaia. Olho ao redor e muitas pessoas me olham assustadas.

– Está tudo bem. Nós somos da policia. – Olho para trás e é Oliver que esta falando.

– Dig. – Aperto o comunicador. – Estamos na frente do hotel. – Informo. – Oliver levou um tiro. – Escuto um suspiro dele e o motor do furgão.

[...]

Oliver está sentado na minha cama, no hotel onde nos instalamos. O ajudo a tirar a camisa e limpo o ferimento. Dig teve que levar Steven para Washington e entregar a tiara. Estávamos apenas eu e ele, em silencio, só se escutava nossas respirações. O clima não era dos melhores.

– Desculpe-me, pelo que fiz em Nova Iorque. – Diz me fazendo lembrar-se do que tinha acontecido. Aperto o ferimento, não foi de propósito, foi sem querer. – Você está se vingando? – Sorrio.

– Não Oliver! Apenas fique quieto. Depois falamos sobre isso. – Digo.

E novamente o silencio habita entre nós. Passo uma pomada no ferimento e faço o curativo. Não foi grave, Graças a Deus.

– Pronto. – Vou até o banheiro e lavo minhas mãos.

Quando volto, ele esta de pé, e consigo olhar todo o seu abdômen. Oliver é lindo não tem como negar, tem uma beleza natural. Entendo por que as mulheres ficam caidinhas nele. – Sua camisa. – Alcanço a camisa para ele. Ele veste e eu tendo desviar o olhar do corpo dele. É impossível, me dou por vencida e continuo olhando.

– O que foi? – Desvio o olhar. – Felicity? Você esta bem? – Ele se aproxima e toca meu ombro. Sinto uma corrente elétrica percorrer minhas veias. Dou dois passos para trás.

– Sim! Estou. Só um pouco cansada, mas acredito que uma noite bem dormida, vai me fazer bem. – Oliver entende o recado, pois abaixa a cabeça e sorri.

– Entendo. Também preciso dormir. – Pega a jaqueta sobre a cama, e joga no ombro. – Então eu vou indo. Só mais uma coisa. – Nossos olhos se cruzam novamente. – Obrigada. Se não fosse você eu não ia conseguir falar com minha mãe. – Diz olhando intensamente para mim.

– Eu fico muito feliz por isso. – Ele sorri e anda até a porta. Volta a olhar para mim.

– Você foi incrível hoje. – Sinto minhas pernas bambas.

Que droga estava com vontade de beijá-lo. Fico parada imóvel sem saber o que dizer. E ele sai, fecha a porta. Fecho meus olhos e deixo meu corpo cair sobre a cama. Você não pode sentir atração por Oliver! Entendeu Felicity? Abraço meu travesseiro e afundo minha cabeça ali.

50-6=44